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Como os vencedores do Emmy podem te ajudar na redação do Enem?

Descubra como séries vencedoras do Emmy 2025 podem enriquecer sua redação do Enem, trazendo repertório cultural e argumentos atuais.


O Emmy 2025 agitou o último final de semana (14 de setembro) e marcou a história da televisão! E o que a gente faz com isso? A gente transforma a maratona das séries vencedoras em um atalho para a nota 1000 na redação do Enem! Acredite, isso é mais do que possível.

A Competência II do exame, que avalia o uso de repertório sociocultural, adora uma variedade de referências. Se você souber usar a cultura pop de forma inteligente e estratégica, vai mostrar ao corretor que está conectado com o mundo e pronto para argumentar sobre os mais diversos temas. Um exemplo perfeito disso é a vitória de Tramell Tillman por seu papel em Severance, que o consagrou como o primeiro ator negro a ganhar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante em Série de Drama, um momento histórico que reflete a importância de pautas raciais e de representatividade.

As séries premiadas refletem os dilemas do nosso tempo, e usar exemplos de produções aclamadas, como as que brilharam no Emmy 2025, é uma forma poderosa de enriquecer sua argumentação.

Bora lá?

O esgotamento do cuidado em The Pitt

The Pitt é um drama médico que vai muito além das histórias de hospital que a gente conhece. A série, dos mesmos criadores de E.R.: Plantão Médico, nos joga em um turno exaustivo de 15 horas na sala de emergência de um hospital fictício de Pittsburgh.

O protagonista, Dr. Michael “Robby” Robinavitch, é um médico que lida com as marcas da pandemia de COVID-19 enquanto tenta guiar sua equipe, que está à beira do colapso. A série mostra o lado cru da medicina, com profissionais esgotados e um sistema de saúde com poucos recursos.

A narrativa, que acontece quase em tempo real, mostra a exaustão física e mental dos médicos. No auge da primeira temporada, o Dr. Robby sofre um ataque de pânico, mostrando de forma dramática a Síndrome de Burnout, um esgotamento total ligado ao trabalho. A série é um retrato fiel da precarização da saúde pública, algo que ressoa bastante com o cenário do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, que mesmo sendo universal, enfrenta problemas como o subfinanciamento.

Como usar na redação

Você pode conectar The Pitt aos temas da falta de infraestrutura e o esgotamento dos trabalhadores mostram como o direito fundamental à saúde é comprometido.

Conectando com a filosofia

Você pode trazer o pensamento de Michel Foucault, que discutiu como os hospitais se transformaram em instituições para controlar e “purificar” a sociedade. The Pitt mostra uma atualização dessa ideia: o hospital se torna um lugar onde a saúde mental dos próprios profissionais é sacrificada em nome do sistema.

Trazendo a sociologia

A teoria da “modernidade líquida” de Zygmunt Bauman também se encaixa aqui. O burnout não é apenas uma falha individual, mas um sintoma de um sistema em que as relações de trabalho são frágeis e os trabalhadores se sentem cada vez mais sozinhos. No Brasil, somos o segundo país com mais casos de burnout, o que torna a série ainda mais relevante para a nossa realidade.

Crítica à indústria cultural em O Estúdio

O Estúdio é uma comédia premiada no Emmy 2025 que faz uma sátira afiada sobre a indústria de cinema de Hollywood. A série mostra o novo chefe de um estúdio, Matt Remick, que ama a arte, mas precisa lidar com a lógica implacável do mercado.

O protagonista se vê forçado a aprovar um filme de alto orçamento baseado na propriedade intelectual de um suco em pó, o Kool-Aid, enquanto sonha em produzir filmes de qualidade. A série usa o humor “sem noção” para mostrar o conflito entre a criação artística e a busca por lucro.

A produção é uma crítica à transformação da arte em mercadoria. A criatividade original é deixada de lado para dar lugar a fórmulas previsíveis que só visam maximizar os ganhos. Um dos episódios mais hilários mostra Matt tentando transformar um filme do Martin Scorsese sobre a tragédia de Jonestown em um filme da franquia Kool-Aid, o que expõe o absurdo dessa lógica. O mais irônico é que a própria série, que critica a indústria de streaming, é produzida e distribuída por uma delas!

Como usar na redação

Use a série para abordar temas como a mercantilização da cultura e o impacto das plataformas digitais.

Conectando com a filosofia

O conceito de “indústria cultural” de Adorno e Horkheimer é a base para a sua análise. Eles diziam que a arte foi cooptada pelo capitalismo, virando um produto feito para o consumo em massa. A série mostra isso ao retratar os executivos pensando em fórmulas para o sucesso, em vez de mérito artístico.

Trazendo a sociologia

Você também pode usar a teoria da “sociedade do espetáculo” de Guy Debord, que argumenta que a vida social se tornou uma grande acumulação de espetáculos. O Estúdio satiriza as festas e premiações de Hollywood para expor o vazio que se esconde por trás da “fantasia” que a indústria vende.

Desafios da Adolescência na era digital

A minissérie Adolescência, vencedora do Emmy 2025, chocou ao mostrar o brutal assassinato de uma adolescente por um colega de apenas 13 anos. A série foge do tradicional “quem fez?” e se concentra nos motivos e nos fatores sociais por trás de um crime tão violento. A narrativa investiga a vida do agressor, Jamie Miller, e, principalmente, sua vida online, para tentar entender as razões do crime.

A série aborda a radicalização juvenil na internet e a fragilidade da identidade adolescente. Ela explora a influência da “manosfera” e da cultura “incel” na formação da misoginia do jovem. Esses grupos online funcionam como “câmaras de eco”, validando sentimentos de exclusão e ressentimento, e são um vetor para a disseminação de ódio. A produção também mostra a pressão por aprovação e a masculinidade tóxica que é transmitida de pai para filho.

Como usar na redação

Essa série é um prato cheio para temas como a influência dos algoritmos na disseminação de conteúdo extremista e a criação de bolhas que isolam e radicalizam jovens.

Conectando com a sociologia

O conceito de “violência simbólica” de Pierre Bourdieu se encaixa perfeitamente aqui. Essa violência invisível reforça hierarquias e desigualdades, moldando a forma de agir de uma pessoa de forma inconsciente. A pressão do pai de Jamie para que ele se encaixe em uma masculinidade restritiva é um exemplo dessa violência.

Trazendo a tecnologia

A teoria da “sociedade em rede” de Manuel Castells é fundamental. A série mostra que a internet não é um espaço neutro, mas uma arena onde as dinâmicas de poder e a violência simbólica se manifestam e são amplificadas. A decisão da série de focar nos “porquês” em vez de no “quem” é o seu ponto mais forte. Ela argumenta que a violência não é só resultado de um “indivíduo cruel”, mas de falhas sistêmicas: traumas, pressões sociais e a falta de apoio adequado.

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Autor(a) Luana Santos

Sobre o(a) autor(a):

Luana Santos - Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, é redatora com foco em educação, produção de conteúdo para o Enem e vestibulares. Atualmente, integra a equipe da Rede Enem, onde cria materiais informativos e inspiradores para ajudar estudantes a alcançarem seus objetivos acadêmicos. Ama café, livros e uma boa conversa sobre educação.  

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