10 temas de Português que mais caem no Enem
Aprenda, de forma leve e prática, os conteúdos de Português que mais aparecem no Enem e descubra como usá-los a seu favor na prova.
A prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias é uma das mais importantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). E, ao contrário do que muita gente pensa, ela não quer saber se você decora regras gramaticais. O foco do Enem é avaliar como você se comunica, interpreta e usa o português de forma adequada ao contexto.
A grande quantidade de questões de Linguagens tem um propósito: testar suas habilidades de comunicação. E, curiosamente, alguns temas aparecem quase sempre. Um bom exemplo é gêneros textuais, presente em cerca de 45% das questões, o que mostra como o exame valoriza o uso prático da língua no dia a dia.
Justamente por isso, elaboramos esse post especialmente para você: para que ele te ajude a dominar os 10 temas que mais caem na prova objetiva, além de te dar uma bagagem mais estruturada na Redação, especialmente nas Competências I (domínio da norma culta) e IV (coesão e coerência entre as ideias). Bora lá?
E tem mais: esse conteúdo é só o primeiro passo. Em breve vem aí o Aulão Enem 2025, com lives gratuitas sobre as matérias que mais caem e dicas certeiras pra turbinar a sua preparação.
Tipologia textual
Tipologias textuais são as formas básicas e fixas que os textos podem apresentar, definidas pela estrutura e pelo objetivo comunicativo principal.
Pense nelas como os “esqueletos” dos textos.
Os 5 principais tipos são:
Tipo textual | Objetivo | Características | Exemplos de gêneros que o predominam |
---|---|---|---|
1. Narração | Contar uma história ou relatar fatos. | Presença de enredo, personagens, tempo, espaço e narrador. Uso predominante de verbos de ação. | Conto, romance, fábula, lenda, notícia (relato de fato), piada. |
2. Descrição | Descrever ou apresentar características de algo (pessoa, objeto, lugar, situação). | Predomínio de adjetivos, verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.) e sequências de caracterização. | Laudo, retrato falado, diário, cardápio, anúncio de classificados. |
3. Dissertação / Argumentação | Defender uma ideia (tese) por meio de argumentos e provas para persuadir o leitor. | Estrutura: Introdução (tese), Desenvolvimento (argumentos) e Conclusão. Linguagem objetiva e uso de conectivos de causa/consequência. | Artigo de opinião, editorial, tese, monografia, redação de vestibular. |
4. Exposição | Apresentar, informar ou explicar um tema, sem o objetivo primário de persuadir ou argumentar. | Linguagem clara, objetiva e informativa. Uso de definições, comparações e conceitos. | Verbete de dicionário ou enciclopédia, seminário, palestra, resenha informativa, abstract de artigo. |
5. Injuntivo / Instrucional | Dar instruções, orientações ou ordens para a realização de algo. | Uso de verbos no imperativo (faça, misture, use) ou no infinitivo (misturar, usar, agitar). Sequência de passos. | Receita culinária, manual de instruções, bula de remédio, regulamento, edital de concurso. |
Gêneros textuais
Gêneros textuais são as formas de comunicação que usamos no nosso dia a dia, tanto na fala quanto na escrita, e que são determinadas por seu contexto social, sua função comunicativa e suas características estruturais mais flexíveis.
- Função Social: Cada gênero nasce de uma necessidade social. Por exemplo, a receita existe para instruir como preparar algo; a notícia, para informar sobre um fato; o bilhete, para uma comunicação breve e informal.
- Flexibilidade: Eles são mutáveis e ilimitados, pois se adaptam às novas tecnologias e necessidades da sociedade (exemplo: e-mail, post em rede social, podcast).
- Exemplos: E-mail, notícia, receita, bula de remédio, conto, romance, artigo de opinião, bilhete, meme, currículo, sermão, lista de compras, entre muitos outros.
Funções da linguagem
As funções da linguagem são a chave para descobrir a intenção principal do autor. Cada função mira em um dos seis elementos da comunicação (emissor, receptor, mensagem, etc.). Um texto pode ter várias, mas uma sempre se destaca.
