Escritores gaúchos que mais caem no Enem e nos vestibulares

Descubra os escritores gaúchos e suas obras mais relevantes com esta série especial. Elencamos os destaques e os clássicos que deixaram marcas importantes na cultura brasileira.

Veja agora os autores e os clássicos literários originados no estado do Rio Grande do Sul que se tornaram pilares da nossa herança cultural. Confira Érico Veríssimo, Lya Luft, Simões Lopes Neto, Martha Medeiros, Angélica Freiras, Luís Fernando Veríssimo, Caio Fernando Abreu, Caldre Fião e Apolinário Porto Alegre.

Comece a sua viagem pelas diferenças entre a “literatura gaúcha” e a “literatura riograndense”. Esta distinção é fundamental para uma compreensão completa das influências e legados que esses escritores deixaram em suas obras. Vamos lá!

1 – Literatura gaúcha ou riograndense: entenda as diferenças

A referência popular que se faz no Brasil ao termo “gaúcho” é a denominação que se dá aos nascidos ou moradores no Estado de Rio Grande do Sul. 

Mas, no campo dos estudos literários, há uma diferença importante: quando os professores falam de “literatura gaúcha” ou de “literatura gauchesca”, eles se referem às obras que tratam das tradições, costumes, o folclore, o regionalismo, as paisagens e às revoltas, guerras e revoluções.

As obras deste período giram em torno de personagens heroicos que se eternizaram nos épicos literários da região fronteiriça platina. O autor Simões Lopes Neto, por exemplo, faz parte desta fase.

Por outro lado, quando se fala de “literatura riograndense”, o campo de estudos é mais abrangente e se caracteriza especialmente por obras decorrentes do Partenon Literário do Século XIX e da produção do século XX. 

Aqui se destaca a cena urbana de Porto Alegre, Caxias do Sul, São Leopoldo e Pelotas, por exemplo, assim como a diversidade ampla de todo o estado, sem apego às tradições e à história do pampa e das fronteiras.

2 – O Partenon Literário no Rio Grande do Sul 

Em 1868, Porto Alegre viu o início de um movimento cultural que deu uma guinada na história artística e cultural do Rio Grande do Sul. 

Artistas, escritores, professores e intelectuais que se alinhavam com o abolicionismo e as ideias republicanas se aglutinaram em torno da criação de um jornal chamado Partenon Literário.

A difusão das novas ideias, tanto locais quanto alinhadas com o que acontecia nas vanguardas de São Paulo e do Rio de Janeiro, correu por todo o estado, abrindo espaço para novos conceitos, autores e experiências estéticas e de gênero literário.

Caldre Fião, com o livro “A Divina Pastora”, e Apolinário Porto Alegre, com o “O vaqueano”, foram os destaques desta época do Parthenon Litterário, caracterizada pelo Romantismo. Entenda melhor com o vídeo acima, apresentado pela professora Camila Zuchetto Brambilla.

3 – Simões Lopes Neto

A principal característica da obra de Simões Lopes Neto (1865-1916) é ter feito no Rio Grande do Sul a passagem do Romantismo para uma literatura mais focada no cotidiano, ainda que refletindo o regionalismo e as tradições gaúchas.

Ele trouxe criatividade linguística, utilizando neologismos e a brutalidade da vida no campo, como Guimarães Rosa também o fez.

As principais obras de Simões Lopes Neto são os Contos Gauchescos e Lendas do Sul, com destaque para o clássico “Negrinho do Pastoreio”.

4 – Érico Veríssimo

Érico Veríssimo (1905-1975) é classificado como o maior autor riograndense. Com origem no interior do estado, ele migrou para a capital Porto Alegre e avançou com projeção especial na literatura brasileira.

Ele se destaca a partir da década de 1930, colocando as temáticas do Rio Grande do Sul no cenário nacional, com obras mais psicológicas e intimistas, nas quais os personagens mostram olhares particulares de ver o mundo.  

