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Já parou para pensar por que a maior parte da América Latina fala espanhol? E por que o mais importante campeonato de futebol deste continente chama-se libertadores da América? Por quais motivos as fronteiras do nosso continente são do jeito que são? Todas estas questões estão intimamente relacionadas com a independência da América Latina.
Neste texto traremos as principais características destes processos que aconteceram durante o século XIX no nosso continente, mas que têm causas e efeitos relacionados com o resto do mundo.
A colonização da América Latina
Durante as expedições ultramarinas no século XVIII, Portugal e Espanha foram as nações pioneiras. Isso rendeu conquistas muito significativas para suas respectivas coroas. Enquanto os primeiros estabeleceram novas rotas comerciais com o Oriente realizando o périplo africano, os espanhóis apostaram na travessia do Atlântico.
Em 12 de outubro de 1492, Colombo e seus homens pisaram pela primeira vez em terras que posteriormente tornaram-se americanas. Américo Vespúcio foi o responsável por atestar que essa terra era um novo continente e não se tratava do Oriente que antes buscavam.
A partir desses fatos, iniciou-se uma série de novas expedições espanholas para tentar encontrar metais e pedras preciosas, catequizar os nativos e lucrar com a venda de produtos que não existiam na Europa. Esse processo ficou conhecido como Conquista da América, e possibilitou a colonização da região pela Espanha.
Pelo fato de Portugal, Espanha e França serem nações com línguas de matriz latina, chamamos a maior parte do continente de América Latina, sendo, portanto, uma divisão baseada na cultura.
No século XIX, a estrutura social formada pela colonização exigiu o rompimento com sua metrópole, pois ela não era mais satisfatória para as elites das colônias espanholas, francesas e portuguesas.
As elites de origem espanhola que residiam neste continente, os Chapetones, possuíam fazendas, exploravam jazidas de ouro e tinham maior participação nas instituições coloniais, como nos cabildos. Ocorre que o mesmo não acontecia com seus descendentes que nasciam aqui na América, os Criollos. Eles não desfrutavam dos mesmos privilégios, como detenção de monopólios e ocupar cargos administrativos — mesmo que levassem uma vida de opulência.
Para completar, o pacto colonial impedia que os grandes comerciantes fechassem negócios com outra nação, sendo obrigados a comercializar apenas com a Espanha, que comprava por um preço barato e vendia itens a preços elevados. Tais aspectos da colonização sempre foram motivos de descontentamentos por parte das elites latinas, mas é no século XIX que diversos elementos vão confluir e possibilitar a ruptura com a metrópole e a independência da América Latina.
São eles a influência das revoluções burguesas ocorridas na França e nos Estados Unidos, as ideias iluministas que vinham com os jovens da elite que estudavam na Europa, as pressões da Revolução Industrial e a invasão de Napoleão à Espanha.
O processo de independência da América Latina e os libertadores da América
Diversas foram as lideranças coloniais que se envolveram com o processo de independência da América Latina. Destacaremos quatro nomes aqui: Toussaint Louverture, Simon Bolívar, José de San Martin e José Martí. Cada uma destas figuras trazia um projeto particular de nação, que veremos a seguir.
Toussaint Louverture
Françoi-Dominique Toussaint Louverture é o nome da principal liderança na independência da ilha de São Domingos, antiga colônia francesa que hoje corresponde ao Haiti. A emancipação dessa nação é muito singular, pois além de ser a segunda independência do continente, ela foi a única feita pelos negros escravizados – ou seja, aqueles que estavam na base daquela sociedade.
Quando a Revolução Francesa estoura em 1789 do outro lado do Atlântico e os franceses declaram que todos os homens nascem livres e dotados de direitos, as revoltas de escravizados em São Domingos ganham outros tons.
Toussaint Louverture, que era letrado e trabalhava de cocheiro para o seu senhor, teve contato com as notícias que vinham do velho mundo, o que foi essencial para sua formação de líder na revolta. Liderando muitos homens em batalhas, ajudou a promover gradualmente a independência da ilha. Contudo, em 1802, Napoleão decidiu recuperar a antiga colônia e prendeu Louverture, que acabou morrendo na França.
São Domingos só vira Haiti em 1804, sob a liderança de Jacques Dessalines. No entanto, aquela nação sofreu com a falta de apoio de outros Estados, já que não era de interesse deles que uma revolta de negros que teve sucesso se espalhasse.
