Dois movimentos literários que sempre caem nas provas. Confira o resumo e depois veja o que você já sabe para o Enem nos temas do Realismo e do Naturalismo.
Estes conteúdos caem nas questões de Literatura Brasileira, com destaque para Machado de Assis no Realismo, e destaque para Aloísio de Azevedo no naturalismo.
Machado de Assis, além de escrever romances clássicos retratando com fina ironia como era vida no Brasil no período final do Império e a transição para a República, fundou a Academia Brasileira de Letras.
O que é o Realismo?
Veja agora com a professora Camila Zichetto Brambilla, do canal do Curso Enem gratuito, uma introdução completa sobre o Realismo na literatura brasileira.
Entre os clássicos de Machado de Assis estão livros Memórias póstumas de Brás Cubas (1891); Dom Casmurro (1899), Quincas Berro D’água (1891), entre outros.
O Realismo na obra de Machado de Assis
Os personagens de Machado que entraram de cheio para a história da Literatura Brasileira foram Capitu, a esposa aparentemente dissimulada do ciumento Bentinho, retratado em Dom Casmurro em sua eterna dúvida sobre a fidelidade da companheira e sobre a paternidade do filho Ezequiel.
Veja no resumo da professora Camila:
Como você acompanhou no resumo da professora Camila, a eterna suspeita do marido Bentinho em relação à bela Capitu residia principalmente em que ele,Bentinho, enxergava semelhanças na fisionomia e no comportamento do filho com o amigo Escobar.
Esta trama de Machado de Assis eternizou a obra e os personagens. As insinuações de um possível e secreto romance entre Escobar e Capitu atormentavam a mente de Bentinho. Um clássico.
O Naturalismo na Literatura Brasileira
Veja com a professora Camila Branbilla, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo rápido sobre o Naturalismo.
O movimento literário do Naturalismo ocorreu praticamente ao mesmo tempo em que se desenrolava o Realismo no Brasil. Os temas do cotidiano entraram nas obras, principalmente com uma vertente crítica ao conservadorismo e ao preconceito racial.
Aloísio de Azevedo destacou-se na Literatura Naturalista com as obras O Mulato (1881), e Cortiço (1890).
Antes de responder ao Simulado, veja aqui uma revisão completa sobre o Realismo e o Naturalismo na Literatura Brasileira.
Realismo e Naturalismo – Simulado
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UERN/2015)
Machado de Assis, expoente do Realismo no Brasil, revela com uma ironia genial a complexidade humana e suas misérias como: dissimulação, hipocrisia, consciência moral instável etc. Na tirinha apresentada, é possível estabelecer uma aproximação de sentido de acordo com a temática machadiana, pois,
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(PUC MG/2015)
Tinham passado três anos quando conheceu Jorge. Ao princípio não lhe agradou. Não gostava dos homens barbados; depois percebeu que era a primeira barba, fina, rente, muito macia decerto; começou a admirar os seus olhos, a sua frescura. E sem o amar sentia ao pé dele como uma fraqueza, uma dependência e uma quebreira, uma vontade de adormecer encostada ao seu ombro, e de ficar assim muitos anos, confortável, sem receio de nada. Que sensação quando ele lhe disse: ‘Vamos casar, hein!’ Viu de repente o rosto barbado, com os olhos muito luzidios, sobre o mesmo travesseiro, ao pé do seu! Fez-se escarlate. Jorge tinha-lhe tomado a mão; ela sentia o calor daquela palma larga penetrá-la, tomar posse dela; disse que sim; ficou como idiota, e sentia debaixo do vestido de merino dilatarem-se docemente os seus seios. Estava noiva, enfim! Que alegria, que descanso para a mamã!
(QUEIRÓS, Eça. O primo Basílio. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/ texto/ua00087a.pdf>. Acesso em: 01 jul. 2014).Eça de Queirós é um dos principais nomes do Realismo na literatura portuguesa. No trecho citado, destaca-se na caracterização da personagem feminina:
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(PUC MG/2015)
Integra o ideário estético do Realismo literário:
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(PUC MG/2015)
— Agora, que sei o que é amar, direi a meu pai que já não quero o Manecão.
— E se ele insistir?
— Hei de chorar… chorar muito…
— Lágrimas, muitas vezes, de nada servem.
— Mas tenho cá comigo outro recurso…
— Qual é? perguntou Cirino.
— Morrer!
— Não! Há outros… hei de dizer-lhe…
Tomou Inocência ar grave e meio ofendido.
— Escute, Cirino, observou ela, nestes dias tenho aprendido muita coisa. Andava neste mundo e dele não conhecia maldade alguma… A paixão que tenho por mecê foi como uma luz que faiscou cá dentro de mim. Agora começo a enxergar melhor… Ninguém me disse nada; mas parece que a minha alma acordou para me avisar do que é bom e do que é mau… Sei que devo de ter medo de mecê porque pode botar-me a perder… Não formo juízo como, mas a minha honra e a de toda a minha família estão nas suas mãos… Inocência quis interromper Cirino.
