Você sabe como usar uma conjunção? Sabe identificar uma interjeição? Teste seus conhecimentos sobre o assunto com nosso simulado de Português para o Enem!
O simulado sobre conjunções traz exercícios que vão lhe ajudar a fixar melhor seus conhecimentos na melhora. Para se sair melhor, confira uma aula em vídeo sobre o tema antes da prova:
Muito bem! Agora você está bem preparado para o simulado. Preste atenção nos enunciados e você terá uma boa prova.
Conjunção e Interjeição – Simulado de Português
Sumário do Quiz
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(FM Petrópolis RJ/2019)
Cultura e cidadania
1 A construção das identidades culturais já foi tratada 2 como uma questão institucional, depois passou 3 a sofrer influências das mídias, dos mercados, das 4 imagens publicitárias. Hoje, são identidades em trânsito, 5 interconectadas às redes sociais.
6 Foi a partir da Constituição de 1988 que, no Brasil, 7 se passou a falar em “direitos culturais”. Antes não 8 havia referência a essa expressão. Hoje a cidadania 9 cultural é um direito consagrado, embora, na prática, 10 o seja com muitos percalços.
11 Os conceitos de cultura e cidadania, entre nós, 12 devem expressar as múltiplas formas de produzir cultura 13 e exercer a cidadania.
14 A cultura possui aspectos materiais — como os 15 objetos ou símbolos — e imateriais, como as ideias, 16 as expressões artísticas, a religiosidade. As culturas 17 têm valores que geram certos tipos de comportamentos, 18 já a convivência social tem normas que envolvem 19 direitos e deveres. A cultura oferta a liberdade, a cidadania 20 pede organização.
21 Quando a dura realidade bate à porta, o que 22 salva o brasileiro da catástrofe é o que há de simbólico, 23 o que compõe o sentido lúdico da vida. Dizer 24 que o Brasil é o país do carnaval e do futebol é um 25 lugar-comum, mas faz todo o sentido.
26 A cultura alimenta a sua alma, dá forma à sua 27 identidade. Hoje muito mais uma identidade em movimento 28 do que, como já se pensou, uma identidade 29 imutável. São as múltiplas formas de ser que se organizam, 30 como condição de sobrevivência, em um mundo 31 globalizado. Devemos estar atentos às nossas 32 manifestações culturais. Elas não apenas traduzem 33 o que somos, antes produzem a nossa identidade.
SALGADO, M. Jornal do Brasil.
Caderno B. 10 jun. 2018. Adaptado.No trecho do texto “Devemos estar atentos às nossas manifestações culturais. Elas não apenas traduzem o que somos, antes produzem a nossa identidade.” (Refs. 31-33), a relação lógica entre os dois períodos pode ser expressa por
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(FM Petrópolis RJ/2019)
No trecho do texto, “Hoje a cidadania cultural é um direito consagrado, embora, na prática, o seja com muitos percalços.” (Refs. 8-10), a palavra destacada expressa a ideia de
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(USF SP/2019)
Homem paraplégico volta a andar após estimulação elétrica nos EUA
Pesquisa ainda precisa ser expandida para que cientistas saibam quem poderá se beneficiar da terapia
Um paciente que ficou paraplégico em 2013 após um acidente conseguiu se manter em pé e dar alguns passos sem assistência graças a um tratamento de estimulação elétrica em sua medula espinhal.
É o primeiro caso de caminhada independente de uma pessoa com paralisia completa dos membros inferiores após lesão na medula, segundo artigo publicado nesta segunda (24) na revista científica Nature Medicine.
Os pesquisadores afirmam que, mesmo com um diagnóstico de total perda do controle motor, ainda é possível encontrar conexões neurais intactas no local do ferimento, e esses vínculos podem ser excitados.
O tratamento do americano Jered Chinnock, 29, começou com 22 semanas de reabilitação física. Em seguida, ele recebeu o implante de um eletrodo —responsável pela estimulação elétrica e inicialmente destinado para terapia contra dor— no canal medular, abaixo da área lesionada.
O eletrodo tem comunicação sem fio com uma central, o que permite controle fino sobre local, frequência e duração da estimulação elétrica.
O estímulo aplicado precisa ser muito específico para ter efeito. “Uma estimulação aleatória não funciona”, afirmou em entrevista a jornalistas Kendall Lee, um dos pesquisadores responsáveis pela pesquisa.
