MEC anuncia mudanças no Enem 2026
O Enem terá mudanças em 2026, com alinhamento ao Novo Ensino Médio, ampliação do uso da nota, expansão ao Mercosul e certificação.
Se você está de olho no Enem, já pode se preparar: 2026 será um ano de mudanças profundas. O MEC e o Inep anunciaram uma reformulação que altera desde a estrutura da prova até as regras de uso da nota, e até a forma como o Enem se relaciona com o Novo Ensino Médio. Tem novidade no SiSU, na certificação, na matriz de referência e até a possibilidade de aplicação no Mercosul.
O exame passa por uma atualização ampla, que envolve ajustes pedagógicos, logísticos e regulatórios. E, para quem vai fazer a prova ou trabalha com educação, entender esse pacote de mudanças é essencial.
Bora saber mais sobre isso?
Enem como avaliador do Ensino Médio
A decisão de tornar o Enem o principal avaliador da Educação Básica surge da fragilidade do atual Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Criado em 1990, ele avalia:
- desempenho dos alunos
- formação de professores
- infraestrutura escolar
- condições de ensino
Apesar de sua relevância, o Saeb enfrentava baixa adesão de alunos do 3º ano, o que prejudicava a confiabilidade dos resultados.
O Enem, por outro lado, tem adesão massiva porque influencia diretamente o acesso ao ensino superior (SiSU, ProUni). Isso garante um diagnóstico mais fiel das aprendizagens reais dos estudantes.
O Ministro Camilo Santana confirmou: se o aluno se dedica à prova, o diagnóstico educacional é mais preciso. Com isso, o governo terá dados mais robustos para medir desigualdades e orientar políticas públicas.
Adequação à Lei do Novo Ensino Médio
O Enem 2026 será totalmente reformulado para atender ao Novo Ensino Médio (Lei nº 14.945/2024). A prova será baseada exclusivamente nas competências e habilidades da Formação Geral Básica (FGB), o núcleo comum obrigatório do currículo.
O que muda na avaliação:
| Área avaliada | Status | Detalhes |
| Formação Geral Básica (FGB) | Será cobrada (100%) | O Enem 2026 será baseado exclusivamente nas habilidades da BNCC. Questões serão 100% alinhadas ao núcleo comum obrigatório do currículo. |
| Itinerários Formativos (IFAs) | Ficarão de fora | Os IFAs (parte flexível) não serão avaliados. O MEC justifica que a grande variedade e desigualdade na implementação dos Itinerários inviabilizaria uma avaliação justa e padronizada. |
Por que isso muda o comportamento das escolas?
Essa exclusão dos IFAs tem um impacto imediato. O chamado “efeito backwash“ prevê que, como a FGB é o que definirá o desempenho da escola no Enem, o foco dos recursos e do planejamento curricular deve se concentrar na Formação Geral Básica, potencialmente diminuindo a importância prática dos Itinerários Formativos para os alunos.
O que muda na prática?
- o governo vai conseguir avaliar desigualdade educacional com mais precisão
- o Enem passa a refletir a formação real dos alunos
- o Saeb deixa de ser usado para medir o ensino médio
A mudança é grande, mas tende a tornar os dados educacionais mais confiáveis.
O problema: a nova Matriz de Referência ainda não foi publicada
A matriz atual do Enem é de 2009 (anterior à BNCC) e já não dialoga totalmente com o currículo vigente. O Inep ainda não divulgou a nova matriz alinhada à BNCC, o que gera insegurança entre professores e escolas. Isso gera preocupação: sem matriz oficial, professores não sabem exatamente o que será cobrado.
Essa é uma das definições mais aguardadas para 2025, pois será ela que determinará exatamente o que será cobrado no Enem 2026.
Expansão do Enem para o Mercosul
O ministro Camilo Santana anunciou que o Inep está estudando aplicar o Enem em cidades estratégicas do Mercosul: Buenos Aires (Argentina), Montevidéu (Uruguai) e Assunção (Paraguai).
A proposta atenderá:
- brasileiros residentes nesses países
- estrangeiros interessados em usar a nota para ingressar em universidades públicas brasileiras pelo SiSU
A prova seria aplicada em português, e o Inep avalia o uso do formato digital para facilitar a operação e aumentar a segurança.
O objetivo central é ampliar o acesso às universidades brasileiras para estudantes do Mercosul e fortalecer a integração regional. A iniciativa também dialoga com a previsão de conclusão da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) em 2026.
A expansão ainda não está confirmada. Estudos de viabilidade técnica, logística e financeira serão concluídos até o primeiro semestre de 2026. A decisão final será incluída no edital do Enem 2026.
SiSU passa a aceitar a nota de três Enems anteriores
A partir de 2026, o candidato poderá usar sua melhor nota das três últimas edições do Enem para concorrer às vagas do SiSU.
Os objetivos da mudança são:
- reduzir a pressão psicológica sobre os alunos do 3º ano
- permitir que treineiros do 1º e 2º anos participem da prova com mais seriedade
- ampliar as chances de ingresso no ensino superior
Retomada da certificação de Ensino Médio
O Enem volta a assumir oficialmente a função de certificar a conclusão do Ensino Médio para quem atingir o desempenho mínimo exigido. Embora essa atribuição estivesse concentrada no Encceja nos últimos anos, sua retomada pelo Enem oferece uma forma adicional (e de grande credibilidade) para jovens e adultos obterem o diploma.
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