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10 temas que mais caem de Física no Enem

Descubra os 10 temas de Física mais cobrados no Enem e revise com explicações simples, exemplos práticos e dicas para garantir bons resultados.


Se tem uma matéria que costuma causar frio na barriga, é a Física. Mas a boa notícia é que o Enem segue padrões bem definidos e entender quais temas mais aparecem na prova já é meio caminho andado.

O segredo é perceber como a Física explica o mundo real: desde o funcionamento de uma lâmpada até o motivo de um avião conseguir voar ou o calor se espalhar em uma panela.

Neste texto, você vai encontrar os 10 tópicos de Física mais cobrados no Enem, explicados de forma clara e conectados ao cotidiano. A ideia é te ajudar a revisar com propósito, entendendo não só o “como”, mas principalmente o “por quê” por trás de cada fenômeno.

Conceitos básicos de velocidade

A cinemática é a parte da Física que estuda o movimento dos corpos, sem se preocupar com as forças que o provocam. Um dos conceitos mais importantes é o de velocidade média, que é calculada dividindo o deslocamento (ΔS) pelo intervalo de tempo (Δt).

Existem dois tipos principais de movimento que devem ser dominados:

  • Movimento Uniforme (M.U.): acontece quando a velocidade é constante, ou seja, a aceleração é nula. Nesse caso, a posição muda de forma linear ao longo do tempo.
  • Movimento Uniformemente Variado (M.U.V.): aqui, a aceleração é constante, o que faz a velocidade variar de forma uniforme. Para entender bem esse tipo de movimento, é essencial conhecer as funções horárias de posição e velocidade, que descrevem como o corpo se move.

Um ponto estratégico para o Enem é a interpretação de gráficos de movimento. Saber analisar a inclinação da curva em um gráfico de posição × tempo (S × t) para encontrar a velocidade, ou calcular a área sob a curva em um gráfico de velocidade × tempo (V × t) para determinar o deslocamento, pode facilitar (e muito!) a resolução de questões mais complexas de cinemática.

Leis de Newton

As leis de Newton são a base da dinâmica, a parte da Física que explica por que os corpos mudam seu estado de movimento ou repouso, analisando as forças envolvidas.

Primeira Lei (Inércia)

Diz que um corpo tende a manter o seu estado (seja parado ou em movimento retilíneo e uniforme) a menos que uma força resultante atue sobre ele.

Um exemplo prático é o uso do cinto de segurança: em uma freada brusca, o corpo tende a continuar em movimento, e o cinto impede que isso aconteça, ilustrando perfeitamente o conceito de inércia.

Segunda Lei (Princípio Fundamental)

É a lei mais usada em cálculos e mostra como a força, a massa e a aceleração se relacionam. A força resultante (FR) que age sobre um corpo é o produto da sua massa (m) pela aceleração (a):

A partir dela, estudamos forças específicas, como a força peso (P), que é a atração gravitacional da Terra sobre um corpo, calculada por:

Terceira Lei (Ação e Reação)

Afirma que para toda ação existe uma reação de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto, atuando em corpos diferentes.

O lançamento de um foguete é o exemplo clássico: os gases são expelidos para baixo (ação) e, como reação, surge uma força para cima, que impulsiona o foguete.

Energia mecânica

A energia mecânica (EM) é a soma de todas as formas de energia relacionadas ao movimento e à posição de um corpo no espaço. Ela reúne duas componentes principais:

  • Energia cinética (EC): está ligada à velocidade do corpo;
  • Energia potencial (EP): depende da posição, podendo ser gravitacional (relacionada à altura) ou elástica (associada à deformação de molas).

A relação entre elas é dada por:

Quando um sistema sofre apenas a ação de forças conservativas (como a força peso), a energia mecânica total se conserva, ou seja, permanece constante durante o movimento. Um bom exemplo é a queda livre ideal: à medida que o corpo cai, a energia potencial gravitacional vai se transformando em energia cinética, mas a soma total (EM) não muda.

