A invasão e a exploração europeia na América tomaram diferentes formas para sugar o máximo possível de riquezas no “novo” mundo. Vamos entender agora como os espanhóis fizeram isso em mais uma aula de História para o Enem.
A busca por novos produtos e mercados foram os principais motivos que levaram os europeus a navegarem por mares que antes lhes eram desconhecidos, como foi o caso da colonização espanhola. Tal motivação, nunca antes vista na história, era centrada na busca pelo lucro, entendido como o acúmulo de metais preciosos (principalmente ouro), ou bulionismo.
Inicialmente as coroas europeias trataram de encontrar novas rotas para estabelecer laços comerciais com povos do oriente, e assim obter a desejada riqueza. Porém, com um “novo” continente, novas possibilidades de se acumular este lucro foram surgindo.
Antes de continuarmos nessa linha de pensamento, é importante entender que, devido a características específicas da história de cada reino, a administração colonial tomou rumos diferentes nos casos espanhol, português, inglês e francês.
Nesta aula iremos fazer um panorama geral de como essa presença europeia se organizou nas diferentes regiões do continente americano antes de suas respectivas independências.
Colonização Espanhola
Enquanto Portugal estava muitíssimo interessado em enriquecer o máximo possível através de sua nova rota comercial contornando o continente africano, os Espanhóis acabaram não tendo concorrência na exploração inicial do continente americano.
Tal vantagem possibilitou que pudessem reclamar para si parte expressiva daquela terra. Outro fator que deve se levar em consideração é que os espanhóis não demoraram a estabelecer contato com as mais complexas e expressivas sociedades nativas, como foi o caso dos Astecas e dos Incas.
Estes povos, além de já serem mais sofisticados que tantos outros, também conheciam e trabalhavam com metais preciosos, o que logo despertou a cobiça dos invasores. Vale lembrar que a civilização Maia já tinha entrado em decadência, provavelmente em virtude de conflitos e escassez de alimentos, e restaram pouquíssimos membros daquela sociedade.
Assassinar e subjugar os povos nativos foi o caminho realizado pelos europeus para afirmar seu domínio naquele território. Nem mesmo os grandes guerreiros Astecas conseguiram resistir as ardilosas estratégias espanholas, que logo trataram de cooptar tribos menores para se levantar contra eles.
É necessário lembrar que a conquista da América promoveu uma verdadeira hecatombe indígena. Isso ocorreu por meio de conflitos armados, pela disseminação de doenças estranhas aos seus organismos e pela submissão ao trabalho compulsório. Trataremos daqui a pouco deste último fator, que merece destaque aqui, pois está intimamente ligado à colonização espanhola.
Complemente seus estudos sobre a colonização espanhola com este vídeo do canal Parabólica
Vice Reinos e Capitanias Gerais na colonização espanhola
A organização mais ampla das colônias espanholas ocorreu com a divisão dos domínios em Vice Reinos e Capitanias Gerais (não se deve confundir com capitanias hereditárias, que eram portuguesas).
Essas divisões foram feitas para melhor controlar a exploração colonial e conter eventuais revoltas, assim como evitar e combater o contrabando de riquezas e produtos.
Os vice reinos e capitanias gerais, do norte em direção ao sul, eram: Vice Reino da Nova Espanha, Capitania Geral da Guatemala, Vice Reino da Nova Granada, Capitania Geral da Venezuela, Vice Reino do Peru, Vice Reino do Rio da Prata e Capitania Geral do Chile.
Em escala menor existiam as Alcadías Mayores (regiões), cidades e vilas, estas últimas controladas pelos espanhóis através dos cabildos (espécie de governo municipal). Além disso, existiam as haciendas (latifúndios) onde a mão de obra indígena era explorada para criação de animais ou cultivo de monoculturas, destinada ao comércio exclusivo da metrópole.
Dica: Assista o filme A Missão, de 1986 (disponível na Netflix), onde é representada a exploração indígena para refletir um pouco mais sobre o processo de conquista da América.
