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Mulheres compõem 60% dos inscritos no Enem

O Enem 2025 confirma a liderança feminina no ensino superior, mas desigualdades raciais e desafios no mercado de trabalho ainda persistem.


O Enem 2025 já tem seus números fechados — e eles contam uma história interessante. Entre os mais de 4,8 milhões de inscritos, 60,06% são mulheres. Esse dado não é apenas uma curiosidade: ele mostra como as mulheres têm liderado, de forma consistente, a corrida pelo ensino superior no Brasil.

E essa não é a primeira vez que isso acontece. Em 2024, elas também foram maioria (60,59%). Em 2020? A mesma coisa: 60%. Essa liderança não é um acaso, mas sim uma tendência que vem se consolidando há anos, tanto no Enem quanto nas universidades.

Um raio-X dos candidatos

O Inep, responsável pela aplicação do exame, divulgou um perfil detalhado dos participantes deste ano. Dá uma olhada nos principais números:

  • Total de inscrições confirmadas: 4.811.338
  • Crescimento: +11,63% em relação a 2024 e +20% em relação a 2023
  • Gênero: Mulheres (60,06%) e homens (39,94%)
  • Raça/Cor: Pardos (2.146.184), brancos (1.903.041), pretos (603.104), amarelos (67.203) e indígenas (37.489) — com destaque para um aumento de 89% entre os indígenas.
  • Idade: A maioria tem 17 anos (1.081.120 inscritos), mas também há candidatos com mais de 60 anos (109.779), mostrando que nunca é tarde para recomeçar.

Além de revelar quem está disputando uma vaga no ensino superior, esses dados também ajudam a entender as mudanças sociais que vêm acontecendo no país.

Por que essa liderança feminina importa?

Não é de hoje que as mulheres vêm ocupando espaço na educação: em 2023, representavam 59,1% das matrículas no ensino superior. No ensino médio e até na EJA, elas também são maioria. Isso mostra um movimento consistente de busca por conhecimento e por mais oportunidades.

Mas esse avanço não significa que todos os desafios foram superados. Quando olhamos para dentro desses números, aparecem desigualdades importantes. Mulheres negras, por exemplo, ainda têm menos acesso à universidade do que mulheres brancas — 14,7% contra 29%, segundo dados recentes.

E depois do diploma?

Mesmo com essa liderança na educação, as mulheres ainda enfrentam barreiras no mercado de trabalho. A diferença salarial continua alta: em média, elas ganham 21% a menos que os homens. Em cargos de liderança, ocupam apenas 39% das posições. E quando o assunto é carreira em áreas de alta remuneração, como tecnologia e engenharia, o número cai ainda mais: só 22% das formadas atuam nesses setores.

Por quê? Uma parte disso está ligada à chamada “dupla jornada” — elas dedicam muito mais tempo às tarefas domésticas e ao cuidado da família do que os homens. Resultado: menos tempo e menos oportunidades para crescer profissionalmente.

Autor(a) Luana Beatriz dos Santos

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Luana Beatriz dos Santos -

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