Na segunda parte da trilha sobre Climatologia, da série Explica do Zero: Recomposição de Aprendizagem, você vai aprender sobre os climas e fenômenos
Na trilha anterior sobre Climatologia da série Explica do Zero: Recomposição de Aprendizagem , você aprendeu sobre os conceitos de elementos e fatores climáticos, bem como suas implicações e complexidades que envolvem os conhecimentos do clima ao redor da Terra.
Agora, vamos estudar sobre climogramas, climas do Brasil e os grandes eventos climáticos que atingem não só o Brasil, mas grande parte do globo terrestre.
Você vai perceber que entender os climas de cada região é algo bastante complexo, já que os elementos e fatores que definem cada clima são variados e a cada comportamento distinto, conferindo características diferentes, e algumas vezes únicas, para determinadas regiões.
Videoaula sobre climograma
Nesta videoaula, o professor Eduardo explica o conceito de climograma, para que serve e também te ensina como analisar e interpretar os gráficos. Assista!
Climograma: entenda e interprete padrões climáticos
Um climograma é uma representação gráfica que combina dados de temperatura e precipitação ao longo do ano para uma determinada localidade.
Ele fornece uma visão detalhada das condições climáticas e médias mensais ao longo do ano em uma região específica. Vamos explorar os conceitos e as aplicações práticas dos climogramas.
Conceitos fundamentais
Um climograma é geralmente apresentado como um gráfico de barras verticais e linha curva horizontal, onde:
- O eixo vertical direito representa a precipitação total em milímetros (mm).
- O eixo vertical esquerdo representa a média aritmética da temperatura em graus Celsius (°C).
Lembrando que os eixos podem estar invertidos, visto que não há uma regra, apenas uma generalização das indicações acima.
- O eixo horizontal na parte inferior do gráfico representa os meses do ano.
- Cada barra no climograma corresponde a um mês e exibe duas informações:
- A altura da barra indica a quantidade total de precipitação mensal.
- A linha ou ponto sobre a barra indica a temperatura média mensal.
Aplicações na identificação e interpretação do clima
- Identificação dos Tipos de Clima:
Os climogramas são ferramentas essenciais para identificar e classificar os tipos de clima de uma região. Com base nos padrões de temperatura e precipitação representados no climograma, é possível determinar se o clima é tropical, temperado, desértico, mediterrâneo, entre outros.
- Análise das Estações do Ano:
Ao observar a variação das temperaturas e precipitações ao longo dos meses no climograma, é possível identificar as estações do ano em uma determinada região. Ou seja, se as máximas de médias térmicas estão no meio do ano, isso significa que essa localidade tem o verão se iniciando no Solstício de junho, portanto se trata de uma localidade do hemisfério setentrional (norte).
- Compreensão das Características Climáticas:
O climograma permite compreender as características climáticas específicas de uma região, como a sazonalidade das chuvas, a presença de períodos secos ou úmidos e as variações térmicas ao longo do ano. Além disso, ele relaciona esses dados aos conceitos teóricos fatores e elementos climáticos, permitindo, na maioria dos casos, a identificação de cidades litorâneas, de alta ou baixa latitude, entre outras características.
- Avaliação da Disponibilidade Hídrica:
A análise da distribuição da precipitação ao longo do ano em um climograma é importante para avaliar a disponibilidade hídrica de uma região. Isso é crucial para o planejamento agrícola, gestão de recursos hídricos e prevenção de desastres relacionados à água.
Exemplo de Interpretação
Um climograma com temperaturas elevadas e precipitação concentrada nos meses de verão pode indicar um clima tropical úmido. Por outro lado, um climograma com baixas precipitações ao longo do ano e temperaturas extremas pode indicar um clima desértico.
Em resumo, os climogramas são ferramentas valiosas para os geógrafos e climatologistas na interpretação e análise das condições climáticas de uma região. Eles fornecem dados essenciais para entender os padrões climáticos e as características ambientais que influenciam os ecossistemas e as atividades humanas em diferentes partes do mundo.
Videoaula sobre Climas do Brasil
Nesta aula, o professor Eduardo fala sobre os principais tipos de climas encontrados no Brasil, juntamente com suas regiões de ocorrência, diferenças e características distintivas.
Climas do Brasil: tipos, diferenças e características
O Brasil apresenta uma diversidade de climas devido à sua extensão territorial e variedade geográfica. Abaixo estão os principais tipos de climas encontrados no Brasil, juntamente com suas regiões de ocorrência, diferenças e características distintivas:
Clima Equatorial
Regiões de Ocorrência: Predominância da Região Norte (como a Amazônia).