As seis funções
Função | Foco | Objetivo principal | Características | Exemplos de gêneros |
---|---|---|---|---|
1. Referencial (ou Denotativa) | Contexto / Referente | Informar, transmitir dados da realidade de forma objetiva. | Linguagem direta, objetiva, denotativa (sentido literal), predomínio da 3ª pessoa. | Notícias, artigos científicos, textos didáticos, relatórios. |
2. Emotiva (ou Expressiva) | Emissor | Expressar sentimentos, emoções, opiniões e estados subjetivos de quem fala. | Presença da 1ª pessoa (Eu, Meu, Nossa…), interjeições, exclamações, subjetividade. | Diários, poemas líricos, desabafos, cartas pessoais, relatos de experiência. |
3. Conativa (ou Apelativa) | Receptor | Persuadir, convencer, influenciar ou dar ordens ao Receptor. | Uso da 2ª pessoa (Tu, Você) e de verbos no imperativo (Compre, Vote, Faça, Use). Uso de vocativos. | Publicidade, propaganda, discursos políticos, sermões, horóscopo. |
4. Poética | Mensagem | Dar destaque à forma da mensagem, à sua elaboração e estética. | Uso de rimas, ritmo, figuras de linguagem (metáforas, comparações), linguagem conotativa (sentido figurado). | Poemas, letras de música, aforismos, slogans publicitários criativos. |
5. Fática | Canal | Estabelecer, manter, prolongar ou interromper a comunicação, testando o Canal. | Uso de cumprimentos e frases prontas que checam o contato. | Expressões como: “Alô?”, “Tudo bem?”, “Certo?”, “Oi, você me escuta?”, “Deixa eu ver…” |
6. Metalinguística | Código | Explicar o próprio Código utilizando o Código. | A língua portuguesa falando da língua portuguesa; um dicionário explicando uma palavra; um filme que explica o ato de fazer cinema. | Dicionários, gramáticas, aulas de idiomas, uma palavra que define outra, um texto que fala sobre a escrita. |
Elementos da comunicação
Para entender as funções, é crucial conhecer os elementos com os quais elas se relacionam:
- Emissor (ou remetente): quem envia a mensagem (foco na função emotiva).
- Receptor (ou destinatário): quem recebe a mensagem (foco na função conativa).
- Mensagem: o conteúdo transmitido (foco na função poética).
- Contexto (ou Referente): o assunto, o tema (foco na função referencial).
- Código: o sistema de sinais usado (língua portuguesa, inglês, Libras, etc.) (foco na função metalinguística).
- Canal (ou contato): o meio físico ou psicológico que liga Emissor e Receptor (telefone, voz, papel) (foco na função fática).
Importante: em um texto, é comum que haja a presença de várias funções, mas sempre uma delas será a predominante, determinando a intenção comunicativa principal do texto.
Interpretação de textos
No Enem, é preciso ir além do que está escrito para entender o sentido global, o propósito comunicativo e, o mais crucial, as estratégias argumentativas usadas.
A prova exige que você seja um detetive: como o autor tentou te persuadir? Foi pela emoção, pela intimidação, pelo uso de dados ou citações de autoridades? Ler passivamente não basta; é preciso entender o texto como uma ferramenta social com um objetivo claro.
Estratégias
- Sempre comece pelo enunciado (o comando da questão).
- Identifique na hora o que está sendo pedido (é sobre gênero, função ou figura de linguagem?).
- Elimine as alternativas absurdas usando o seu conhecimento.
- Só leia o texto completo se for estritamente necessário para confirmar a resposta correta.
Coesão textual
A coesão textual é o mecanismo linguístico que garante a conexão, a ligação e a amarração harmoniosa entre as diferentes partes de um texto: palavras, orações, frases e parágrafos.
É a propriedade que faz com que o texto não seja apenas uma sequência de frases soltas, mas sim uma unidade de sentido interligada por elementos gramaticais e lexicais (vocabulário).
Enquanto a coerência trata da lógica das ideias e do sentido do texto (o que o texto diz), a coesão trata da estrutura e das palavras usadas para conectar essas ideias (como o texto diz). Um bom texto deve ter as duas.
Tipos de coesão textual
Os recursos de coesão são amplos, mas costumam ser classificados em duas grandes categorias, que se subdividem em mecanismos específicos:
Coesão referencial (foco na retomada de termos)
Ocorre quando um elemento do texto (geralmente uma palavra mais curta) faz referência a outro termo que já foi mencionado (ou que será mencionado) para evitar repetição.
Mecanismo | O que é | Exemplo |
---|---|---|
Referência Pronominal | Uso de pronomes (pessoais, demonstrativos, possessivos, relativos) para retomar termos. | O aluno chegou. Ele estava atrasado. |
Referência por Elipse | Omissão de um termo que pode ser facilmente identificado pelo contexto (sujeito oculto, por exemplo). | João preparou o almoço e [Ø] lavou a louça. |
Referência Lexical | Uso de palavras com o mesmo sentido ou que pertencem ao mesmo campo semântico. | O artigo debate a crise hídrica. Esse texto traz dados importantes. (Uso do hiperônimo/sinônimo) |
Anáfora vs. Catáfora | Anáfora: A referência aponta para um termo anterior. Catáfora: A referência aponta para um termo que virá depois. | Anáfora: O livro é ótimo. Eu o li em um dia. Catáfora: Desejo-lhe apenas isto: muita paz. |
Coesão sequencial (foco na progressão das ideias)
Ocorre quando são utilizados elementos para fazer o texto progredir, estabelecendo as relações lógicas e semânticas entre as orações, frases e parágrafos. É o uso dos conectivos.
