Sedentarismo é o termo direcionado para definir atividades realizadas em posição sentada ou deitada, que exigem pouca ou nenhuma movimentação do corpo.
O sedentarismo está presente na vida de boa parte da população, devido à estruturação da sociedade. Porém, esse estilo de vida acarreta em diversos problemas de saúde, podendo estar diretamente ligado às doenças crônicas.
E, para evitar essas doenças, a prática regular de atividade física continua sendo o melhor remédio para nossa saúde.
O que é sedentarismo?
O comportamento sedentário é o termo direcionado para definir atividades realizadas em posição sentada ou deitada, que exigem pouca ou nenhuma movimentação do corpo. Sendo assim, essas atividades não aumentam o gasto energético acima dos níveis de repouso, o que é recomendado.
Atividade Física x Sedentarismo – Veja agora com a professora Milena Boeng, do canal do Curso Enem Gratuito, o que é a Atividade Física, e como ela pode combater o sedentarismo.
Além disso, uma pessoa é considerada insuficientemente ativa quando não realiza o tempo e intensidade ideal de exercícios recomendados pelas diretrizes de saúde pública.
Por outro lado, um indivíduo considerado fisicamente ativo segue essas recomendações mínimas ou até mais, mantendo uma rotina de exercícios físicos.
Riscos do sedentarismo
Aproximadamente 70% da população mundial é sedentária. No Brasil, somos o quinto país com maior número de pessoas sedentárias, com 46% da população – praticamente a metade.
Ter um estilo de vida inativo é um dos principais desafios relacionados à saúde pública. Esse comportamento, como vimos acima, está fortemente ligado à incidência ou piora do quadro de doenças crônicas, destacando-se as cardiovasculares.
Dentro dos fatores de risco para a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, o sedentarismo está entre os mais prevalentes, perdendo apenas para o tabagismo.
Além disso, o comportamento sedentário apresenta influências diretas no metabolismo, na densidade óssea e na saúde cardiovascular.
Níveis não suficientes de atividade física aumentam a incidência de diversas doenças. Destacam-se a doença arterial coronariana, o infarto agudo do miocárdio, a hipertensão arterial, diabetes tipo II, osteoporose, entre outras.
Os perigos do sedentarismo com o passar da idade
Respondemos ao princípio do uso e desuso. Precisamos trazer vitalidade ao nosso organismo, realizando a sua função de se movimentar. Aquilo que não é usado, não se renova e adoece.
Com o avanço da idade, o comportamento sedentário tente a prevalecer. As capacidades físicas e funcionais também são naturalmente diminuídas. Isso pode ser explicado também devido às alterações psicológicas que acompanham o avanço da idade (depressão, solidão, stress, entre outros).
É também na velhice que há uma maior incidência de doenças crônicas. Juntando isso com o comportamento sedentário, a probabilidade de desenvolvimento dessas doenças é amplificada, justamente pelo desuso das funções fisiológicas.
A prática regular de exercícios físicos tem sido considerada tratamento para diversas doenças crônicas, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, osteoartrite, osteoporose, câncer, etc.
O exercício por sua vez, é um instrumento seguro, quando bem orientado, barato, põe fim e evita diversos problemas na saúde, bem como diminui a necessidade do uso de medicamentos.
O ser humano possui genes que o faz ter um corpo feito para o movimento. Sendo assim, há uma dissociação entre seus hábitos atuais e sua genética.
Devido ao sedentarismo e maus hábitos, a obesidade vem se desenvolvendo cada vez mais atualmente. A automatização de processos na nossa sociedade, faz com que indivíduos não precisem se movimentar como precisavam antes.
Recomendação mínima de atividade física
Atualmente, a recomendação mínima de prática de atividade física, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é de 150 minutos por semana, de atividade física moderada a intensa.
O pai da medicina, Hipócrates, já dizia: “O que é utilizado, desenvolve-se, o que não o é, desgasta-se… se houver alguma deficiência de alimento e exercício, o corpo adoecerá”
Antes, quando a demanda do ser humano era caçar, lutar e fugir para sobreviver, a atividade física era como uma necessidade. Essas eram as tarefas cotidianas.
Contudo, com o avanço das sociedades, tudo mudou de forma drástica. Alimentos industrializados, ricos em açúcar, sódio e gorduras estão facilmente à disposição. Além disso, o tempo em movimento diminuiu muito, uma vez que se trabalha sentado, de frente ao computador. Portanto, a consequência da adaptação do homem às demandas sociais atuais é ser sedentário.
Sono e os exercícios físicos: qual a relação com o sedentarismo?
Os exercícios físicos realizados de maneira regular, melhoram o funcionamento do organismo de maneira geral, interagindo com todos os sistemas. Eles contribuem para uma melhora da qualidade de vida, podendo ser incluídos nas atividades diárias ou de lazer.
Porém, a prática regular de atividades físicas pode não alcançar níveis satisfatórios caso o indivíduo, no restante do tempo, permaneça em comportamento sedentário. É necessária uma mudança de hábitos para tornar o dia-a-dia mais ativo num contexto geral.
