Como escrever um artigo científico

Uma modalidade de gênero textual muito utilizada no meio acadêmico é o artigo científico. Nesta revisão, vamos entender como escrever um artigo científico e a principais características desse gênero textual.

O que é e como escrever um artigo científico?

Primeiramente, vamos para a definição de artigo científico. O artigo científico é um texto que divulga resultados de uma pesquisa científica, bibliográfica ou documental. Sendo assim, por ter um conteúdo reduzido, é diferente de outros trabalhos científicos, como por exemplo o famoso TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Nessa aula, vamos aprender o básico sobre como escrever um artigo científico!

Em suma, sua publicação é em periódicos especializados (revistas), sendo uma forma de divulgação do conhecimento produzido no meio científico e acadêmico. Dessa forma, ao apresentar de forma completa e sucinta os propósitos e procedimentos de uma pesquisa, além da metodologia empregada e os resultados obtidos, possibilita ao leitor avaliar a pesquisa realizada. 

Como resultado, isso permite que outros pesquisadores repitam a experiência – confirmando ou não seus resultados –, ou nela se baseiem, ampliando as discussões e o conhecimento sobre o assunto e inspirando novas pesquisas.

Função de um artigo científico

De um modo geral, se faz um artigo científico para divulgar resultados de pesquisas científicas.

Entretanto, esse tipo de texto (pesquisa) também pode ser elaborado para:
  • Discutir temas ainda pouco estudados ou não estudados;
  • Aprofundar discussões acerca de temas já estudados em que ainda é possível o alcance de novos resultados;
  • Estudar temáticas clássicas sob um olhar mais contemporâneo;
  • Aprofundar ou dar continuidade à análise dos resultados de pesquisas, a partir de uma nova abordagem;

Além disso, o artigo científico pode tratar de conceitos, ideias, teorias ou mesmo hipóteses com a finalidade de discuti-los ou detalhar aspectos. Por vezes, no que diz respeito à formação acadêmica, o artigo científico é usado como estratégia de ensino para o desenvolvimento da capacidade de síntese das experiências de pesquisa realizadas pelo aluno.

Sendo assim, quando está redigindo um artigo, o aluno inicia uma aproximação aos conceitos e à linguagem científica que precisará desenvolver no momento da elaboração do trabalho de conclusão de curso, o famigerado TCC.

A estrutura de um artigo científico

Vamos supor, estudante, que você, depois de acompanhar muitas de nossas aulas no Curso Enem Gratuito, conseguiu a tão desejada vaga no curso dos seus sonhos.

Depois de um tempo, você se interessa por uma determinada área e, sob a orientação de um professor ou professora, você quer escrever e publicar um artigo. Legal, né? Então, vamos imaginar que o tema será “A importância da música nos primeiros anos de uma criança.”

Então, depois de muito estudo, você reuniu as informações e conhecimentos necessários por meio de leituras, fichamentos, registros de observações ou evidências factuais.

Posteriormente, é necessário criar um roteiro básico das ideias, iniciando com a apresentação geral do assunto e dos propósitos do artigo. Logo depois, a indicação das partes principais do tema e suas subdivisões. E, por fim, destacando as características a serem enfatizadas no artigo.

Introdução, Desenvolvimento e Conclusão

Claro que você já deve ter ouvido falar dos elementos chamados introdução, desenvolvimento e conclusão. Na redação do Enem, eles estão lá. Na redação do ENEM, deve-se escrever um texto dissertativo-argumentativo. O artigo científico tem uma estrutura parecida. Olha só!

Introdução

Na introdução você irá apresentar o artigo, além de descrever os objetivos e os fundamentos que orientam o trabalho. Sendo assim, é necessário que você contextualize o tema, evidenciando sua importância teórica ou prática, o que se espera dele, assim como os limites do artigo quanto a sua extensão e a sua profundidade. Além disso, o final da introdução deve apresentar também a forma como o artigo está organizado.

Ou seja, na introdução, você vai apresentar a sua tese/ideia. No nosso exemplo, seria “A importância da música nos primeiros anos de uma criança.”

Desenvolvimento

No desenvolvimento, você deve separar e organizar o tema em discussão para ficar mais coerente e compreensível por parte do leitor. Além disso, outra dica para o desenvolvimento é evitar o excesso de subdivisões, cujos títulos devem ser curtos e relacionados aos aspectos mais relevantes do conteúdo, motivando para a leitura.

Conclusão

Por fim, na conclusão, você deve apresentar uma síntese das principais ideias trabalhadas durante todo o artigo, relacionando-as com os objetivos que já foram estabelecidos antes.

O artigo científico deve ser escrito com objetividade, precisão, coerência e, claro, seguir à risca as regras da norma culta. Dessa forma, gírias devem ser evitadas, assim como expressões coloquiais e que contenham juízos de valor ou adjetivos desnecessários, o famoso “encher linguiça”.