No entanto, o Enem costuma cobrar situações em que há dissipação de energia. Nesse caso, entram em cena as forças dissipativas, como o atrito, que é a mais comum. Elas “roubam” parte da energia mecânica do sistema e a transformam em calor (energia térmica).

Por isso, é importante entender a análise de conversão de energia: quando toda a energia cinética e potencial inicial acaba virando calor, devido ao atrito ou à resistência do ar, até o movimento parar completamente. Esse tipo de situação é recorrente no Enem, pois conecta os temas de mecânica e termologia.

Termometria e dilatação térmica

A termometria estuda a temperatura e sua medição. A temperatura é uma medida do grau de agitação média das moléculas de um corpo. A dilatação térmica é a consequência macroscópica do aumento da agitação molecular, que se manifesta como o aumento das dimensões de um corpo aquecido.

Termometria e escalas

Você precisa saber converter temperaturas entre as três escalas principais:

  • Celsius (ºC)
  • Fahrenheit (ºF)
    Kelvin (K)

A escala Kelvin é a usada na ciência, pois é uma escala absoluta: nela, o zero (0 K) representa o mínimo de agitação molecular possível, conhecido como zero absoluto.

A conversão de Celsius para Kelvin é simples:

Um ponto essencial: a variação de temperatura em Celsius (ΔTC) é numericamente igual à variação em Kelvin (ΔTK).

Dilatação térmica

Dilatação dos sólidos

A dilatação pode ocorrer de três formas:

  • Linear: em objetos longos, como fios;
  • Superficial: em superfícies planas, como placas ou azulejos;
  • Volumétrica: em corpos tridimensionais, como blocos.

Na engenharia, esse conceito é aplicado de forma prática. Por exemplo, trilhos de trem e pisos de cerâmica possuem juntas de expansão (ou rejuntes) justamente para absorver as mudanças de tamanho causadas pelo calor.

Dilatação dos líquidos

Nos líquidos, a dilatação é volumétrica. Quando um líquido é aquecido dentro de um recipiente, o que parece “transbordar” é chamado de dilatação aparente, que nada mais é do que a dilatação real do líquido menos a dilatação do recipiente que o contém.

A dilatação anômala da água

Esse é um tema de grande importância e que costuma aparecer no Enem por sua relação com o meio ambiente.

A água tem um comportamento bem diferente da maioria das substâncias. Entre 0 ºC e 4 ºC, em vez de diminuir o volume ao resfriar, ela aumenta. Como consequência, sua densidade diminui.

Esse fenômeno é fundamental para a vida aquática: a água no fundo dos lagos se mantém a 4 ºC, enquanto o gelo, que é menos denso, flutua na superfície e forma uma camada isolante. Essa camada de gelo impede que a água abaixo congele, protegendo a vida dos organismos aquáticos e mantendo a biodiversidade mesmo em ambientes gelados.

Processos de condução de calor

O calor é a energia térmica em movimento, ou seja, é a energia que se transfere de um corpo para outro devido à diferença de temperatura entre eles.

No Enem, é comum aparecerem questões pedindo para diferenciar os três mecanismos de propagação do calor, principalmente em situações que envolvem isolamento térmico ou conforto ambiental. Vamos a eles:

MecanismoDefiniçãoMeio necessário?Exemplo
ConduçãoTransferência por vibração e contato direto das partículas, sem transporte de matéria.Sim (sólido, líquido, gás).A alça de metal de uma panela esquentando.
ConvecçãoTransferência por transporte de massa do fluido (formação de correntes de convecção).Sim (fluidos: líquidos e gases).Aquecimento de água em uma panela; funcionamento do ar-condicionado.
IrradiaçãoTransferência por ondas eletromagnéticas (principalmente infravermelho).Não (ocorre no vácuo).O aquecimento da Terra pelo Sol.

