Descubra quais são as autoras mais cobradas no Enem e vestibulares, suas principais obras e por que elas ganharam espaço nas provas!
Nos últimos anos, a literatura exigida nos vestibulares e no Enem tem refletido mudanças importantes nos debates educacionais e sociais. Entre essas transformações, destaca-se a ampliação da presença feminina nos conteúdos cobrados.
Se antes o cânone literário era amplamente dominado por vozes masculinas, hoje há um reconhecimento crescente da relevância de autoras que marcaram — e continuam marcando — a história da literatura brasileira.
Neste artigo, analisamos as autoras mais recorrentes nos vestibulares e no Enem, identificando quais nomes se destacam, suas principais obras e os motivos pelos quais se tornaram centrais no processo de avaliação do conhecimento literário no país.
Por que conhecer as autoras mais cobradas nos vestibulares é importante?
A preparação para o Enem e para os vestibulares vai muito além de memorizar conteúdos: ela exige uma compreensão profunda das referências culturais e literárias exigidas nas provas.
Por muitos anos, o cânone literário privilegiou vozes masculinas, mas a presença de mulheres na literatura cobrada nos exames tem crescido significativamente — tanto como autoras de obras obrigatórias quanto como temas de discussão crítica.
A crescente valorização das autoras brasileiras
Historicamente, os vestibulares sempre priorizaram autores canônicos — nomes como Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade e Guimarães Rosa figuram como presenças quase obrigatórias.
No entanto, com as mudanças nas diretrizes educacionais e o aumento das discussões sobre representatividade e diversidade, tem-se observado uma presença cada vez maior de autoras nas listas de leitura obrigatória, tanto nas universidades quanto nas provas do Enem.
Iniciativas como a da Fuvest, que incluiu uma lista 100% feminina para 2026, evidenciam uma tendência importante: o reconhecimento do papel das mulheres na construção da literatura nacional.
As autoras mais cobradas nos vestibulares e no Enem têm em comum uma escrita que vai além da estética literária. Elas abordam temas como identidade, opressão, racismo, machismo, religiosidade, infância e subjetividade — elementos fundamentais para compreender o Brasil sob uma perspectiva plural.
Escritoras como Clarice Lispector, Cecília Meireles e Carolina Maria de Jesus estão entre os nomes mais frequentes nas listas de leitura e nas questões discursivas e objetivas dos principais exames.
Ou seja: já adiciona esses nomes na sua lista de leituras!
Top autoras mais citadas no Enem e vestibulares
Com base em uma análise de menções em portais educacionais, listas de leitura e materiais preparatórios, estas são as autoras mais recorrentes:
| Autora | Frequência de menção* |
| Carolina Maria de Jesus | 17 |
| Clarice Lispector | 15 |
| Cecília Meireles | 12 |
| Hilda Hilst | 9 |
| Rachel de Queiroz | 8 |
| Lygia Fagundes Telles | 1 |
| Jarid Arraes | 1 |
| Narcisa Amália | 1 |
| Paulina Chiziane | 1 |
| Conceição Evaristo | 1 |
*Frequência estimada com base em snippets de sites especializados em Enem e vestibulares. Dados não estatísticos.
Perfis das autoras mais cobradas nos vestibulares
Carolina Maria de Jesus
Obra mais recorrente: Quarto de Despejo
Temas principais: desigualdade, racismo, exclusão social
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) ganhou reconhecimento com sua obra autobiográfica Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, um relato poderoso e impactante sobre a vida na favela, a pobreza, a marginalização e a desigualdade racial no Brasil. Sua voz singular, vinda da periferia, oferece uma perspectiva crucial sobre a realidade brasileira, muitas vezes ausente na literatura tradicional
Clarice Lispector
Obra mais recorrente: A Hora da Estrela
Temas principais: introspecção, identidade, linguagem inovadora
Clarice Lispector (1920-1977) é amplamente reconhecida como uma das maiores escritoras da literatura brasileira. Sua obra, marcada por um estilo narrativo único que explora a introspecção, a psicologia dos personagens e o fluxo de consciência, revolucionou a literatura do país.
Cecília Meireles
Obra mais recorrente: Romanceiro da Inconfidência
Temas principais: tempo, espiritualidade, existência
Cecília Meireles (1901-1964) é considerada uma das mais importantes poetisas do Brasil. Sua obra, de caráter intimista e com forte influência da psicanálise, aborda temáticas sociais com uma sensibilidade única. Embora sua primeira obra tenha traços simbolistas, Cecília destacou-se na segunda fase do modernismo no Brasil, integrando o grupo de poetas que consolidaram a “Poesia de 30”
Hilda Hilst
Obra mais citada: A Obscena Senhora D.
Temas principais: sexualidade, morte, transcendência
Hilda Hilst (1930-2004) é reconhecida por sua escrita experimental e muitas vezes desafiadora, que explora temas como o corpo, a sexualidade, a espiritualidade e a angústia existencial. Considerada uma voz única e influente na literatura brasileira contemporânea, sua obra tem ganhado cada vez mais atenção nos exames vestibulares e no Enem.
Rachel de Queiroz
Obra mais recorrente: O Quinze
Temas principais: seca, migração, Nordeste
Rachel de Queiroz (1910-2003) desempenhou um papel fundamental no romance regionalista do Nordeste brasileiro na década de 1930, com um forte foco em questões sociais. Sua obra retrata as duras realidades da vida no sertão, especialmente o impacto da seca e da desigualdade social.
Tendências atuais: mais diversidade nos vestibulares
Além das autoras já tradicionais, nomes como Conceição Evaristo e Jarid Arraes têm se destacado, marcando uma abertura para vozes negras, indígenas e LGBTQIA+ na literatura cobrada. Isso reflete um esforço por parte das instituições em tornar o vestibular mais inclusivo e representativo.
O que esperar das próximas edições do Enem e vestibulares?
- Enem: Tem abordado mais autoras ligadas a temas sociais, como Carolina de Jesus e Conceição Evaristo.
- Fuvest: A lista de 2026 será exclusivamente feminina, com nomes como Cecília Meireles e Djaimilla Pereira de Almeida.
- Outros vestibulares: Tendem a seguir o movimento de ampliar o repertório feminino e multicultural.
Estudar autoras é estudar o Brasil
Conhecer essas escritoras não é apenas uma exigência para ir bem nas provas, mas também uma oportunidade de compreender o Brasil por outras lentes — mais sensíveis, plurais e críticas.
A valorização de autoras representa um avanço importante na educação brasileira. Além de democratizar o acesso a diferentes vozes da literatura, ajuda a construir um currículo mais representativo e crítico.
Para os estudantes, conhecer essas escritoras não é apenas uma estratégia de preparação para os exames — é também uma oportunidade de ampliar o olhar sobre o mundo e sobre si mesmos.
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