Atentados de 11 de setembro: causas, autores e consequências

Nos atentados de 11 de setembro de 2001, 2 aviões sequestrados por terroristas da Al Qaeda foram lançados contra o World Trade Center e um 3º contra o Pentágono. Entenda!

No dia 11 de setembro de 2001, o mundo parou diante das imagens que mostravam as Torres Gêmeas em Nova Iorque sendo atingidas por dois aviões sequestrados por terroristas da Al Qaeda. Saiba mais sobre este episódio com a nossa aula de história para o Enem.

Como ocorreram os atentados de 11 de setembro

No dia 11 de setembro de 2001, os noticiários do mundo voltaram-se para o que ocorria em Nova York e Washington, nos Estados Unidos. Três aviões sequestrados por terroristas foram lançados contra pontos estratégicos do país e um quarto caiu sobre a Pensilvânia após os passageiros reagirem ao sequestro.

Os 3 alvos mencionados foram as torres gêmeas do World Trade Center, na ilha de Manhattan, e um prédio do Pentágono, o departamento de defesa dos EUA. Os ataques foram quase simultâneos.

Tudo ocorreu no turno da manhã, paralisando o tráfego aéreo do país em poucas horas. Cada um dos voos levava menos de 110 pessoas a bordo. No entanto, o total de vítimas fatais foi de quase 3 mil pessoas. O grupo paquistanês que assumiu a autoria foi a Al Qaeda, que na época tinha Osama Bin Laden como seu principal líder.

Na mentalidade das pessoas, o ataque ficou cristalizado através das imagens das torres gêmeas em chamas transmitidas pela televisão, apesar de dois dos aviões tomados terem destinos diferentes.

Os atentados do 11 de setembro desencadearam mudanças profundas no mundo, desde justificativas para o envio de tropas dos Estados Unidos para o Oriente Médio até mesmo nos protocolos de segurança de aeroportos. Além disso, o senso comum passou a atrelar mais ainda a imagem dos árabes e muçulmanos ao terrorismo.

World Trade Center em 11 de setembroTorres Gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque, em chamas por conta da colisão de dois aviões sequestrados pelos terroristas da Al Qaeda. Fotografia de Michael Foran. Fonte: https://cutt.ly/ofDXJSc.

Guerra ao terror

O 11 de setembro deu início ao que ficou conhecido como Guerra ao Terror. Dessa forma, agências de inteligência do mundo todo, em especial a CIA, passaram a dedicar muito mais esforços e investimentos ao combate a grupos terroristas que declaravam guerra aos seus governos.

Os Estados Unidos já haviam sofrido ataques terroristas antes de 2001, mas a magnitude dos eventos naquele dia expôs uma vulnerabilidade que era ignorada. O controle dos aviões havia sido tomado por indivíduos armados com facas e sprays de pimenta.

Al Qaeda

A Al Qaeda (termo que significa “a base”) tem origem no Paquistão, em 1989. Fundada pelo saudita Osama Bin Laden, que havia ajudado a expulsar os Soviéticos no Afeganistão, a organização tinha, a princípio, um caráter estudantil. De acordo com Karen Armstrong, seu objetivo era o de levar a “jihad” adiante.

É importante aqui ressaltar que Jihad não significa necessariamente uma ação violenta, como o senso comum sugere. Trata-se do dever religioso de defender e promover o Islã, que pode ser realizado também pela purificação do coração, por meio de gestos e palavras.

Contudo, não demorou para o grupo adquirir um caráter militar. Bin Laden afastou-se dos governos sauditas após estes compactuarem com a presença estadunidense no Oriente Médio.  Apesar de ter contado com a logística dos EUA no combate aos soviéticos no Afeganistão, a verdadeira motivação de Bin Laden era a Jihad. Aliás, foi por este motivo que ele e outros muçulmanos de diferentes origens haviam se voluntariado na guerra afegã.

Contando com o acesso às armas que os estadunidenses haviam fornecido durante a Guerra Fria, Bin Laden passou a reunir mais e mais seguidores a fim de acabar com a presença ocidental no Oriente Médio.

