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Trabalho infantil impulsiona evasão na Educação Básica, diz pesquisa PNAD

A entrada precoce de jovens no mercado de trabalho está afastando estudantes das salas de aula e agravando a evasão escolar no Brasil.


O Censo Escolar 2024 revelou uma redução de cerca de 300 mil matrículas na Educação Básica, com foco nos anos finais do Ensino Fundamental, intensificando o debate sobre a evasão escolar. Enquanto a urgência econômica impulsiona o trabalho precoce, o país registra avanços, ainda que localizados, na educação em tempo integral.

Esta redução nas matrículas se conecta diretamente aos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 2024, que sinaliza o aumento do trabalho infantil como fator preponderante na exclusão escolar.

O avanço do trabalho infantil no país

O Censo Escolar 2024 registrou 47,1 milhões de matrículas na educação básica, uma redução de 0,5% (cerca de 216 mil matrículas) em relação a 2023. A queda tem sido constante nos últimos anos, especialmente no Ensino Fundamental.

  • Ensino Fundamental: O total de matrículas atingiu 26 milhões, representando uma redução de 2,7% desde 2020.
  • Anos Finais: A redução é mais acentuada nos anos finais do Ensino Fundamental (3,6% em 5 anos), etapa crucial que antecede o Ensino Médio, onde o trabalho precoce e a pressão pela renda familiar se intensificam.

A tendência de queda é parcialmente explicada por fatores demográficos (o envelhecimento da população e a redução da pirâmide etária jovem), mas a PNAD Contínua associa a evasão à necessidade econômica:

Trabalho Infantil x Evasão

O crescimento do trabalho infantil para 1,65 milhão de jovens e a diferença significativa na taxa de escolarização entre jovens trabalhadores (88,8%) e a população total (97,5%) demonstram que o trabalho precoce é um catalisador do abandono, sobrecarregando o estudante.

Avanços na educação em tempo integral

Em contraste com a redução das matrículas totais, o Censo Escolar 2024 registrou avanços na modalidade de tempo integral:

Crescimento do tempo integral

As matrículas em escolas de tempo integral na rede pública aumentaram, passando de 18,2% em 2022 para 22,9% em 2024.

Oportunidade e proteção

O ensino em tempo integral é reconhecido como uma estratégia que, além de ampliar a jornada pedagógica, oferece maior proteção ao jovem, reduzindo a exposição ao trabalho precoce e ampliando as oportunidades de desenvolvimento de repertório sociocultural.

Apesar do avanço, a baixa escolarização persiste entre os mais vulneráveis (adolescentes negros e meninos) e é agravada por crises regionais, como as registradas no Sul e Nordeste.

A articulação de programas de incentivo financeiro, como o Pé-de-Meia, com a ampliação do tempo integral é vista por especialistas como essencial para reverter o ciclo de evasão e garantir a permanência e o desenvolvimento pleno dos estudantes.

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Autor(a) Luana Santos

Sobre o(a) autor(a):

Luana Santos - Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, é redatora com foco em educação, produção de conteúdo para o Enem e vestibulares. Atualmente, integra a equipe da Rede Enem, onde cria materiais informativos e inspiradores para ajudar estudantes a alcançarem seus objetivos acadêmicos. Ama café, livros e uma boa conversa sobre educação.  

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