A irradiação é o único processo que ocorre no vácuo, o que explica como o calor do Sol chega até a Terra, mesmo atravessando o espaço sideral.

Já a convecção é essencial para entender a distribuição de temperatura em ambientes. Um bom exemplo é o ar-condicionado: ele é instalado na parte superior da sala porque o ar frio, mais denso, desce, empurrando o ar quente para cima. Esse movimento cria correntes de convecção, responsáveis por resfriar o ambiente de forma uniforme.

Ondulatória e acústica

As ondas são perturbações que se propagam transportando energia, mas sem levar a matéria consigo.

Existem várias formas de classificá-las, e o Enem costuma focar nas seguintes:

Quanto à natureza

  • Ondas mecânicas: precisam de um meio material para se propagar, como o som, que se espalha pelo ar.
  • Ondas eletromagnéticas: não precisam de meio, podendo se propagar no vácuo, como a luz.

Quanto à direção de vibração

  • Ondas transversais: a vibração ocorre perpendicularmente à direção de propagação (exemplo: a luz).
  • Ondas longitudinais: a vibração ocorre paralelamente à direção de propagação (exemplo: o som).

Fenômenos ondulatórios

O Enem explora com frequência os sete fenômenos ondulatórios, que descrevem como as ondas se comportam ao interagir com diferentes meios e obstáculos:

  • Reflexão: ocorre quando a onda retorna ao meio de origem após bater em uma superfície.
  • Refração: acontece quando a onda muda de meio, o que altera sua velocidade (por exemplo, quando a luz passa do ar para a água).
  • Difração: é a capacidade da onda de contornar obstáculos ou passar por aberturas estreitas. É por isso que conseguimos ouvir alguém do outro lado de um muro. Por exemplo, o som, por ter grande comprimento de onda, sofre difração facilmente.
  • Interferência: ocorre quando duas ondas se encontram, podendo aumentar a amplitude (interferência construtiva) ou diminuí-la (interferência destrutiva).
  • Ressonância: é o fenômeno em que um corpo absorve energia de forma máxima quando é atingido por uma onda com a mesma frequência natural de vibração, o que amplifica suas oscilações.
  • Polarização: é o fenômeno em que a direção de vibração das ondas transversais é restringida a um único plano. A luz polarizada é um exemplo: óculos escuros com lentes polarizadas reduzem reflexos justamente por filtrarem parte dessas vibrações.
  • Efeito Doppler: ocorre quando há movimento relativo entre a fonte e o observador. É o que faz o som de uma ambulância parecer mais agudo quando se aproxima e mais grave quando se afasta. O mesmo efeito é aplicado em radares e estudos astronômicos.

Refração

A refração acontece quando uma onda (como a luz) passa de um meio para outro, por exemplo, do ar para a água. Ao mudar de meio, a velocidade da onda se altera e, na maioria das vezes, sua direção também muda.

O fator que determina essa mudança é o índice de refração (n), que mede a “dificuldade” da propagação da luz em um dado material. Quanto maior o n, menor é a velocidade da luz nesse meio.

O estudo da refração é governado pela lei de Snell-Descartes, que estabelece a relação entre os índices de refração (Dn) e os ângulos de incidência e refração (θ):

A mudança na velocidade da luz é a razão por trás de fenômenos que a gente observa no dia a dia, como quando um canudo parece “torto” dentro de um copo d’água ou um objeto submerso parece mais próximo da superfície do que realmente está.

No Enem, a refração costuma aparecer tanto em situações tecnológicas (como lentes de óculos, câmeras e fibras ópticas) quanto em fenômenos naturais (como miragens no asfalto quente ou a profundidade aparente de piscinas). 

