Entenda o que foi o absolutismo, quais suas principais características e acerte questões no Enem sobre um dos temas mais recorrentes na prova de História.
O que foi o absolutismo
O absolutismo foi um sistema político que vigorou principalmente na Europa entre os séculos XVI e XIX. Sua principal característica referiu-se à centralização do poder na figura do monarca, que tinha em suas mãos o poder absoluto sobre o Estado. O surgimento desse sistema está intrinsecamente ligado ao surgimento dos Estados Nacionais na Europa e a ascensão da burguesia no final da Baixa Idade Média.
Conforme as fronteiras dos estados modernos europeus foram se estabelecendo e o crescimento da burguesia exigia mudanças econômicas, houve a necessidade da centralização do poder em uma figura que implantasse práticas econômicas que posteriormente ficaram conhecidas como mercantilismo.
Características
Ter o poder absoluto significava controlar os exércitos, organizar as leis, criar impostos, determinar e implantar a justiça, tudo que cabia ao Estado nas mãos de uma única pessoa, o monarca. Apesar de ele ter a palavra definitiva, o monarca não trabalhava só, foi criado um grande aparelho burocrático estatal, responsável pela execução do trabalho administrativo, que estava submetido às ordens do rei.
Com as fronteiras das nações delimitadas, o absolutismo contribuiu para a padronização cultural dentro desses limites. O monarca absolutista determinou uma moeda única, padronizou os sistemas de pesos e medidas, e adotou uma língua oficial.
Para sustentar a burocracia e formar um exército que defendesse o Estado Nacional criou-se uma série de impostos e taxas alfandegárias. Além disso, os impostos auxiliaram na implantação das práticas mercantilistas, com o objetivo de fortalecer o comércio desses estados modernos.
Apesar de apresentar características semelhantes, o absolutismo não foi homogêneo em todos os casos. Veremos a seguir os exemplos mais significativos cobrados no Enem.
O absolutismo na França
Na França, o Absolutismo se tornou realidade após a Guerra dos Cem Anos entre 1337 e 1453 contra a Inglaterra.
Sobre a dinastia dos Valois, a França passou no século XVI por conflitos internos entre católicos e protestantes. A pacificação do conflito se deu após Henrique de Navarra (Henrique IV da família Bourbon) assumir o trono francês. Defensor do protestantismo durante o conflito, ele teve de se converter ao catolicismo para ser coroado.
No entanto, ele criou o Edito de Nantes que dava liberdade de culto aos protestantes na França, assim como possibilitava que eles assumissem cargos no estado francês apaziguando o conflito destes com os católicos.
Foi o neto de Henrique IV, que governou a França no auge do absolutismo. Luís XIV, conhecido como o rei sol, não nomeou um primeiro-ministro como era o costume no país e governou sozinho. Ele se tornou referência para outros monarcas e tem a frase mais significativa do absolutismo “L’État c’est moi”, traduzindo, “o estado sou eu”.
O absolutismo na Inglaterra
O Absolutismo na Inglaterra também se instalou após conflitos internos. No século XV ocorreu a Guerra das Duas Rosas, uma disputa entre famílias da nobreza inglesa pelo trono britânico. História essa que inspirou George R.R. Martin a escrever a ficção “Crônicas de Gelo e Fogo”, mais conhecida pela série de TV “Game of Thrones”.
Com o fim da guerra, Henrique VII assume o trono inglês apoiado pela burguesia, que já controlava parte do poder político da Inglaterra. Seu sucessor Henrique VIII foi o rei que rompeu com a Igreja Católica e fundou a Igreja Anglicana, centralizando também os poderes eclesiásticos na figura do rei.
Elizabeth I foi a monarca com maior destaque no absolutismo inglês. Em seu reinado adotou práticas mercantilistas que levaram a Inglaterra ao crescimento comercial, despontando como maior potência mercantil e naval do mundo, assim como iniciou a colonização da América do Norte.
Na questão religiosa, manteve o anglicanismo como religião oficial e a ampliou. Com o crescimento da igreja protestante inglesa, houve protestos de descontentamento de outras correntes religiosas, iniciando pequenos conflitos.