Bolívar
Esta é a figura mais conhecida deste processo que aqui falamos, que de tão emblemático chegou a ser homenageado com uma nação batizada com seu nome. Nascido em Caracas, dentro de uma família abastada, Simón Bolívar fazia parte da elite criolla. Realizou diversas viagens e estudou na Europa, onde teve um contato mais próximo com obras de autores iluministas. Ao retornar para a América, fez parte de redes compostas por membros das elites que também almejavam a ruptura com a Espanha.
Entre derrotas, fugas, alianças e, por fim, vitórias, participou da emancipação da Venezuela, Colômbia, Equador e Peru. Defendia a república enquanto forma de governo e acreditava que todas estas nações hispânicas emancipadas deveriam reunir-se em um só Estado para que pudessem garantir sua independência e formar uma nação forte, uma Pátria Grande.
Seu plano, que foi apresentado e rejeitado no Congresso do Panamá em 1826, não deu certo por diversos fatores. As elites latinas não tinham interesse em se submeter ao poder de um governo central e distante, os EUA eram contra a ideia de uma nação forte que pudesse impedir suas pretensões expansionistas, e para a Inglaterra poderia ser uma ameaça à sua economia. Por conta disso, o termo bolivarianismo é evocado quando alguém quer falar sobre a soberania latino americana.
San Martin
Contemporâneo de Bolívar, José de San Martín foi também um líder militar que participou com outras lideranças dos processos de independência do Chile, da Argentina e do Peru. Ao contrário de Bolívar, defendia a monarquia constitucional gerida por nobres europeus como forma de governo para as nações emancipadas, ideia que não se materializou.
José Martí
Já no final do século XIX, mais precisamente em 1895, enquanto Cuba tornava-se independente, morreu um dos principais líderes envolvidos neste processo: José Martí.
Vivendo em um período diferente das figuras citadas anteriormente, ele trazia características também distintas, como a ligação e valorização da cultura latino-americana. Também estudou na Espanha e ao regressar para a América envolveu-se cada vez mais com a causa emancipacionista.
Ele morreu em 19 de Maio de 1895, baleado por militares espanhóis. Nesse mesmo ano, com o apoio dos EUA, a ilha de Cuba se tornou independente, mas ficou à mercê dos interesses estadunidenses por muitos anos. Dentre todos os libertadores citados, Martí é quem tinha as ideias que mais se aproximavam do que se pode chamar de um governo popular.
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UNITAU SP/2019)
A figura de Toussaint Louverture, o Espártaco Negro, domina os anos revolucionários do final do século XVIII na América, retratados pelo escritor cubano Alejo Carpentier, em seu romance “O Século das Luzes”. Formidável estrategista, que soube jogar habilmente com as rivalidades entre as grandes potências – Espanha, Inglaterra e França –, Louverture consolidou seu poder e desafiou Napoleão. Capturado à traição, morre numa cela glacial nos Alpes do Jura, mas seus tenentes resistem. Os 43 mil soldados franceses, sob ordens de um cunhado de Napoleão, são dizimados pela guerrilha de ex-escravos.
CAROIT, J. M. País marcado por
golpes se rebelou contra escravidão. Folha de S. Paulo, 01 de março
de 2004. Adaptado.
O texto acima faz referência a um célebre episódio do processo de independência das colônias na América, que marcou o imaginário dos senhores de escravos, criando o que a historiadora Celia Maria Marinho de Azevedo denominou de “medo branco”. Trata-se da
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UFRGS/2019)
Leia o trecho abaixo.
O propósito de muitos, se não da maioria, dos conflitos políticos da América espanhola, no período posterior à independência, foi simplesmente determinar quem deveria controlar o Estado e seus recursos. Não obstante, surgiram outras importantes questões políticas que variaram de país para país em caráter e importância. Entre 1810 e 1845, a discussão sobre estrutura centralista e federalista do Estado foi fonte de violento conflito no México, na América Central e na região do Prata.
SAFFORD, Frank. Política, ideologia e
sociedade na América espanhola do pós-
independência. In: BETHELL, Leslie. His-
tória da América Latina, vol. III: da Indepen-
dência até 1870. São Paulo: Edusp, 2001. p. 369.
O segmento faz menção aos conflitos que se seguiram às independências na América Espanhola.
Assinale a alternativa que indica algumas das consequências desses confrontos.
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UFPR/2018)
Leia o texto a seguir:
É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o mundo novo uma só nação com um só vínculo, que ligue suas partes entre si e com o todo. Já que tem uma mesma origem, uma mesma língua, mesmos costumes e uma religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que confederasse os diferentes Estados que haverão de formar-se […].
