Cabanagem, Guerra dos Farrapos, Sabinada, Balaiada, Revolta dos Malês: entenda como aconteceram as principais revoltas regenciais na História
O Período Regencial no Brasil corresponde à época em que o comando do Brasil Império ficou ao cargo de “Regentes” que comandaram o país enquanto Pedro II, herdeiro do trono ainda criança, aguardava até alcançar a maioridade para assumir o trono. Veja as Revoltas Regenciais:
A história do Brasil enquanto nação independente já surge no contexto de intensas disputas acerca da elaboração de sua primeira Constituição no Primeiro Reinado.
Desde aquele período, estava apresentado o embate entre a vontade de centralizar o poder no imperador no Rio de Janeiro, e a vontade de diluí-lo entre os deputados eleitos.
Nos casos como da Guerra dos Farrapos e da Sabinada, os grupos que iniciaram os movimentos de contestação ao governo central lutavam por maior autonomia e controle sobre seu território.
Já em revoltas regenciais como Cabanagem, na Revolta dos Malês e na Balaiada – rebeliões feitas por escravizados, libertos e camponeses –, o caso era outro.
Introdução às Revoltas Regenciais
Veja agora com o professor Felipe de Oliveira, que dá aulas de história no Curso Enem Gratuito, uma introdução às Revoltas Regenciais:
As contestações ocorriam por causa de castigos aplicados a trabalhadores, do recrutamento forçado de homens, da exploração comercial, da perda de terras para latifundiários e da própria escravidão.
Era comum que as revoltas mencionadas ocorressem em um contexto de declínio econômico da sua respectiva região.
Resumo sobre o Período Regencial e as Revoltas Regenciais
Essa disputa continuaria no chamado Período Regencial, que foi da saída de D. Pedro I do Brasil, em 1831, até D. Pedro II assumir o trono, em 1840. Vem que o professor Felipe explica 😀
Excelente o resumo do professor Felipe sobre o Período dos Regentes e as principais Revoltas Regenciais. Esta aula é do Canal do Curso Enem Gratuito. E têm mais aulas do professor Felipe lá.
Descrição da aula sobre o Período Regencial
Para facilitar a sua compreensão sobe o ciclo do Segundo Império, deste o início do Período Regencial, a posse de Pedro Segundo, o Segundo Império, e o declínio antes da Proclamação da República, se ligue aqui na transcrição da aula do professor Felipe. Assim você localizar o trecho que precisa ver de novo.
A aula é sobre um dos períodos mais conturbados da História do Brasil: Período Regencial, ou Regência, situado entre o Primeiro Reinado e o Segundo Reinado!
E a gente divide essa aula em cinco partes:1) os tipos de regência, 2) os partidos políticos na fase inicial (até 1834), 3) as reformas descentralizadoras, 4) partidos políticos no final da Regência e por último, 5) o golpe da maioridade.
Sobre Regência, é importante saber que é um período que deveria ter durado doze anos, mas acabou durando só nove anos. E era pra ter durante esse período três regentes governando o Brasil e escolhidos pelo Congresso Nacional, mas não foi bem assim!
Tivemos, sim, três regentes: a Regência Trina, que começou como uma regência provisória que durou mais ou menos três meses até se eleger aquela que deveria ser a regência permanente.
Mas, em 1834, houve uma alteração na Constituição e mudou a regência de trina para una. Vamos ter no período da Regência Una (de 1835 a 1840) dois regentes: Padre Diogo Feijó e Senador Araújo Lima.
Agora, vamos à segunda parte. Como é que se dividiam os partidos políticos nesse início da regência? Eram três partidos principais. Temos aqui inicialmente os restauradores ou caramurus. Eles eram antigos aliados de Dom Pedro I, chamados de restauradores porque queriam restaurar o 1º Reinado. Só que esse partido vai deixar de existir em 1834 porque Dom Pedro morre nesse ano e aí não fazia mais sentido reivindicar o retorno do governo dele.
Os dois principais partidos que se formam nesse contexto, e que vão dividir a cena política no Brasil até o final da monarquia são os liberais moderados (também chamados de chimangos) e os liberais exaltados (também chamados de farroupilhas).
Os moderados defendem a manutenção do sistema de centralismo no país, onde as províncias não tinham nenhum tipo de autonomia política e/ou econômica. Já os liberais exaltados vão defender o federalismo: a autonomia política para as províncias. E este será o grande ponto central do debate político no Brasil.
Agora vamos à terceira parte dessa aula: vamos falar sobre algumas reformas políticas que ocorreram nesse período, a maioria delas de caráter descentralizador.
