Revise tudo sobre a história do Mundo Árabe nesta aula gratuita de História.
Conheça a ascensão e queda do império árabe e pare de confundir os conceitos de árabe e muçulmano neste super post de História! Revise História para o Enem!
A península arábica, localizada entre os continentes asiático e africano, compreende atualmente os países da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Kuwait, Jordânia, Iraque, Bahrein, Iêmen e Catar.
O início do Império Árabe
Em torno de 1200 a. C. a população da região organizava-se em tribos espalhadas, compostas por comerciantes e pastores majoritariamente.
Com o passar dos séculos, as atividades comerciais intensificaram, com a formação de caravanas que trafegavam entre as regiões da atual Palestina e Síria, nas quais vendiam mercadorias oriundas do extremo oriente. Nestes trajetos diversos polos urbanos formavam-se, nos quais era possível reabastecer-se de água e descansar.
Estes polos configuravam-se politicamente como cidades-Estado, pois tinham autonomia política e legal, não necessitando responder a nenhuma outra região da península arábica. O fluxo mercantil acabou trazendo prosperidade às cidades, com algumas até tornando-se grandes reinos.
Antes do Islamismo, os árabes cultuavam diversos deuses, muitos relacionados aos astros e a forças da natureza. Também praticavam o animismo, ou seja, adoravam pequenos objetos que representavam entidades e acreditavam que tais figuras possuíam alma. Nisto, a cidade de Meca, um grande porto seguro para os caravaneiros, acabou tornando-se também um ponto importante de veneração aos deuses.
O Islã
Meca era governada por um conselho de líderes e um clã, ou seja, uma organização familiar. Uma figura conhecida, por volta de 613, chamada Maomé, que conduzia caravanas entre Meca e outras localidades, começou a declarar a existência de apenas um Deus, contrariando as práticas politeístas anteriores.
Maomé se apoiava na figura divina de Alá e a religião foi chamada de Islã. Entretanto, cerca de 10 anos depois, com medo das novas ideias afetarem o comércio negativamente, os grandes mercadores enxotaram Maomé. O profeta se refugiou na cidade de Yatrebe, e a sua fuga ficou conhecida como “hégira”, ou emigração. Este evento é utilizado para marcar o início do calendário muçulmano.
O radical linguístico da palavra muçulmano e islã é o mesmo. Sendo assim, após a fuga de Maomé, os seguidores do islamismo passaram a se chamar muçulmanos. O cuidado que devemos ter, para não confundirmos, é em relação aos Árabes, ligados à região da península arábica e ao idioma, sendo, portanto, uma denominação geográfica e linguística, e aos islâmicos e muçulmanos, que são denominações religiosas.
Jihad
Com o tempo Maomé ajudou a tornar a cidade de Yatrebe, que posteriormente passou a chamar-se Medina, em um governo teocrático, ou seja, fortemente ligado à religião. Maomé então assumiu lideranças religiosas, política, administrativa e mesmo militar. A cidade do profeta, tradução de Medina, passou então a ter Maomé como representante direto de Alá na Terra.
Maomé, enquanto chefe militar, avançou sobre diversas tribos da região e comandou ataques a caravanas que passavam pelo deserto. Um dos ensinamentos do profeta era de que os seguidores do Islã deveriam levantar-se contra os que não seguiam a religião.
Ele determinava isto como uma “ação em favor de Deus”, propondo então uma Guerra Santa, ou jihad. Maomé também pregava que os que, por ventura, viessem a perder a vida em nome da fé seriam recompensados no pós-vida, recebendo a salvação eterna.
Os líderes das tribos próximas perceberam a força militar organizada por Maomé, impulsionada pelo conceito da jihad, e resolveram converter-se ao islamismo e apoiar o profeta. Em aproximadamente 630, Maomé e um exército de mais de 10 mil homens invadiram a cidade de Meca e destruíram os ídolos politeístas, proclamando, assim, a cidade como um local sagrado aos muçulmanos e um ponto de encontro sagrado.
A expansão do islã
Maomé conseguiu unificar as tribos da península arábica em um sentimento identitário muito forte ligado à religião, criando um Estado árabe-muçulmano. Após sua morte, poucos anos depois, a península estava plenamente unificada em uma teocracia islâmica.
Com a sua morte, houve uma cisão entre os islâmicos. Uma das facções, os xiitas, defendia a ideia de que um sucessor de sangue deveria suceder a Maomé em suas atribuições.
