Confira agora a vida e a obra do maior autor do Realismo Brasileiro no resumo com simulado sobre Machado de Assis. Um clássico do Enem. Vem!
A vida e a obra de Machado de Assis são uma constante nas provas do Enem e dos principais vestibulares. Se dentre os autores do longo ciclo do Modernismo os destaque são para Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispectos, e Lygia Fagundes Teles, dentro do Realismo Brasileiro o centro das questões está nele. Confira agora no resumo com simulado sobre Machado de Assis.
Veja agora um resumo sobre a literatura machadiana e depois responda às questões do simulado para testar o seu nível.
O Realismo e Machado de Assis
A data simbólica da maior virada na literatura brasileira é o ano de 1881, ainda nos tempos do Brasil Imperial. Dom Pedro II era o imperador. O Rio de Janeiro vivia em torno da Corte, mas uma demanda difusa na sociedade pelo republicanismo e pelo fim da escravidão estavam presentes. Machado de Assis inova com uma literatura aguda, mostrando a crueza dos personagens da cena carioca.
1881 é a data de nascimento do clássico livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. A obra foi considerada um romance original e diferente de tudo aquilo que já havia sido publicado por aqui. É unânime que Machado de Assis é o principal autor do Realismo brasileiro, consagrado pelo sucesso dos romances pertencentes ao referido movimento literário.
Além de Memórias Póstumas e Dom Casmurro, ele também escreveu Casa Velha (1885), Quincas Borba (1891), Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908), todos romances da escola literária do Realismo.
Entenda o Realismo com o resumo da professora Camila Zuchetto, do canal do Curso Enem Gratuito:
Compreendeu a importância estrutural de Machado de Assis para o realismo? Então, veja agora em detalhes a vida e a obra do autor antes de responder ao simulado sobre Machado de Assis.
A vida e as obras de Machado
Confira agora os detalhes da vida que levaram Machado ao estrelato nacional. Ele, inclusive, é o fundador da Academia Brasileira de Letras.
Machado, pela agudeza e excelência da sua literatura era também conhecido como Bruxo do Cosme Velho,em função do bairro onde morava no Rio de Janeiro. Machado de Assis foi o precursor do Realismo literário no Brasil e principal autor desse movimento.
Escreveu contos, crônicas, poemas, peças de teatro e romances, tanto românticos como realistas, gênero que o consagrou na literatura brasileira e o alçou como um dos escritores brasileiros mais importantes de todos os tempos
Machado de Assis nasceu em 1839. Ele vem das periferias do Rio de Janeiro, mas conseguiu estudar e trabalhar em jornais. Ele era um grande apaixonado por livros, livrarias, cafés; e era um homem super informado que começou a escrever bastante cedo.
Perdeu a mãe quando era bastante jovem e foi adotado pela madrinha. Seu pai se casou novamente e então teve uma madrasta, quem também lhe deu apoio. Veja agora no resumo com a professora Camila Zuchetto:
A poesia romântica
Machado começou inicialmente a escrever poesia! Ele também fez teatros e aí, logo no início dos seus romances, Machado passou a produzir o que chamamos de fase romântica.
Sobre a questão dos romances, é importante aqui lembrar de uma coisa. Quando eu falo pra vocês que Machado fez um romance, eu tenho que lembrar que romance é uma estrutura textual, um gênero literário. Romance não tem necessariamente a ver com alguma coisa de história de amor/desejos amorosos.
Quando a Tia Camila fala aqui de romance, a gente tá falando de um livro, normalmente um livro grande, que tem início, meio e fim, certo? E que tem vários núcleos (personagens em diferentes núcleos que se cruzam entre si), personagens mais complexos e principalmente, as histórias, temáticas e demandas também são mais complexas que em novelas e crônicas. Romance aqui vai ser trabalhado sempre com essa perspectiva!
Machado e o final do Romantismo
Então essa primeira fase de Machado de Assis é uma fase dita romântica. Por que? Porque ele é muito influenciado por um grande escritor do romantismo, o José de Alencar! Ele gosta muito do José de Alancar, custumava dizer que tem o José de Alencar como referência.
