Corrupção é um tema que está em todas as conversas e noticiários. Por isso, é tema para questões do Enem e pode virar tema da Redação do Enem. Saiba mais sobre o assunto neste post de Atualidades. Veja!
Entender a corrupção é fundamental para compreender a organização da sociedade e da política brasileiras. A corrupção no Brasil tem raízes bastante profundas e a “roubalheira” dos políticos que estão no poder hoje é apenas a ponta do iceberg. Você está preparado para descobrir o resto do iceberg?
A corrupção ao longo da história
Como já dizia o célebre escritor e historiador Darcy Ribeiro “O Brasil não é para principiantes”. Com esta frase, Darcy quis dizer que para compreender a estrutura da sociedade brasileira, que envolve a forma como pensamos e fazemos política, é preciso ser senão um especialista, um estudante aplicado.
Tendemos a pensar que a corrupção começou ontem e está apenas nos partidos políticos e em algumas instituições. A mídia e a falta de conhecimento sobre a política com um viés sociológico, histórico e filosófico nos leva à essa conclusão.
Temos dificuldade de pensar na corrupção como um fenômeno amplo que se manifesta em diferentes círculos sociais. Esta abordagem é bastante delicada e não pode ser generalizada, pois embora a corrupção esteja sim em todos os setores da sociedade brasileira, não podemos naturalizá-la e muito menos tirar a responsabilidade dos políticos de serem honestos.
Videoaula sobre polarização na política brasileira
Atualmente, a corrupção é uma das acusações centrais nas discussões políticas e na polarização da sociedade brasileira. Assista ao vídeo para entender um pouco mais sobre o fenômeno:
Primeiras manifestações de corrupção
A corrupção começou no Brasil com a chegada dos colonizadores portugueses, há mais de 500 anos. De acordo com a historiadora Denise Moura, a prática da corrupção chegou junto com as caravelas portuguesas.
Quando Portugal começou a colonização, a Coroa não queria abrir mão do Brasil, mas também não estava disposta a viver na colônia. Então, delegou a outras pessoas a função de ocupar a terra e de organizar as instituições aqui.
Mas, para convencer um fidalgo português a vir para cá, era preciso lhe oferecer “vantagens”. A Coroa, então, era permissiva, deixava que trabalhassem sem vigilância, fazendo vista grossa para os atos corruptos que ocorriam.
No Brasil colônia, assim como hoje, a corrupção permeava diversos níveis administrativos, segundo Denise Moura. Na época, atingia desde o governador, passando por ouvidores, tabeliães e oficiais de justiça, chegando até o funcionário mais baixo da Câmara, que era uma espécie de fiscal de assuntos cotidiano.
A historiadora conta que documentos mostram esse funcionário protegendo ou favorecendo um vendedor mediante propina.
Fonte: http://wwwriachueloemacao.blogspot.com/2012/02/vivemos-na-corrupcao.html
Corrupção no Brasil contemporâneo
De lá para cá, pouca coisa mudou no quesito corrupção. As pessoas espelham-se umas nas outras e naturalizam pequenos “favores” e “vantagens” que favorecem poucos em detrimento de muitos. É o famoso “jeitinho brasileiro”, que está no hábito de furar a fila do banco, de estacionar em local proibido, de pegar atestado falso com o amigo médico, de sonegar imposto.
É claro que não são todas as pessoas que fazem atos corruptos no cotidiano. Contudo, é inegável que existe uma consciência coletiva da corrupção, que está enraizada na estrutura social e política do Brasil.
A maior parte dos políticos, que deveria dar o exemplo de honestidade e transparência, acaba por reproduzir o mesmo sistema corrupto. A diferença é que a corrupção na política atinge níveis tão altos que faz parecer minúsculos os nossos pequenos atos corruptos cotidianos. No entanto, estamos falando do mesmo fenômeno.
Devemos sim cobrar dos políticos a correta aplicação do dinheiro público. Mas, da mesma forma, devemos olhar para nossas ações cotidianas, para nossa “malandragem”.
A corrupção no Brasil é estrutural e nos acompanha desde a formação de nosso país. Mas, se tivermos mais educação que possibilite a formação de cidadão e cidadãs mais críticos, podemos desnaturalizar algumas práticas corruptas e, quem sabe, mudar a história deste país.