Além disso, é preciso evitar explicações repetitivas ou desnecessárias, ao mesmo tempo em que se deve cuidar para que o texto não seja sucinto demais, o que pode prejudicar a compreensão de quem deseja lê-lo. Da mesma forma, a escolha do título do artigo deve estar de acordo com o conteúdo desenvolvido. Pense que o título é o nome do seu texto.

A publicação de um artigo acadêmico

Estudante, quando você estiver dentro da universidade que escolheu, tenho certeza de que você vai querer publicar os artigos que escrever. Sendo assim, é preciso atender a alguns critérios estabelecidos pela ABNT. Entretanto, não vamos nos aprofundar nisso agora, beleza? Vamos apenas pincelar o básico sobre publicação.

Caso se trate de um artigo a ser apresentado em eventos (como congressos e seminários), é importante seguir os modelos estabelecidos por seus organizadores e editores. Se você comete esse descuido, corre o risco de prejudicar a aprovação do artigo.

A avaliação de um artigo científico

O artigo científico pode ser avaliado de acordo com inúmeros critérios, decorrentes dos objetivos propostos pelo professor da disciplina. Por exemplo, é bem comum os artigos científicos serem elaborados por alunos que se encontram em fase final do curso de graduação. Entretanto, isso não quer dizer que o professor não peça aos alunos em fases anteriores, adequando-o às possibilidades e recursos já desenvolvidos por seus alunos.

Os critérios, de modo geral, são bem simples. Vamos citar alguns em duas categorias, sendo elas conteúdo e forma.

Conteúdo – o que precisa ser levado em conta para escrever um artigo científico
  1. clareza na apresentação dos objetivos, justificativa e importância do artigo
  2. definição do foco do artigo e dos aspectos que não serão abordados
  3. demonstração de conhecimento suficiente sobre o assunto
  4. coerência entre as informações e no encadeamento do raciocínio lógico
  5. demonstração de argumentos ou provas suficientes para apoiar as conclusões
Forma – o que precisa ser levado em conta para escrever um artigo científico
  1. atendimento aos objetivos propostos
  2. objetividade, precisão e coerência na escrita do texto
  3. uso fidedigno das fontes citadas no artigo, com a correta relação com os fatos analisados
  4. Obedecer às regras da norma culta
  5. resumo claro e informativo
Agora, vamos assistir a uma videoaula sobre como escrever um artigo científico: 

Gostaram da aula? Esperamos que sim! Boas leituras, bons estudos e até mais.

01) Questão sobre como escrever um artigo científico

VÍCIO EM INTERNET

“Poucos artigos sérios usam a palavra ‘vício’ para falar de tecnologia. É comum ver eufemismos como ‘compulsão’ ou ‘uso exagerado’. Vício é palavra ainda rara. Ou ao menos era. Na edição de janeiro de 2015, a revista ‘Wired’ (influente publicação sobre tecnologia) não hesitou em usar a palavra ‘viciante’ (‘addictive’), da seguinte forma: ‘Facebook’, ‘Twitter’, ‘Instagram’, ‘World of Warcraft’, ‘Angry Birds’. Os produtos tecnológicos de maior sucesso têm uma coisa em comum: eles são viciantes”.

O texto comenta a obra do consultor Nir Eyal, especializado em aconselhar empresas e designers a tornarem seus produtos mais viciantes. Eyal é autor do livro “Hooked: How to Build Habit-Forming Products” (Fisgado: como construir produtos que formam hábitos) e roda o mundo auxiliando a “fisgar” usuários e não soltálos mais. Ele gosta de descrever sua área como “engenharia de comportamento”, profissão que não faria feio nos livros de ficção científica de William Gibson ou Philip K. Dick.

Em seu livro, Eyal cria um sistema a partir de autores polêmicos como B. Frederic Skinner, inventor da “caixa de Skinner”. Nela é colocado um pombo que, para se alimentar, precisa puxar uma alavanca. Skinner demonstrou que, se a comida aparece todas as vezes em que o pombo aciona a alavanca, o bicho se torna preguiçoso e apenas a puxa quando sente fome.

Lemos, Ronaldo. “Vício em Internet”.
In Folha de São Paulo, publicada on
line, em 03/02/2015. Disponível em: ht-
tp://m.folha.uol.com.br/colunas/ronaldole-
mos/2015/02/1584272-vicioem-
internet.
shtml?mobile Acesso em: ago. 2017.

 

A partir da leitura do texto Vício em internet, a revista “Wired”

a) não teve êxito ao usar o termo “viciante”.

b) aconselha o consultor Nir Eyal a construir produtos formadores de hábitos.

c) não é uma publicação séria, por ter usado o termo “viciante”.

d) apresenta Nir Eyal como um consultor com projeção internacional.

e) destaca que Nir Eyal baseia seu livro em obras de ficção científica.

Gab: D

Sobre o(a) autor(a):

Anderson Rodrigo da Silva é professor formado em Letras Português pela UNIVALI de Itajaí. Leciona na rede particular de ensino da Grande Florianópolis.

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