Povos Pré-Colombianos: diversidade e legado das primeiras civilizações das Américas | História | EXPLICA DO ZERO

Neste breve olhar sobre o passado, vamos conhecer a riqueza e a complexidade dos povos pré-colombianos, explorando suas notáveis realizações e seu legado duradouro.

Os povos pré-colombianos, também conhecidos como povos indígenas das Américas, representam um tesouro de diversidade cultural e histórica que floresceu nas terras americanas muito antes da chegada de Cristóvão Colombo em 1492.

Essas civilizações antigas, dispersas por todo o continente, desenvolveram culturas ricas, avanços tecnológicos notáveis e sistemas sociais complexos que moldaram profundamente o panorama das Américas. 

Existiam diversas culturas e civilizações nessas terras, cada uma com suas próprias línguas, tradições, e formas de organização social. Alguns exemplos notáveis incluem os Maias, os Astecas e os Incas na América Central e do Sul; os Hopis e Sioux na América do Norte; e os Inuítes no Ártico. Eles tinham sistemas agrícolas avançados, desenvolveram arquitetura impressionante e deixaram um rico legado cultural que influencia as Américas até hoje.

Maias: uma jornada pela Civilização Mesoamericana

Os Maias foram uma civilização indígena que se desenvolveu na região da Mesoamérica (que abrange partes do atual México, Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador), entre os séculos III e XV. 

Eles são conhecidos por suas realizações notáveis em várias áreas, incluindo matemática, agricultura, astronomia, arquitetura, arte e escrita. Conheça mais dessa civilização na primeira videoaula dessa trilha, com o professor Jean Miranda:

Maias: ciência, arte e agricultura de uma civilização avançada

Como você pode ver na aula do professor Jean, a agricultura maia foi uma base vital da sua civilização, centrada principalmente no cultivo do milho, feijão, abóbora e outros vegetais. 

Isso porque os Maias desenvolveram técnicas avançadas, como campos elevados e sistemas de cultivo de milpa, que maximizavam a produção agrícola. Além disso, seu calendário agrícola era muito preciso: levava em consideração fases lunares e sazonais, o que orientava as atividades agrícolas. Por fim, o uso de fertilizantes naturais e o armazenamento de alimentos garantiam segurança alimentar.

A agricultura bem-sucedida não apenas sustentava a sociedade maia, mas também permitia o desenvolvimento de cidades e estruturas sociais complexas.

Na matemática, os Maias desenvolveram um sistema numérico de base 20 e eram proficientes em cálculos complexos. Eles também criaram um calendário preciso que consistia em um calendário solar de 365 dias e um calendário sagrado de 260 dias.

Já no campo da astronomia, os Maias revelaram um profundo conhecimento das estrelas e planetas, o que os ajudava a desenvolver calendários precisos e a realizar observações astronômicas importantes.

A arquitetura maia, por sua vez, é notável por suas pirâmides, templos e cidades planejadas, como Tikal e Palenque. Eles também eram habilidosos em cerâmica, escultura e pintura, deixando um rico legado artístico.

Outro destaque cultural é a escrita maia. Esse povo desenvolveu um sistema de escrita hieroglífica que registrou sua história, religião e eventos cotidianos em códices e inscrições em pedra.

A civilização maia entrou em declínio em torno do século IX, e as razões para esse declínio ainda são objeto de debate. No entanto, a cultura maia continuou a influenciar a região e, hoje, muitos descendentes dos Maias preservam suas tradições e línguas. São lembrados como uma das civilizações mais avançadas das Américas pré-colombianas, com um legado cultural e científico que continua a fascinar e inspirar as gerações atuais.

Incas: o maior império pré-colombiano nas Américas

Os Incas foram uma civilização indígena que floresceu na região dos Andes, na América do Sul, abrangendo partes dos atuais Peru, Bolívia, Equador, Colômbia, Chile e Argentina, entre os séculos XV e XVI. 

Eles são conhecidos por terem criado o maior império pré-colombiano nas Américas, conhecido como Império Inca. Na segunda videoaula dessa trilha, o professor Jean te apresenta essa grande civilização pré-colombiana. 