Mão-de-obra na América espanhola
Em contraste com a exploração na América portuguesa, esta feita na maior parte sobre a mão de obra africana, o trabalho na área de colonização espanhola era feito por indígenas e mestiços. Tal diferencial se reflete nas populações das diferentes nações latino-americanas hoje em dia, onde parte expressiva dos seus cidadãos possuí traços indígenas.
Índios, negros e mestiços formavam a base desta sociedade, que era controlada pelos chapetones e pelos criollos. Os chapetones eram espanhóis que representavam as maiores autoridades na colônia. Já os criollos eram brancos nascidos nos domínios espanhóis (sem o mesmo prestígio do grupo anterior).
A escravização de indígenas foi extensa. Mas, houve restrições da Igreja Católica que tinha interesse em catequizar esses povos. Foram então criados regimes de trabalho tão cruéis quanto a escravidão para que os colonizadores pudessem enriquecer às custas da vida dos nativos. Entre eles destacam-se a mita e a encomenda.
Mita e encomenda
A mita, originalmente, era um imposto cobrado pelos Incas e que foi adaptado pelos espanhóis para o seu interesse. Consistia em um recrutamento com o auxílio de lideranças indígenas, que recebiam algum benefício, para temporadas de trabalho nas minas e em obras públicas. Ocorria que estas atividades eram tão desgastantes e insalubres que muitos indígenas morriam em pouco tempo de serviço.
Já a encomienda, de origem espanhola, era a exploração de comunidades indígenas para o trabalho em latifúndios. Nestas propriedades o encomendeiro (colono) ficava encarregado de catequizar os índios sob sua tutela. Acontece que esse regime de trabalho não era menos penoso e livre de abusos, assim como a cristianização ficava em segundo plano.
O Porto Único e as Casas de Contratação
Para garantir que todo o produto desta colonização respeitasse o pacto colonial (onde só a metrópole negociava com a colônia) e não extraviasse no caminho para a Espanha, foi instituído o sistema de porto único. As riquezas e produtos saiam de portos controlados pela coroa para o porto de Sevilha.
Por sua vez, as Casas de Contratação faziam a fiscalização interna da extração de metais e coleta de impostos. Pela enorme quantidade de ouro que a Espanha recolheu do continente, acabou que esta nação passou a comprar dos outros reinos quase tudo que precisava, provocando uma enorme inflação na Europa.
Continue estudando a colonização espanhola com a aula abaixo
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1. Pergunta
(FATEC SP/2018)
Muitos povos indígenas resistiram à dominação espanhola nas Américas. Uma das lutas de resistência mais conhecidas foi a do líder inca Tupac Amaru que, em 1780, comandou cerca de 40 mil homens em um movimento a favor de reformas para melhorar a vida e o trabalho dos indígenas peruanos.
A colonização espanhola da América se caracterizou pela
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(FGV/2018)
A respeito da conquista da América e de sua colonização empreendida pelos espanhóis, é correto afirmar:
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UFRGS/2018)
Após a Conquista da América, o governo espanhol implementou a “encomienda”, um sistema de exploração do trabalho indígena em benefício da emergente elite conquistadora.
Assinale a alternativa que indica características da “encomienda“.
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(ENEM/2018)
Embora a compra de cargos e títulos fosse bem difundida na América, muitos nobres, aí moradores, receberam títulos da monarquia devido a suas qualidades e serviços. Desde o século XVI, os títulos de marquês e conde (títulos de Castela) eram concedidos, sobretudo, aos vice-reis e capitães-gerais nascidos na Espanha. Com menor incidência, esta mercê régia também podia ser remuneração de serviços militares, de feitos na conquista, colonização e fundação de cidades.
RAMINELLI, R. Nobreza e riqueza no
Antigo Regime ibérico setecentista. Revis-
ta de História, n. 169, jul.-dez. 2013.
