As três faces da obra de Monteiro Lobato. Para as crianças, O Sítio do Pica-pau Amarelo. Para os adultos, a defesa da indústria nacional. E, a crítica cultural no “Jeca-tatu”
A polêmica sempre esteve ao lado da obra de Monteiro Lobato. Na Semana de Arte Moderna, de 1922, ele escreveu uma crítica contra a pintura revolucionária de Anita Malfati, que ainda era incompreendida. Na Era Vargas bateu-se contra o presidente Getúlio porque defendia a exploração de petróleo no Brasil.
E, mesmo depois de morto, segue na polêmica pelo conteúdo e formas de representar personagens da sua obra clássica O Sítio do pica-pau amarelo. As críticas surgiram após o ano 2000, com releituras críticas da forma como ele retratou a cozinheira negra Tia Nastácia, e de passagens de como a ela se referiram outros personagens em relação à sua cor e o jeito de ser.
José Bento Monteiro Lobato (1882-1948) nasceu em Taubaté, interior de São Paulo, em 1882. Seu avô materno, Visconde de Tremembé, era dono de uma biblioteca imensa, da qual Lobato tirava bastante proveito. E foi nessa biblioteca que o menino José teve acesso a inúmeras obras de literatura infantojuvenil.
Após perder os pais na adolescência, decidiu estudar Belas-Artes. Contudo, para gerenciar os negócios do avô, foi levado por este a fazer Direito no Largo São Francisco. Nesse período, já contribuía para diversos jornais em Taubaté e em São Paulo, com caricaturas e algumas crônicas.
Na faculdade, participou do grupo Arcádia Literária e Minarete, iniciando as suas incursões no mundo literário. Ele foi homenageado com uma cidade inteira com o seu nome, o município de Monteiro Lobato, também em São Paulo, na Serra da Mantiqueira. As marcas da obra de Monteiro Lobato na literatura brasileira estão gravadas para sempre.
As diversas faces da obra de Monteiro Lobato
Ele tem a dimensão das obras infantis, com uma imensa coleção com mais de vinte volumes com os diferentes personagens de O Sitio do pica-pau amarelo. Tem a dimensão das obras de busca de políticas de desenvolvimento para o país, orientando para a escolarização da população e para a industrialização.
E, tem ainda a dimensão cultural, criando, ao seu olhar, uma visão crítica das vidas sem horizontes, representada no personagem Jeca-Tatu. Ou seja, Monteiro Lobato não apenas escreveu uma grande obra, como ele é, em si, um personagem da nossa história.
Resumo sobre a obra literária de Monteiro Lobato
Antes de você fazer o simulado, veja uma aula especial, simples e rápida, com a professora Camila, sobre a vida e a obra do polêmico Monteiro Lobato. Vamos começar pelo Sítio do pica-pau amarelo. Tem a Dona Benta, a boneca Emília, Pedrinho, Narizinho, Tia Nastácia, a Cuca, o Visconde de Sabugosa, o Saci e muitos mais. Veja:
Uma delícia essa aula da Professora Camila. Um show, mesmo!
Olha só o que a professora Camila ensina sobre Lobato e o Sítio do Pica-pau Amarelo:
Foi com uma obra autoral, genuinamente brasileira e voltada ao público infanto-juvenil que o nome de Monteiro Lobato se consagrou na Literatura Brasileira. Trata-se de O Sítio do Picapau Amarelo, uma obra que encantou e continua encantando gerações de leitores.
Além disso, muitos estudiosos da literatura nacional atribuem à obra de Monteiro Lobato o papel de fundador da literatura voltada ao público infanto-juvenil. Monteiro Lobato ganhou mais fama pela produção infantil do que por sua prosa adulta. De todas as histórias criadas, e foram muitas, o Sítio do Picapau Amarelo ganhou mais notoriedade.
O sítio do pica-pau amarelo
O autor inventou a Emília, uma boneca de pano que pensa e fala como gente grande; transformou um sabugo de milho em um sábio, o Visconde de Sabugosa; e, entre outras façanhas, trouxe para o sítio um rinoceronte.
Além deles, personagens como a Narizinho, o Pedrinho, o Marquês de Rabicó, a Dona Benta, o Conselheiro, a Tia Nastácia, o Tio Barnabé, o Saci e a Cuca surgem alternadamente ao longo da história.