Então a gente vai ter aqui alguns livros dessa fase romântica; o primeiro deles chama ‘Ressureição’ e o último ‘Helena’. Já em Helena, a gente percebe uma coisa que vai ser uma característica bastante importante da obra do Machado: que é romper com alguns padrões da sociedade, da classe social que tava em ascensão no país, a burguesia!
Helena é o começo da mudança
E aí em Helena, a gente vê que a personagem principal é muito sagaz, que consegue manipular coisas; e que tem um momento da história que ela “se finge de tola”. Então, o Machado já na fase romântica traz uma pequena crítica, uma ironia muito potente. Machado de Assis vai fazer um processo muito importante que é olhar para a sociedade brasileira e questioná-la.
O realismo vem para romper drasticamente com a produção romântica. Se lá no romantismo as coisas eram extremamente idealizadas, hiperbólicas, vistas de forma muito fantasiosa; o realismo do Machado vem pra cá pra dizer: “peraí, é preciso olhar para a sociedade extremamente problemática daquele momento, uma sociedade que tá ainda dentro dos processos de escravidão.” E ele vai olhar para essa sociedade e esses costumes, e vai cutucar! Vai usar de ironia, vai debochar
O Realismo estreia no Brasil
Pra além da ironia, pra além da crítica social, é muito forte na obra de Machado de Assis o humor! Ele vai trabalhar para romper com a lógica das grandes instituições que são os pilares do país. A ideia da família tradicional, a igreja, o casamento; inclusive vai falar sobre as instituições de ensino também!
Para finalizar essa aula, vamos reforçar para você não esquecer: o 1º grande livro que vai fincar o realismo no Brasil é Memórias Póstumas de Brás Cubas!
Uma das sacadas desse livro é trazer um personagem morto que tá isento de julgamentos sociais/morais e que pode falar tudo sobre a realidade ao seu redor! Agora é hora de responder ao simulado sobre Machado de Assis.
Simulado sobre Machado de Assis
Sumário do Quiz
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(IBMEC SP Insper/2019)
Texto I
Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai, logo que teve aragem dos onze contos, sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.
– Dessa vez, disse ele, vais para Europa; vais cursar uma universidade, provavelmente Coimbra; quero-te para homem sério e não para arruador e gatuno. E como eu fizesse um gesto de espanto: — Gatuno, sim senhor; não é outra cousa um filho que me faz isto…
(Machado de Assis, Memóri-
as Póstumas de Brás Cubas)Texto II
Ela deixou um bilhete, dizendo que ia sair fora
Levou meu coração, alguns CDs e o meu livro mais da hora
Mas eu não sei qual a razão, não entendi por que ela foi embora
E eu fiquei pensando em como foi e qual vai ser agoraÉ que pena, pra mim tava tão bom aqui
Com a nega mais teimosa e a mais linda que eu já vi
Dividindo o edredom e o filminho na TV
Chocolate quente e meus olhar era só pro cê
Mas cê não quis, eu era mó feliz e nem sabia
Beijinho de caramelo que recheava meus dia
(Luccas Carlos, Bilhete 2.0 [fragmento].
Em: https://www.letras.mus.br)Na passagem do romance de Machado de Assis, o amor é apresentado como
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UNITAU SP/2019)
Sobre o romance Memorial de Aires, de Machado de Assis, leia as afirmações abaixo.
I. Na obra, há diversas reflexões sobre o ato de escrever, o que caracteriza um recurso de mediação.
II. O narrador dessa obra, em forma de diário, envolve e apara, por meio de seus comentários, as ações e os acontecimentos, que nunca se dão na sua crueza de fatos.
III. Devido à exigência de clareza, e por ser uma obra antirromântica e clássica, não há o emprego da ambiguidade.Está CORRETO o que se afirma em
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UFT TO/2019)
Leia o Capítulo II do romance Quincas Borba, de Machado de Assis.
