Norma Culta e Língua Falada: veja as diferenças no resumo

Aprenda agora as características da escrita em Norma Culta, com as regras do Idioma Português, e as diferenças para a linguagem oral. O que vale pontos na Redação do Enem é a Norma Culta. Confira aqui:

Já parou para pensar que, apesar de todos falarmos a língua portuguesa, falamos de jeitos diferentes? Isso acontece porque existem dois tipos de linguagens. A norma culta e a língua falada. Uma que está nos manuais gramaticais e segue várias regras. É a norma culta.

A outra é a que aprendemos no cotidiano, com nosso amigos e familiares, a essa língua damos o nome de língua falada ou também coloquial. As diferenças entre norma culta e língua falada caem direto no Enem.

A norma culta

Trata-se de uma descrição do português atual na sua forma culta. É chamada também de língua padrão, registro culto, ou ainda registro formal.

A linguagem culta nada mais é que a linguagem dos manuais gramaticais e seu conjunto de regras para escrever e falar corretamente uma língua, de acordo com o molde de uso dessa língua por pessoas cultas.

A língua padrão (culta) idealiza o “bem falar e escrever” e é uma dos requisitos mais cobrados em exames vestibulares. Ela é normalmente ensinada pelas gramáticas escolares, baseadas em  registros escritos de pessoas consagradas na sociedade (os gramáticos, professores, linguistas) e, normalmente, é usada em situações formais.

Características da Norma Culta

Confira agora com a professora Mercedes Bonorino, do canal do Curso Enem Gratuito, as principais diferenças entre a Norma Culta e a Língua Falada:

A linguagem culta é muito presente também na forma escrita. Segundo o professor Fernando Pestana, a escrita é usada em um contexto formal, refletindo com maior regularidade a norma culta.

Podemos perceber isso quando produzimos um texto e escrevemo-nos a partir do bom o uso da língua padrão: com um bom conhecimento de acentuação, ortografia, emprego de classes gramaticais (pronomes e verbos principalmente), pontuação, concordância, regência e crase.

Confira agora no resumo da professora Kel, do canal do Curso Enem Gratuito, as características da Norma Culta:

Excelente a didática da professora Kel. Bora prosseguir:

As Características da língua culta

  • Maior preocupação com a pronúncia das palavras;
  • Possui ausência do uso de gírias;
  • É uma variante prestigiada.

A língua culta está presente:

  • Em livros didáticos, científicos e jurídicos, nos documentos formais, nos (tele)jornais consagrados, nas grandes mídias etc;
  • Nas provas de concursos públicos. Por exemplo, o Enem é um dos exames que faz uso da língua culta, principalmente na pontuação da redação;
  • Como instrumento em situações formais. Por exemplo, ao nos dirigirmos a um juiz em um tribunal, a um presidente de uma empresa ou uma pessoa que ocupa um cargo social mais elevado que o nosso;
  • Usada em situações formais e em documentos oficiais;

Variação Linguística e Níveis de Linguagem

Confira a vídeoaula da professora Mercedes, do canal do Curso Enem Gratuito:

Mandou bem a professora Jéssica. Você consegue agora estabelecer bem a diferença entre a Norma Culta e a Língua Falada. Confira agora, nos detalhes, o que é a linguagem oral:

A linguagem falada

Contrária à linguagem culta, a língua falada é aquela que usamos de forma coloquial, ou seja, é aquela que possui os diversos estilos que um falante pode usar de acordo com a situação comunicativa em que participa.

Numa conversa informal num café com os amigos, por exemplo, utilizará um registro de fala diferente do que utiliza em família, com a avó, ou também com seu patrão no trabalho.Norma culta e língua falada

Para o gramático Fernando Pestana, a língua falada não é sinônimo sempre de conversação, pois nem sempre a fala é usada nas práticas diárias informais de um cidadão com outro.

Às vezes, usa-se a fala em um seminário, por exemplo, no qual não há conversação e o ambiente é formal. O fato é que algumas características da conversação ainda assim aparecem na oralidade, como desvios da norma culta, pausas de pensamento, ênfases etc.

