Confira no resumo sobre Platão o que o filósofo quis dizer com o Mito da Caverna, e aprenda a concepção dele sobre o mundo das ideias e o mundo dos sentidos. Esses assuntos são muito cobrados no Enem!
Platão é uma figura clássica da filosofia grega. Nascido em Atenas, no ano de 428 a.C., recebeu o nome de Arístocles. Mas, devido à sua composição física, tendo os ombros bastante largos, recebeu o apelido de Platão, que do grego, significa ombros largos.
Platão foi discípulo de Sócrates e, após a condenação e morte de seu professor em 399 a.C. (por acusações como “não acreditar nos costumes e deuses gregos), Platão ficou decepcionado com a democracia ateniense e passou a viajar por outras cidades.
A Filosofia de Platão
Retornou no ano de 387 a.C. a Atenas, fundou sua escola filosófica: a Academia. Sócrates morreu doze anos antes de Platão retornar para Atenas. Porém, um dado relevante sobre a dedicação de Platão a Sócrates é que praticamente tudo o que se sabe sobre o pensamento de Sócrates foi sistematizado por seu discípulo Platão.
A criação da Academia
Platão deu este nome à sua escola filosófica em homenagem a um legendário herói grego chamado de Academo. Até hoje usamos o termo Academia para as Universidades – veja: as matérias são chamadas de disciplinas acadêmicas e os estudantes são chamados de acadêmicos.
Além de propagar sua própria linha de pensamento com a demarcação entre o mundo das ideias, onde a perfeição seria possível, e o mundo dos sentidos, onde impera a percepção da realidade, a obra de Platão resgata o pensamento de Sócrates.
Platão e o mundo das ideias
Platão acreditava que por de trás de nossa realidade material existe uma realidade abstrata.
Vamos exemplificar: quando você vai à padaria e encontra um monte de pães parecidos, já se perguntou por que estes pães ficam quase do mesmo tamanho e do mesmo formato? Se estiveres pensando que é por causa da forma, acertou.
A forma, como o nome já diz, dá o formado parecido de todos os pães. Para Platão, todas as coisas do mundo são como os pães da padaria, ou seja, por trás de tudo que existe, há uma forma.
No mundo das ideias, existem todas as ideias primordiais, sendo que essas ideias são perfeitas e eternas – as formas. Uma cadeira, por exemplo, pode mudar o formado (redonda, quadrada, 3 ou 4 pés), mas a “ideia cadeira” sempre será a mesma: um objeto para sentar.
Segundo Platão, só podemos alcançar essa realidade – o mundo das ideias – por meio da razão.
O mundo dos sentidos
O mundo dos sentidos para Platão é o mundo que habitamos – o mundo material. Este mundo é uma cópia do mundo das ideias. No entanto, por ser uma cópia, ela está sujeito ao erro e não é eterno, tem um tempo de duração.
Na verdade, com a criação destes dois mundos, Platão resolve um problema criado pelos pré-socráticos: Parmênides e Heráclito. O problema era a respeito do movimento: se para Heráclito tudo está em constante movimento e nada dura para sempre, para Parmênides este movimento é uma ilusão.
Para Platão, no mundo das ideias não existe mudança, pois tudo é eterno – assim como Parmênides – e, no mundo dos sentidos, tudo está mudando e sujeito ao erro, assim como para Heráclito.
Platão e o Conceito de Justiça
Um aspecto essencial no pensamento de Platão é o ordenamento do que seriam as melhores formas de governo, e de como a sociedade deveria lidar com o que seria certo ou justo. Ele escreveu linhas que se tornaram clássicas neste tema da política. Veja com o professor Alan Ghedini:
Como você viu com o professor Alan, Platão o ser humano nunca poderia agir de modo injusto. Na obra A República o pensador Platão discute o tema da Justiça como um valor absoluto. Ou se é “justo” ou se é “injusto”, e não se admite por princípio a prática da “maldade”, porque isto seria praticar a “injustiça”.
Outro aspecto importante da obra A República é de que a Justiça nunca deve estar a serviço do “mais forte”, porque mesmo estando na condição de “forte”, ele pode estar errado. Então, a imposição do poder ou o exercício da jusiça pela “força” não reúne em si os critérios para o exercício do poder de forma justa. Confira na aula-resumo para você dominar o tema.
Platão e o verdadeiro conhecimento
Se você entendeu a diferença entre o mundo dos sentidos e o mundo das ideias, pode afirmar, seguindo as ideias de Platão, onde se encontra o verdadeiro conhecimento.
Se no mundo dos sentidos tudo está sujeito o erro, Platão conclui que o conhecimento verdadeiro se encontra no mundo das ideias, onde estão as ideias primordiais. Lembra que acima eu disse que, segundo o filósofo, só podemos chegar ao mundo das ideias por meio da razão? Platão afirma isso porque acredita que o uso dos sentidos nos leva ao erro.
Para Platão, o homem é um ser dual, isto é, corpo e alma. O corpo está ligado ao mundo dos sentidos, tem defeitos e tem um fim. Já alma é a morada da razão, ela é eterna, abstrata, não conseguimos ver e nem tocar. Se alma é eterna e o mundo das ideias também é eterno ela sempre viveu lá, apenas passou habitar um corpo.