Os personagens se envolvem em inúmeras aventuras ocasionadas por um certo pó mágico que lhes permite voltar a épocas passadas ou se transportar para o futuro. Além dessas peripécias, os personagens do sítio também participam de histórias folclóricas nacionais ou mitológicas.
Veja Lobato além da obra infanto-juvenil
Monteiro Lobaro foi bastante nacionalista e indignado com a exploração dos nossos recursos naturais. Ele desafiou Getúlio Vargas e lançou uma campanha para a extração do petróleo do Brasil, defendendo o bom uso dos recursos nacionais.
Isso esteve presente em sua obra, como em “O Escândalo do Petróleo”, de 1936, por meio do qual denunciou o mau governo das riquezas locais.
As polêmicas que hoje se vêem na obra de Lobato
Com os olhos de hoje, podemos observar que ele era nitidamente racista e isso se refletiu bastante em suas obras. Era defensor da eugenia, teoria científica muito famosa no fim do século XIX e início do século XX usada para justificar supremacia de uma raça sobra a outra.
Uma de suas obras mais importantes é o conjunto de contos intitulado “Urupês”, que foi publicado em 1918. Foi na época em que Getúlio Vargas comandava o Brasil que Monteiro Lobato discutiu temas políticos nacionais e a situação do homem trabalhador, em especial o do Vale do Paraíba.
Outro livro que marcou seus caminhos literários foi Cidades Mortas, de 1919. Em 1917, fundou a editora Monteiro Lobato & Cia, iniciando os primeiros trabalhos de edição e tradução. Esse era o começo de um movimento editorial nacional.
Simulado sobre a obra de Monteiro Lobato
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UFGD MS/2019)
Sobre esse excerto é do conto Negrinha, de Monteiro Lobato publicado em 1923, no livro homônimo.
NEGRINHA
Monteiro Lobato
Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta?? Não. Fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos de vida, vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre farrapos de esteira e panos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.
Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada pelos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo no céu. Entaladas as banhas no trono uma cadeira de balanço na sala de jantar, — ali bordava, recebendo as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora, em suma — “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o padre.
Ótima, a D. Inácia.
Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. Viúva sem filhos, não a calejara o choro da sua carne, e por isso não suportava o choro da carne escrava. Assim, mal vagia, longe na cozinha, a triste criança, gritava logo, nervosa:
— Quem é a peste que está chorando aí?
Quem havia de ser? A pia de lavar pratos?? O pilão?? A mãe da criminosa abafava a boquinha da filha e corria com ela para os fundos do quintal, torcendo-lhe em caminho beliscões desesperados:
— Cale a boca, peste do diabo!!
No entanto, aquele choro nunca vinha sem razão.
Fome quase sempre, ou frio, desses que entanguem pés e mãos e fazem-nos doer… (…)
Disponível em:
<https://www.portalsaofrancisco.com.br/literaturainfantil/ negrinha> Acesso em: 29 ago. 2018.Sobre esse conto, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UNIOESTE PR/2018)
Com base no texto abaixo, assinale a alternativa CORRETA.
“O fato mais importante de sua vida é sem dúvida votar no governo. […] Vota. Não sabe em quem, mas vota. […] O sentimento de pátria lhe é desconhecido. Não tem sequer a noção do país em que vive. […] Em matéria de civismo, não sobe de ponto. […] A sua medicina corre parelhas com o civismo. […] O veículo usual das drogas é sempre a pinga – meio honesto de render homenagem à deusa Cachaça. […] Só ele não fala, não canta, não ri, não ama.”
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UNIC MT/2018)
1 A sua medicina […] quantitativamente, assombra. 2 Da noite cerebral pirilampejam-lhe apozemas, cerotos, 3 arrobes e eletuários escapos à sagacidade cômica de 4 Mark Twain. […] A rede na qual dois homens levam à 5 cova as vítimas de semelhante farmacopeia é o 6 espetáculo mais triste da roça.
7 Quem aplica as mezinhas é o “curador”, um Eusébio 8 Macário de pé no chão e cérebro trancado como moita 9 de taquaruçu. O veículo usual das drogas é sempre a 10 pinga — meio honesto de render homenagem à deusa 11 Cachaça, divindade que entre eles ainda não encontrou 12 heréticos.
