A região da Mesopotâmia contou com diversos povos e um desenvolvimento artístico, político e agrário bastante importante.
Há muito tempo, em 4000 a.C., existiu uma civilização organizada e com grandes habilidades agrárias chamada Mesopotâmia. Diversos povos se concentraram nessa região e criaram muitas manifestações de arte na Mesopotâmia.
Arte na Mesopotâmia
O lugar onde hoje encontra-se grande parte do Iraque é composto por um vale entre os rios Tigre e Eufrates. Dessa maneira, o berço do povo sumério favoreceu o desenvolvimento de um grande conhecimento de agricultura e criação de animais, o que fez com que deixassem de ser nômades para fixar-se em apenas um lugar.
A sociedade dos sumérios, que foram os primeiros a habitar a região, era muito organizada e prosperou pelos três milênios seguintes. Estruturada através do governo de reis e com alicerces na teocracia, esta antiga civilização viria a deixar sua herança para os povos seguintes, passando adiante tradições políticas, religiosas, arquitetônicas e artísticas, por exemplo. Veremos a seguir suas principais características.
Características da Mesopotâmia
Eram politeístas, ou seja, acreditavam em diversos deuses, como o sol, a lua, a chuva e outros elementos da natureza.
Pelo fato de sua notável organização, a sociedade suméria é precursora em diversos setores: por exemplo, foram eles que sistematizaram a primeira cidade-estado, chamada Uruk. Bem como também foram eles que criaram a primeira religião baseada em uma estrutura hierarquizada de deuses, humanos e rituais.
Além disso, os sumérios foram, ainda, a civilização que criou a primeira língua escrita conhecida, a cuneiforme, bem como os primeiros sistemas de irrigação para a agricultura. Bastante coisa, não?
Dessa maneira, as evidências comprovam que foram uma civilização muito organizada e sábia. Outras de suas realizações foram a criação dos primeiros veículos sobre rodas, bem como as primeiras redes comerciais, que chegaram a alcançar territórios como a África, a Ásia e a Europa.
Tipos de arte na Mesopotâmia
Para fins de maior organização, foi nesse contexto que os sumérios inventaram os primeiros lacres (ou selos) cilíndricos, que consistiam em pequenos cilindros entalhados com a escrita cuneiforme e desenhos, como na imagem a seguir:
Estes fantásticos adornos tinham a função de carimbos de impressão. Utilizados por toda a população, de nobres a escravos, a transação de negócios e o envio de correspondência eram finalizados com os selos cilíndricos. Assim, o objetivo era servir como uma assinatura pessoal, a fim de garantir a legitimidade de processos.
Além disso, outra tecnologia interessante e semelhante ao selo cilíndrico é o selo de estampa, como o da foto abaixo:
É importante salientar que, além dos sumérios, outros povos habitaram esta rica região. Quase ao mesmo tempo em que a civilização lá vivia, um grupo de nômades, vindos do deserto da Síria, chegou à região e dominou cidades-estado dos sumérios: os acádios. Amoritas, assírios e caldeus viriam tempos depois, fazendo com que a cultura de todos se fundisse e enriquecesse o repertório inicial.
As produções artísticas e arquitetônicas da Mesopotâmia
O acervo de produções artísticas e arquitetônicas da época é escasso. Como na localidade não havia pedreiras, as construções foram erguidas com tijolos cozidos, material que se deteriora com facilidade ao passar do tempo. O Zigurate de Ur é uma das poucas construções que perduram nos dias de hoje:
Os zigurates, que em sua tradução significa “subir ao céu”, foram construídos em grande quantidade e eram destinados especialmente à moradia dos deuses. Ao contrário dos egípcios, que construíam câmaras mortuárias no interior de suas pirâmides, mesopotâmicos faziam seus túmulos em câmaras subterrâneas, construídas com tijolos.
Em alguns desses túmulos foram encontrados diversos objetos como pedras preciosas, instrumentos (como a harpa), vasos e objetos utilitários.