Capítulo II
Que abismo que há entre o espírito e o coração! O espírito do ex-professor, vexado daquele pensamento, arrepiou caminho, buscou outro assunto, uma canoa que ia passando; o coração, porém, deixou-se estar a bater de alegria. Que lhe importa a canoa nem o canoeiro, que os olhos de Rubião acompanham, arregalados? Ele, coração, vai dizendo que, uma vez que a mana Piedade tinha de morrer, foi bom que não casasse; podia vir um filho ou uma filha… – Bonita canoa! – Antes assim! – Como obedece bem aos remos do homem! – O certo é que eles estão no céu!
Fonte: ASSIS, Machado de. Quincas
Borba. São Paulo: Ática, 1988, p. 13.O capítulo apresenta reflexões do ex-professor Rubião sobre o “abismo que há entre o espírito e o coração”.
É CORRETO afirmar que no capítulo pode ser observado que:
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(PUC SP/2019)
A seguir, no Texto I, o crítico literário Alfredo Bosi associa a publicação, em 1881, de Memórias póstumas de Brás Cubas à inauguração de uma nova fase na carreira literária de seu autor, Machado de Assis. No Texto II, excerto do capítulo “O verdadeiro Cotrim”, do mesmo romance, Brás Cubas descreve o caráter de seu cunhado Cotrim, ex-traficante de escravos.
Texto I
A revolução dessa obra, que parece cavar um fosso entre dois mundos, foi uma revolução ideológica e formal: aprofundando o desprezo às idealizações românticas e ferindo no cerne o mito do narrador onisciente, que tudo vê e tudo julga, deixou emergir a consciência nua do indivíduo, fraco e incoerente. O que restou foram as memórias de um homem igual a tantos outros, o cauto1 e desfrutador Brás Cubas.
(BOSI, Alfredo. História concisa
da literatura brasileira. 40. ed.
São Paulo: Cultrix, 2002, p.177)Texto II
Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um caráter ferozmente honrado. (…) Não era perfeito, decerto; tinha, por exemplo, o sestro2 de mandar para os jornais a notícia de um ou outro benefício que praticava, — sestro repreensível ou não louvável, concordo; mas ele desculpava-se dizendo que as boas ações eram contagiosas, quando públicas; razão a que se não pode negar algum peso. Creio mesmo (e nisto faço o seu maior elogio) que ele não praticava, de quando em quando, esses benefícios senão com o fim de espertar a filantropia dos outros; e se tal era o intuito, força éconfessar que a publicidade tornava-se uma condição sine qua non3. Em suma, poderia dever algumas atenções, mas não devia um real a ninguém.
(ASSIS, Machado de. Memórias
póstumas de Brás Cubas. São
Paulo: Ateliê, 2001, p. 224-225)Vocabulário:
1 cauto: cauteloso, prevenido.
2 sestro: vício.
3 condição sine qua non: condição sem a qual não é possível o que se pretende.No Texto I, Alfredo Bosi destaca a particularidade do foco narrativo criado por Machado de Assis em Memórias póstumas de Brás Cubas. Dentre os traços característicos do narrador desse romance, a leitura do Texto II permite destacar a presença de:
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(PUCCamp SP/2019)
Relativismos e divisões
Costuma ser irritante a expressão “ah, isso é relativo”, especialmente quando aplicada sobre uma verdade que julgamos absoluta. Mas o relativismo vive, exatamente, da desconfiança quanto a qualquer absoluto. O relativista suspende julgamentos definitivos, como Sócrates já fazia nos diálogos com seus pares, na Grécia antiga.