— Deixe-me falar, deixe contar-lhe o que me enche o peito… Depois ficarei sossegada… Sou filha dos sertões; nunca morei em povoados, nunca li em livros, nem tive quem me ensinasse coisa alguma… Se eu o magoar, desculpe, será sem querer… Lembra-me que, há já um tempão, pararam aqui umas mulheres com uns homens e eu perguntei a papai por que é que ele não as mandava entrar cá para dentro, como é de costume com famílias… O pai me respondeu:
— Não, Nocência, são mulheres perdidas, de vida alegre. Fiquei muito assombrada.
— Mas, então, melhor, se são alegres hão de divertir-me.
— Aquilo é gente airada, sem-vergonha, secundou ele.
— Tive tanto dó delas que mecê não imagina. Depois fui espiar… caíam tontas no chão… pitavam e cantavam muito alto com modos tão feios, que me fizeram corar por elas! E são os homens que fazem ficar assim as coitadas!… Antes morrer… Parece-me que Nossa Senhora há de ter pena dos que amam… mas desampara com certeza os que erram… Se não houver outro remédio, temos que nos lembrar que as almas, quando se acaba tudo neste mundo, vão, pelos céus cheios de estrelas, passeando como num jardim… Se eu me finasse e mecê também, punha-se a minha alma a correr pelos ares, procurando a de mecê, procurando, procurando, e então nós dois, juntinhos íamos viajando ora para aqui, ora para ali, às vezes pelo carreiro de São Tiago, às vezes baixando a este ermo a ver onde é que botaram os nossos corpos… Não era tão bom?
Envolvida em sua pureza como num manto de bronze, entregava-se Inocência com exaltamento e sem reserva à força da paixão.
TAUNAY, Visconde de. Inocência. 19 ed., São Paulo: Ática, 1991.
Em sua definição de Realismo, o crítico Massaud Moisés destaca que os escritores realistas, em geral, “rechaçavam a Metafísica e a Teologia, em favor de uma visão científica da realidade, atenta mais ao ‘como’ que ao ‘porquê’ dos fenômenos”. No excerto do romance, traços dessa visão realista manifestam-se na
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(Fac. Direito de Sorocaba SP/2014)
Machado de Assis é o grande ficcionista do realismo brasileiro. Entre seus romances, destaca-se D. Casmurro cujo trecho apresenta- se em
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UERN/2014)
Machado de Assis, introdutor do Realismo no Brasil, demonstra em sua obra aspectos como determinismo, extrema ironia, busca da realidade interna, entre outros. No capítulo 11 de “Memórias póstumas de Brás Cubas”, o “autor-defunto” (ou “defunto-autor”) afirma após a descrição de uma cena em que haveria “quebrado a cabeça de uma escrava” quando ainda era uma criança: “Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros…, mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui;…” Tal passagem demonstra
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(ACAFE SC/2017)
“Diferentemente do Realismo e do Naturalismo, que se voltavam para o exame e para a crítica da realidade, o Parnasianismo representou na poesia um retorno ao clássico, com todos os seus ingredientes: o princípio do belo na arte, a busca do equilíbrio e da perfeição formal. Os parnasianos acreditavam que o sentido maior da arte reside nela mesma, em sua perfeição, e não na sua relação com o mundo exterior.”
(CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 334).
Sobre o Parnasianismo, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UNIRG TO/2016)
Em O Cortiço, Aluísio Azevedo reafirma a ideologia do Naturalismo e cumpre à risca alguns princípios cientificistas vigentes na segunda metade do século XIX.
Dentre as afirmativas a seguir, assinale aquela que não corresponde às propostas da Escola Naturalista:
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(FUVEST SP/2015)
E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.
Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.
Aluísio Azevedo, O cortiço.
Em que pese a oposição programática do Naturalismo ao Romantismo, verifica-se no excerto – e na obra a que pertence – a presença de uma linha de continuidade entre o movimento romântico e a corrente naturalista brasileira, a saber, a
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(Mackenzie SP/2014)
Texto I
Capítulo III
1 O zunzum chegava ao seu apogeu. A fábrica de massas italianas, ali 2 mesmo da vizinhança, começou a trabalhar, engrossando o barulho 3 com o seu arfar monótono de máquina a vapor. As corridas até à 4 venda reproduziam-se, transformando-se num verminar constante 5 de formigueiro assanhado. Agora, no lugar das bicas apinhavamse 6 latas de todos os feitios, sobressaindo as de querosene com um 7 braço de madeira em cima; sentia-se o trapejar da água caindo na 8 folha. Algumas lavadeiras enchiam já as suas tinas; outras estendiam 9 nos coradouros a roupa que ficara de molho. Principiava o trabalho. 10 Rompiam das gargantas os fados portugueses e as modinhas 11 brasileiras. Um carroção de lixo entrou com grande barulho de rodas 12 na pedra, seguido de uma algazarra medonha algaraviada pelo 13 carroceiro contra o burro.
Aluísio Azevedo, O Cortiço, 1890
Texto II
Sobre o Naturalismo, movimento ao qual é vinculado o autor brasileiro Aluísio Azevedo, é INCORRETO afirmar que
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