A osteoporose é uma doença do tecido ósseo que atinge principalmente as mulheres após a menopausa. A ingestão de cálcio e a prática de exercícios físicos são as principais medidas de prevenção.
O que é osteoporose
A osteoporose é uma doença muito comum, que afeta principalmente as mulheres após menopausa. Essa patologia do tecido ósseo tem como principal forma de combate a prevenção, incluindo uma ingestão adequada de cálcio e a prática de atividades físicas. Para entender melhor a osteoporose, precisamos dominar o funcionamento do tecido ósseo.
Funções do tecido ósseo
O tecido ósseo, ao contrário do que se imagina, é rico em ações metabólicas e sistêmicas. O osso, em si, é considerado um órgão vivo.
Repleto de vascularizações e inervações, as funções desse tecido são essenciais ao nosso organismo. Dentre essas funções, classificamos as funções mecânicas e as funções fisiológicas.
- Funções mecânicas:
As funções mecânicas correspondem à sustentação de todo tecido mole e, associado aos músculos, o esqueleto é responsável pelos movimentos do corpo, pela proteção de órgãos vitais e o alojamento e proteção da medula óssea.
- Funções fisiológicas:
As funções fisiológicas dizem respeito à homeostase mineral e a hematopoese (produção de células sanguíneas), de responsabilidade da medula óssea.
Composição do tecido ósseo
Em relação à composição do tecido ósseo, temos uma estrutura relativamente simples. Nela encontramos diferentes células permeadas por uma matriz, composta por carbonato e fosfato de cálcio (65%), colágeno, que atribui a elasticidade (30%), e 5% de água.
O tecido ósseo se divide em dois tecidos com características diferentes: o tecido esponjoso e o tecido compacto.
O tecido esponjoso está presente epífise dos ossos longos, ou seja, nas suas extremidades. É essa característica que possibilita a absorção de impactos, suportando grandes cargas antes de fraturar.
Nessa microarquitetura de poros, apresenta-se uma característica muito interessante. Os ossos possuem a capacidade de se adaptar ao impacto para melhor suportá-lo. Assim, com a incidência de impacto, principalmente repetitivo devido à prática de exercícios físicos, o osso se “molda”, de acordo com o impacto frequentemente recebido, para poder suportar com uma maior eficiência e segurança.
Já o tecido compacto está na estrutura mais periférica do osso, revestindo o canal medular. E, ainda revestindo todo o osso, temos o periósteo, uma camada fibrosa e altamente vascularizada. Observe na figura abaixo a anatomia do osso, facilitando a sua compreensão:
Participando da formação estrutural do tecido ósseo, encontramos, principalmente, três tipos de células: osteoblastos, osteoclastos e osteócitos.
Os osteócitos tem uma menor função metabólica e ajudam a compor a estrutura da matriz óssea. Já os osteoblastos, atuam na formação de tecido ósseo, e os osteoclastos, de maneira oposta, são responsáveis pela reabsorção óssea.
Enquanto os osteoblastos participam da síntese da matriz óssea, os osteoclastos reabsorvem esse conteúdo, criando um equilíbrio entre a formação e a reabsorção.
Idade e perda óssea
Na osteoporose, esse equilíbrio entre construção e desconstrução de matriz óssea é alterado, ocorrendo uma maior incidência de osteoclastos e consequentemente, de reabsorção.
Sendo assim, a perda de densidade óssea é um processo fisiológico. Nosso organismo acumula massa óssea até os 30 anos de idade nas mulheres, e 40 anos de idade nos homens. Após isso, há uma perda de 0,3% ao ano. Nas mulheres, essa perda pode ser ainda maior.
Com a ocorrência da menopausa, devido à diminuição do hormônio feminino estrogênio, a reposição de cálcio nos ossos diminui. Logo, a perda de densidade óssea nas mulheres, após o processo de menopausa, pode chegar em até 3% ao ano, principalmente naquelas que são sedentárias.
Osteoporose e osteopenia
Já sabemos que a perda da densidade óssea é um processo normal com o avanço da idade. Mas quando essa perda ultrapassa parâmetros normais, enquadramos o sujeito na condição de osteopenia, que precede a osteoporose.
A osteopenia caracteriza uma condição onde a perda de densidade óssea já é bem elevada, mas ainda não determina uma osteoporose. A osteoporose é uma condição mais grave, onde a porosidade do osso aumenta em grande quantidade, oferecendo grande risco de fraturas.
A osteoporose é uma doença sistêmica progressiva. O sedentarismo, tabagismo, ingestão de álcool e café, predizem riscos a essa patologia. Os especialistas reforçam que seu melhor tratamento é a prevenção.
Um outro fator que pode alterar a estrutura óssea é o excesso do paratormônio (PTH). O PTH estimula a ação tanto dos osteoblastos, quanto dos osteoclastos. Porém, há um predomínio da ação osteoclástica, podendo predizer uma condição de osteopenia.