O certo é que os praticantes do relativismo não têm vida fácil. O que foi mais importante no caminho da civilização: o domínio do fogo ou a invenção da roda? Do ângulo da cozinheira ou de um motorista, a resposta não parece difícil, mas um relativista não apenas hesitará na resposta como duvidará do mérito da pergunta. E se tivéssemos que escolher entre o princípio das alavancas ou o da propulsão nuclear? E se formos até à Bíblia, para perguntar: quem pecou mais, Adão ou Eva? O relativista responderá: mas o que é pecado? Numa rebelião popular contra uma ditadura chovem pedras e paus no ar, todo mundo está em risco – e o dono da vidraçaria, apolítico, sorri. Numa eleição é frequente que o relativista se abstenha. Ah, a política, que prato cheio para os relativistas: quem tinha razão na guerra da Criméia? Por que caiu Napoleão? Personalidades conduzem as massas ou estas fundam as lideranças? No Brasil do século passado: a queda do primeiro governo Vargas foi o fim de uma ditadura ou novo golpe? Os historiadores, por vezes, têm que enfrentar o duro dilema da escolha, esta que é o inferno dos relativistas.
O relativismo comparece em todas as áreas. Quem foi maior: o Newton, com suas três leis fundamentais, ou o Einstein, ao demonstrar, entre outras coisas, que “É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio”? No campo das fábulas, muitas têm duas versões conclusivas, como a da cigarra e da formiga. As religiões dividem-se quanto aos valores e perfis divinos; na política, o embate é a lei, e as posições de classe relativizam o valor de um fato. Aliás o fato também se relativiza, ao ser rebaixado a opinião. O fenômeno contemporâneo das migrações em massa abre discussão sobre o papel ou a existência mesma de fronteiras nacionais. Não era para apagá-las que nasceu a decantada globalização?
No campo das artes, as divisões e os ângulos são incontáveis. Prosa ou poesia? Realismo ou romantismo? A consagração religiosa na disciplina de Bach ou a energia individualista e trágica de Beethoven? Música para ouvir ou para dançar? A revolução russa ganha força num filme histórico ou a denúncia revolucionária se vê melhor num filme de Carlitos? A fotografia e o cinema, fotogramas isolados ou em movimento regular, diminuem a arte da pintura naturalista? A pureza do som digital revela-se mais artificial do que o som das gravações em vinil?
Um teste vocacional parece ser concebido por relativistas. O jovem que faz o teste pode ter como resultado a indicação de duas carreiras muito distintas: biólogo ou economista. Talvez ele acabe fazendo Letras, em vez de se decidir pelas leis de Mendel, decisivas para a compreensão da hereditariedade, ou de Adam Smith, pai do liberalismo econômico. Num de seus maiores contos, Machado de Assis escolheu como protagonista um festejado compositor de polcas, música alegre e dançante, que preferiria ser o autor de sisudas sonatas ou de prelúdios clássicos – e o narrador de Machado concluiu que esse pobre pianista era “uma eterna peteca entre a ambição e a vocação”, amargando esse duro movimento do pêndulo, tão característico das pessoas divididas.
Jornalismo profissional ou redes sociais? Por onde passa a força decisiva das informações, nos dias que correm? A reserva de cotas nas escolas públicas é um duradouro instrumento de justiça ou medida emergencial? O Estado é laico em sentido absoluto ou deve ceder espaço para diferentes manifestações religiosas? Os currículos escolares devem se orientar por princípios centralizadores ou seguir inclinações regionais? Têm os homens algum papel nas afirmações do feminismo? A sexualidade tem a ver com gêneros, e há definições a fixar nesse campo delicado dos desejos e das identidades?
É possível que no século XXI desenvolvam-se as contradições próprias do relativismo: a permanência na posição relativista acaba sendo sua condenação a um absoluto, o do adiamento sistemático da escolha. O intimismo confidencial e a vida privada não combinam muito com a internet e os smartphones; as noções mesmas de interesse público e interesse privado parecem pouco nítidas, ou mesmo desnecessárias. O crescente avanço das ciências e das várias tecnologias parece favorecer uma posição relativista planetária, segundo a qual tudo parece condenado a ser efêmero, tudo parece estar à espera de sua imediata superação. Uma multidão de pessoas entretidas cada uma em seu celular é um cenário que confirma uma orientação geral para a pluralidade de interesses, dentro da qual tudo parece ser tão decisivo quanto relativo. É essa nossa marca de modernos?