Depois, o paciente passou por 43 semanas —cerca de 113 visitas durante um ano à Mayo Clinic, em Rochester, Minnesota (EUA) — de reabilitação multimodal junto à estimulação elétrica, que permitiu que os neurônios recebessem a sinalização da intenção de movimento.
“Isso nos mostra que essa rede de neurônios ainda pode funcionar depois da paralisia”, disse Lee, um dos pesquisadores responsáveis pela pesquisa.
Em uma esteira, o paciente conseguiu pisar e desenvolver uma caminhada somente com apoio dos próprios braços, sem assistência de treinadores ou aparelhos de sustentação de peso. Ao se movimentar no chão, foi necessário o auxílio de um andador com rodas e a ajuda de um assistente para facilitar o controle das passadas e do peso corporal.
O paciente conseguiu dar 331 passos, andar 102 metros e caminhar por 16 minutos com alguma assistência.
Christina de Brito, fisiatra do Hospital Sírio-Libanês que não teve participação na pesquisa, afirma que a estimulação elétrica em casos de lesões completas é utilizada para ativar a musculatura —evitando encurtamento de fibras e fazendo movimentos que eram habituais— e para aprimorar os músculos para possíveis recursos terapêuticos futuros. O que precisa evoluir na prática clínica, segundo ela, é a funcionalidade do estímulo, como a apresentada no estudo.
“Agora começa o verdadeiro desafio, que é entender como a caminhada aconteceu, por que e quais pacientes conseguirão se beneficiar”, afirmou Kristin Zhao, cientista também responsável pelo projeto.
Segundo os pesquisadores, ainda são necessários estudos mais amplos e com mais pacientes para determinar a validade e a eficácia do uso associado de terapia multimodal e estimulação elétrica.
Apesar da ressalva de que é preciso cuidado para não generalizar um relato de caso como possibilidade de tratamento para todos, Brito diz que se trata de uma boa notícia. “Abre-se uma perspectiva, uma possibilidade.”
A pesquisadora do Sírio-Libanês também aponta para possibilidades terapêuticas futuras relacionada a exoesqueletos, que, mesmo com as evoluções tecnológicas recentes, ainda são pesados e não tão funcionais. “Eles não funcionam com você vestindo e saindo andando, como imaginamos para o futuro.”
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2018/09/ho-
mem-paraplegico-volta-a-andar-em-esteira-apos-estimulacaoeletrica-
nos-eua.shtml>. Acesso em: 24/9/18.Em textos escritos e falados, sempre há, à nossa disposição, várias opções de elementos de coesão responsáveis por estabelecer importantes relações linguísticas entre palavras, orações, frases e parágrafos. Qual dos tradicionais itens de coesão a seguir não foi usado na construção dos três primeiros parágrafos do texto anterior (trecho que inicia em “Um paciente” e se estende até “ser excitados”)?
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UFPR/2019)
Leia o excerto abaixo:
As bombas que os aliados lançaram sobre a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial conseguiram atingir a borda inferior do espaço: a ionosfera se enfraqueceu sob a influência da onda expansiva de tantos explosivos. __________ o efeito tenha sido temporário, chegou a ser sentido nos céus da Inglaterra. __________, os bombardeios alemães, primeiro os da Luftwaffe (a aviação nazista) e, depois, com os foguetes V1 e V2, mal deixaram vestígios na atmosfera.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima, na ordem em que aparecem no texto.
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(UCB DF/2019)
Saúde mental – O fim da psicoterapia?
1 Nota publicada recentemente na revista PopScience 2 revela que o relato semanal ou quinzenal feito pelos 3 pacientes quando se sentam no sofá de um terapeuta pode se 4 extinguir como prática de saúde mental. O texto aponta para 5 o fato de que a psicoterapia tradicional tem sido 6 desestimulada ao longo dos anos, enquanto mais e mais 7 psiquiatras e até mesmo clínicos gerais prescrevem 8 medicamentos psicotrópicos, em vez de encaminharem seus 9 clientes à terapia. O uso de psicoterapia para pessoas em 10 tratamento mental nos Estados Unidos diminuiu em quase 11 16% para 10,5%. O uso de terapia em conjunto com a 12 medicação, por sua vez, caiu de 40% para 32%. Por outro 13 lado, as taxas de uso de medicação como único processo de 14 tratamento para questões mentais subiu de 41% para pouco 15 mais de 57%. Tal fato não ocorre diante da ineficácia da 16 psicoterapia tradicional para questões como depressão ou 17 ansiedade. Pelo contrário, as evidências encontradas em 18 outros estudos apontam resultados mais eficazes e 19 duradouros para psicoterapia, em relação às drogas 20 psicotrópicas. Muitas ações na área de saúde, entretanto, são 21 movidas por interesses mercadológicos.