Principais marcas da língua falada:

  • Variante espontânea;
  • Utilizada em relações informais;
  • Sem preocupações com as regras da gramática normativa;
  • Presença de coloquialismos (expressões próprias da fala), tais como: pega leve, se toca, tá rolando etc.
  • Uso de gírias;
  • Uso de formas reduzidas ou contraídas (pra, cê, peraí, etc.)
  • Uso de “a gente” no lugar de nós;
  • Uso frequente de palavras para articular ideias (tipo assim, aí, então, etc.).

língua falada - tirinha

Aproveite para ver esta aula sobre linguagem e vocabulário na redação do Enem!

Simulado de norma culta

  1. (ACAFE SC/2017)

    Assinale o texto que mais se ajusta à norma padrão escrita.

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  2. (UNIMONTES MG/2015)

    ESTOJO ESCOLAR

     

    1 Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas. 2 Bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma usina nuclear, 3 uma estação espacial.

    4 Minhas necessidades são mais modestas: tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas 5 da informática. E um notebook da mesma época que começa a me deixar na mão. Como pretendo viajar 6 esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de 7 computador portátil.

    8 No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser 9 aberto. Depois de mil operações sofisticadas para minhas limitações, retirei das entranhas de isopor o novo 10 notebook e coloquei-o em cima da mesa. De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um 11 corte na memória. Tinha cinco anos e ia para o Jardim de Infância. E vi diante de mim o meu primeiro 12 estojo escolar.

    13 Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. 14 Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma lapiseira cromada, uma régua de 15 20 cm e uma borracha para apagar meus erros.

    16 Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer. Fechei 17 o estojo para proteger aquele cheiro, que ele ficasse ali para sempre, prometi-me economizá-lo. Com 18 avareza, só o cheirava em momentos especiais.

    19 Na tampa que protegia estojo e cheiro, havia estampado um ramo de rosas vermelhas que se 20 destacavam do fundo creme. Amei aquele ramalhete – olhava aquelas rosas e achava que nada no mundo 21 podia ser mais bonito.

    22 O notebook que agora abro é negro, não tem nenhuma rosa na tampa. E, em matéria de cheiro, é 23 abominável. Cheira a telefone celular, a cabine de avião, ao aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma 24 moça veio ver como sou por dentro.

    25 Piorei de estojo e de vida.

    (Carlos Heitor Cony. O harém das bananeiras, p. 244-245. Adaptado.)

    A coloquialidade da linguagem utilizada em algumas passagens desse texto comprova

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  3. (UNICAMP SP/2017)

    (Disponível em https://www.facebook.com/SignosNordestinos/?fref=ts.
    Acessado em 26/07/2016.)

    Do ponto de vista da norma culta, é correto afirmar que “coisarˮ é

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  4. (FAMEMA SP/2017)

    Leia o texto de Claudia Wallin.

     

    Vossas excelências, ilustríssimos senhores e senhoras, trago notícias urgentes de um reino distante. É mister vos alertar, Vossas Excelências, que nesta estranha terra os habitantes criaram um país onde os mui digníssimos e respeitáveis representantes do povo são tratados, imaginem Vossas Senhorias, como o próprio povo. Insânia! Dirão que as histórias que aqui relato são meras alucinações de contos de fada, pois há neste rico reino, que chamam de Suécia, rei, rainha e princesas. Mas não se iludam! Os habitantes desta terra já tiraram todos os poderes do rei, em nome de uma democracia que proclama uma tal igualdade entre todos, e o que digo são coisas que tenho visto com os olhos que esta mesma terra um dia há de comer.

    Nestas longínquas comarcas, os mui distintos parlamentares, ministros e prefeitos viajam de trem ou de ônibus para o trabalho, em sua labuta para adoçar as mazelas do povo. De ônibus, Eminências! E muitos castelos há pelos quatro cantos deste próspero reino, mas aos egrégios representantes do povo é oferecido abrigo apenas em pífias habitações de um cômodo, indignas dos ilustríssimos defensores dos direitos dos cidadãos e da democracia.