Características:
- Elevada temperatura média anual, geralmente acima de 25°C.
- Alta umidade ao longo do ano, com chuvas abundantes e bem distribuídas.
- Não apresenta estação seca marcada.
- Vegetação abundante, por isso há uma elevada evapotranspiração, elevando e muito a umidade das localidades que estão nesse clima.
- Grande diversidade biológica com uma rica fauna e flora.
Clima Tropical Úmido (litorâneo):
Regiões de Ocorrência: Toda a faixa da planície litorânea brasileira, até o trópico de capricórnio (sul da região sudeste).
Características:
- Elevada temperatura média anual, com variação de temperatura moderada, por conta da presença do mar, a maritimidade permite que esse clima não possua invernos com temperaturas muito frias.
- Estação chuvosa bem definida, com chuvas concentradas no verão.
- Rios volumosos e extensas áreas alagadas.
Clima Tropical (típico):
Regiões de Ocorrência: partes das Regiões Norte e grandes porções do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.
Características:
- Elevada temperatura média anual, com variação sazonal moderada.
- Estação chuvosa no verão e estação seca no inverno.
Este clima se diferencia do clima equatorial, principalmente por haver um período, geralmente inverno, de estiagem, ou seja, sem grandes índices de pluviosidade (chuvas).
Clima Tropical de Altitude
Regiões de Ocorrência: Regiões serranas e áreas elevadas, como partes da Região Sudeste (por exemplo, Campos do Jordão).
Características:
- Temperaturas mais amenas devido à altitude, com verões moderados e invernos frios.
- Precipitação distribuída ao longo do ano, com leve queda no auge do inverno.
- Por estar em uma região mais afastada do mar, efeito de continentalidade e também de altitudes mais elevadas, apresenta grande amplitude térmica entre as estações do ano.
Clima Subtropical
Regiões de Ocorrência: Sul do Brasil, incluindo parte dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Características:
- Estações bem definidas, com verões quentes e invernos frios, clima localizado na região temperada sul do planeta.
- Precipitação distribuída ao longo do ano, com maior incidência no verão.
- Porém, em muitas regiões, com altitude elevada e afastamento do mar, as temperaturas podem sofrer quedas bruscas, ocasionando fenômenos de geada e até mesmo neve em regiões isoladas.
Clima Semiárido (ou Sertão)
Regiões de Ocorrência: Nordeste do Brasil, abrangendo partes dos estados da Bahia, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, entre outros.
Características:
- Elevadas temperaturas médias anuais.
- Baixa precipitação pluviométrica e irregularidade nas chuvas.
- Ocorrência frequente de secas prolongadas.
Esses são os principais climas encontrados no Brasil, cada um com suas particularidades em termos de temperatura, umidade e vegetação. A diversidade climática do país é influenciada por fatores como latitude, altitude, massas de ar, correntes oceânicas e relevo, contribuindo para uma grande variedade de ecossistemas e paisagens.
Videoaula sobre El niño e La niña
Nessa aula, você irá entender melhor esses fenômenos e suas consequências para diferentes regiões do Brasil!
El Niño e La Niña: conceitos, causas e consequências
El Niño e La Niña são fenômenos climáticos que ocorrem periodicamente no Oceano Pacífico (próximo a costa do Peru) e influenciam os padrões climáticos em escala global.
El Niño
Conceito e Causas:
El Niño é um aquecimento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, principalmente na região central e leste.
Esse aquecimento ocorre de forma cíclica a cada 2 a 7 anos e é causado pela diminuição ou inversão dos ventos alísios que normalmente empurram as águas quentes em direção ao oeste do Pacífico.
Consequências para o Brasil:
Região Norte e Nordeste: Durante o El Niño, essas regiões tendem a enfrentar temperaturas acima da média e menos chuvas, levando a condições de estiagem e impactos na agricultura.
Região Sudeste e Centro-Oeste: Há aumento da temperatura e redução das chuvas, o que pode resultar em secas e impactos nos reservatórios de água, afetando a geração de energia hidrelétrica.
Região Sul: As temperaturas podem aumentar, especialmente no verão, e há maior probabilidade de eventos extremos, como chuvas intensas e enchentes.
La Niña
- Conceito e Causas:
La Niña é o resfriamento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, principalmente na região central e leste.