Teóricos do absolutismo
Para justificar o poder absoluto dos monarcas houve teóricos que o fundamentassem e justificassem sua existência. Os três principais pensadores que defenderam o absolutismo como melhor sistema político para as nações europeias daquele período foram: Thomas Hobbes, Jacques Bossuet e Nicolau Maquiavel.
Para o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679) os indivíduos abririam mão de suas liberdades para o Estado, a fim de proteger sua própria vida. Pois segundo seu pensamento exposto na obra “O Leviatã” os seres humanos em seu estado natural seriam egoístas, o que levaria a uma disputa de todos contra todos sem fim. O Estado forte e centralizado era a única solução para resolver essa característica inerente ao ser humano.
Já o teólogo francês Jacques Bossuet (1627-1704) desenvolveu a Doutrina do Direito Divino, que consistia na defesa da centralização do poder na figura do rei pois este era o representante de Deus na Terra. Apoiado em passagens bíblicas, ele escreveu a obra “A política inspirada na sagrada escritura” onde defendia quem se opunha ao rei estava se opondo ao próprio Deus.
O florentino Nicolau Maquiável (1469-1527) escreveu a obra “O Príncipe”, espécie de manual de como um governante deve proceder para conquistar e manter o poder. Defendia em sua obra o uso do medo como ferramenta para manter o poder dos súditos.
O absolutismo entrou em desuso no século XIX, quando contestado pelos pensadores iluministas e derrubado pelos movimentos revolucionários. Movimentos que questionavam os alicerces do poder absoluto do rei, como o seu caráter divino e a centralização das decisões.
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Agora, assista à videoaula sobre o absolutismo com o professor Felipe, de História!
Questões sobre o absolutismo
Para finalizar, responda as questões sobre o absolutismo selecionadas pelos nossos professores e veja se você aprendeu esse conteúdo!
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UERJ/2018)
O poder criativo da imperfeição
Já escrevi sobre como nossas teorias científicas sobre o mundo são aproximações de uma realidade que podemos compreender apenas em parte. 1Nossos instrumentos de pesquisa, que tanto ampliam nossa visão de mundo, têm necessariamente limites de precisão. Não há dúvida de que Galileu, com seu telescópio, viu mais longe do que todos antes dele. Também não há dúvida de que hoje vemos muito mais longe do que Galileu poderia ter sonhado em 1610. E certamente, em cem anos, nossa visão cósmica terá sido ampliada de forma imprevisível.
No avanço do conhecimento científico, vemos um conceito que tem um papel essencial: simetria. Já desde os tempos de Platão, 2há a noção de que existe uma linguagem secreta da natureza, uma matemática por trás da ordem que observamos.
Platão – e, com ele, muitos matemáticos até hoje – acreditava que os conceitos matemáticos existiam em uma espécie de dimensão paralela, acessível apenas através da razão. Nesse caso, os teoremas da matemática (como o famoso teorema de Pitágoras) existem como verdades absolutas, que a mente humana, ao menos as mais aptas, pode ocasionalmente descobrir. Para os platônicos, 3a matemática é uma descoberta, e não uma invenção humana.
Ao menos no que diz respeito às forças que agem nas partículas fundamentais da matéria, a busca por uma teoria final da natureza é a encarnação moderna do sonho platônico de um código secreto da natureza. As teorias de unificação, como são chamadas, visam justamente a isso, formular todas as forças como manifestações de uma única, com sua simetria abrangendo as demais.
Culturalmente, é difícil não traçar uma linha entre as fés monoteístas e a busca por uma unidade da natureza nas ciências. Esse sonho, porém, é impossível de ser realizado.
Primeiro, porque nossas teorias são sempre temporárias, passíveis de ajustes e revisões futuras. Não existe uma teoria que possamos dizer final, pois 4nossas explicações mudam de acordo com o conhecimento acumulado que temos das coisas. Um século atrás, um elétron era algo muito diferente do que é hoje. Em cem anos, será algo muito diferente outra vez. Não podemos saber se as forças que conhecemos hoje são as únicas que existem.
