Aprenda Aposto e Vocativo com Exemplos e Dicas para o ENEM – Entenda como identificar e usar corretamente esses termos essenciais da gramática!
Se você está se preparando para o Enem e quer mandar bem nas questões de gramática e interpretação de texto, entender a diferença entre aposto e vocativo é essencial. Essas duas estruturas podem parecer semelhantes à primeira vista, mas cumprem funções bem distintas na língua portuguesa — e são presença certa nas provas.
Tanto o aposto quanto o vocativo são ferramentas poderosas na construção do texto, seja para acrescentar informação ou para dialogar com o leitor ou ouvinte. Saber reconhecê-los pode te ajudar a interpretar melhor os textos e até a escrever com mais clareza e estilo.
Neste post, vamos explicar o que é aposto, o que é vocativo, mostrar exemplos práticos, responder dúvidas frequentes e oferecer dicas valiosas para você não errar mais no Enem. Bora dominar esse conteúdo?
O que é aposto?
O aposto é um termo da oração que serve para explicar, especificar, enumerar ou resumir outro termo. Ele está quase sempre ligado a um substantivo e pode ser isolado por vírgulas, travessões ou dois-pontos, dependendo da situação.
Características principais do aposto
Fique atento(a) às principais características do aposto:
- Sempre se refere a um termo anterior (geralmente um substantivo).
- Pode ser separado por vírgulas, travessões ou parênteses (dependendo do tipo).
- Pode aparecer no meio, no início ou no fim da oração.
- Pode ter várias funções diferentes, dependendo do tipo.
Funções do aposto
Agora que você já sabe como identificar o aposto em uma oração, veja abaixo as principais funções que ele pode exercer:
Explicativo – explica um termo anterior:
Exemplos:
1. Machado de Assis, grande escritor brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro.
- Aqui, “grande escritor brasileiro” explica quem foi Machado de Assis.
2. Albert Einstein, físico alemão, revolucionou a ciência com a Teoria da Relatividade.
- Aqui, “físico alemão” explica quem foi Albert Einstein.
Especificativo – dá uma informação mais precisa:
Exemplos:
1. O livro Dom Casmurro é uma das obras mais famosas da literatura brasileira.
- “Dom Casmurro” especifica qual livro está sendo mencionado.
2. O cantor Roberto Carlos se apresentou em São Paulo.
- “Roberto Carlos” especifica qual cantor.
Enumerativo – enumera informações sobre um termo anterior:
Exemplos:
- Na mochila havia de tudo: cadernos, canetas, livros, lápis.
- Visitamos três cidades: Recife, Olinda e João Pessoa.
- Todos os termos após os dois-pontos formam um aposto enumerativo.
Resumitivo – retoma e resume termos anteriores:
Exemplos:
- Cadernos, livros, canetas e lápis, tudo foi comprado na papelaria.
- “Tudo” retoma e resume os itens anteriores.
2. Lucas, Jéssica, Carla, ninguém foi esquecido.
- “Ninguém” retoma os três nomes.
Comparativo ou explicativo por analogia – compara ou esclarece:
Exemplos:
1. Ela era doce, como o mel.
- “Como o mel” é um aposto comparativo.
2. A professora, uma enciclopédia ambulante, sabia tudo sobre a matéria.
- “Uma enciclopédia ambulante” compara a professora a uma enciclopédia, ressaltando seu conhecimento.
Aposto de oração – é um termo que resume, explica ou comenta toda uma ideia anterior:
Exemplos:
- Julia passou no vestibular, o que deixou toda a família orgulhosa.
- “o que deixou toda a família orgulhosa” comenta o fato dele ter passado.
- Choveu durante todo o fim de semana, o que estragou os planos de viagem.
- A consequência de chover foi estragar os planos, isso é o aposto da oração anterior.
Dica importante
A pontuação pode alterar o sentido do aposto em uma oração. Observe os exemplos abaixo e veja como o sentido muda se você colocar vírgulas!
Compare:
- Especificativo: O professor Luiz explicou a matéria.
Há muitos professores; Luiz é o específico.
- Explicativo: O professor Luiz, muito respeitado pelos alunos, explicou a matéria.
Luiz já é conhecido, a frase apenas traz uma informação extra entre vírgulas.
Como identificar um aposto?
Uma dica prática para identificar o aposto é tentar removê-lo da frase e perceber se ela ainda faz sentido, mesmo que perca uma informação adicional. O aposto não é essencial para a estrutura gramatical da frase, porém enriquece o conteúdo.
Vamos observar a tirinha abaixo e ver como o aposto é utilizado dentro de um contexto:
Tirinha de ‘Hagar, o Horrível‘ em que vários homens estão esperando na fila do banheiro, e um deles está explicando para Hagar quem é quem na fila.
Na fala: “Aquele é o príncipe Otto, terceiro na linha de sucessão…”, aqui temos um aposto, pois a expressão “terceiro na linha de sucessão” está explicando quem é o príncipe, portanto temos um exemplo de aposto explicativo. Retirando o aposto, a oração ainda faz sentido, uma vez que apenas está indicando um indivíduo.