Nós temos em 1831 a criação da Guarda Nacional. Ela seria uma espécie de milícia civil censitária, ou seja, são militares que participam dela e que tem acima de uma determinada renda (até porque eles precisam custear itens como cavalos e armas). Isso significa que cada município teria uma representação da Guarda Nacional. Temos um sistema de segurança marcadamente elitista.
Temos aqui um momento de amadurecimento do Estado brasileiro, que é a criação do Código Penal em 1832. Temos também a criação do Ato Adicional de 1834. Esse ato vai descentralizar parcialmente a política no Brasil, porque ele vai criar as assembleias legislativas provinciais, o que garantia as províncias certa autonomia. Além disso, o ato adicional vai extinguir o sistema de regência trina, substituindo pelo sistema de regência una.
Depois de aprovado o ato adicional, nós temos aí uma nova composição partidária: os antigos liberais moderados agora são os regressistas e os liberais exaltados agora são os progressistas. O debate continua tendo como foco principal o mesmo já citado anteriormente.
Chegamos à quinta e última parte: o golpe da maioridade. Quem estava no poder nesse momento eram os regressistas, que queriam “acabar” com o ato adicional. Os progressistas se revoltaram contra esse projeto, e defenderam que Dom Pedro II assumisse o trono com 14 anos.
Vários movimentos no país convulsionaram a regência ainda nessa época, e com isso alegaram que a melhor alternativa seria colocar o ‘jovem governante’ Pedro II no trono para “pacificar o Brasil”. Ele realmente assume o trono! Aos 14 anos! Sim, meu povo, isso aconteceu… \o/
Veja as Crises do Segundo Império:
Confira com o professor Felipe como Dom Pedro II governou, e o lento declínio até ser deposto pelos militares que voltaram empoderados após a Guerra do Paraguai:
O Segundo Reinado começa em 1840 com um golpe de Estado: o golpe da maioridade, que antecipa (sem alteração da Constituição), a maioridade de Dom Pedro II, que aos 14 anos chega ao trono.
Agora vamos lembrar que ele chegou ao trono através de um projeto político de um partido, o partido anteriormente chamado de progressista e agora de liberal. Os liberais, quando chegam ao poder, tendo Dom Pedro II no trono, imaginaram que conseguiriam limitar o poder do imperador. E eles tinham um projeto pra isso: implementar o parlamentarismo no Brasil, fazendo com que o rei reinasse mas não governasse.
O rei acabou tomando a devida precaução em relação a isso, destituindo o governo liberal e convocando novas eleições com maioria conservadora eleita no parlamento. Mas para isso, as eleições ficaram conhecidas por suas fraudes e por sua violência, foram as chamadas eleições do cacete.
Essas eleições, que levam os conservadores a serem maioria no Congresso e depois resultam num ministério conservador, vão acabar provocando reações das elites liberais de São Paulo e Minas Gerais.
Simulado sobre as Revoltas Regenciais
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(IFMT/2018)
No século XIX, durante o período das regências, de 1831 a 1840, ocorreram inúmeras revoltas nas províncias brasileiras. As crises econômica, social e política foram os motivos de tantas revoltas, sobre as quais se pode afirmar que:
Correto
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Incorreto
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UNITAU SP/2018)
Analisada como mais um movimento regional, típico do período regencial do Império do Brasil, a Cabanagem foi um movimento social que ocorreu em Belém do Pará, em 1835, e deixou mais de 30 mil mortos e uma população local que só voltou a crescer significativamente em 1860. No entanto, os cabanos e suas lideranças vislumbravam outras perspectivas políticas e sociais. Eles se autodenominavam “patriotas”, mas ser patriota não era necessariamente sinônimo de ser brasileiro.
RICCI, M. Cabanagem, cidadania e
identidade revolucionária. Tempo, vol.
11, n. 22, Niterói, 2007. Adaptado.
Sobre o movimento da Cabanagem e sobre a identificação de seus protagonistas como patriotas, é CORRETO afirmar:
Correto
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Incorreto
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(IFBA/2017)
O Período Regencial é considerado como um dos mais agitados da História do Brasil. A Independência ainda era recente e os debates acerca do grau de autonomia das Províncias eram muito presentes. Sobre esse contexto e as revoltas dele decorrentes, marque V para Verdadeiro e F para Falso. Em seguida, assinale a alternativa que representa a sequência correta:
( ) O grupo político dos liberais exaltados defendiam, dentre outras ideias, uma maior autonomia das Províncias.
( ) A Revolta dos Malês, que ocorreu em Salvador, 1835, demonstrou às elites o poder de contestação de africanos e escravos, desencadeando no aumento da repressão aos revoltosos.