Incas: engenharia, cultura e legado de um grande império

Os Incas desenvolveram uma sociedade altamente organizada, com um governo centralizado, estradas impressionantes, arquitetura sofisticada e um sistema de registro contábil baseado em quipus (cordas com nós). 

Sua economia era centrada na agricultura, com destaque para o cultivo de batatas, milho, feijão e quinoa. Além disso, eles eram habilidosos em metalurgia, produzindo objetos de ouro e prata. 

O território do Império Inca era caracterizado por sua geografia montanhosa e desafiadora, que influenciou significativamente sua estratégia de terraplanagem.

Os Incas eram conhecidos por sua avançada agricultura em terraços, construindo áreas planas nas encostas das montanhas para cultivar. Seus terraços eram projetados com maestria para otimizar o uso da água e do solo nas montanhas, permitindo a produção em grande escala. Além disso, eles estabeleceram uma extensa rede de estradas, conectando seu império e facilitando o transporte. 

Os Incas também demonstraram habilidades em engenharia com sistemas de aquedutos e construções precisas, como templos e palácios. No geral, sua capacidade de superar os desafios geográficos das montanhas dos Andes ilustra sua engenhosidade e adaptabilidade como civilização.

A sociedade Inca era uma teocracia, na qual os poderes político e religioso se entrelaçavam. O líder supremo, o “Inca”, era considerado um descendente divino, exercendo autoridade tanto política quanto religiosa. Eles adoravam divindades como o deus do sol, Inti, e a deusa da terra, Pachamama. Sacerdotes desempenhavam um papel crucial, realizando rituais e mantendo templos. Templos impressionantes, como o templo de Coricancha, eram usados para adoração e rituais. A teocracia unia política e religião sob o Inca, moldando a vida cotidiana e a cultura Inca.

O declínio do Império foi resultado de uma combinação de fatores, incluindo a conquista espanhola, conflitos internos, epidemias, destruição cultural, divisão política e exploração mineral. O legado dos Incas persiste nas culturas e povos indígenas da região, mas a civilização Inca como um império unificado entrou em colapso no início do período colonial espanhol. 

Astecas: de Tenochtitlán à conquista espanhola

Se liga na terceira videoaula da trilha e conheça outra importante civilização pré-colombiana – os Astecas!

Astecas: a jornada na civilização do México Central

Os Astecas foram uma civilização que se desenvolveu na região do atual México Central, especificamente no planalto mexicano, entre os séculos XIV e XVI. 

Esse povo surgiu como um grupo nômade que migrou para a região do México Central por volta do século XIII. Eles eventualmente se estabeleceram na ilha de Tenochtitlán, onde fundaram sua capital.

Tenochtitlán era a capital do Império Asteca e se tornou uma das maiores cidades do mundo na época, com canais, pontes, templos e palácios impressionantes. Estava localizada no local onde hoje está a Cidade do México.

Os Astecas desenvolveram técnicas avançadas de agricultura, incluindo o uso de chinampas, canteiros flutuantes, para cultivar alimentos em áreas de lagos e pantanos. Eles cultivavam milho, feijão, abóbora, pimenta entre outros.

Outro ponto de destaque na civilização Asteca é que eles tinham um sistema político centralizado, com um imperador (ou tlatoani) no topo. O imperador era considerado uma figura divina e também tinha poder militar e político.

A religião também desempenhava um papel central na vida asteca. Eles adoravam várias divindades, que eram ligadas a elementos da natureza, com destaque para Huitzilopochtli, o deus da guerra e do sol. 

A astronomia asteca era uma ciência altamente desenvolvida que desempenhava um papel importante na vida cotidiana, na religião e na agricultura da civilização. Suas observações precisas e sistemas de calendário demonstram uma compreensão avançada dos fenômenos astronômicos e sua relevância cultural duradoura na região.

Os Astecas estabeleceram uma extensa rede de comércio que se estendia pela Mesoamérica. Eles usavam um sistema de troca baseado em cacau como moeda.

Embora o cacau fosse usado como moeda principal, pequenas lâminas de ouro chamadas “tajaderas” também eram usadas em transações comerciais menores. 