13 Doenças hajam que remédios não faltam.
14 Para bronquite, é infalível cuspir o doente na boca 15 de um peixe vivo e soltá-lo: o mal se vai com o peixe 16 água abaixo…
17 […] O específico da brotoeja consiste em 18 cozimento de beiço de pote para lavagens. Ainda há 19 aqui um pormenor de monta; é preciso que antes do 20 banho a mãe do doente molhe na água a ponta de sua 21 trança. As brotoejas saram como por encanto.
22 Para dor de peito que “responde na cacunda”, 23 cataplasma de “jasmim de cachorro” é um porrete.
24 Além dessa alopatia, para a qual contribui tudo 25 quanto de mais repugnante e inócuo existe na natureza, 26 há a medicação simpática, baseada na influição 27 misteriosa de objetos, palavras e atos sobre o corpo 28 humano. […]
29 A posse de certos objetos confere dotes 30 sobrenaturais. A invulnerabilidade às facadas ou cargas 31 de chumbo é obtida graças à flor da samambaia.
[…]
32 Todos os volumes do Larousse não bastariam para 33 catalogar-lhes as crendices, e como não há linhas 34 divisórias entre essas e a religião, confundem-se ambas 35 em maranhada teia, não havendo distinguir onde para 36 uma e começa outra.
LOBATO, Monteiro. Urupés. Disponível
em: <books.google.com.br/ books2od=e
Btwl.s9uj9EC>. Acesso em: 25 nov. 2017.Na descrição que Monteiro Lobato faz da “Medicina da roça”, na obra “Urupês”, que lança o famoso Jeca Tatu, é possível compreender a visão do autor sobre essa prática em
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UNIRG TO/2017)
Leia o fragmento do conto Negrinha, de Monteiro Lobato (2008, p. 3):
“Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora, em suma — ‘dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral’, dizia o reverendo. Ótima, a dona Inácia.”
O fragmento apresentado e o desenrolar do conto são evidências de que o narrador
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(Mackenzie SP/2015)
01 Morreu Peri, incomparável idealização dum homem natural como o 02 sonhava Rousseau, protótipo de tantas perfeições humanas que no 03 romance, ombro a ombro com altos tipos civilizados, a todos sobreleva 04 em beleza d’alma e corpo.
05 Contrapôs-lhe a cruel etnologia dos sertanistas modernos um 06 selvagem real, feio e brutesco, anguloso e desinteressante, tão 07 incapaz, muscularmente, de arrancar uma palmeira, como incapaz, 08 moralmente, de amar Ceci.
09 […]
10 Não morreu, todavia.
11 Evoluiu.
12 O indianismo está de novo a deitar copa, de nome mudado. Crismouse 13 de “caboclismo”. O cocar de penas de arara passou a chapéu de 14 palha rebatido à testa; a ocara virou rancho de sapé; o tacape afilou, 15 criou gatilho, deitou ouvido e é hoje espingarda trochada; o boré 16 descaiu lamentavelmente para pio de inambu; a tanga ascendeu a 17 camisa aberta ao peito.
18 Mas o substrato psíquico não mudou: orgulho indomável, 19 independência, fidalguia, coragem, virilidade heroica, todo o recheio, 20 em suma, sem faltar uma azeitona, dos Peris e Ubirajaras.
21 Este setembrino rebrotar duma arte morta inda se não desbagoou 22 de todos os frutos. Terá o seu “I Juca Pirama”, o seu “Canto do Piaga” 23 e talvez dê ópera lírica.
24 […]
25 Porque a verdade nua manda dizer que entre as raças de variado 26 matiz, formadoras da nacionalidade e metidas entre o estrangeiro 27 recente e o aborígene de tabuinha do beiço, uma existe a vegetar 28 de cócoras, incapaz de evolução, impenetrável ao progresso. Feia e 29 sorna, nada a põe de pé.
Monteiro Lobato, “Urupês”.
Vocabulário:
boré (Ref. 15): trombeta de bambu usada pelos índios.
inambu (Ref. 16): ave desprovida completamente ou quase completamente de cauda.
ocara (Ref. 14): choupana de índios do Brasil.
sorna (Ref. 29): indolente, inerte.
trochada (Ref. 15): cano de espingarda que foi torcido para tornar-se reforçado.