Corrente elétrica

A corrente elétrica (i) é o movimento ordenado de cargas elétricas em um condutor, impulsionado por uma diferença de potencial (tensão, U). Os conceitos centrais aqui são:

  • Tensão (U): medida em Volts (V), é como uma força ou “pressão” que empurra as cargas elétricas pelo circuito.
  • Corrente (i): medida em Ampères (A), indica o fluxo de cargas, ou seja, quantas cargas passam por um ponto do circuito em certo tempo.
  • Resistência (R): medida em Ohms (θ), representa a oposição à passagem da corrente, causada pelas propriedades do material.

Potência e segurança

O Enem costuma dar bastante atenção à potência elétrica (P), que representa a taxa de consumo de energia, ou, em termos simples, a rapidez com que a energia elétrica é usada.

Ela pode ser calculada de diferentes maneiras, dependendo das informações dadas:

Essas relações aparecem em questões que falam sobre o consumo de energia na conta de luz ou sobre o funcionamento e o dimensionamento de aparelhos elétricos.

Em termos de segurança, o Enem também aborda situações do cotidiano, como curto-circuitos ou o desarme de disjuntores. O disjuntor é um dispositivo de proteção que “desliga” automaticamente quando a corrente ultrapassa o limite seguro do circuito, algo que pode acontecer, por exemplo, quando um chuveiro elétrico é usado em alta potência e puxa uma corrente muito elevada.

1ª e 2ª Lei de Ohm

As leis de Ohm são como o alfabeto da eletricidade. É a partir delas que entendemos como a corrente elétrica se comporta em um circuito.

Primeira Lei de Ohm

Essa lei mostra a relação entre tensão (U), corrente (i) e resistência (R):

Em palavras simples: quanto maior a resistência, mais difícil é para a corrente passar e, portanto, é preciso uma tensão maior para fazê-la fluir. Essa relação vale para os chamados resistores ôhmicos, que mantêm sua resistência constante, como fios metálicos comuns.

Segunda Lei de Ohm

Já a segunda Lei de Ohm explica de que depende a resistência de um material.

Ela leva em conta a resistividade (ρ) do material, o comprimento (L) do fio e a área de seção transversal (A):

Ou seja: fios mais longos têm mais resistência, e fios mais grossos têm menos. É por isso que cabos elétricos finos esquentam mais. A corrente encontra mais dificuldade para passar.

Foco importante: associação de resistores

Saber como resistores se comportam em série e em paralelo é um dos temas mais cobrados no Enem.

  • Série: a corrente que passa por todos é a mesma, e a resistência total é a soma das resistências. Se um deles queimar, o circuito todo para de funcionar, como nas luzinhas antigas de Natal.
  • Paralelo: a tensão é igual em todos os ramos. Essa é a forma usada nas instalações elétricas das casas, pois, se uma lâmpada queimar, as outras continuam acesas normalmente.

Eletromagnetismo

O eletromagnetismo estuda como a eletricidade e o magnetismo estão ligados… literalmente. Toda vez que uma corrente elétrica passa por um fio, ela cria um campo magnético ao redor dele (lei de Ampère).

Mas o fenômeno mais importante aqui é a indução eletromagnética: base dos geradores, transformadores e praticamente de todo o sistema elétrico moderno.

  • Lei de Faraday: diz quanto de energia elétrica (força eletromotriz, ε) é gerada quando o campo magnético varia.
  • Lei de Lenz: mostra o sentido da corrente induzida, sempre oposto à mudança que a causou, uma forma da natureza conservar energia.

Graças a esses princípios, é possível gerar energia elétrica a partir do movimento, como nas turbinas das hidrelétricas, e ajustar tensões com transformadores para o transporte e uso seguro da eletricidade.

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Autor(a) Luana Santos

Sobre o(a) autor(a):

Luana Santos - Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, é redatora com foco em educação, produção de conteúdo para o Enem e vestibulares. Atualmente, integra a equipe da Rede Enem, onde cria materiais informativos e inspiradores para ajudar estudantes a alcançarem seus objetivos acadêmicos. Ama café, livros e uma boa conversa sobre educação.  

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