    Este reino está cercado por outros ricos reinos, numa península chamada Escandinávia, onde também há príncipes e reis, e onde os representantes do povo vivem como sobrevive um súdito qualquer. E isto eu também vi, com os olhos que esta terra há de comer: em um dos povos vizinhos, conhecido como o reino dos noruegueses, os nobres representantes do povo chegam a almoçar sanduíches que trazem de casa, e que tiram dos bolsos dos paletós quando a fome aperta.

    É preciso cautela, Vossas Excelências. Deste reino, que chamam de Suécia ainda pouco se ouve falar. Mas as notícias sobre o igualitário reino dos suecos se espalham.

    Estocolmo, 6 de janeiro de 2013.
    (Um país sem excelências e mordomias, 2014. Adaptado.)

     

    Quanto aos recursos formais e ao conteúdo, o texto

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  5. (IBMEC SP/2015)

    (O Estado de S. Paulo, 19/05/2009)

     

    Nessa tirinha, Calvin faz uso de uma linguagem coloquial, empregando os pronomes em desacordo com a prescrição da norma gramatical. Essa construção sintática é considerada inadequada ao padrão culto da língua, porque os pronomes

     

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  6. (IBMEC SP/2017)

    Leia o poema de Manuel Bandeira.

     

    Evocação do Recife

    Recife

    Não a Veneza americana

    Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais

    Não o Recife dos Mascates

    Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois

    – Recife das revoluções libertárias

    Mas o Recife sem história nem literatura

    Recife sem mais nada

    Recife da minha infância

    A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado

    e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas

    Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê

    na ponta do nariz

    Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras

    mexericos namoros risadas

    A gente brincava no meio da rua

    (…)

    A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros

    Vinha da boca do povo na língua errada do povo

    Língua certa do povo

    Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil

    Ao passo que nós

    O que fazemos

    É macaquear

    A sintaxe lusíada

    (Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa, 1993. Adaptado)

    O eu lírico afirma que “A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros / Vinha da boca do povo na língua errada do povo / Língua certa do povo / Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil”. Nessa perspectiva do eu lírico, um exemplo dessa fala gostosa do português é:

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  7. (ACAFE SC/2016)

    Não lhe solto mais

    Antônio Barros e Cecéu

     

    Moreno não faça isso

    Deixe desse rebuliço

    Não mexa comigo não, viu

    Quero respeito comigo

    Já cortaram meu umbigo

    Não sou mais menina não, viu

    Você é duro, bem maduro

    E também muito seguro

    Ainda pode dar no couro

    E eu vou gostar

    Vou me apaixonar

    Vou cair no choro

     

    Aí o couro come

    E pra mostrar que tu é home

    Como é que um home faz

    Dá uma rasteira

    Me castiga na esteira

    Não me solta mais

     

    Dou-lhe uma rasteira

    Lhe castigo na esteira

    Não lhe solto mais

    Depois não adianta

    Se eu gemer

    Se eu gemer

    Se eu chorar

    A gente bebe água

    Quando sente sede

    Cabelo se assanha

    Quando o vento dá

    Olha moreno esse teu cheiro

    Se juntar com meu tempero

    Vai ser bom demais

     

    Dou-lhe uma rasteira

    Lhe castigo na esteira

    Não lhe solto mais

    Disponível em: http://www.letras.com.br/#!antonio-barros-ececeu/
    nao-lhe-solto-mais
    . Acesso em 03/05/2016. Adaptado.

    Em todas as alternativas há indicadores de linguagem coloquial, exceto em:

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  8. (ACAFE SC/2017)

    Todas as frases contêm expressões coloquiais, isto é, que ocorrem na fala, mas recomenda-se que sejam evitadas na língua escrita formal, exceto:

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  9. (IBMEC SP/2017)

    Pizza por drone

     

    Não ria, mas a entrega de pizzas nas noites de sexta e sábado é um problema para as grandes cidades. Em nome do conforto das famílias, os motoboys das pizzarias tomam as ruas com a preciosa carga, infernizam o trânsito, comprometem o ambiente com seus canos de descarga e neurotizam os motoristas fazendo bibibi. Sei bem que, diante do prazer que as pizzas proporcionam, seus consumidores fazem vista grossa a isso e ao despropósito de se comprometer um veículo de 200 kg para transportar um pacote de 2 kg.