Segundo, porque nossas teorias e as simetrias que detectamos nos padrões regulares da natureza são em geral aproximações. Não existe uma perfeição no mundo, apenas em nossas mentes. De fato, quando analisamos com calma as “unificações” da física, vemos que são aproximações que funcionam apenas dentro de certas condições.
O que encontramos são assimetrias, imperfeições que surgem desde as descrições das propriedades da matéria até as das moléculas que determinam a vida, as proteínas e os ácidos nucleicos (RNA e DNA). Por trás da riqueza que vemos nas formas materiais, encontramos a força criativa das imperfeições.
MARCELO GLEISER
Adaptado de Folha de São Paulo, 25/08/2013.Star Trek ou “Jornada nas Estrelas”, um clássico da ficção científica, completou 50 anos de existência em 2016. A série mostrava as aventuras da tripulação da nave USS Enterprise no século XXIII, com mundos e raças alienígenas convivendo. Ao fazer analogias com situações da época, abordava questões sociais contemporâneas em um contexto futurista. O elenco era bem diferenciado, apresentando uma mulher negra, um asiático e um russo, que trabalhavam juntos e com papéis de destaque. O monólogo de introdução em cada episódio afirmava: “Estas são as viagens da nave estelar Enterprise. Em sua missão de cinco anos, para explorar novos mundos, para pesquisar novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais esteve”.
Adaptado de gamehall.uol.com.br.
O desenvolvimento dos conhecimentos no campo da astronomia amplia a visão cósmica, como lembra o texto do físico Marcelo Gleiser, e as novas possibilidades de intervenção humana repercutem na produção de textos e filmes de ficção científica, a exemplo da série televisiva “Jornada nas Estrelas”.
De acordo com a reportagem, os episódios da série fizeram analogias com situações das décadas de 1960 e 1970 ao tematizar os seguintes tópicos:
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UDESC SC/2017)
“As influências desfavoráveis do trabalho na fábrica sobre os operários são as seguintes: 1) necessidade absoluta de ritmar os esforços físicos e intelectuais com os movimentos das máquinas, movidas por uma força regular e incessante; 2) permanência de pé, que é preciso suportar durante Períodos anormalmente longos e demasiado próximos um dos outros; 3) privação do sono (devido a um trabalho demasiado longo, ou à dor nas pernas e doenças físicas generalizadas). É preciso acrescentar, por outro lado, o efeito das oficinas, muitas vezes com o teto muito baixo, exíguas, poeirentas, ou úmidas, insalubres, uma atmosfera demasiado quente, uma transpiração contínua. É por isso que principalmente os jovens, com muito raras exceções, perdem muito depressa a vivacidade da infância e tornam-se mais pálidos e debilitados que os outros rapazes.” (texto de Sir D. Barry, citado por Friedrich Engels)
O texto acima refere-se à (às):
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(ACAFE SC/2017)
A formação dos Estados Modernos, o Absolutismo Monárquico e o Mercantilismo caracterizaram a centralização política em várias partes da Europa, em oposição ao poder político descentralizado do sistema feudal. Assim, é correto afirmar, exceto:
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UECE/2017)
Atente ao seguinte excerto: “O crime […] consistiu em herdar as piores feições do sistema doméstico num contexto em que inexistiam as compensações do lar: ‘ele sistematizou o trabalho das crianças pobres e desocupadas, explorando-o com uma brutalidade tenaz…’ […] Na fábrica a máquina ditava as condições, a disciplina, a velocidade e a regularidade da jornada de trabalho, tornando-as equivalentes para o mais delicado e o mais forte”.
Edward P. Thompson. A Formação da Classe Operária Inglesa. Vol. II:
A maldição de Adão. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1987. p. 207.Considerando os processos de transformação ocorridos na sociedade ocidental, é correto afirmar que esse trecho da obra do historiador inglês Edward P. Thompson se refere à
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(Mackenzie SP/2017)
Leia o texto a seguir.