Em 1996, ele chega a declarar guerra aos Estados Unidos e a Israel de dentro de uma caverna. Mas as agências de inteligência não consideram a Al Qaeda uma ameaça real ao seu país. Bin Laden atribuía a estes dois países a morte e a pobreza de milhares de muçulmanos, e, portanto, afirmava que sua Jihad era defensiva.

Presença dos EUA no Afeganistão e no Iraque

George W Bush (filho) era o presidente estadunidense durante os ataques de 11 de setembro. Ele havia iniciado seu mandato naquele ano. No dia do atentado ele estava voando para a Louisiana, e visitaria os escombros de Nova York somente três dias depois, no dia 14. Em seus discursos ele prometeu perseguir não só os autores dos atentados, mas também seus colaboracionistas.

George W Bush - 11 de setembroFotografia oficial de George W. Bush. Fonte: https://cutt.ly/hfDXXhd.

Contudo, para além da perseguição a terroristas, o atentado contribuiu para justificar o aumento da presença dos Estados Unidos no Oriente Médio. Ainda em 2001, os EUA desembarcavam no Afeganistão e recebiam o apoio da Grã-Bretanha, da Rússia e do Paquistão. Até hoje há tropas dos Estados Unidos no país. É muito provável que a política externa do governo de George Bush tenha contribuído para sua reeleição.

Em 2003, os Estados Unidos invadiram o Iraque acompanhados de países como Grã-Bretanha, Austrália, Dinamarca e Polônia. A alegação era de que Saddam Hussein, presidente do Iraque, estaria desenvolvendo armas químicas e de destruição em massa que seriam adquiridas por inimigos dos EUA, como a Al Qaeda, por exemplo.

As armas não foram encontradas, mas Hussein foi deposto e enforcado em 30 de dezembro de 2006. A presença estadunidense no Iraque foi acusada de ser um pretexto para o controle do petróleo do país, além de ter causado a morte de milhares de pessoas e de casos de tortura como os da prisão de Abu Ghraib.

Morte de Bin Laden

A morte de Bin Laden ocorreu no governo de Barack Obama, durante uma operação militar que buscava seu paradeiro no Paquistão em 2 de maio de 2011.

Bin Laden foi morto a tiros por soldados estadunidenses, assim como uma de suas esposas, um de seus filhos, seu irmão e seu mensageiro. No Paquistão e em outros países do grande Oriente Médio, Bin Laden é visto tanto como extremista como um herói.

Osama Bin Laden - 11 de setembroFotografia de Osama Bin Laden, o líder da Al Qaeda e o principal organizador do atentado de 11 de setembro. Fonte: https://cutt.ly/UfDXMJl.

Além de Bin Laden, outras pessoas foram perseguidas por organizar os ataques de 11 de setembro. Entre estas pessoas está Khalid Sheikh Mohammad, capturado em 2003 e levado à prisão estadunidense de Guantánamo, na ilha de Cuba. Lá ele e mais quatro suspeitos aguardam o julgamento de um tribunal militar. Mohammed é acusado pelo departamento de defesa dos EUA de ser um dos principais mentores dos ataques. Além deles, a Al Qaeda também passou por diversas novas lideranças.

Revise esta aula sobre a Era Bush e o 11 de setembro com o vídeo do canal Nerdologia e, em seguida, responda às questões:

Questões sobre 11 de setembro

1 – (Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública/2017)

O atentado em série mudou o mundo – da geopolítica às relações pessoais. A reação americana envolveu a deflagração de duas guerras – com o Afeganistão e com o Iraque – e uma caçada de quase dez anos pelo saudita Osama Bin Laden, responsável pelos ataques. Quando Bin Laden foi localizado e morto, as liberdades civis e os direitos humanos estavam comprometidos em nome da segurança.

ATAQUE terrorista contra as torres gêmeas em 2001. Disponível em: <http://istoe.com.br>. Acesso em: 26 set. 2016.