Assinale a alternativa INCORRETA a respeito da produção literária de Monteiro Lobato:
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(PUCCamp SP/2015)
A Semana de Arte Moderna, evento realizado em 1922, teve como uma de suas motivações iniciais a exposição de ……, que entusiasmou um dos mentores modernistas, ……, mas provocou um artigo crítico extremamente ácido de …… .
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UEFS BA/2014)
1 Zé Brasil era um pobre coitado. Nasceu e sempre 2 viveu em casebres de sapé e barro, desses de chão 3 batido e sem mobília nenhuma… Nem cama tinha. Livros, 4 só folhinhas – para ver as luas e se ia chover ou não, e 5 aquele livrinho do Fontoura com a história do Jeca Tatu. 6 Coitado desse Jeca! dizia Zé Brasil, olhando para aquelas 7 figuras. Tal qual eu. Tudo que ele tinha, eu também tenho.
8 A vida de Zé Brasil era a mais simples. Levantar de 9 madrugada, tomar um cafezinho ralo (“escolha” com 10 rapadura), com farinha de milho (quando tinha) e ir para 11 a roça pegar no cabo da enxada. O almoço ele o comia 12 lá mesmo, levado pela mulher; arroz com feijão e farinha 13 de mandioca, às vezes um torresmo ou um pedacinho 14 de carne seca para enfeitar. Depois cabo da enxada 15 outra vez, até a hora do café do meio-dia. E novamente 16 a enxada, quando não a foice ou o machado. A luta com 17 a terra sempre foi brava.
18 A gente da cidade – como são cegas as gentes 19 das cidades!… Esses doutores, esses escrevedores nos 20 jornais, esses deputados, paravam ali e era só crítica: 21 vadio, indolente, sem ambição, imprestável… não havia 22 o que não dissessem do Zé Brasil. Mas ninguém punha 23 atenção nas doenças que derreavam aquele pobre 24 homem – opilação, sezões, quanta verminose há, 25 malária. E cadê doutor? Cadê remédio? Cadê jeito? O 26 jeito era sempre o mesmo: sofrer sem um gemido e 27 ir trabalhando doente mesmo, até não aguentar mais e 28 cair como cavalo que afrouxa. E morrer na velha 29 esteira – e feliz se houver por ali alguma rede em que o 30 corpo vá para o cemitério, senão vai amarrado com cipó.
31 Mas você morre, Zé, e sua alma vai para o céu, 32 disse um dia o padre – e Zé duvidou. Está aí uma coisa 33 que só vendo! Minha ideia é que nem deixam minha alma 34 entrar no céu. Tocam ela de lá, como aqui, na vida, o coronel 35 Tatuíra já me tocou das terras dele.
LOBATO. Monteiro. In: LAJOLO, Marisa (org.).
Literatura Comentada. 2. ed. São Paulo: Nova Cultural,
1988. p. 123. Adaptado.Monteiro Lobato, na construção da figura de “Zé Brasil”, ressignifica a imagem da personagem-símbolo “Jeca Tatu”, que é apresentado como preguiçoso, indolente. Essa visão traduzia o lugar ideológico do Monteiro Lobato fazendeiro, descontente e decepcionado com o insucesso de suas iniciativas agrícolas nas terras já esgotadas, herdadas do avô.
A principal mudança na percepção de Monteiro Lobato em relação ao homem do campo é percebida por meio da tese de que Zé Brasil,
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(Mackenzie SP/2015)
01 Morreu Peri, incomparável idealização dum homem natural como o 02 sonhava Rousseau, protótipo de tantas perfeições humanas que no 03 romance, ombro a ombro com altos tipos civilizados, a todos sobreleva 04 em beleza d’alma e corpo.
05 Contrapôs-lhe a cruel etnologia dos sertanistas modernos um 06 selvagem real, feio e brutesco, anguloso e desinteressante, tão 07 incapaz, muscularmente, de arrancar uma palmeira, como incapaz, 08 moralmente, de amar Ceci.