Já os sunitas, o outro grupo envolvido, acreditava que uma pessoa mais capacitada e seguidora dos costumes, sem necessidade de parentesco com Maomé, deveria ser escolhida.
Nesta disputa, os sunitas saíram vitoriosos, e então o sogro de Maomé, Abu-Bakr foi escolhido como sucessor, recebendo o título de califa. Diferentemente de Maomé, que era compreendido como um profeta, uma alcunha com um teor divino muito mais acentuado, os califas eram vistos apenas como líderes políticos e religiosos. O sucessor de Abu-Bakr, Omar Ibn Al-Khattab, iniciou uma nova era de expansão às tribos islâmicas, majoritariamente convertidas a esta altura, e deu origem a um grande império.
Grandes dinastias
Por volta de 661, a família Omíada passou a reger o império árabe, deixando o poder apenas em 749. Neste momento os cargos de importância do governo passaram a ser escolhidos de acordo com a competência, diminuindo a influência religiosa na escolha, caracterizando uma monarquia laica.
Durante a dinastia, Omíada Damasco foi decretada como capital do império, o árabe passou a ser o idioma oficial e obrigatório, assim como a conversão para o islamismo agora era compulsória.
O Império Árabe-muçulmano seguiu em franca expansão. Neste período as regiões do atual Paquistão e Afeganistão foram conquistadas, assim como a península ibérica, de Portugal e Espanha. Com um império tão vasto, os Omíadas decidiram fundar um califado independente na península, enquanto os Abássidas assumiam a regência imperial em 750.
Durante o regimento dos Abássidas, aproximadamente entre 750 e 1258, o império árabe deixou de ser uma ordem árabe apenas para tornar-se exclusivamente muçulmana. Agora pessoas que não eram árabes, mas praticavam o islamismo, podiam ocupar cargos públicos e usufruir da cidadania imperial.
O califa assumiu poderes absolutos de caráter autocráticos e divinos e, a partir disto, o cargo de vizir foi fundado, exercendo uma função administrativa. Poucos anos depois a capital deixou de ser Damasco e passou a ser Bagdá, no atual Iraque.
A corrosão do império árabe
A partir do século VIII o império foi fragmentado pela fundação de diversos califados independentes. Embora houvesse uma união em torno da religião, a administração política já não era mais centralizada em uma regência.
Ao final do século XI a Igreja Católica empreendeu diversas campanhas religiosas e militares, conhecidas como Cruzadas, para reconquistar a cidade de Jerusalém, sagrada tanto para os cristãos quanto para os muçulmanos. O conflito durou séculos e corroeu intensamente o império.
Na metade do século XIII os mongóis invadiram Bagdá. Este evento foi a gota d’água para a total fragmentação política do império muçulmano. Embora a centralização político-administrativa tenha se esvaído, a unidade cultural permaneceu, muito alicerçada na religião, e dura até a atualidade.
Resumo em vídeo sobre árabes e o islamismo
Aprenda mais sobre o Império Árabe com o professor Felipe! No vídeo a seguir, ele explica tudo sobre os povos árabes e o islamismo.
Exercícios sobre o Império Árabe
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UNISA SP/2012)
(…) A população da Cidade Santa foi passada ao fio da espada, e os francos massacraram os muçulmanos durante uma semana. Na mesquita de al-Aqsa, mataram mais de setenta mil pessoas. E Ibn al-Athir, que evita citar cifras não comprováveis, corrige: Mataram muita gente. Aos judeus recolheram na sua sinagoga e lá os queimaram vivos os francos. Destruíram também os monumentos santos, e a tumba de Abraão – a paz esteja com ele.
(Maloouf, Amin. La Invasión. Madrid, 1994)
O texto diz respeito
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(FUVEST SP/2011)
Se o Ocidente procurava, através de suas invasões sucessivas, conter o impulso do Islã, o resultado foi exatamente o inverso.
Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes.
São Paulo: Brasiliense, p.241, 2007.
Um exemplo do “resultado inverso” das Cruzadas foi a
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UNIMONTES MG/2008)
“Do alto das muralhas que os romanos escalaram no ano 70 e os cruzados cristãos, em 1099, jovens palestinos armados de fundas cobriam de pedras os carros blindados da polícia. (…) Nas proximidades, nas ruelas estreitas, elevavam-se vozes [de representantes] das três fés que fazem a cidade sagrada. (…)”
(ELON, A. In: BARBOSA, E. S. A encruzilhada das civilizações.