Dentre os efeitos, para a política internacional, do ataque às torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, pode-se destacar

a) A intervenção dos países árabes em Israel, por considerarem aquele país responsável pelo desequilíbrio nas relações comerciais do Mediterrâneo.

b) As ações da chamada Primavera Árabe, dirigidas contra os países petrolíferos da Península Arábica e do mar da Arábia.

c) O fortalecimento de governos autoritários em países do leste europeu especialmente a Grécia e a Áustria.

d) A desagregação do Iraque e as disputas étnicas e políticas internas, permitindo a proliferação de grupos rebeldes e de terroristas, a exemplo do chamado Estado Islâmico.

e) As sucessivas guerras do Yom Kippur, travadas pelo Estado de Israel contra o Estado Palestino e os países asiáticos, na disputa por um acesso ao mar Mediterrâneo.

2 – (UCB DF/2016)

Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos da América (EUA), popularizaram a imagem do terrorista à semelhança da figura hirsuta e fora de moda de Osama Bin Laden, como se a guerra santa promovida pelo Islã fosse um fenômeno de grotões que, ocasionalmente, transbordava para o coração da civilização ocidental. Mas, de lá para cá, a Europa foi vítima de atentados terríveis – o de Madri, em 2004, que deixou mais de 190 mortos, e o de Londres, em 2005, que matou ao menos 50 pessoas – e passou a ver o terrorismo islâmico com outros olhos.

Disponível em: <http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/islamismo/contexto_terroristas_coracao.html>. Acesso em: 10 abr. 2016, com adaptações.

A respeito das ações terroristas islâmicas, assinale a alternativa correta.

a) Osama Bin Laden fundou o Estado Islâmico após ter conquistado territórios no Iraque e na Síria.

b) A geração de filhos de imigrantes muçulmanos nascida em solo europeu, os beurs, como são popularmente conhecidos na França, têm promovido um movimento de volta às origens, que rechaça e se indigna com o tratamento que seus pais receberam na Europa.

c) O atentado terrorista nos EUA, em 2001, foi realizado por célula local de terroristas – cidadãos norte-americanos convertidos ao islamismo.

d) Em janeiro de 2013, Osama Bin Laden se autoproclamou califa e estabeleceu o novo califado islâmico na cidade de Damasco, de onde passou a governar.

e) Os terroristas islâmicos acusados dos atentados em Bruxelas (Bélgica), no mês de março de 2016, vieram para a Europa infiltrados entre os grupos de refugiados oriundos do Oriente Médio.

3 – (UEM PR/2017)

Após os ataques aos edifícios do World Trade Center, em Nova Yorque, ocorridos no dia 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos adotaram várias ações para combater o terrorismo. Assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01. Os Estados Unidos adotaram uma ofensiva ideológica e militar conhecida como “guerra ao terror” que consistia em ataques preventivos contra países considerados terroristas, independentemente do apoio ou da autorização da Organização das Nações Unidas (ONU).

02. A operação conhecida como “Tempestade no Deserto” foi a ação mais eficaz para o combate do terrorismo internacional.

04. O presidente George W. Bush lançou o Patriot Act, um pacote de medidas de segurança que estabelecia o aumento de vigilância em portos, aeroportos, locais públicos, bem como o direito de violar correspondências, conversas telefônicas e e-mails, sem autorização judicial.

08. Os Estados Unidos invadiram o Iraque, em 2003, com a justificativa de que este país apoiava o terrorismo islâmico e ocultava armas de destruição em massa.

16. Os Estados Unidos invadiram a baía de Guantânamo, em Cuba, com o objetivo de construir um presídio para encarcerar os terroristas julgados e condenados pela justiça americana.

Gabarito:

  1. D
  2. B
  3. 13

Sobre o(a) autor(a):

Os textos acima foram preparados pelo professor Angelo Antônio de Aguiar. Angelo é graduado em história pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestrando em ensino de história na mesma instituição e dá aulas de história na Grande Florianópolis desde 2016.

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