O mesmo ocorre no caso de “E aquele é seu irmão, príncipe Harold…”, “príncipe Harold” também atua como aposto, pois está nomeando o termo “irmão”, Harold está sendo mencionado como irmão de Otto.
Como o aposto pode aparecer no Enem?
O aposto pode aparecer em questões que pedem para:
- Identificar a função de um trecho dentro do período;
- Avaliar a organização das ideias;
- Observar o uso da pontuação e seu papel no sentido do texto.
O que é vocativo?
Agora que você já aprendeu o que é um aposto, vamos entender o que é um vocativo.
O vocativo é um termo usado para chamar ou interpelar alguém. Ele geralmente aparece isolado por vírgulas e não tem ligação sintática com o restante da oração. Sua principal função é estabelecer interação entre o emissor e o receptor da mensagem.
Características principais do vocativo:
Veja a seguir as características do vocativo para saber identificá-lo na oração:
- Sempre se refere ao interlocutor (quem está ouvindo ou lendo).
- Pode aparecer no início, meio ou fim da frase.
- É separado por vírgulas (ou travessões, dependendo do estilo).
- Pode vir acompanhado de pronomes de tratamento, títulos ou expressões afetivas
Exemplos de Vocativo
- Maria, pegue meu caderno, por favor.
- Por favor, Pedro, espere um momento.
- Amigos, hoje é dia de festa!
- Quero dizer algo, meu caro leitor.
- Senhores, vamos iniciar a reunião.
- Crianças, o jantar está na mesa!
- Calma, João, não ande tão rápido.
- Querida, você pode me ajudar?
Note que o vocativo é usado para chamar atenção ou apontar a quem se dirige a fala.
Como identificar o vocativo?
Para identificar um vocativo, pergunte-se: “Esse termo está sendo usado para chamar ou interpelar alguém?” Se sim, é vocativo. Além disso, como vimos acima, ele pode vir no início, no meio ou no fim da frase.
Vamos analisar a tirinha abaixo para ver mais um exemplo de vocativo:
Agora vamos à análise:
Na fala: “Ei, Mafalda, quem foi João Ninguém?”, “Mafalda” é chamada diretamente na pergunta indicando vocativo.
Já em “Ninguém, Manolito. (…)”,”Manolito” é o interlocutor de Mafalda, sendo chamado diretamente, também cumprindo a função de vocativo.
Como o vocativo pode aparecer no Enem?
- Pode aparecer em questões de interpretação de texto, onde o objetivo é entender quem está sendo interpelado.
- Também aparece em questões sobre funções da linguagem (principalmente apelativa, quando o foco é influenciar o leitor).
Aposto x Vocativo: qual é a diferença?
Apesar de ambos poderem aparecer entre vírgulas, aposto e vocativo têm funções completamente diferentes. Entenda abaixo:
Aposto
Função: Explica, especifica, enumera ou resume um texto.
Ligação sintática: Ligado a um substantivo.
Pode ser retirado da frase? Sim, mas a explicação se perde.
Exemplo: 1. Carlos, o filho de Sandra, chegou.
2. Luísa, minha filha, é uma menina muito engraçada.
Vocativo
Função: Chamar ou interpelar alguém.
Função sintática: É um termo isolado, não tem relação sintática com o restante da oração.
Pode ser retirado da frase? Sim, porque não altera o sentido principal.
Exemplos: 1. Carlos, vem aqui!
2. Mãe, preciso falar com você!
Quer se aprofundar mais no assunto? Confira o vídeo completo da Professora Mercedes Bonorino sobre ‘Termos da Oração’:
Na explicação da professora Mercedes, podemos ter a ideia clara que aposto e vocativo são termos extraoracionais, ou seja, não fazem parte da estrutura principal da oração e não se relacionam diretamente com o sujeito, predicado ou complementos. Eles estão ali para acrescentar informações ou indicar a quem nos dirigimos.
Exercícios
Agora vamos para a parte dos exercícios para praticar o que você aprendeu!
1 – (FEBASP) No exemplo de período simples: Santos, cidade paulista, é um importante porto, as vírgulas estão separando:
a) O aposto.
b) O vocativo.
c) A elipse do verbo.
d) Termos coordenados.
2 – (UFMG) A propósito do trecho que segue aponte a resposta correta.
Minha bela Marília, tudo passa/ A sorte deste mundo é mal segura/ Se vem depois dos males a ventura/ Vem depois dos prazeres e desgraça/ Estão os mesmos deuses/ Sujeitos ao poder do ímpio fado:/ Apolo á fugiu do céu brilhante/ já foi pastor de gado. (T. A. Gonzaga).
Minha bela Marília é:
a) Vocativo
b) Sujeito.
c) Aposto.
d) Adjunto adnominal.
3 – (FAAP – SP) A expressão em destaque em “… podes partir de novo, Ó nômade formosa!” exerce a função sintática de:
a) Vocativo.
b) Aposto.
c) Sujeito.
d) Predicativo.
e) Objeto direto.
4 – (UNESP) “Três seres esquivos que compõem em torno da mesa a instituição da família, célula da sociedade”. O termo em destaque é um:
a) Complemento verbal.
b) Agente da passiva.
c) Vocativo.
d) Objeto direto.
e) Aposto.
Gabarito:
- A
- A
- A
- E