(Aristeu Gonçalves Filho, inédito)Na referência a um conto de Machado de Assis, no 5º parágrafo, expõe-se um dos temas prediletos desse grande escritor:
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UERJ/2019)
CONSIDERE A OBRA “O ALIENISTA”, DE MACHADO DE ASSIS.
Em 1879, Machado de Assis escreve o artigo “A nova geração”, no qual sustenta a tese de que o Realismo “não presta para nada”.
“O alienista” expõe essa mesma tese sob a forma ficcional, já que o personagem Dr. Bacamarte pode ser compreendido, em relação ao Realismo, como:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(FMABC SP/2018)
Atente para este trecho do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis
O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor nem o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. […] Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra cousa. A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira.
Nesse trecho,
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UNITAU SP/2018)
“’Deixe estar, – pensou ele um dia – fujo daqui e não volto mais.’
Não foi; sentiu-se agarrado e acorrentado pelos braços de D. Severina. Nunca vira outros tão bonitos e tão frescos. A educação que tivera não lhe permitia encará-los logo abertamente, parece até que a princípio afastava os olhos, vexado. Encarou-os pouco a pouco, ao ver que eles não tinham outras mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e amando. No fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas tendas de repouso. Aguentava toda a trabalheira, fora toda a melancolia da solidão e do silêncio, toda a grosseria do patrão, pela única paga de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços”.
“Uns braços” in Várias histórias, Machado de Assis.Sobre o conto “Uns braços”, assinale a alternativa CORRETA.
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(PUC SP/2018)
Entre os vários temas que dão forma ao romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, destaca-se o tema da loucura.
Desse tema NÃO se pode afirmar que
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(Mackenzie SP/2018)
A pergunta era imprudente, na ocasião em que eu cuidava de transferir o embarque. Equivalia a confessar que o motivo principal ou único da minha repulsa ao seminário era Capitu, e fazer crer improvável a viagem. Compreendi isto depois que falei; quis emendar-me, mas nem soube como, nem ele me deu tempo.
— Tem andado alegre, como sempre; é uma tontinha. Aquilo enquanto não pegar algum peralta da vizinhança, que case com ela…
Estou que empalideci; pelo menos, senti correr um frio pelo corpo todo. A notícia de que ela vivia alegre, quando eu chorava todas as noites, produziu-me aquele efeito, acompanhado de um bater de coração, tão violento, que ainda agora cuido ouvi-lo. Há alguma exageração nisto; mas o discurso humano é assim mesmo, um composto de partes excessivas e partes diminutas, que se compensam, ajustando-se. Por outro lado, se entendermos que a audiência aqui não é das orelhas senão da memória, chegaremos à exata verdade. A minha memória ouve ainda agora as pancadas do coração naquele instante. Não esqueças que era a emoção do primeiro amor. Estive quase a perguntar a José Dias que me explicasse a alegria de Capitu, o que é que ela fazia, se vivia rindo, cantando ou pulando, mas retive-me a tempo, e depois outra ideia…
Outra ideia, não, – um sentimento cruel e desconhecido, o puro ciúme, leitor das minhas entranhas. Tal foi o que me mordeu, ao repetir comigo as palavras de José Dias: «Algum peralta da vizinhança». Em verdade, nunca pensara em tal desastre. Vivia tão nela, dela e para ela, que a intervenção de um peralta era como uma noção sem realidade; nunca me acudiu que havia peraltas na vizinhança, vária idade e feitio, grandes passeadores das tardes. Agora lembrava-me que alguns olhavam para Capitu, – e tão senhor me sentia dela que era como se olhassem para mim, um simples dever de admiração e de inveja. Separados um do outro pelo espaço e pelo destino, o mal aparecia-me agora, não só possível mas certo.
“Uma ponta de Iago”, Dom
Casmurro, Machado de AssisSobre o trecho acima, retirado do romance Dom Casmurro, escrito por Machado de Assis, assinale a alternativa correta.
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Mandou bem em todas as questões? Se faltou acertar alguma, confira este resumo complementar sobre a vida e a obra de Machado de Assis.