Segundo o texto, as concessões da Coroa espanhola visavam o fortalecimento do seu poder na América ao
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(ENEM/2018)
O encontro entre o Velho e o Novo Mundo, que a descoberta de Colombo tornou possível, é de um tipo muito particular: é uma guerra – ou a Conquista –, como se dizia então. E um mistério continua: o resultado do combate. Por que a vitória fulgurante, se os habitantes da América eram tão superiores em número aos adversários e lutaram no próprio solo? Se nos limitarmos à conquista do México – a mais espetacular, já que a civilização mexicana é a mais brilhante do mundo pré-colombiano – como explicar que Cortez, liderando centenas de homens, tenha conseguido tomar o reino de Montezuma, que dispunha de centenas de milhares de guerreiros?
TODOROV, T. A conquista da
América. São Paulo: Martins
Fontes, 1991 (adaptado).
No contexto da conquista, conforme análise apresentada no texto, uma estratégia para superar as disparidades levantadas foi
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UNCISAL AL/2017)
O vice-reinado do Rio do Prata correspondia a quais países nos dias atuais?
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UNCISAL AL/2017)
Na sociedade colonial hispano-americana, a posição social era determinada principalmente pela etnia, o que significava que a mobilidade social era quase nula. A etnia também determinava a possibilidade ou não de acesso a determinados postos e funções. Nesse contexto, destacavam-se os Chapetones,
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(FGV/2016)
O poeta canta:
“A espada, a cruz e a fome iam dizimando a família selvagem.” (Pablo Neruda).
Talvez não seja inútil partir desses versos para tentar perceber por que elementos – que encarados em seu conjunto, constituem um mecanismo – foi possível a conquista da América.
(Ruggiero Romano, Mecanismos da Conquista Colonial. 1973. Adaptado)
Sobre o trecho citado, é correto afirmar que a conquista espanhola da América
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(ESPM SP/2016)
A adoção de rígidas normas fixadas para o comércio colonial, como a aplicação do sistema de portos únicos e a utilização do sistema de frotas anuais (duas) que transportavam as mercadorias provenientes da metrópole e conduziam na viagem de retorno a produção colonial, foi uma característica da:
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UNIUBE MG/2016)
Leia com atenção o texto a seguir:
O encontro entre o Velho e o Novo Mundo, que a descoberta de Colombo tornou possível, é de um tipo particular: é uma guerra, ou melhor, como se dizia então, a Conquista. Um mistério continua ligado à conquista: trata-se do resultado do combate. Por que esta vitória fulgurante, se os habitantes da América são tão superiores em número a seus adversários, e lutam em seu próprio solo? Se nos limitarmos à conquista do México, a mais espetacular, já que a civilização mexicana é a mais brilhante do mundo pré-colombiano: como explicar que Cortez, liderando algumas centenas de homens, tenha conseguido tomar o reino de Montezuma, que dispunha de várias centenas de milhares de guerreiros?
(TODOROV, Tzvetan. 1996. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo:
Martins Fontes, p. 51.)
O fragmento trata do “choque de civilizações” ocasionado pelo processo de conquista da América pelos espanhóis, no século XVI. Considerando esse processo, os principais mecanismos que tornaram possível a conquista do México foram:
I. A superioridade bélica, com a utilização de armas de fogo, espada de metal e do cavalo.
II. A disseminação de doenças e epidemias, que contribuíram para a drástica redução demográfica das populações nativas.
III. O sincretismo religioso, fundamentado no princípio da tolerância, que viabilizou o enraizamento dos valores cristãos por meio da evangelização.
IV. O estabelecimento de alianças bélicas com outros povos nativos, favorecido pelas rivalidades com os astecas, que contribuiu para fortalecer o contingente militar espanhol.
As afirmativas CORRETAS estão contidas em:
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Sobre o(a) autor(a):
Os textos acima foram preparados pelo professor Angelo Antônio de Aguiar. Angelo é graduado em história pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestrando em ensino de história na mesma instituição e dá aulas de história na Grande Florianópolis desde 2016.
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