Na ótica de Platão, não se ensina nada nada a ninguém, pois nossa alma (que é a morada da razão) já sabe de tudo, só que ao habitar um corpo, ela se esquece do que já sabe.
Aprender, portanto, é apenas recordar – o que ele chama de reminiscência. Em outras palavras, é sairmos do mundo dos sentidos para o mundo das ideias, para o conhecimento teórico.
O Mito da Caverna
Uma passagem clássica do pensamento de Platão é a “Alegoria do Mito da Caverna”. Platão construiu uma história genial para mostrar como os humanos podem se firmar em ideias limitadas sobre o mundo e morrer defendendo este ponto de vista, sem “olhar para fora” e conhecer outras realidades.
Veja no resumo do canal do Curso Enem Gratuito , com o professor Alan Ghedini, a riqueza filosófica que é O Mito da Caverna:
Dicas do professor Alan:
Platão é um dos filósofos mais cobrados no Enem. Aqui na explicação do Mito da Caverna você aprende como o filósofo expõe uma alegoria sobre a divisão entre o mundo sensível e o mundo das ideias.
Platão acreditava que o conhecimento verdadeiro somente poderia ser alcançado no mundo das ideias, através da razão. Assim, o mundo dos sentidos nada mais seria que uma cópia imperfeita do mundo das ideias.
Simulado sobre Platão
Para finalizar, faça os exercícios sobre Platão que selecionamos:
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(IFSP/2015)
“A instituição da escravidão”, segundo Platão, “é necessária porquanto os trabalhos materiais, servis, são incompatíveis com a condição de um homem livre em geral”. A escravidão na Grécia Antiga, assim como em Roma, deve ser caracterizada por
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UEPA/2015)
Platão:
A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiarlhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente.
(Citado por: CHATELET, F. História das Idéias Políticas.
Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17)
Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à:
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UEA AM/2014)
O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros personagens. Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele gostaria de recorrer para definir o que é um sofista.
Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa longa exposição ou empregar o método interrogativo?
Estrangeiro: – Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo; com um interlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.
(Platão. O sofista, 1970. Adaptado.)
É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(ENEM/2014)
No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(ENEM/2012)
Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo:
Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UEL PR/2010)
No pensamento ético-político de Platão, a organização no Estado Ideal reflete a justiça concebida como a disposição das faculdades da alma que faz com que cada uma delas cumpra a função que lhe é própria. No Livro V de A República, Platão apresentou o Estado Ideal como governo dos melhores selecionados. Para garantir que a raça dos guardiões se mantivesse pura, o filósofo escreveu:
É preciso que os homens superiores se encontrem com as mulheres superiores o maior número de vezes possível, e inversamente, os inferiores com as inferiores, e que se crie a descendência daqueles, e a destes não, se queremos que o rebanho se eleve às alturas.
(Adaptado de: PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993, p.227-228.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento ético-político de Platão é correto afirmar:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UEG GO/2009)
Para Platão, a polis é o modelo de vida em grupo. É na República que o autor apresenta os vários grupos que compõem a sociedade. De acordo com suas idéias, o grupo que deve governar a polis é o dos:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UNESP SP/2007)
Platão, na sociedade idealizada em sua obra República, reconheceu que a divisão do trabalho traz maiores benefícios à sociedade e propicia um harmonioso intercâmbio de serviços. Para o filósofo grego, sendo os homens diferentes por natureza, cabe a cada um estar no lugar em que melhor expresse sua habilidade. (…) O também grego e filósofo Aristóteles apregoava que, nos Estados mais bem-governados, a nenhum cidadão poderia ser permitido o exercício de atividades ligadas às artes manuais, pois isso o impedia de dedicar mais tempo à sua obrigação para com o Estado.
(Paulo Sérgio do Carmo, A ideologia do trabalho. Adaptado.)
A partir das idéias de Platão e Aristóteles, pode-se concluir que há a defesa
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(Fac. Cultura Inglesa SP/2015)
Procurei demonstrar-lhe que ele parecia sábio sem o ser. […] Então, pus-me a considerar, de mim para mim, que eu sou mais sábio do que esse homem, pois que, ao contrário, nenhum de nós sabe nada de belo e de bom, mas aquele homem acredita saber alguma coisa, sem sabê-la, enquanto eu, como não sei nada, também estou certo de não saber. Parece, pois, que eu seja mais sábio do que ele, nisso – ainda que seja pouca coisa: não acredito saber aquilo que não sei.
(Platão. Apologia de Sócrates, 1969.)
A Apologia de Sócrates trata da resposta de Sócrates aos seus acusadores no tribunal da cidade de Atenas. No excerto, Sócrates, referindo-se ao diálogo que teve com um indivíduo que se considerava sábio, definiu a filosofia como
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(FPS PE/2015)
As reflexões sobre democracia acompanham a vida histórica da sociedade ocidental, com divergências e confrontos marcados pela época vivida. Na Grécia Antiga, a democracia:
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Sobre o(a) autor(a):
Gilson Luiz Corrêa é bacharel em Filosofia pela UNISUL, Licenciado em Filosofia pela UFSC e Especialização em Psicopedagogia pela FMP. Professor do Colégio Catarinense e do Colégio Salvatoriano Nossa Senhora de Fátima.
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