09 […]
10 Não morreu, todavia.
11 Evoluiu.
12 O indianismo está de novo a deitar copa, de nome mudado. Crismouse 13 de “caboclismo”. O cocar de penas de arara passou a chapéu de 14 palha rebatido à testa; a ocara virou rancho de sapé; o tacape afilou, 15 criou gatilho, deitou ouvido e é hoje espingarda trochada; o boré 16 descaiu lamentavelmente para pio de inambu; a tanga ascendeu a 17 camisa aberta ao peito.
18 Mas o substrato psíquico não mudou: orgulho indomável, 19 independência, fidalguia, coragem, virilidade heroica, todo o recheio, 20 em suma, sem faltar uma azeitona, dos Peris e Ubirajaras.
21 Este setembrino rebrotar duma arte morta inda se não desbagoou 22 de todos os frutos. Terá o seu “I Juca Pirama”, o seu “Canto do Piaga” 23 e talvez dê ópera lírica.
24 […]
25 Porque a verdade nua manda dizer que entre as raças de variado 26 matiz, formadoras da nacionalidade e metidas entre o estrangeiro 27 recente e o aborígene de tabuinha do beiço, uma existe a vegetar 28 de cócoras, incapaz de evolução, impenetrável ao progresso. Feia e 29 sorna, nada a põe de pé.
Monteiro Lobato, “Urupês”.
Vocabulário:
boré (Ref. 15): trombeta de bambu usada pelos índios.
inambu (Ref. 16): ave desprovida completamente ou quase completamente de cauda.
ocara (Ref. 14): choupana de índios do Brasil.
sorna (Ref. 29): indolente, inerte.
trochada (Ref. 15): cano de espingarda que foi torcido para tornar-se reforçado.
Tendo como base o recorte do conto “Urupês”, pode-se afirmar que é condizente com a personagem criada por Monteiro Lobato APENAS o fragmento a seguir:
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(FGV /2010)
Monteiro Lobato antecipou algumas ideias defendidas pelos modernistas, mas também adotou posição contrária à arte moderna. Em sua obra, exemplificam essas atitudes antagônicas, respectivamente, a
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(Mackenzie SP/2015)
01 Morreu Peri, incomparável idealização dum homem natural como o 02 sonhava Rousseau, protótipo de tantas perfeições humanas que no 03 romance, ombro a ombro com altos tipos civilizados, a todos sobreleva 04 em beleza d’alma e corpo.
05 Contrapôs-lhe a cruel etnologia dos sertanistas modernos um 06 selvagem real, feio e brutesco, anguloso e desinteressante, tão 07 incapaz, muscularmente, de arrancar uma palmeira, como incapaz, 08 moralmente, de amar Ceci.
09 […]
10 Não morreu, todavia.
11 Evoluiu.
12 O indianismo está de novo a deitar copa, de nome mudado. Crismouse 13 de “caboclismo”. O cocar de penas de arara passou a chapéu de 14 palha rebatido à testa; a ocara virou rancho de sapé; o tacape afilou, 15 criou gatilho, deitou ouvido e é hoje espingarda trochada; o boré 16 descaiu lamentavelmente para pio de inambu; a tanga ascendeu a 17 camisa aberta ao peito.
18 Mas o substrato psíquico não mudou: orgulho indomável, 19 independência, fidalguia, coragem, virilidade heroica, todo o recheio, 20 em suma, sem faltar uma azeitona, dos Peris e Ubirajaras.
21 Este setembrino rebrotar duma arte morta inda se não desbagoou 22 de todos os frutos. Terá o seu “I Juca Pirama”, o seu “Canto do Piaga” 23 e talvez dê ópera lírica.
24 […]
25 Porque a verdade nua manda dizer que entre as raças de variado 26 matiz, formadoras da nacionalidade e metidas entre o estrangeiro 27 recente e o aborígene de tabuinha do beiço, uma existe a vegetar 28 de cócoras, incapaz de evolução, impenetrável ao progresso. Feia e 29 sorna, nada a põe de pé.
Monteiro Lobato, “Urupês”.
Vocabulário:
boré (Ref. 15): trombeta de bambu usada pelos índios.
inambu (Ref. 16): ave desprovida completamente ou quase completamente de cauda.
ocara (Ref. 14): choupana de índios do Brasil.
sorna (Ref. 29): indolente, inerte.
trochada (Ref. 15): cano de espingarda que foi torcido para tornar-se reforçado.
Assinale a alternativa que não pode ser relacionada a Monteiro Lobato e sua obra:
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