Esculturas
Todavia, o que prevalece na produção que resistiu ao tempo são as esculturas. Embora algumas tenham sido elaboradas com pedras, a maior parte foi produzida a partir de materiais como, por exemplo, argila, madeira, cobre, prata e ouro. A principal temática abordada eram os humanos, bem como figuras mitológicas.
A escultura acima representa Gudea, governador da cidade-estado de Lagash, dos sumérios. Na túnica que o homem veste, em cuneiformes inscritos lê-se: “Que a vida de Gudea, que construiu a casa, seja longa”.
A figura é representada de forma estática, sem movimento nas roupas. A expressão é de calma. Diante das circunstâncias, pode-se dizer que possivelmente a estátua tenha sido colocada em um túmulo, e a frase inserida seja uma oração às divindades de Lagash.
A pintura também ocupou espaço na produção de arte dos povos da Mesopotâmia. Elas tinham o intuito de decorar palácios e casas dos mais abastados e nobres. A principal temática abordada pelos artesãos da época são temas cotidianos, guerras, caçadas e especialmente os deuses.
Arte, religião e política
Como em inúmeras civilizações, a manifestação de arte na Mesopotâmia caminhava juntamente com a política e a religião. Nos tempos mais remotos, os reis eram enterrados com todo seu séquito, até mesmo de escravos, pois acreditavam que, dessa forma, não ficariam sem assistência após a vida terrena. Em um destes túmulos foi encontrada a harpa que veremos a seguir:
É possível notar que os sumérios, autores da harpa, tinham uma preocupação com a simetria e com a precisão. A origem deste animal, parecido com um touro, é desconhecida, mas é certo que representavam figuras da mitologia.
Arte comemorativa
Um costume bastante comum da nobreza da época era encomendar monumentos que comemoravam seus triunfos e vitórias, de forma a narrar de que forma as tribos foram derrotadas e seus prisioneiros foram capturados.
A hipótese sobre o motivo destas representações é a de que a intenção não era apenas eternizar essas memórias: acreditavam que a imagem poderia exercer um poder sobre a pessoa em questão.
Diante das imagens e exemplos citados, podemos concluir que o repertório de criação dos povos da Mesopotâmia é muito vasto. É lamentável que grande parte da produção tenha sido digerida pelo tempo.
Mas o legado dessas civilizações nos permitiu compreender melhor sobre sua estrutura social, suas crenças e, especialmente, sua curiosa produção artística.
Por fim, assista ao vídeo do canal Apreciando Arte. Com a palavra, o professor Fabio San Juan!
Exercícios
1- (UFSM-RS)
A região da Mesopotâmia ocupa lugar central na história da humanidade. Na Antiguidade, foi berço da civilização sumeriana devido ao fato de:
a) ser ponto de confluência de rotas comerciais de povos de diversas culturas.
b) ter um subsolo rico em minérios, possibilitando o salto tecnológico da idade da pedra para a idade dos metais.
c) apresentar um relevo peculiar e favorável ao isolamento necessário para o crescimento socioeconômico.
d) possuir uma área agricultável extensa, favorecida pelos rios Tigre e Eufrates.
e) abrigar um sistema hidrográfico ideal para a locomoção de pessoas e apropriado para desenvolvimento comercial.
2- (FUVEST)
A escrita cuneiforme dos mesopotâmios, utilizada principalmente em seus documentos religiosos e civis, era:
a) semelhante em seu desenho à escrita dos egípcios;
b) composta exclusivamente de sinais lineares e traços verticais;
c) uma representação figurada evocando a coisa ou o ser;
d) baseada em agrupamentos de letras formando sílabas;
e) uma tentativa de representar os fonemas por meio de sinais.
3- (PUC)
Os sumérios são necessariamente lembrados quando se estuda:
a) a evolução econômica da civilização fenícia;
b) a base religiosa das civilizações iranianas;
c) o caráter religioso da astronomia caldaica;
d) a base cultural da civilização mesopotâmica;
e) n.d.a.
GABARITO: 1-D, 2-C, 3-D.