( ) A Sabinada e a Cabanagem foram exemplos dos poucos movimentos ocorridos no Brasil durante a Regência. As demais Províncias vivenciaram esse período sem conflitos.
( ) Nesse período, o chamado Ato Adicional estabeleceu a criação das Assembleias Provinciais e da Regência Una, eletiva e temporária.
( ) A Farroupilha, que durou cerca de 10 anos, foi um movimento do período regencial que resultou na Independência do Rio Grande do Sul e sua união com o Uruguai.
A sequência correta é:
Correto
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Incorreto
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UFRR/2017)
Durante o Período Regencial, a atuação política dos partidos Liberal e Conservador não impediu ocorrência de diversos conflitos, entre eles a Cabanagem, que envolveu a população civil, políticos influentes e as forças militares leais aos governos regenciais, entre 1835 e 1840.
Sobre esse contexto pode-se afirmar, EXCETO:
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(Unievangélica GO/2017)
Leia o texto a seguir.
É ela um dos mais, se não o mais notável movimento popular do Brasil. É o único em que as camadas mais inferiores da população conseguem ocupar o poder de toda uma província com certa estabilidade. Apesar de sua desorientação, apesar da falta de continuidade que o caracteriza, fica-lhe contudo a glória de ter sido a primeira insurreição popular que passou de simples agitação para uma tomada efetiva do poder.
PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução Política do Brasil
e OutrosEstudos. São Paulo: Brasiliense, 1975. p. 69.
A descrição realizada pelo historiador Caio Prado Júnior corresponde às características da revolta ocorrida no Período Regencial conhecida como
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(ESPCEX/2017)
“… Caxias tinha visão certa de que pacificar é um esforço por costurar… de concessões recíprocas, de vontade sincera, tudo voltado para a conciliação… “
Neto, Jonas Correia em Revista Mi-
litar / Edição comemorativa do Bicen-
tenário de Caxias, 2003, pág 9
O fragmento de texto acima ressalta uma das características marcantes de Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, evidenciada durante sua carreira militar: ser um pacificador.
Das rebeliões listadas abaixo, ocorridas no Brasil durante os 1º e 2º Reinados, as que tiveram participação efetiva de Caxias foram a
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UEFS BA/2016)
Em 1835, a Regência Una foi assumida por Diogo Feijó. Foi eleito em votação apertada, com pouco mais da metade dos votos, numa demonstração clara de que enfrentaria grande oposição em seu governo. Logo explodiram rebeliões em várias províncias, alguma reivindicando mais poder, outras com objetivos separatistas e até mesmo tendência republicana. Todas com maior ou menor mobilização popular. (VAINFAS ET AL. 2010. p. 207).
VAINFAS,Ronaldo ET AL. História. São Paulo: Saraiva, v. 2, 2010.
No clima de rebeliões do período descrito no texto, as maiores mobilizações populares ocorreram
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(IFRS/2016)
Durante a 1ª metade do século XIX, o contexto político brasileiro passou por períodos de significativa instabilidade. Dentre estes períodos, a Regência (1831 – 1840) foi o mais intenso, pois, em diversas províncias, deflagraram-se revoltas contra o governo central, tais como: Guerra dos Farrapos, Revolta dos Malês, Cabanagem, Balaiada, Sabinada.
Assinale a alternativa que melhor define as causas que levaram as províncias afastadas da capital a se revoltarem contra a Regência.
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(ESPM SP/2015)
A revolta começou a partir de uma série de disputas entre grupos da elite local.
A instabilidade política provocou a falta de confiança nas autoridades. As rivalidades acabaram resultando em uma revolta popular. Ela se concentrou no sul do Maranhão, onde atuavam grupos armados chefiados pelo vaqueiro Raimundo Gomes Vieira Jutaí, o Cara Preta, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, artesão que fazia cestos, e o preto Cosme, ex-escravo que liderava três mil escravos fugidos.
(Hélio Viana. História do Brasil)
O texto apresentado no enunciado deve ser relacionado a uma revolta ocorrida no Brasil durante o Período Regencial (1831-1840). Assinale a alternativa que apresente essa revolta:
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(IFBA/2018)
Para os Sabinos, o que prevalecia no Brasil após a independência do país era o “colonialismo de Corte”. O que isso significava?
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Você mandou bem nas dez questões do Simulado sobre as Revoltas Regenciais? Se não acertou pelo menos 7 questões “de primeira” é porque precisa rever os conteúdos em profundidade. Veja aqui aula completa sobre o Período e as Revoltas Regenciais.
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