cartilha de redação do enem 2025

A Cartilha de Redação do Enem 2025 já está disponível: veja como acessar

Inep libera a Cartilha do Participante com regras da redação do Enem 2025. Confira critérios de correção, dicas e como baixar o material.


O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) divulgou nesta sexta (3 de outubro) a versão atualizada da Cartilha do Participante, documento que reúne todas as orientações oficiais sobre a redação do Enem 2025. A publicação detalha o formato exigido, os critérios de correção e os principais motivos que podem levar à nota zero.

Disponível no portal do Inep, o documento reúne não só as principais regras da prova de redação, mas também modelos de textos que conquistaram a nota máxima na edição anterior, acompanhados de comentários.

Para quem vai prestar o exame, entender esse material é fundamental! Afinal, a redação tem peso decisivo no resultado final e pode ser o diferencial para conquistar uma vaga na universidade. Pensando nisso, reunimos os principais pontos do documento e organizamos em um guia direto e acessível. Bora ver?

Como baixar a Cartilha de Redação do Enem 2025

Para baixar a Cartilha de Redação do Enem 2025, você pode escolher entre quatro opções de download:

A redação será aplicada no primeiro dia do exame, 9 de novembro.

O formato da redação

A prova exige um texto dissertativo-argumentativo em prosa (texto corrido), com limite de 30 linhas. O candidato deve:

  • Defender uma tese (ponto de vista) sobre o tema proposto.
  • Sustentar a tese com argumentos consistentes.
  • Utilizar repertório sociocultural (conhecimentos externos, validados socialmente).
  • Encerrar com uma proposta de intervenção detalhada.

O limite de 30 linhas exige concisão e densidade. Evite frases longas e argumentos vazios. Cada palavra deve ser produtiva para garantir que sua tese, seus dois eixos de desenvolvimento e a Proposta de Intervenção (com 5 elementos) sejam executados com a máxima eficiência.

O sistema de avaliação: matriz de competências

A correção da redação se baseia em cinco competências, cada uma valendo até 200 pontos:

CompetênciaO que avaliaPontos
C1Domínio da norma-padrão da língua portuguesa200
C2Compreensão do tema e uso de repertório sociocultural200
C3Organização e defesa de argumentos (autoria)200
C4Coesão e coerência textual200
C5Proposta de intervenção200

Seus corretores são dois avaliadores independentes. A nota final é a média deles. Se as notas divergirem muito (diferença acima de 100 pontos no total ou 80 pontos em qualquer competência), um terceiro avaliador entra em cena.

Motivos que levam à nota zero

Mesmo textos bem escritos podem ser anulados se não atenderem a requisitos básicos. Falhar em qualquer um desses pontos anula seu texto, independente da qualidade da escrita.

Falhas estruturais e de conteúdo

  • Fuga total ao tema: Seu texto deve focar no núcleo temático da proposta.
  • Texto insuficiente: Você precisa de no mínimo 8 linhas de conteúdo autoral. Textos com 7 linhas ou menos são zerados.
  • Não atendimento ao tipo textual: Escreva apenas o dissertativo-argumentativo. Nada de poemas, narrações ou cartas.
  • Parte deliberadamente desconectada (PD): Não insira trechos sem relação com o tema, como receitas, orações ou desenhos.

Condutas inaceitáveis e integridade da prova:

  • Cópia integral de textos motivadores: Copiar trechos da prova motivadora para preencher espaço é arriscado. Se seu texto for composto essencialmente por cópias, ele será enquadrado como “Texto Insuficiente” e zerado.
  • Desrespeito explícito aos direitos humanos: A C5 exige respeito aos Direitos Humanos. Propostas que incitem violência, discriminação ou violação da dignidade humana zeram a competência e podem anular o texto.
  • Identificação proposital (FEA): Nunca assine, desenhe ou coloque qualquer marca (números, sinais gráficos) que possa te identificar fora do local designado.
  • Impropérios e desenhos: Sem palavrões, ofensas ou rabiscos no corpo da redação.
  • Língua estrangeira ou folha em branco: Escreva integralmente em Língua Portuguesa e, claro, não entregue a folha em branco (mesmo com o rascunho feito).

Como cada competência é avaliada

C1 – Norma-padrão: avalia ortografia, acentuação, concordância e pontuação. Para a nota máxima, admite-se apenas um desvio.

C2 – Tema e repertório: exige interpretação adequada do tema e uso de repertório cultural produtivo (obras, teorias, dados ou fatos aplicados ao argumento).

C3 – Argumentação: considera a clareza da tese e a consistência dos dois eixos de desenvolvimento, demonstrando autoria.

C4 – Coesão: avalia a articulação entre as partes do texto, por meio do uso adequado e variado de conectivos e operadores argumentativos.