São Paulo: Moderna, 1977. Encarte)
A cidade e as religiosidades implícitas no texto são, respectivamente:
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UNIFOR CE/2019)
A morte de Maomé gerou um vazio político e religioso, durante forte conflito no mundo islâmico. Como consequência, surgiu uma grande cisão dividindo os islâmicos entre xiitas e sunitas, após 661.
BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História:
Sociedade e cidadania. Vol. 1. 2016.
Quais são as características que diferenciam sunitas e xiitas?
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(Mackenzie SP/2017)
“Em 632, a grande discussão provocada pela morte de Maomé era quem deveria sucedê-lo como principal líder político da comunidade islâmica. Embora Abu Bakr (sogro de Maomé) tenha sido escolhido como primeiro califa, muitos defendiam que a liderança deveria ser exercida por Ali, genro do profeta, casado com sua única filha viva na época. Do casamento nasceram dois filhos, herdeiros diretos de Maomé. Para os seguidores de Ali, apenas os descendentes em linhagem direta com o profeta (portanto, as gerações nascidas de seus dois netos) deveriam assumir o controle, uma vez que teriam sido escolhidos por Alá”.
Michel Reeber. Religiões: mais de 400 termos, conceitos
e ideias. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p.259
O texto aponta para a(o)
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(FATEC SP/2018)
O idioma árabe exerceu forte influência na língua portuguesa que, desse idioma, incorporou palavras como alambique, álcool, alface, açúcar, arroz, álgebra e azeitona, entre outras.
Assinale a alternativa correta sobre os contatos entre árabes e portugueses que possibilitaram essa influência.
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(ESPM SP/2017)
Um ano depois de terem saído das fronteiras da Arábia, em 633, os árabes já tinham atravessado o deserto e derrotado o imperador bizantino Heráclio, nas margens do rio Yarmuk; em três anos tinham tomado Damasco; cinco anos mais, Jerusalém; passados oito anos controlavam totalmente a Síria, a Palestina e o Egito. Em 20 anos, todo o Império Persa, até ao Oxus, tinha caído sob a espada árabe; em 30 era o Afeganistão e a maior parte do Punjab.
(Jaime Nogueira Pinto. O Islão e o Ocidente: a grande discórdia)
A impressionante velocidade da expansão islâmica, tratada no texto, deve ser relacionada com:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(Unievangélica GO/2016)
Xiitas e sunitas compartem o mesmo livro sagrado, o modelo profético contido na sunna (ou tradição do Profeta) e os mesmos centros espirituais (Meca, Medina e Jerusalém). Com respeito aos pontos de vista distintos entre xiitas e os sunitas, podemos dizer que giram em torno da liderança e suas características para alcançar os objetivos comuns.
KHALIL, M. J.; NASSER FILHO, O. Um diálogo sobre o islamismo.
Curitiba: Criar Edições, 2003. p. 103.
Enquanto a facção xiita acredita que a liderança do Islã deve ser exercida pelos parentes e descendentes diretos do profeta Maomé, os chamados Imames (Guias), o grupo sunita, defende que
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UEMG/2016)
Durante a Idade Média, no ano de 570, nascia Maomé, conhecido por ser o profeta de Alá. Desde a sua morte até o século XXI a crença em Alá tem sido difundida pela fé Islâmica que é, até hoje, predominante no norte da África e na Península Arábica. Em 711, a expansão islâmica conquistara espaço na Europa Ocidental. Quase toda a Península Ibérica fica sob o poder do Califado.
O que detém o avanço Islâmico é
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UNIUBE MG/2016)
O império islâmico assumiu, ao longo do período medieval, proporções geográficas consideráveis. Tendo em vista o fato de ser um movimento iniciado por tribos, em princípio, desunidas politicamente, pode-se dizer que o feito foi impressionante. Tudo se deveu, contudo, à “política expansionista” instituída por Maomé. Sabendo disso, assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas, considerando os elementos históricos dessa “política expansionista”:
( ) Após a morte de Maomé, os Califas (sucessores de Maomé) se uniram para expandir os territórios do Islão.
( ) A “política expansionista” de Maomé contribuiu para a padronização cultural entre o ocidente cristão e o oriente islâmico
( ) A fé e a luta contra os infiéis favoreciam a unificação das tribos mulçumanas pioneiras no processo de expansão.
( ) Os muçulmanos expandiram um território que ia da Índia, no Oriente, até a Península Ibérica, na Europa ocidental.
Marque a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
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Sobre o(a) autor(a):
Guilherme Silva é formado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de História em escolas da Grande Florianópolis desde 2016.
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