Mecanismo | O que é | Exemplo |
---|---|---|
Uso de Conjunções/Conectivos | Utilização de conjunções, preposições e advérbios para ligar orações ou frases, indicando relação de sentido. | Adição: Estudou e aprendeu. Oposição: Estudou, mas não passou. Conclusão: Está comprovado, portanto, deve ser aceito. |
Coesão Temporal | Uso de expressões que indicam a ordem ou o momento dos fatos. | Primeiramente…; Em seguida…; Enquanto isso… |
Coesão Causal/Explicativa | Uso de conectivos que indicam motivo ou explicação. | Não compareceu porque estava doente. |
Variação linguística
A variação linguística é a ideia de que o português não é um bloco único. Ele tem variedades que mudam pelo tempo (histórica), pela região (regional) e pelo contexto social ou situação (estilística).
O Enem adora cobrar a variação social e situacional. Um exemplo clássico é o médico que usa o termo técnico “entumescência subcutânea” e, ao ver a cara de dúvida do paciente, muda para “furúnculo”. Essa capacidade de adequar o registro demonstra eficácia comunicativa.
O paradoxo do Enem: você precisa dominar a norma padrão (para a Redação), mas na prova objetiva, não pode julgar as outras variedades. O exame combate ativamente o preconceito linguístico. A Língua Portuguesa é um patrimônio, e o Enem mede a sua capacidade de reconhecer e respeitar essa pluralidade.
Denotação e conotação
Estes conceitos definem se a palavra está sendo usada de forma objetiva ou subjetiva.
- Denotação: é o sentido literal, direto e impessoal, o significado do dicionário. É a linguagem da informação.
- Conotação: é o sentido figurado, subjetivo e contextual. O termo ganha um novo significado dependendo do contexto cultural ou emocional.
A distinção é vital. Se a palavra “cobra” está em um texto científico, é o réptil (denotação). Se está em uma frase como “Meu chefe é uma cobra”, refere-se a uma pessoa má (conotação). Entender isso é fundamental para interpretar poemas, charges e publicidade.
Figuras de linguagem
Figuras de linguagem são truques de estilo que tiram a linguagem do sentido literal (denotativo) para criar expressividade, ênfase ou subjetividade.
Principais figuras de linguagem
- Figuras de som
- Aliteração: repetição intencional de sons consonantais (exemplo: “O rato roeu a roupa do rei de Roma”).
- Onomatopeia: tentativa de reproduzir um som (o “tic-tac” do relógio).
- Figuras de pensamento (sinestesia): Mistura de diferentes sentidos humanos. Exemplo: “Cheiro doce” (mistura o olfato com o paladar) ou “cor quente” (visão com tato).
- Figuras de Construção (anáfora): A repetição de uma palavra ou expressão no início de frases ou parágrafos para dar mais força à ideia. A repetição do “nem” para reforçar uma carência é um exemplo clássico.
Linguagem verbal e não verbal
A comunicação pode acontecer de três formas:
- Verbal: usa a escrita ou a fala.
- Não Verbal: usa gestos, cores, imagens, sinais, barulhos.
- Mista ou Híbrida: a combinação de ambas, onde a imagem e a palavra se unem e se complementam.
O Enem adora cobrar a linguagem mista (em charges, tirinhas e campanhas). Nessas questões, a imagem e o texto trabalham juntos para construir o sentido e, muitas vezes, para fazer uma crítica social. Seu papel é analisar como a intenção do autor é criada pela interação entre os diferentes códigos.
Pontuação
A pontuação é um item diretamente avaliado na Competência I da Redação (que mede seu domínio da norma culta). Erros de pontuação são considerados desvios graves que detonam a estrutura sintática do seu texto.
No Enem, a pontuação correta garante que sua sintaxe seja clara e sem tropeços. Falhas crassas (como separar o sujeito e o verbo com vírgula, ou errar o uso do ponto e vírgula) são penalizadas duramente. Elas podem fazer seu texto ser classificado como tendo “estrutura sintática deficitária” e, consequentemente, derrubar drasticamente sua nota.
Em resumo, usar a pontuação com precisão é, essencialmente, uma ferramenta de clareza. Ela delimita suas ideias, organiza o fluxo do raciocínio e impede qualquer ambiguidade na sua mensagem.
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