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Quem foi Hermeto Pascoal e como conhecê-lo te ajuda no Enem?

Descubra quem foi Hermeto Pascoal e como conhecer sua obra pode enriquecer sua redação do Enem com repertório sociocultural.


No dia 13 de setembro de 2025, o Brasil se despediu de um de seus maiores gênios: o multi-instrumentista, compositor e arranjador alagoano Hermeto Pascoal. Ele faleceu aos 89 anos, no Rio de Janeiro, e a notícia foi confirmada pela família em suas redes sociais. Mais tarde, o Hospital Samaritano Barra informou que a causa foi um quadro avançado de fibrose pulmonar.

A comoção foi imediata e atravessou diferentes esferas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, prestaram homenagens, assim como artistas de várias gerações. A imprensa, com veículos como Veja, CNN Brasil e Agência Brasil, destacou a dimensão cultural do acontecimento.

E é justamente aí que entra a conexão com o Enem. A vida e a obra de Hermeto podem ser usadas como repertório sociocultural legitimado, já que aparecem em fontes confiáveis e reconhecidas. Isso significa que a referência não é algo superficial: ela faz parte de um debate público relevante. Assim, sua trajetória pode servir de ponto de partida para análises sobre o Brasil contemporâneo, conectando um fato recente a temas recorrentes na prova.

Quem foi o “bruxo” Hermeto Pascoal?

Hermeto Pascoal sempre foi sinônimo de criatividade. Nascido em 1936, em Arapiraca (AL), cresceu no meio rural e desde cedo desenvolveu uma relação única com os sons. O acesso limitado a instrumentos não foi empecilho: ele, que era albino, criava flautas de folha de mamona, transformava objetos do dia a dia em instrumentos e aprendeu pela observação do mundo ao seu redor.

Sua grande marca foi a “música universal”, uma proposta que mistura sons de diferentes fontes. Não à toa, ganhou o apelido de “o bruxo”: era capaz de fazer música com chaleiras, bules ou até copos d’água. Um exemplo famoso é a “Música da Lagoa”, em que músicos tocam flautas imersos na água, criando uma atmosfera única.

Essa filosofia também esteve presente em sua despedida. No comunicado oficial, a família pediu que os fãs não se prendessem à tristeza e, em vez disso, deixassem soar uma nota, seja em um instrumento, na voz ou até na chaleira. Um gesto que resume sua crença de que a música não morre com o artista, mas continua ecoando no mundo.

Comunicado publicado nas redes sociais de Hermeto Pascoal. (Foto: Reprodução/Instagram)

Como Hermeto pode ajudar o seu repertório sociocultural?

O Enem pede que o estudante tenha um olhar crítico e conheça bem a sociedade, a cultura e a história. Nesse sentido, conhecer Hermeto Pascoal significa entender que a obra dele pode ser aplicada em diferentes áreas do conhecimento.  A sua morte nos convida a revisitar a riqueza da sua arte e as lições que ela traz.ra brasileira, nos obriga a revisitar a profundidade de sua arte e as lições que ela carrega.

A “música universal”

Hermeto Pascoal é o exemplo máximo da inovação musical. Ele usava objetos do cotidiano, como chaleiras, brinquedos e até sons da natureza, para criar melodias e ritmos. Esse conceito, que ele chamava de “música universal”, é perfeito para discutir o processo criativo, a ruptura com o tradicional e a capacidade de transformar o mundo.

Essa abordagem pode ser conectada a pensadores e movimentos artísticos. O trabalho de Hermeto tem afinidades com o movimento concretista, que, na poesia e nas artes visuais, buscava explorar as possibilidades do material em si, da forma e do som das palavras. Um estudante pode, por exemplo, traçar um paralelo entre a música de Hermeto e os poemas concretos de Augusto de Campos, que usava o espaço e a disposição das letras para criar novas significações. Em sua vida e em sua obra, Hermeto provou que a arte não precisa das amarras da teoria e que a “criatividade é uma liberdade universal”, como ele mesmo dizia.

Identidade cultural

Hermeto carregou em sua música as influências do frevo e do baião, fundindo-as com o jazz e outros ritmos globais. Sua obra mostra como a cultura regional pode se conectar com o universal, dialogando com temas como a globalização e a preservação da identidade cultural.

Essa fusão musical é um exemplo de como a cultura local não precisa ser apagada pela globalização, mas sim fortalecida. O fato de Hermeto ter sido reverenciado em festivais de jazz na Suíça, como o de Montreux, e de ter participado de um disco com o lendário Miles Davis (o “Live-Evil”, de 1971), demonstra que a autenticidade regional é, na verdade, um passaporte para o mundo. O álbum “Lagoa da Canoa, Município de Arapiraca” (1984) é um exemplo disso, trazendo composições inspiradas na história da Guerra de Canudos.

Inclusão social

Albino e com baixa visão, Hermeto nunca se deixou limitar por suas dificuldades. Ele fez de suas deficiências a base de sua genialidade, desenvolvendo uma audição aguçada e uma sensibilidade única para os sons que a maioria das pessoas não ouve. Sua história é um poderoso argumento para tratar de inclusão social, superação e o papel da arte como ferramenta de expressão e transformação.

A biografia de Hermeto pode ser usada para discutir a falta de políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência. Seu caso, de alguém que transformou sua vulnerabilidade em força, contrasta com as dificuldades enfrentadas por muitos albinos no Brasil, que lutam por respeito e por políticas que os ajudem a lidar com os desafios de saúde e preconceito. A história de Hermeto reforça a tese de que o verdadeiro obstáculo não está na condição física, mas na falta de apoio e de oportunidades que a sociedade impõe.

Para a redação, a história dele pode ser um exemplo de como a criatividade e a arte podem ser motores de inclusão. A “música universal” de Hermeto pode ser interpretada como uma metáfora para uma sociedade inclusiva, onde todas as vozes e sons têm seu lugar e contribuem para a harmonia do todo.

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Autor(a) Luana Santos

Sobre o(a) autor(a):

Luana Santos - Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, é redatora com foco em educação, produção de conteúdo para o Enem e vestibulares. Atualmente, integra a equipe da Rede Enem, onde cria materiais informativos e inspiradores para ajudar estudantes a alcançarem seus objetivos acadêmicos. Ama café, livros e uma boa conversa sobre educação.  

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