O diagnóstico da osteoporose acontece por um exame chamado densitometria óssea, ou por análises laboratoriais dos componentes minerais. Dados apontam que 50% das mulheres de idade acima dos 75 anos serão diagnosticadas com osteoporose e terão consequentes fraturas.
Osteoporose e fraturas
As fraturas são a intercorrência mais grave da doença, uma vez que podem acometer grandes ossos. Com o avanço da idade, a regeneração óssea diminui, principalmente naqueles que possuem osteoporose.
Portanto, as fraturas podem levar a graves riscos, principalmente em idosos. Os locais que mais são acometidos por fraturas osteoporóticas são: quadril, coluna, punho e costelas.
Como prevenir a osteoporose
Para prevenir a osteoporose, a ingesta adequada de cálcio é determinante. Ele é encontrado, principalmente, no leite animal e seus derivados. As recomendações diárias de cálcio para cada idade devem ser alcançadas.
Além disso, a vitamina D também exerce um importante papel. É essa vitamina que controla a quantidade de cálcio que fica disponível, seja para ser absorvido pelos ossos, seja para participar da contração muscular.
Outro fator importante é a prática de atividades físicas. Atividades com impacto, quando feitas de maneira correta, aumentam a densidade óssea, com o intuito de deixar o osso preparado para esse estímulo.
Atividades como a corrida, por exemplo, estimulam a produção óssea. Isso justifica-se pela capacidade do nosso corpo a responder e se adaptar aos estímulos aplicados. Porém, quando já existe a intercorrência de osteoporose ou osteopenia, essas atividades precisam de uma atenção especial.
Como tratar a osteoporose
O tratamento da condição inclui a readequação da dieta, com o ajuste da ingestão de cálcio e vitamina D. A implementação de um programa de atividades físicas também é um componente importante para o tratamento e reabilitação da densidade óssea.
Um portador de osteoporose já responderá bem caso pratique musculação, apenas. Isso se explica devido ao esforço muscular, uma vez que os músculos estão conectados aos ossos pelos tendões. Logo, isso gera um estímulo levando ao aumento da densidade óssea.
Estímulos com impacto devem ser implementados a uma pessoa com osteoporose de uma maneira sutil e progressiva, sempre orientado por um profissional de educação física. O objetivo é estimular a estrutura óssea, fazendo com que aumente sua densidade.
Alguns fármacos constituem parte do tratamento da osteoporose, quando necessário.
Videoaula
Para entender mais sobre essa doença, assista ao vídeo
Questões sobre osteoporose
1) (UECE)
Diversos fatores concorrem para o estabelecimento de uma doença óssea que gera um enorme transtorno para pessoas idosas, por fazer com que seus ossos se quebrem com facilidade. Dentre os fatores causadores dessa doença estão a produção excessiva do paratormônio, que estimula o aumento de osteoclastos, e a deficiência de vitamina A, que desequilibra a atividade de osteoblastos e osteoclastos. Esta doença é denominada:
A) osteoporose.
B) raquitismo.
C) osteomalácia.
D) Osteopenia.
2) (UNICAMP)
A osteoporose, principal causa de quedas entre idosos, é o resultado da perda gradual da densidade da matriz óssea, que é remodelada por osteoblastos e osteoclastos. Segundo os especialistas, a prevenção contra a osteoporose, deve começar na infância, com alimentação rica em cálcio e vitamina D, exposição diária ao sol e exercícios físicos. Sobre vários fatores envolvidos na formação do osso, é correto afirmar que:
A) A fixação do cálcio no tecido ósseo depende da presença de vitamina D, cuja síntese é diminuída em indivíduos que tem o hábito de pegar sol.
B) O excesso de vitamina C pode levar à diminuição da densidade óssea, pois essa vitamina causa degradação das moléculas de colágeno.
C) Os osteoblastos e os osteoclastos são células responsáveis, respectivamente, pela captura de cálcio e pela absorção de vitamina D.
D) Os osteoblastos e os osteoclastos são células responsáveis, respectivamente, pela produção e pela degradação de componentes da matriz óssea.
3) (FCM MG)
O gráfico acima representa a densidade mineral óssea durante a vida em homens e mulheres.
A partir do gráfico e dos conhecimentos inerentes à questão, podemos afirmar, EXCETO:
A) A diminuição da massa óssea nas mulheres, a partir dos 50 anos (ponto A), deve-se a redução do nível de Estrógeno.
B) Osteoporose caracteriza-se pela diminuição na taxa de formação de tecido ósseo, associada ou não à maior absorção do cálcio do osso existente.
C) O pico de massa óssea verificado aos 30 anos em homens e mulheres, se deve a ação dos osteoclastos, que “abrem” espaço para a deposição de minerais na matriz.
D) O Paratormônio, produzido pelas glândulas Paratireoides, pode ser fator de alteração da matriz óssea, pois estimula sua reabsorção e a liberação de cálcio para o sangue.
GABARITO
1) A
2) D
3) C