Até o sono em excesso pode ser considerado um comportamento de risco. Para um adulto saudável, é recomendado que se durma entre 7 e 9 horas. Porém, esse período é de comportamento sedentário, e se for excessivo, pode acarretar em problemas de saúde.
Atividade física para combater o sedentarismo
Como você já sabe, a prática de exercícios é um pilar fundamental quando se fala em saúde. As atividades físicas são, inclusive, usadas no contexto da medicina preventiva. Porém, elas deviam ter mais destaque, uma vez que reduziriam os custos com a medicina curativa.
Primeiramente, o exercício físico serve como barreira para uma série de acometimentos a saúde, tendo, de longe, um melhor custo benefício.
Além disso, fisiologicamente falando, não apenas o exercício físico traz consigo adaptações morfológicas ao nosso corpo, o sedentarismo também. A inatividade física reduz a qualidade da circulação sanguínea, uma vez que os músculos não desempenham sua principal função de contração, o que dificulta o retorno venoso.
Esse comportamento sedentário também eleva a frequência cardíaca de repouso, a hipertensão, e pode ser associado a maior incidência de obesidade.
Há também, em nosso organismo, um transportador de glicose, chamado GLUT4. Ele é responsável por captar a glicose e transportá-la para dentro dos tecidos. Durante o exercício, ele aumenta significativamente.
Com o comportamento sedentário, o GLUT4 não aumenta sua expressão, causando uma condição de hiperglicemia, ou seja, a glicose deixa de ser captada e permanece na corrente sanguínea. Condições frequentes de hiperglicemia predispõe a diabetes tipo 2. A melhor medida terapêutica para isso ser evitado é a atividade física regular.
A importância do lazer ativo
Uma questão importante a ser ressaltada é a de que o lazer se tornou inativo. Muito relaciona-se o lazer com atividades físicas, como jogar futebol, dançar, etc. Porém, uma característica atual é a onda dos Smartphones, gerando entretenimento e ocupando muitas horas do nosso dia, ou seja, horas em comportamento sedentário.
É recomendada, então, além da prática regular de atividades físicas, uma pausa entre os períodos de comportamento sedentário. Após muitas horas sentado ou deitado, é aconselhado uma interrupção e a realização de alguma atividade que produza algum movimento corporal.
Questões sobre o sedentarismo
01. (UNIFOR – 2018) “Quem nota o calçadão da Avenida Beira-Mar lotado de corredores todas amanhãs, as centenas de bikes verdes do Bicicletar cruzando a cidade e a popularização das corridas de rua em Fortaleza pode não estar a par de um dado alarmante: 20% dos fortalezenses estão obesos e 56,5% vivem com sobrepeso conforme pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por inquérito Telefônico (VIGITEL) 2016, divulgada em 2017 pelo Ministério da Saúde.”
(Diário do Nordeste, 11.10.2017)
A progressão dessa epidemia da obesidade deve-se ao fato de que:
a) os fatores hereditários tem revelado estar em primeiro lugar no aumento da obesidade nas futuras gerações.
b) a descoberta da leptina, hormônio que regula o apetite em humanos, é geralmente alta em obesos.
c) ultimamente os hábitos de vida, como o sedentarismo e a alimentação industrializada, estejam entre os principais contribuintes.
d) os valores de índice de massa corporal (IMC), parâmetro norte-americano de medidas antropométricas são superestimados.
e) a maior capacidade de detecção das síndromes genéticas, antigamente desconhecidas pela sociedade científica.
02. Em relação à atividade física, sedentarismo e doenças crônicas, é correto afirmar:
a) O sedentarismo é um fator de risco para doenças crônicas transmissíveis, entre elas a diabetes tipo 2 e a H1N1.
b) Comportamento sedentário é considerado como todas as atividades que não aumentam o gasto calórico acima dos níveis de repouso. Entre atividades sedentárias estão inclusas assistir televisão, tomar banho e lavar a louça.
c) Com o passar da idade, as capacidades físicas e funcionais acabam diminuindo, favorecendo um comportamento sedentário, que é muito comum na terceira idade. Juntando o fator da perda da funcionalidade e o do sedentarismo, a incidência de doenças crônicas não transmissíveis é amplificada.
d) Alguém pode fazer atividades físicas regulares de acordo com as recomendações dos órgãos de saúde pública e passar o resto do dia em comportamento sedentário que não terá a possibilidade de complicações na saúde.
03. Discuta o motivo pelo qual a sociedade atual está mais sedentária que nossos antepassados.
Gabarito:
1. C; 2. C; 3. Nossos antepassados precisavam caçar, fugir e lutar para sobreviver. Após isso, a mão de obra era manual, uma vez que a tecnologia era rudimentar. Com o passar do tempo, atualmente a tecnologia permitiu que muitos processos fossem automatizados, descartando a mão de obra ativa. Os trabalhos hoje em dia, em boa parte, acontecem sentados em frente a tela de um computador. A alimentação é de fácil acesso, basta ir no mercado e comprar o que se deseja. Todos esses fatores contribuem para uma população sedentária.