MARQUES, Suzana. Saúde mental – O
fim da psicoterapia? In: Revista Psique,
ano VII, edição 93, setembro de 2013,
p.13, com adaptações.Nos dois primeiros períodos do texto, a palavra “que” apresenta
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(IFBA/2019)
SUPER VELOCIDADE
O velocista escarlate consegue mover-se a uma velocidade sobre-humana e, com isso, é capaz de violar várias leis da Física. Barry Allan ganhou seus poderes após ser atingido por um raio. Então, ele resolveu colocar um colante vermelho e sair por aí, correndo. Depois de um tempo, acabou se juntando a outros super- heróis integrando a Liga da Justiça. Será que a gente conseguiria correr por aí como o Flash?
Nós somos uma espécie bem lenta quando comparada a outras. Nossos pés e pernas evoluíram para escalar árvores. Nós começamos a andar eretos recentemente enquanto outros animais evoluíram de ancestrais bípedes.
Engenheiros e pesquisadores têm se baseado em pernas de outros animais para dar um jeito de aumentar a nossa velocidade. Um destes animais é a avestruz, que corre até 64 km por hora, usando metade da energia que nós. Isso é possível porque eles têm tendões que são capazes de reciclar a energia exercida quando os pés batem no chão e a utilizam para impulsionar o pé no próximo passo. Algumas próteses utilizadas por atletas olímpicos foram baseadas nas pernas e patas da avestruz.
O recorde de velocidade humana é dos astronautas da Apollo 11, que atingiram 40.000 km/h quando a espaçonave reentrou na atmosfera terrestre. Nós poderíamos economizar muito tempo nos movimentando nesta velocidade, mas há alguns problemas.
Com super velocidade, antes de você ver o que está a sua frente e reagir, você já teria passado por, ou através, do que quer que fosse que teria que desviar. A conta é: tempo (1/5 de segundo) multiplicado pela velocidade (40.000 km/h) é igual a distância (2,2 km). Ou seja, se você estivesse correndo nesta velocidade e tentasse desviar de um prédio, teria que estar a mais de 2 km dele para ter tempo de desviar. Quem dirige sabe o que acontece com um inseto quando ele atinge o para-brisa do carro. Não é uma visão muito bonita (principalmente para o inseto). Dessa forma, qualquer colisão direta que você tenha viajando mais de 95 km por hora será fatal. Então, não adianta ter super cura se você morre no impacto. Na melhor das hipóteses, caso você seja indestrutível, se tornaria um míssil, destruindo tudo que atingisse.
Tudo bem! Você se livrou de todos estes problemas! Imagine que uma bala está prestes a atingir uma donzela em perigo. Então você, com sua super velocidade, agarra a moça e a leva para um lugar seguro. Romântico, mas ela vai sofrer mais lesões pelo salvamento do que pela bala.
A Primeira Lei de Newton fala da Inércia, que é a resistência a uma mudança no estado natural de repouso ou movimento. Isso significa que um objeto vai continuar se movendo ou continuar parado, a não ser que algo mude isso. Ela estava parada e acelerou até a sua velocidade em menos de um segundo. O cérebro dela se chocaria com uma das paredes dentro do crânio no momento do seu salvamento e, ao parar abruptamente, o cérebro se chocaria com a outra parede do crânio, transformando-se em mingau. Neste caso, não é a velocidade que causa os danos, mas sim a aceleração ou a parada abrupta, da mesma forma que você é jogado para frente quando o motorista do ônibus pisa fundo no freio. O que você fez à moça é matematicamente a mesma coisa que atropelá-la com uma nave espacial a 40.000 km/h.
