Veja os gêneros textuais do discurso jornalístico

Nas provas de português tanto de concursos quanto do Enem é cada vez mais frequentes questões que tratam dos gêneros textuais. Dessa maneira, é importante que você saiba identificar os gêneros que circulam na sociedade e nos mais variados tipos de discurso.

São inúmeros os gêneros textuais impressos. Estão presentes nos mais variados tipos de discurso: religioso, jornalístico, acadêmico, literário, publicitário, cotidiano, escolar etc. Vem com a gente revisar os gêneros textuais do discurso jornalístico para mandar bem no Enem.

Gêneros textuais mais frequentes do discurso jornalístico

Tirinha: está presente em quase todos os jornais impressos e em algumas revistas e HQs. Geralmente possui três ou quatro quadros, texto sincrético, que alia o verbal e o visual no mesmo enunciado e enunciação.

Há diversos autores que ficaram famosos através da publicação de suas tirinhas. Um exemplo é a personagem crítica Mafalda criada por Quino (argentino) em 1959 que circula em publicações no mundo todo, sobretudo, na América Latina. Confira:

tirinha da mafalda exemplo discurso jornalistico
Fonte: Blog Clube da Mafalda https://clubedamafalda.blogspot.com/

Editorial: o editorial é um gênero em que se discute um assunto ou questão a partir do ponto de vista do jornal, do redator-chefe ou da empresa jornalística. Não é assinado e geralmente é o primeiro texto da contracapa do jornal.

Notícia: é o relato ou narrativa de fatos, acontecimentos, informações recentes e atuais, do cotidiano, ocorridos no campo, na cidade, no país ou no mundo, os quais têm grande importância para a comunidade ou público leitor.

Há diversos tipos de notícias e são selecionadas e editadas conforme as especificidades do jornal. Os jornais podem ser classificados como populares, de grande circulação ou restritos, isto é, aqueles que possuem um público leitor mais selecionado e, por esse motivo, variam de preço e de tamanho (número de páginas).

Reportagem: dentro do que você acabou de ver em “notícia”.

Crônica: consiste em uma reflexão crítica a partir de um fundo cronológico, ou seja, de algum acontecimento do cotidiano social. Quase todos os veículos jornalísticos possuem um cronista. Há escritores que ficam conhecidos e consagrados a partir da qualidade das crônicas que publicam. É o caso de Moacyr Scliar, Luís Fernando Veríssimo, Martha Medeiros e Fernando Sabino.

Dica: Para entrar em contato com um exemplo de crônica, leia um texto de Fernando Sabino 

Charge: palavra de origem francesa que significa carga, ou seja, algo que exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco ou ridículo. Trata-se de ilustração ou desenho humorístico com ou sem legenda.

Tem por finalidade satirizar e criticar algum acontecimento do momento. A charge como texto de opinião é temida por governantes. Em contextos de censura, a charge é o primeiro alvo. Você pode conferir a publicação de diversas charges no site charge online.

Carta de leitor: geralmente é um texto argumentativo em que o leitor manifesta a opinião crítica a respeito de uma matéria ou notícia que leu ou assunto sobre o qual quer expressar opinião. Há diferenças de espaço para publicação da carta do leitor, dependendo do tipo de jornal. No site Guia Mídia você possui acesso ao link dos principais jornais brasileiros.

Agora, que tal testar seus conhecimentos?

-Exercício 1-

Leia o texto a seguir para responder à questão:

A outra noite

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.

Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim:

— O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?

Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda.

— Mas, que coisa…

Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.

— Ora, sim senhor…

E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. Rubem Braga

Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é:

a) Conto.

b) Poesia.

c) Prosa.

d) Crônica.

e) Diário.

-Exercício 2-(ENEM 2010)

MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS. Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.

Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo funções específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é

a) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.

b) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que visam à adesão ao consumo.

c) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder aquisitivo.

d) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas.

e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a máquina, mesmo a mais moderna.

Gabarito

  1. D (gênero crônica)
  2. B (discurso jornalístico- publicitário)

Sobre o(a) autor(a):

Os textos e exemplos acima foram preparados pela professora Andressa da Costa Farias para o Blog do Enem. Andressa é formada em Letras Português e Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Maria. E atualmente cursa Doutorado em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina. Colabora eventualmente escrevendo crônicas para o jornal Diário de Santa Maria (RS) das quais posta no blog pessoal: www.andressacf.blogspot.com Facebook: https://www.facebook.com/andressa.dacostafarias

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