1 – Comparação Histórica; 2 – Comparação Filosófica; e, 3 – Comparação entre nações. Estude as técnicas de argumentação que podem melhorar a sua relação com as informações no texto e tecer comparações que fortaleçam a sua tese.
Existem técnicas de argumentação que valorizam a estrutura de uma dissertação e que podem tornar seu texto mais coeso e competitivo. Veja agora, para você experimentar nos seus parágrafos de desenvolvimento da redação.
Veja Três técnicas básicas: 1 – Comparação Histórica; 2 – Comparação Filosófica; e, 3 – Comparação entre nações.
As Técnicas de Argumentação
Antes de conferir cada uma das três técnicas de argumentação é importante você compreender “onde e como” utilizar os argumentos na Redação do Enem.
O bloco certo para você utilizar as técnicas de argumentação é no Desenvolvimento do seu texto dissertativo-argumentativo. Confira agora com a professora Daniela Garcia, do canal do Curso Enem Gratuito, como criar os argumentos da Redação:
Mandou muito bem a professora Daniela. Vale a pena ver de novo antes de entrar nas Três Tecnicas de Argumentação.
1- Comparação histórica
Ao escrever os argumentos com a técnica da comparação histórica o candidato demonstra a capacidade de utilizar o conhecimento depreendido nas aulas, além de bagagem cultural.
Observe no exemplo como é possível utilizá-la:
“Essa estrutura se mantém pouco alterada desde os primórdios do país. Por ser uma colônia de exploração, o objetivo dos governantes, no Brasil, sempre foi buscar o lucro em detrimento do bem estar das classes populares. Assim, é possível traçar um paralelo através dos séculos entre os antigos nobres portugueses e os atuais políticos cujo poder é passado quase como uma herança e há pouca importância com as questões sociais básicas.
O mesmo ocorre com o povo que, com a sua centenária falta de informação, não sabe como melhorar as questões sanitárias no Brasil da mesma forma que não soube lidar com a questão da vacinação obrigatória no século XX, gerando a conhecida Revolta da Vacina.”
No segundo parágrafo do desenvolvimento, a autora do texto acima comenta a estrutura do saneamento básico brasileiro por meio de uma comparação histórica entre o Brasil Colônia (1) e a atualidade (2):
(1) Essa estrutura se mantém pouco alterada desde os primórdios do país. Por ser uma colônia de exploração, o objetivo dos governantes, no Brasil, sempre foi buscar o lucro em detrimento do bem estar das classes populares.
(2) Assim, é possível traçar um paralelo através dos séculos entre os antigos nobres portugueses e os atuais políticos cujo poder é passado quase como uma herança e há pouca importância com as questões sociais básicas.” .
Posteriormente, em vez de finalizar o parágrafo, a vestibulanda realiza outra comparação de teor histórico, sendo que ainda seria necessário o fechamento do parágrafo por meio de uma crítica final:
“O mesmo ocorre com o povo que, com a sua centenária falta de informação, não sabe como melhorar as questões sanitárias no Brasil da mesma forma que não soube lidar com a questão da vacinação obrigatória no século XX, gerando a conhecida Revolta da Vacina.”
Uma possível conclusão para esse parágrafo seria: “Desse modo, é necessária estrutura política e social para que haja mais investimento e consciência, culminando em saneamento básico e outros serviços de qualidade.”.
2- Comparação Filosófica
Além da comparação histórica, também é possível utilizar a filosofia como referente, fora outras áreas acadêmicas, como a literatura, biologia etc.
Vejamos um exemplo:
“Em uma de suas mais famosas falas, Aristóteles credita o termo cidadão àquele que participa da política da pólis. Contudo, na sociedade capitalista em que vivemos hoje, ser cidadão é convir com o atual sistema vigente, ou seja, consumir. Tal mudança criou um perigoso traço de personalidade: a compulsão pelo consumo, em que cada vez mais pessoas estão consumindo sem necessidade, gerando, assim, graves problemas sociais.”