Disponível em: <https://medium.
com/ciencia-descomplicada/ super-
poderes-4-super-velocidade-c0c533
3a18a4>. Acessado em: 06.08.2018Em “Nós poderíamos economizar muito tempo nos movimentando nesta velocidade, mas há alguns problemas.” o termo em negrito poderia ser substituído, sem prejuízos ao sentido e à estrutura, por:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UFOP MG/2008)
Doença do nosso tempo
Mariana Sgarioni
01Você deve estar pensando: gente teimosa e turrona existe desde que o 02mundo é mundo. Por que só agora se percebeu que isso é um transtorno de 03personalidade que deve ser tratado? Porque a vida nunca foi tão difícil para os 04perfeccionistas.
05Até poucas décadas atrás, o ritmo mais lento da vida – e do trabalho – dava 06espaço a que o sujeito cabeça-dura se ocupasse com suas obsessões e fosse 07especialista nelas. Um afinador de pianos podia demorar semanas para devolver o 08instrumento ao cliente, pois seu trabalho dependia somente de talento, aptidão e 09treinamento. Mas as coisas mudaram: surgiram artefatos eletrônicos que, se não 10substituem perfeitamente o trabalho de um ouvido absoluto, tornam o serviço bem 11mais rápido e com um resultado aceitável para a maioria dos mortais. Pior para os 12afinadores perfeccionistas, inventaram pianos eletrônicos que nunca precisam ser 13afinados.
14Em resumo: a pessoa precisa saber se adaptar, coisa dificílima para um 15perfeccionista. “Vivemos numa era em que as vidas social, profissional e afetiva 16exigem flexibilidade”, afirma Geraldo Possendoro. “Quem não é flexível fica para 17trás e sofre de ansiedade.”
18Além disso, a era da informação rápida e fácil – mas nem sempre confiável 19– é o inferno dos perfeccionistas porque os obriga a elevar os próprios padrões de 20exigência. Até meados da década de 1990, um jornalista que quisesse escrever 21sobre afinação de pianos precisaria se desdobrar para achar fontes especializadas 22de informação. Qualquer besteira escrita passaria em branco para a maioria dos 23leitores – só os perfeccionistas teriam disposição para correr atrás dessas fontes. 24Hoje, qualquer tipo de informação – de afinação de pianos a disfunções intestinais 25do bagre africano – estão disponíveis na internet para o jornalista, seu chefe e 26todos os leitores (ai, Jesus!).
27Mais fácil que mudar esse mundo é tentar amolecer a cabeça dura dos 28perfeccionistas. Mas como? A psicóloga americana Alice Provost propôs um 29exercício para o grupo que estudou na universidade – uma série de regras que 30tinham por objetivo livrar essas pessoas de suas próprias regras mentais. Elas eram 31mais ou menos assim: termine o expediente na hora certa; não chegue ao trabalho 32antes da hora estabelecida; faça todas as pausas a que tem direito; deixe a mesa 33bagunçada; determine um número de tentativas para concluir o trabalho e, em 34seguida, entregue o que tiver. “Parecem coisas banais, porque aquilo que alguns 35deles consideram fracasso é algo para o que a maioria das pessoas não dá a 36mínima importância”, diz. Depois pergunte: você foi castigado? A universidade 37deixou de funcionar? Você está mais feliz? Segundo a professora, os cobaias 38perceberam que se preocupavam demais com bobagens. “Todos ficaram surpresos 39porque tudo continuava funcionando”.
In: Superinteressante, março de 2008, p. 69.
A expressão “(ai, Jesus!)” (linha 26) é:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UFCG PB/2007)
1Estava hospedado havia dois dias em casa do Campos; esse tempo levara ele a entregar cartas e encomendas. À noite, fatigado e entorpecido pelo calor, mal tinha ânimo para dar uma vista de olhos pelas ruas da cidade.
Entretanto, a vida externa o atraía de um modo desabrido; estalava por cair no meio desse formigueiro, desse bulício vertiginoso, cuja vibração lhe chegava aos ouvidos como os ecos longínquos de uma saturnal. Queria ver de perto o que vinha a ser 5essa grande Corte, de que tanto lhe falavam; ouvia contar maravilhas a respeito das cortesãs cínicas e formosas, ceias pela madrugada, passeios pelo Jardim Botânico, em carros descobertos, o champanha ao lado, o cocheiro bêbado; e tudo isso o atraía em silêncio, e tudo isso o fascinava, o visgava com o domínio secreto de um vício antigo.