Considerando o extrato da “Carta de Jamaica”, de Simón Bolívar, e com base nos conhecimentos sobre as independências na América espanhola, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UNICAMP SP/2018)
O pastor norte-americano Pat Robertson, dono do canal de comunicação Christian Broadcasting Network, afirmou que a tragédia provocada pelo terremoto no Haiti, em janeiro de 2010, foi decorrente do “pacto com o diabo” que setores da população haitiana teriam feito para que o país se tornasse independente. Nas palavras do Pastor, “Os haitianos estavam sob o jugo da França. Eles se uniram e fizeram um pacto com o diabo. Disseram: ‘Serviremos a ti caso nos liberte da França'”.
(Adaptado de Haroldo Ceravolo Sereza, “Pastor americano
atribui terremoto a ‘pacto com o Diabo’ e provoca protestos;
país se libertou da França em 1804”. Uol notícias. 14/01/2010. Disponível em https://noticias.uol.com.br/ especiais/terremoto
-haiti/ultnot/2010/01/14/ult9967u9.jhtm. Acessado em 30/08/2017.)
A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(PUC SP/2018)
O Haiti tornou-se independente da França em 1804, e o Brasil emancipou-se de Portugal em 1822. Comparando os dois processos de independência, é CORRETO afirmar que
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(Mackenzie SP/2018)
“Em agosto de 1791, passados dois anos da Revolução Francesa e dos seus reflexos em São Domingos, os escravos se revoltaram. Em uma luta que se estendeu por doze anos, eles derrotaram, por sua vez, os brancos locais e os soldados da monarquia francesa. Debelaram também uma invasão espanhola, uma expedição britânica com algo em torno de sessenta mil homens e uma expedição francesa de semelhantes dimensões comandada pelo cunhado de Bonaparte. A derrota da expedição de Bonaparte, em 1803, resultou no estabelecimento do Estado negro do Haiti, que permanece até os dias de hoje”.
L. R. James. Os jacobinos negros:
Toussaint L’Ouverture e a revolução
e São Domingos. São Paulo: Bom-
tempo, 2000, p.15
Acerca da independência do Haiti e de seus reflexos em outras regiões da América, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UFRGS/2018)
Considere as afirmações abaixo, sobre a história do Haiti no século XIX.
I. A revolução da independência teve início como uma grande rebelião de escravos e logo se transformou em uma luta mais ampla pela abolição da escravatura e contra a dominação colonial francesa.
II. O exército francês, enviado por Napoleão Bonaparte, em 1804, conseguiu restabelecer o domínio colonial da ilha, com o retorno da escravidão e com o encerramento do processo revolucionário local.
III. O Haiti, mesmo sendo uma das repúblicas mais antigas das Américas e tendo auxiliado nas lutas de independência de outros países americanos, foi excluído do primeiro encontro das nações americanas independentes, em 1826.
Quais estão corretas?
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UNITAU SP/2018)
“Eu desejo, mais do que qualquer outro, ver formar-se na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas do que pela liberdade e glória. Ainda que aspire à perfeição do governo da minha pátria, não posso persuadir-me de que o Novo Mundo seja, no momento, regido por uma grande república.
[…]
É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um só vínculo, que ligue suas partes entre si e com o todo”. BOLÍVAR, Simón. Cartas da Jamaica”.
BELLOTTO, M. L. e CORREA, A. M.
M. (org.) Simón Bolívar. Política. São
Paulo: Ática, 1983, p. 84 e p. 89.
A “ideia grandiosa” citada no documento de Simón Bolívar refere-se a:
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UEFS BA/2017)
Entre os anos 1810 e 1820, […] o inimigo comum era a Espanha. Todos os esforços concentravam-se para acabar com o domínio da Espanha. A tônica dos discursos era a liberdade.
Liberdade, entretanto, não é um conceito entendido de forma única; tem significados diversos, apropriados também de formas particulares pelos diversos segmentos da sociedade.
(Maria Lígia Prado. A formação das nações latino-americanas, 1985.)
Entre os “significados diversos” do conceito de liberdade, presentes nas lutas de independência na América Hispânica, é correto afirmar que:
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(IFRS/2017)
Assinale a alternativa que melhor caracteriza as causas da independência das colônias latino-americanas.
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Sobre o(a) autor(a):
Os textos acima foram preparados pelo professor Angelo Antônio de Aguiar. Angelo é graduado em história pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestrando em ensino de história na mesma instituição e dá aulas de história na Grande Florianópolis desde 2016.
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