Esse resfriamento também ocorre de forma cíclica e é resultado do fortalecimento dos ventos alísios, que empurram as águas mais quentes em direção ao oeste do Pacífico.
- Consequências para o Brasil:
Região Norte e Nordeste: Durante La Niña, essas regiões experimentam chuvas acima da média e temperaturas mais amenas, favorecendo a agricultura e a recarga de reservatórios.
Região Sudeste e Centro-Oeste: Há maior probabilidade de ocorrência de chuvas intensas e frequentes, podendo causar enchentes e deslizamentos de terra.
Região Sul: La Niña tende a trazer verões mais quentes e invernos mais frios, com chuvas irregulares e menor volume ao longo do ano.
El Niño e La Niña são fenômenos climáticos naturais que impactam significativamente as condições climáticas em diferentes regiões do Brasil. O conhecimento sobre esses fenômenos é essencial para o planejamento e a adoção de medidas de adaptação e mitigação dos impactos associados, como secas, enchentes, alterações na produção agrícola e na disponibilidade de recursos hídricos.
As previsões climáticas relacionadas a El Niño e La Niña são fundamentais para antecipar e responder aos eventos climáticos extremos que podem ocorrer como resultado desses fenômenos.
Videoaula sobre ilhas de calor e inversão térmica
Conheça as causas e as consequências das ilhas de calor e da inversão térmica nesta aula que fecha nossa trilha de climatologia da série Explica do Zero, para a recomposição de aprendizagem!
Ilha de Calor e Inversão Térmica: conceitos e consequências
Ilha de Calor
A ilha de calor é um fenômeno urbano caracterizado pelo aumento significativo da temperatura em áreas urbanas em comparação com áreas rurais circundantes. Esse aumento de temperatura é causado por diversos fatores relacionados à urbanização, como o excesso de construções de concreto e asfalto, poucas áreas verdes, grande quantidade de veículos automotores, entre outros.
Causas:
- Material de Construção: As superfícies de concreto e asfalto absorvem calor durante o dia e liberam lentamente à noite, mantendo as áreas urbanas mais quentes por mais tempo.
- Baixa Vegetação: A escassez de áreas verdes, como parques e árvores, reduz a sombra e a evapotranspiração, contribuindo para o aumento da temperatura.
- Atividades Humanas: Emissões de calor de veículos, indústrias e sistemas de ar condicionado também contribuem para o aumento da temperatura local.
Consequências:
- Desconforto Térmico: A ilha de calor contribui para o desconforto térmico das pessoas, especialmente durante ondas de calor, aumentando os riscos à saúde, como insolação e desidratação.
- Aumento do Consumo de Energia: O calor excessivo nas áreas urbanas obriga o uso extensivo de sistemas de ar condicionado e refrigeração, aumentando o consumo de energia e os custos associados.
- Poluição do Ar: A ilha de calor pode agravar a poluição do ar, uma vez que contribui para a formação de ozônio troposférico e outros poluentes atmosféricos.
Inversão Térmica
A inversão térmica é um fenômeno atmosférico em que uma camada de ar quente fica presa sobre uma camada de ar mais frio próximo à superfície da Terra. Esse fenômeno impede a circulação vertical do ar e pode causar acumulação de poluentes próximos ao solo.
Causas:
- Condições Meteorológicas Estáveis: Durante noites claras e sem vento, a superfície da Terra perde calor rapidamente, resfriando o ar próximo à superfície.
- Topografia: Vales cercados por montanhas podem facilitar a formação de inversões térmicas, impedindo que o ar frio se disperse.
Consequências:
- Acúmulo de Poluentes: Durante a inversão térmica, os poluentes liberados por fontes terrestres (como indústrias e veículos) ficam aprisionados próximo ao solo, aumentando a concentração de poluição do ar.
- Redução da Qualidade do Ar: A acumulação de poluentes pode resultar em uma redução significativa da qualidade do ar, prejudicando a saúde das pessoas e a vegetação.
- Impactos na Saúde: A exposição prolongada a altos níveis de poluentes durante uma inversão térmica pode causar problemas respiratórios e cardiovasculares em pessoas sensíveis.
Em resumo, a ilha de calor e a inversão térmica são fenômenos atmosféricos que afetam as condições climáticas e a qualidade do ar em áreas urbanas. Compreender esses fenômenos é essencial para implementar estratégias de mitigação e adaptação que visem reduzir os impactos negativos na saúde e no meio ambiente das populações urbanas.