Mas por onde havia de principiar?…Não tinha relações, não tinha amigos que o encaminhassem!…Além disso, o Campos estava sempre a lhe moer o juízo com as matrículas, com a entrada na academia, com um inferno de obrigações a cumprir, cada 10qual mais pesada, mais antipática, mais insuportável!
_ Olhe, seu Amâncio, que o tempo não espicha – encolhe! …É bom ir cuidando disso! – repetia-lhe o negociante, fazendo ar sério e compenetrado. – Veja agora se vai perder o ano! Veja se quer arranjar por aí um par de botas!…
Amâncio fingia-se logo muito preocupado com os estudos e falava calorosamente na matrícula.
_ Mexa-se então, homem de Deus! – bradava o outro. – Os dias estão correndo!…
15O medo às matemáticas levara-o a desistir da Marinha e agarrar-se à Medicina, como quem se agarra a uma tábua de salvação: pois o Direito, se bem que, para ele, fosse de todas as formaturas a mais risonha, não lhe servia igualmente, visto que Amâncio não estava disposto a deixar a Corte e ir ser estudante na província.
A Medicina, contudo, longe de seduzi-lo, causava-lhe um tédio atroz. Seu temperamento aventuroso e frívolo não se conciliava com as frias verdades da cirurgia e com as pacientes investigações terapêuticas. Pressentia claramente que nunca daria 20um bom médico, que jamais teria amor à sua profissão.
Esteve a desistir logo nos primeiros dias de aula: o cheiro nauseabundo do anfiteatro da escola, o aspecto nojento dos cadáveres, as maçantes lições de Química, Física e Botânica… tudo isso o fazia vacilar.
E Amâncio continuava a ler a estranha tecnologia da ciência, e repetir maquinalmente, de cor, os caracteres distintivos das vértebras, ou a cismar abstrato nas propriedades do cloro e do bromo, sem todavia conseguir que patavina daquilo lhe ficasse na 25cabeça. (…)
_ Não haver uma academia de Direito no Rio de Janeiro! – lamentava ele, bocejando… (…)
Ah! O direito, o direito é que, incontestavelmente, devia ser a sua carreira. Preferia-o por achá-lo menos áspero, mais tangível, mais dócil, que outra qualquer matéria. E esse mesmo …Valha-me Deus! tinha ainda contra si o diabo do latim, que era bastante para o tornar difícil.
(AZEVEDO, Aluísio de. Casa de Pensão, p.53-54, adaptadas)
Em relação a vozes, interjeição e textualidade, julgue verdadeira (V) ou falsa (F) as afirmações abaixo.
I. O último parágrafo constitui um exemplo de discurso indireto livre, que demonstra a voz não marcada de Amâncio no discurso do narrador, indicando o conflito do personagem.
II. As interjeições reproduzem momentos em que uma posição pessoal é manifestada e caracterizam um gênero textual mais espontâneo.
III. Para enfatizar a temática do texto, fatores de textualidade, como intencionalidade e aceitabilidade, centrados no leitor, são predominantes.
A sequência correta é:
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UNIRG TO/2018)
Mater dolorosa
Quando eu era jovem, a minha mãe dizia que as moças que tinham filhos antes do casamento eram emparedadas nos porões de suas casas, e os bebês trancafiados nesses porões, e lá viviam, como animais abandonados.
O que mais impressiona é a naturalidade com que as pessoas lidavam com aquele horror. Isso era aterrorizante, ainda mais porque, na minha casa, havia um porão. E eu, na minha inocência, pensava como seria possível uma jovem solteira engravidar, já que minha mãe afirmava que para ter filhos era preciso se casar.
Fiz-lhe esta pergunta, ela desconversou e não respondeu – como sempre. Mamãe nunca me respondia o que eu lhe perguntava, mas dizia coisas que eu não entendia, com ar de ameaças.
SARMENTO, Olívia. Mater dolorosa. In: ______.