“Esta refundação efetua-se sob o signo do cristianismo. Trata-se menos de uma conversão de Constantino do que da vontade de reunificação do Império sob um dogma, cujo monoteísmo é bastante conveniente à concepção de poder absoluto que o imperador encarna. Constantinopla é, portanto, ao mesmo tempo a cidade epônima de Constantino, o berço da dinastia que ele fundou e a sede de sua nova religião”
Stéphane Yérasimos. La nouvelle Rome. Disponível em http://www.histoire.presse.
fr Acesso em 15 ago. 2015Assinale a alternativa que corresponde, corretamente, ao excerto e ao contexto.
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(PUC RS/2017)
O Parlamento Inglês, ao promulgar o chamado Ato de Supremacia (Act of Supremacy), em 1534, subordinou as leis da Igreja à soberania jurídica das leis civis, concedendo ao Rei Henrique VIII o poder de “único chefe supremo da Igreja”. O resultado do Ato de Supremacia foi/foram:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(PUC RS/2017)
Sobre a Independência do Brasil, afirma-se:
I. Implicou uma ruptura de laços políticos e econômicos com Portugal, já que no Brasil seria adotado um regime político constitucional, e Portugal manteria o sistema absolutista.
II. Pode ser considerada uma decorrência da vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, na medida em que esse acontecimento implicou um processo crescente, e difícil de ser revertido, de autonomização político-econômico da colônia.
III. Está associada a uma profunda mudança estrutural interna, por colocar em cheque a base econômico-social que sustentou a exploração econômica do Brasil durante o regime colonial.
IV. Sofreu resistência dentro do próprio País, tendo em vista que determinadas Províncias, como o Grão-Pará e o Maranhão, tinham mais vínculos com Lisboa do que com o Rio de Janeiro.Estão corretas apenas as afirmativas
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(IFBA/2017)
“Se a economia do mundo do século XIX foi formada principalmente sob a influência da Revolução Industrial britânica, sua política e ideologia foram formadas fundamentalmente pela Revolução Francesa”.
(Fonte: HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções: Europa 1789-1848.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008. P. 83).A citação de Eric Hobsbawm destaca a importância das Revoluções Industrial e Francesa para a história do Ocidente, especialmente porque:
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UNITAU SP/2017)
“O Absolutismo é um conceito histórico que se refere à forma de governo em que o poder é centralizado na figura do monarca, que o transmite hereditariamente. Esse sistema foi específico da Europa nos séculos XVI a XVII. Assim, não podemos falar de um Absolutismo chinês ou africano, pois devemos sempre ter em mente que os conceitos são construídos para determinado momento e lugar na história e não podem ser aplicados para outras realidades de forma indiscriminada”.
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto, 2006, p. 11.
Sobre o absolutismo, pode-se afirmar:
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(PUC MG/2015)
O termo independência adquiriu ressonância no vocabulário político especialmente a partir da deflagração da Revolução de 1820, na cidade do Porto. Foi bastante utilizado em manifestos revolucionários para sublinhar a possibilidade de a “nação portuguesa” e os “portugueses de ambos os mundos” regenerarem os tradicionais princípios monárquicos do reino, estabelecidos no século XVII com a ascensão de D. João IV de Bragança. A proposta fundamental era a de construir a “independência nacional” articulando a monarquia a uma Constituição que estabelecesse limites ao poder real e garantisse direitos e liberdades civis e políticas aos cidadãos do império. Pretendia-se por essa via, entre outras exigências, contestar o absolutismo representado por D. João VI e o “despotismo” exercido por ministros, por conselheiros e pela corte radicada no Rio de Janeiro desde 1808.
(OLIVEIRA, Cecília H.S. Repercussões da revolução: delineamento do império do Brasil, 1808/1831.
In.: GRINBERG, Keila, SALLES, Ricardo (orgs.).
O Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. p.p. 18-19)O trecho destaca o combate ao absolutismo. Em relação ao absolutismo no contexto histórico de 1820, é CORRETO afirmar:
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Sobre o(a) autor(a):
Pedro Cristiano de Azevedo é formadoa em História pela Universidade Federal de Santa Catarina e Mestrado pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Atua como professor de História em escolas da Grande Florianópolis desde 2010.