    Mas a tecnologia se preocupa. Agora, graças à Amazon e ao Google, são os satélites que trazem uma solução nova: a entrega por drone. Pede-se a pizza pelo celular; ela é acomodada num drone equipado com GPS e, em poucos minutos, chega, fofa e quentinha, à porta do prédio ou casa do cliente. Pode-se recolhê-la já de guardanapo ao pescoço. Não congestiona as ruas, não polui, não faz barulho e deixa um perfume de orégano no ar.

    Mas há alguns inconvenientes. As autoridades não gostam que os drones voem à noite. A fiação aérea nas cidades não é favorável a objetos que voam baixo. E há ainda o risco de colisão com corujas e morcegos.

    Mas, pelo menos, 59 anos depois do Sputnik, ficamos sabendo para que se inventou o satélite. Para acabar em pizza.

    (Ruy Castro, Pizza por drone. Folha de S.Paulo, 31.08.2016. Adaptado)

     

    Na elaboração de seu discurso, o autor recorre a diferentes registros linguísticos. Entre eles, identifica-se a variedade linguística coloquial em:

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  10. (IBMEC SP/2017)

    Texto I

    A palavra falada é um fenômeno natural; a palavra escrita é um fenômeno cultural. O homem natural pode viver perfeitamente sem ler nem escrever. Não o pode o homem a que chamamos civilizado: por isso, como disse, a palavra escrita é um fenômeno cultural, não da natureza mas da civilização, da qual a cultura é a essência e o esteio.

    Pertencendo, pois, a mundos (mentais) essencialmente diferentes, os dois tipos de palavra obedecem forçosamente a leis ou regras essencialmente diferentes. A palavra falada é um caso, por assim dizer, democrático. Ao falar, temos que obedecer à lei do maior número, sob pena de não sermos compreendidos ou sermos inutilmente ridículos. Se a maioria pronuncia mal uma palavra, temos que a pronunciar mal: diremos anedota, embora sabíamos que se deve dizer anécdota. Se a maioria usa de uma construção gramatical errada, da mesma construção teremos que usar: diremos “hás-de tu compreender”, embora saibamos que “hás tu de compreender” é a fórmula verdadeira. Se a maioria caiu em usar estrangeirismos ou outras irregularidades verbais, assim temos que fazer: “match de football” diremos, e não “partida de bolapé”. Os termos ou expressões que na linguagem escrita são justos, e até obrigatórios, tornam-se uma estupidez e pedantaria, se deles fazemos uso no trato verbal. Tornam-se até em má-criação, pois o preceito fundamental da civilidade é que nos conformemos o mais possível com as maneiras, os hábitos, e a educação da pessoa com quem falamos, ainda que nisso faltemos às boas–maneiras ou à etiqueta, que são a cultura exterior.

    (Fernando Pessoa, A Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999)

     

    Texto II

    (…) há duas línguas no Brasil: uma que se escreve (e recebe o nome de “português”); e outra que se fala (e que é tão desprezada que nem tem nome). E é esta última que é a língua materna dos brasileiros; a outra (o “português”) tem de ser aprendida na escola, e a maior parte da população nunca chega a dominá-la adequadamente.

    Vamos chamar a língua falada no Brasil de vernáculo brasileiro (…). Assim, diremos que no Brasil se escreve em português, uma língua que também funciona como língua de civilização em Portugal e em alguns países da África. Mas a língua que se fala no Brasil é o vernáculo brasileiro, que não se usa nem em Portugal nem na África.

    (Mário A. Perini, Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 1997)

     

    Nas considerações que fazem em relação à língua, os dois autores enfatizam o aspecto cultural da língua escrita. No entendimento de ambos, ela é definida como uma

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