Células-tronco representam esperança de novas terapias para tratar diversas doenças. Saiba o que são estas células e como elas podem ser obtidas.
Você com certeza já deve ter ouvido falar das células-tronco e das promessas de aplicação médica que elas trazem. Muitos especulam que elas podem fazer “milagres” e apostam em tratamentos inovadores.
Porém, as ciências envolvendo estas células ainda estão longe de atingir metas tão altas. Mas, o que são células-tronco? Por que a manipulação dessas células traz tanta esperança para algumas pessoas? Saiba mais nesta aula de Biologia e Atualidades para o Enem!
O que são células-tronco?
As células-tronco são também chamadas de células-mãe ou células-fonte. Elas ganharam esse nome pela sua incrível capacidade de se diferenciarem e produzirem um dos 216 tipos de células presentes em nosso organismo.
Este é um potencial incrível, uma vez que a maior parte das células de um adulto, já diferenciadas, só conseguirão produzir células do seu mesmo tipo. Já as células-tronco, podem fazer muitas outras, sendo importantíssimas para a regeneração de tecidos e renovação de células. Além de possuírem essa capacidade de diferenciação, as células-tronco também têm a capacidade de se dividirem continuamente, de se auto-replicarem.
Tipos de células-tronco
Existem diferentes tipo de células tronco. Elas são classificadas de acordo com a sua origem e com sua capacidade de diferenciação. Os principais tipos de células-tronco são:
Células-tronco totipotentes
As células-tronco totipotentes são aquelas encontradas em embriões humanos com poucas células, nos primeiros estágios de seu desenvolvimento (entre 4 e 5 dias após a fecundação).
Teoricamente estas células possuem naturalmente um alto poder de diferenciação, uma vez que são elas que posteriormente formarão todas as células de um bebê. Por serem tão potentes e possuírem tamanha plasticidade, elas são as mais almejadas para os usos em terapias celulares.
Células-tronco pluripotentes
As células-tronco pluripotentes são encontradas em diversos tecidos maduros, como a medula óssea e o cordão umbilical. Estas células possuem um poder de diferenciação mais limitado., pois são capazes de diferenciam-se em um menor tipo de células.
Como as células-tronco podem ser obtidas?
Clonagem terapêutica: Nesta técnica o núcleo de uma célula já diferenciada (de um adulto ou de um embrião) é transferida para um óvulo sem núcleo. A partir da fusão dessas estruturas, a célula passa a se dividir. As células obtidas pelo desenvolvimento desse óvulo em embrião são células tronco. Essas células podem, então, ser multiplicadas em culturas de laboratório para posterior diferenciação nos tecidos que se quer produzir.
Corpo humano: Em um organismo adulto existem algumas células-tronco, como no sistema nervoso, nos tecidos epiteliais e na medula óssea. Em geral, estas células têm capacidade limitada de diferenciação.
Embriões descartados: São células obtidas de embriões armazenados em clínicas de reprodução assistida que estão congelados há muito tempo e não podem mais ser implantados.
Terapias celulares
Devido a capacidade de se diferenciarem em diversos tipos de células, as células-tronco têm vigorado como uma grande esperança terapêutica no tratamento de problemas relacionados a órgãos do corpo cujos tecidos têm pouco poder regenerativo, como o sistema nervoso.
Além disso, muitas doenças degenerativas como a esclerose lateral amiotrófica, do qual o renomado cientista Stephen Hawking sofria, assim como doenças cardiovasculares, hematológicas e diabetes poderiam encontrar tratamento com a utilização dessas células.
Basicamente, a terapia celular com células-tronco consiste em substituir células doentes por células saudáveis. Ao serem colocadas em meio à outras células elas são estimuladas a se diferenciarem e se multiplicarem, regenerando tecidos e influenciando as células vizinhas. Dessa maneira, teoricamente, um grupo de células-tronco poderiam reparar danos ao sistema nervoso causada por uma lesão ou por uma doença degenerativa.
Polêmicas envolvendo as células-tronco
A utilização de células-tronco de embriões é um assunto muito polêmico, uma vez que a técnica inviabiliza o embrião. No Brasil, a utilização dessas células é permitida pela Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, desde que sejam obtidas de embriões produzidos por fertilização in vitro e que estejam inviáveis ou congelado há mais de 3 anos. Porém, são proibidas por esta mesma lei a clonagem humana e o emprego de técnicas de engenharia genética (como a transgenia) nestes embriões.
Em 2013 o assunto voltou a ser discutido por conta do “Estatuto do Nascituro“, projeto de lei 478/2007, que foi aprovado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos deputados e que considera que um embrião ou até mesmo um zigoto, é considerado um ser humano e tem os mesmo direitos à vida como qualquer um de nós, inviabilizando pesquisas na área.