Nesse parágrafo da introdução, o autor compara o conceito de cidadão de Aristóteles (1) com a noção de cidadania moderna (2), contextualizando-a por meio do capitalismo:
“(1) Em uma de suas mais famosas falas, Aristóteles credita o termo cidadão àquele que participa da política da pólis.
(2) Contudo, a sociedade capitalista em que vivemos hoje, ser cidadão é convir com o atual sistema vigente, ou seja, consumir.”
Assim, após a contextualização já argumentativa, o candidato apresenta a sua tese:
“Tal mudança criou um perigoso traço de personalidade: a compulsão pelo consumo, em que cada vez mais pessoas estão consumindo sem necessidade, gerando, assim, graves problemas sociais.”.
3- Comparação entre nações
A terceira técnica de argumentação que você pode usar na redação do Enem é a comparação entre nações, ou seja, entre países. Você pode utilizar dados demográficos, históricos e noções culturais para traçar paralelos e provar um ponto de vista.
Vamos ver como essa técnica funciona:
“Além da disciplina, outro fator contribuinte para o sucesso do desportista olímpico é o auxílio do Estado, novamente não encontrado no Brasil. Esse apoio financeiro e educacional é fundamental para a formação do atleta, uma vez que tal incentivo valoriza os guerreiros e contribui para um melhor treinamento.
Um fato que corrobora esse pensamento é o excelente preparo que a seleção dinamarquesa de remo possui: embora, geograficamente, levem desvantagem perante os brasileiros pelo congelamento de lagos no inverno, os nórdicos conseguem, em muitos campeonatos mundiais, atingir posições mais altas que as brasileiras. A grande conquista acontece graças ao incentivo governamental que lhes garantem máquinas simuladoras de remo extremamente modernas e uma academia completa, a fim de que não faltem recursos para distanciar os remadores do prestígio internacional.”
Nesse parágrafo do desenvolvimento, a autora utiliza uma comparação (1) entre Brasil e Dinamarca para comprovar a crítica do tópico frasal:
“Além da disciplina, outro fator contribuinte para o sucesso do desportista olímpico é o auxílio do Estado, novamente não encontrado no Brasil. Esse apoio financeiro e educacional é fundamental para a formação do atleta, uma vez que tal incentivo valoriza os guerreiros e contribui para um melhor treinamento.
(1) Um fato que corrobora esse pensamento é o excelente preparo que a seleção dinamarquesa de remo possui: embora, geograficamente, levem desvantagem perante os brasileiros pelo congelamento de lagos no inverno, os nórdicos conseguem, em muitos campeonatos mundiais, atingir posições mais altas que as brasileiras.
A grande conquista acontece graças ao incentivo governamental que lhes garantem máquinas simuladoras de remo extremamente modernas e uma academia completa, a fim de que não faltem recursos para distanciar os remadores do prestígio internacional.”
Assim, ao final da comprovação, ela finaliza o parágrafo relacionando os fatos apresentados à crítica do tópico frasal.
Desta forma as comparações são úteis para tornar a dissertação mais atraente ao leitor e competitiva para o vestibular e o Enem.
A Estrutura da Redação do Enem
Confira agora com a professora Tharen Teixeira, do canal do Curso Enem Gratuito, como fazer a estrutura da Redação do Enem, dentro das normas do texto dissertativo-argumentativo.
As dicas para uma boa argumentação
Para treinar suas técnicas de argumentação, pense nas seguintes questões:
- Em relação ao tema proposto, como é a nossa realidade?
- Por que ela é assim? Quais as causas disso?
- Quais as possíveis conseqüências disso?
- Sempre foi assim ou em outras épocas era diferente?
- Como é em outras culturas?
- Trata-se de algo benéfico/maléfico para qual aspecto?
- É possível mudar? É necessário mudar?
- Como esse tema é abordado pelas artes (literatura, artes plásticas, cinema etc.)?
- Existem exemplos concretos (atuais, históricos, fictícios)?
Respondendo a estes questionamentos, você terá mais clareza sobre quais argumentos podem ser usados e quais técnicas podem ser empregadas para fortalecer sua tese.
Bons estudos!