Depois, ele se volta para questões sociais em torno de clássicos que recuperaram a saga do Rio Grande do Sul, com o grande épico “O tempo e o vento”. Nesta obra, os personagens contam duzentos anos de história desde as guerras guaraníticas, passando pela revolução farroupilha, questões federativas, Primeira Guerra Mundial, revolução de 1930 com Getúlio Vargas, até 1945, com o final da segunda guerra. 

A obra de Veríssimo é diversa, e segue adiante com crítica social, comédia e ironia no livro Incidente em Antares (1970). Confira acima no resumo da professora Camila.

5 – Escritoras gaúchas dos séculos XX e XXI

A participação com maior destaque das mulheres dentro da literatura riograndense acontece a partir da segunda metade do Século XX, com Lya Luft, e explode no século XXI, com Martha Medeiros e Angélica Freitas. 

A poetisa Lya Luft (1938-2021) pode ser colocada como a primeira autora gaúcha com destaque nacional. Ela começou a vida literária escrevendo poemas na década de 1960 e publicando contos na década de 1970. 

Depois, veio a fase dos romances, a partir da década de 1980. Ela seguiu ativa até o início do século XXI, e surpreendeu com o livro “A Riqueza do Mundo”, publicado em 2011, quando tocou em temas do mundo digital e as dissociações vividas pela sociedade. 

Martha Medeiros nasceu em 1961 e é a cronista de maior destaque contemporâneo, com presença em jornais e portais de internet com frequência semanal. Os temas cotidianos que ela aborda também mergulham em temas mais profundos, chegando a virar séries de TV e filmes.  As adaptações são feitas a partir de seus livros de maior sucesso: Divã, Doidas e Santas e Feliz Por Nada.

Angélica Freitas nasceu em 1973 e é uma poeta da cidade de Pelotas, que trabalha com um estilo fragmentado, dissociado da obediência da métrica e da rima. Ela fala da vida da mulher até então mascarada pela história, como a submissão e a violência.

Muitos poemas de Angélica Freitas foram musicados por Vitor Ramil, resultando no disco “Avenida Angélica”, lançado em 2022.

6 – Caio Fernando Abreu

Caio Fernando Abreu nasceu no Chile, em 1948, e fez carreira no Brasil. Inicialmente em jornais e revistas, escrevendo crônicas, ele fez parte da equipe da geração de escritores da poesia marginal nas décadas de 1960 e 1970. Também trabalhou na revista Veja e no Jornal Zero Hora. Seu primeiro livro, de contos, foi “Inventário do ir-remediável”, em 1970.

Doze anos depois, em 1982, ele publica sua obra mais consagrada – “Morangos Mofados”. A coletânea de contos registra de maneira intimista a angústia e a discriminação sofrida pelos dissidentes da hegemonia política, da moral e dos “bons costumes”, que marcavam os dilemas daquela geração.

O único romance publicado por Caio Fernando de Abreu chegou em 1990, e se chama “Onde andará Dulce Veiga?”. Veja agora no resumo da professora Camila.

7 – Luís Fernando Veríssimo

A característica principal de Luís Fernando Veríssimo é a concisão, com uma linguagem que vai direto ao ponto. O estilo também é famoso pelo bom humor e ironia. Veríssimo, como ficou conhecido, é filho de Érico Veríssimo com Mafalda Volpe, e nasceu em 1936. 

Ele criou os personagens “as cobras”, que estamparam tirinhas de quadrinhos em jornais de todo o país. Além da vida de cronista e de humorista, Veríssimo também desenvolveu uma obra literária de romances contemporâneos orientados para a análise de relações pessoais e da política do Brasil. 

Luís Fernando Veríssimo é um autor frequente nas provas do Enem e dos vestibulares. As questões apresentam trechos de crônicas, romances, tirinhas ou de livros infanto-juvenis. É importante destacar que os enunciados cobram, principalmente, interpretação de textos

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