O ouro desempenhou um papel significativo no Império Asteca, tanto em termos de valor econômico quanto cultural. O ouro era altamente valorizado pelos astecas devido à sua beleza e raridade. Eles usavam o ouro para criar objetos cerimoniais, joias, utensílios religiosos e decorações extravagantes para templos e palácios. Os astecas obtinham ouro de várias maneiras, incluindo mineração em depósitos auríferos, coleta de ouro em rios e comércio com civilizações vizinhas.

A chegada dos espanhóis em 1519, levou ao saque generalizado de ouro asteca. Os espanhóis exigiram ouro como tributo e saquearam templos e residências, causando a perda de grande parte da riqueza em ouro dos astecas.

O Império Asteca chegou ao seu fim em 1521, quando o espanhol Hernán Cortés liderou uma expedição que resultou na captura do imperador Montezuma II e na queda de Tenochtitlán. As doenças trazidas pelos espanhóis também tiveram um impacto devastador na população asteca, bem como as guerras internas. 

Apesar do colapso do império, muitos elementos da cultura asteca continuaram a influenciar a região. A língua Náuatle, por exemplo, ainda é falada por comunidades indígenas no México hoje em dia. A arte, a arquitetura e a culinária asteca também deixaram uma marca duradoura.

Exercícios

Questão 1 (UECE):

Os incas do Peru antigo utilizavam elementos para ativar a memória parecidos com a escrita. Diferentes tipos de nós eram utilizados para registrar as transações mercantis diárias e de longo prazo, ou pagamentos de tributos do império. Esse instrumento que era muito útil para comunicação e registros contábeis do império inca é denominado:

  1. Entalhe.
  2. Ábaco.
  3. Quipu.
  4. Tabuleiro.

Questão 2 (C. U. do Pará):

“Os deuses da criação Maia resolveram gerar uma raça de adoradores para ter companhia. Criaram os animais, mas, quando viram que eles não tinham voz, mandaram os bichos para as selvas. Os deuses criaram então o homem. [Depois de duas tentativas fracassadas], mais deuses criadores se juntaram e fizeram o homem de farinha de milho. Finalmente deu certo, e os Maias passaram a crer que o milho era a matéria-prima de sua formação”.

(Danilo Cezar Cabral e outros. Revista Mundo Estranho. http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quaissao-os-principais-deuses-maias. Acessada em 01/10/2013).

Pelo trecho acima e por seus conhecimentos sobre a cultura e a sociedade Maia pré-colombiana, é correto afirmar que o milho nesta sociedade significava um alimento para o:

  1. Corpo físico e concreto, constituindo-se sua “matéria-prima” para o desenvolvimento econômico Maia, como referencia o trecho citado.
  2. Corpo físico e para a alma, já que entre os Maias os deuses e os homens estavam em um mesmo patamar e os deuses fizeram o homem a partir do Deus Milho.
  3. Mundo imagético da evolução humana, onde o homem primeiro foi criado como um vegeta para depois ser alimentado pelo milho e virar humano, dominando o mundo vegetal.
  4. Corpo físico e mítico, já que o milho representava para os Maias tanto um símbolo religioso ligado à sua criação, como fonte de vida e de riquezas econômicas e sociais.

Questão 3 (Enem 2013):

O canto triste dos conquistados:

Os últimos dias de Tenochtitlán

Nos caminhos jazem dardos quebrados;

Os cabelos estão espalhados.

Destelhadas estão as casas,

Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém as tivesse tingido,

Nos escudos esteve nosso resguardo,

Mas os escudos não detêm a desolação…

PINSKY, J. et al. História da América através de textos. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).

O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao(à):

  1. Tragédia causada pela destruição da cultura desse povo.
  2. Tentativa frustrada de resistência a um poder considerado superior.
  3. Extermínio das populações indígenas pelo Exército espanhol.
  4. Dissolução da memória sobre os feitos de seus antepassados.
  5. Profetização das consequências da colonização da América.

Gabarito:

Questão 1: C

Questão 2: D

Questão 3: B

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