C5 – Proposta de intervenção: deve conter cinco elementos: agente, ação, modo/meio, finalidade e detalhamento. A ausência ou falha em qualquer um deles compromete a pontuação.

ElementoQuem/O quê?Função
AgenteQuem vai fazer? (Ex: Ministério da Educação)Responsável pela ação.
AçãoO quê será feito? (Ex: Promover a formação continuada)Solução ou mitigação do problema.
Modo/MeioComo será feito? (Ex: Por meio de recursos direcionados)Instrumento de implementação.
Finalidade/EfeitoPara quê será feito? (Ex: A fim de que os direitos sejam garantidos)Objetivo a ser alcançado.
DetalhamentoInformação adicional sobre qualquer um dos 4 elementos.Especificação, aprofundamento.

Evite modelos prontos na redação

Embora seja tentador recorrer a modelos prontos de redação, essa prática pode ser prejudicial. Esses modelos, muitas vezes encontrados na internet, são estruturados de forma genérica e podem não atender às especificidades exigidas pela avaliação do exame. O uso indiscriminado desses modelos pode resultar em textos superficiais e sem profundidade, comprometendo a qualidade da argumentação e a originalidade da proposta de intervenção.

O Inep busca a configuração de autoria (C3), ou seja, um texto que demonstre pensamento crítico e um plano argumentativo genuíno do participante. Ao replicar um modelo, o risco é alto de:

  1. Repertório Desconectado (C2): Modelos prontos geralmente forçam o uso de citações “coringa” (como Bauman ou Durkheim) que, na prática, não se relacionam de forma produtiva com o tema específico. Isso é visto como um artifício e limita a nota da Competência 2.
  2. Argumentação Vaga (C3): O modelo engessado pode forçar o candidato a seguir um caminho argumentativo que não se encaixa no tema proposto, resultando em argumentos vagos, superficiais ou sem autenticidade.
  3. Coesão Artificial (C4): O uso repetitivo ou inadequado de conectivos “de enfeite” (como “Ademais” ou “Nesse contexto”) que não ligam ideias de forma lógica quebra a fluidez e a coerência textual.
  4. Proposta de Intervenção Genérica (C5): Soluções pré-prontas costumam ser vagas e não atacam diretamente as causas ou consequências específicas que você desenvolveu no D1 e D2, prejudicando o detalhamento e a ligação com o texto.

A orientação é clara: use uma estrutura de texto (Introdução-D1-D2-Conclusão) como base, mas desenvolva seu próprio projeto de texto e seu repertório, garantindo que o conteúdo seja 100% articulado com o tema em discussão.

Leia mais: Por que modelos prontos de redação estão sendo penalizados no Enem?

Estratégias para uma nota 1000

As redações nota 1000 do ENEM 2024 (tema: “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil“) revelam padrões de excelência que você deve imitar.

Projeto de Texto Rigoroso (C3 e C4)

  • Estrutura quaternária: Introdução, D1, D2, Conclusão, aplicadas de forma consistente.
  • Progressão lógica: A tese na introdução precisa estabelecer os dois eixos de discussão que serão desenvolvidos sequencialmente no D1 e D2.
  • O uso de operadores argumentativos diversos (C4) conecta tudo, e a Proposta de Intervenção retoma e soluciona as duas causas/consequências do desenvolvimento.

Repertório de Autoridade (C2)

  • Sofisticação e produtividade: Os 1000 evitam clichês. Eles usam pensadores e conceitos que abordam a complexidade estrutural da sociedade brasileira.
  • Exemplos comuns: Citações a teóricos como Silvio Almeida (Racismo Estrutural), Boaventura de S. Santos ou Sueli Carneiro.
  • Uso estratégico: As referências não são “jogadas”; são integradas ao argumento central, mostrando que o estudante entende o problema social como resultado de falhas sistêmicas ou históricas.

Agentes de Intervenção de Alto Nível (C5)

  • Os agentes escolhidos refletem a capacidade de implementar soluções em larga escala, condizentes com um problema nacional.
  • O Poder Executivo Federal (via Ministérios específicos como Educação ou Comunicações) é a escolha mais comum, pois só o Estado tem capacidade logística e orçamentária para grandes transformações.
  • Entidades de amplo alcance, como a Mídia, também são usadas para propostas de conscientização.

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Autor(a) Luana Santos

Sobre o(a) autor(a):

Luana Santos - Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, é redatora com foco em educação, produção de conteúdo para o Enem e vestibulares. Atualmente, integra a equipe da Rede Enem, onde cria materiais informativos e inspiradores para ajudar estudantes a alcançarem seus objetivos acadêmicos. Ama café, livros e uma boa conversa sobre educação.  

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