A emparedada e outros contos. Rio de
Janeiro: Escrita Fina, 2015, p. 9.Assinale a alternativa que apresenta, no texto, os sentidos contextualmente adequados para os conectores “como”, no primeiro parágrafo, “porque” e “mas”, nessa ordem:
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(FMABC SP/2018)
1 Um filme nacional de 2003 − Os narradores de 2 Javé, de Eliane Caffé − mostra um vilarejo fictício 3 ameaçado de ser inundado por uma grande represa. 4 Pobres e esquecidos por todos, seus habitantes não 5 sabem como se defender, até que uma voz parece 6 encontrar a solução: Javé precisa ser reconhecida 7 como “patrimônio”, pois assim não se tornaria uma 8 cidade submersa. Duas dimensões dessa fala 9 merecem ser assinaladas: “patrimônio” aparece como 10 um recurso e uma reivindicação; a palavra, 11 enuncia da naquela específica cena, evidencia o quanto 12 deixou há muito de ser um termo técnico, 13 especializado, vinculado a um saber e a uma política formal, 14 para se tornar um lugar-comum; em uma metáfora 15 poderosa, submersão equivale a esquecimento e a 16 não reconhecimento: a reivindicação de posse de um 17 patrimônio é uma demanda de visibilidade. 18 Desprovidos de recursos materiais que pudessem ser 19 considerados de valor histórico, os narradores de 20 Javé só podem recordar e reinventar suas histórias, 21 seu mito de fundação, um patrimônio que hoje 22 chamamos imaterial, ou intangível.
23 O termo “patrimônio”, do latim pater, pai, 24 tornou-se corriqueiro e sua adjetivação se espraiou: 25 patrimônio pode ser histórico, ambiental, 26 arqueológico, artístico, material, imaterial etc., 27 qualificações comumente subsumidas sob o guarda-chuva 28 “cultural”. A remissão a pai, patriarca, nos conduz 29 a legado, herança − e não por acaso o termo em 30 inglês é exatamente este: heritage.
31 No filme citado não bastava reconhecer algo 32 importante: era preciso escrever, anotar, identificar 33 – e passar adiante. Esse conjunto de práticas é o que 34 pode transmutar os relatos, as estórias passadas em 35 conversas informais e os costumes em “patrimônio” 36 − da cidade, de um grupo, região ou nação. 37 Patrimônio não é uma representação coletiva como outra 38 qualquer, e sim uma prática constituída por um pro – 39 cesso de atribuição de um valor, que deve ser 40 reconhecido por um grupo disposto a conservá-lo. Em 41 outras palavras, patrimônio histórico remete a 42 políticas públicas ou a ações que têm lugar na esfera 43 pública.
44 Os grupos sociais atribuem valores distintos 45 aos seus bens materiais, suas memórias, suas marcas 46 territoriais; nomeiam − e desse modo distinguem, 47 classificam − o ambiente que os rodeia, destacam 48 passagens de sua história comum, de um passado 49 coletivo, elegem paisagens. Por isso, quando fala – 50 mos em patrimônio (histórico, cultural etc.), é disso 51 que se trata: de um conjunto de bens materiais ou 52 imateriais fruto de uma decisão que partiu da 53 identificação de algo que merecia ser destacado, 54 retirado de certo fluxo corriqueiro das coisas, da 55 rotina cotidiana: um bem tido como especial. A esse 56 bem chama-se bem patrimonial.
57 O termo é hoje lugar-comum, em duplo sentido: é 58 corriqueiro, parece estar no discurso de todos, mas 59 pode ser também um lugar compartilhado, um ponto 60 de encontro de saberes, disciplinas e políticas. 61 Contudo, não estamos diante de um fenômeno universal, 62 tampouco permanente. Na França, preocupações 63 com patrimônio ou, para usar um termo então 64 utilizado, com monumentos tiveram início após a 65 Revolução Francesa; na Inglaterra, em meio à Revolução 66 Industrial, vitorianos que denunciavam uma 67 civilização moderna percebida como sem raízes se voltavam 68 para um passado préindustrial, localizado na 69 arquitetura. No Brasil, a descoberta de um 70 patrimônio na iminência de ser perdido não se vinculou 71 a revolução de qualquer tipo: foi um debate que teve 72 início na nada revolucionária Primeira República 73 (1889-1930), quando cidades passavam por 74 reformas urbanas pautadas por um “bota abaixo” 75 − como ocorreu no Rio de Janeiro e no Recife no 76 começo do século XX −, e consolidou-se no Estado 77 Novo.
(Adaptado de: RUBINO, Silvana. Patrimônio: história e memória como reivindicação e recurso.
In: Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança. Orgs. André Botelho, Lilia Moritz
Schwarcz. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 392 e 393)Levando em conta o parágrafo 5, observa-se com correção:
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