Veja o contexto político e social em que Getúlio Vargas promoveu o golpe do “Plano Coehn” para instaurar a ditadura do Estado Novo no Brasil. Resumo com Simulado 🙂
Getúlio Vargas foi o Presidente da República que mais tempo ficou à frente do governo do Brasil. Ele chegou ao poder com a Revolução de 1930, e governou por 16 anos, até 1945. O período do Estado Novo – a Ditadura de Vargas, durou de 1937 a 1945.
Vargas voltou eleito pelo voto popular nas eleições de 1950, e comandou país de 1951 até cometer suicídio em 24 de agosto de 1954. Foram mais três anos e oito meses. No total, quase 20 anos de presidência. Uma longa Era Vargas, com diversas faces de Getúlio no poder.
Getúlio Vargas e a Revolução de 1930
Ele foi aclamado com um herói em 1930 ao botar fim na República Velha, dominadas pelas oligarquias de Minas Gerais e de São Paulo, que faziam a política do “café com leite”, ora elegendo um paulista, ora um mineiro, e sempre no círculo dos latifundiários do café ou da pecuária.
O resutado das eleições presidenciais apontou a vitória do candidato Júlio Prestes (paulista), com 1 milhão e 91 mil votos, contra 747 mil de Getúlio Vargas. Mas, com acusações de fraudes generalizadas em todo o país, Vargas lidera uma revolta popular-militar e toma o poder.
A proposta de modernizar o país
Getúlio chega ao poder em 1930 com as bandeiras do Tenentismo, propondo uma nova atuação dos poderes públicos, com maior transparência, foco na industrialização, na educação, na urbanização e modernização do país. Embalados pelas ondas do rádio o discurso de Getúlio alcança todo o país, e ele torna-se “o pai dos pobres”.
Ele criou os ministérios do trabalho, da educação, e da indústria e do comércio. Também foi por Getúlio Vargas que o voto secreto obrigatório chegou ao país, bem como o direito de voto para as mulheres. Em 1932 enfrenta uma revolta político-militar liderada pelos paulistas, que vão ao combate armados para derrotar Getúlio. No entando, as forças federais e estaduais leais ao governo Vargas vencem o conflito, derrotando São Paulo e seus aliados.
O período do Estado Novo: a ditadura de Vargas.
Após uma Constituinte em 1934 Getúlio segue no poder até que em 1937 ele promove um autogolpe, assumindo poderes ditatoriais sob o pretexto de que “o comunismo” era uma ameaça real ao país. Começa ali o período do Estado Novo, a ditadura de Vargas.
O pretexto para Getúlio perpetuar-se no poder foi o “Plano Cohen”, apresentado na época como a descoberta pelas forças militares de que estaria sendo gestada no país uma revolução comunista. O plano dizia que a Intentona Comunista liderada por Luís Carlos Prestes em 1935 era apenas uma de muitas ações e ramificações que poderiam levar o país às mãos dos comunistas de Prestes.
Anos depois descobriu-se que o Plano Coeh era mesmo uma grande fraude arquitetada pelos próprios militares getulistas, apenas um falso pretexto para o golpe que ocorreu.
Com essa arquitetura político-militar Vargas inicia o Estado Novo, governando com mão de ferro até 1945. Fecha o Congresso Nacional e nomeia interventores em diversos estados. Prende críticos independentes como Monteiro Lobato, e opositores como Luís Carlos Prestes.
Vagas Flerta com o Fascismo, e chega a estabelecer aproximação com a Alemanha de Hitler. O caso mais emblemático foi a entrega às forças nazistas da alemã Olga Benário, comunista alemã e casada no Brasil com Luís Carlos Prestes, que foi deportada para a Alemanha por Getúlio, mesmo estando grávida, para ser morta pelos nazistas após ter dado à luz à filha Anita Leocádia na prisão.
A nova face de Getúlio durante o Estado Novo
No fim de 1937 era instaurado o Estado Novo, quando Getúlio Vargas adquiriu amplos poderes, fechou o Congresso Nacional, proibiu a existência dos partidos políticos, censurou a imprensa e novamente nomeou interventores para os estados da federação.
Veja um resumo bem didático com o professor Felipe, do canal de aulas do Curso Enem Gratuito:
Muito bom este resumo sobre o Período do Estado Novo, a ditadura de Getúlio Vargas.
Veja a transcrição da aula sobe o Período do Estado Novo
O período do Estado Novo foi um ciclo autoritário e controverso na biografia de Getúlio Vargas. Desde 1930 ele vinha operando mudanças significativas na história econômica do Brasil. O país, que até aquele momento sempre teve um produto “carro-chefe” da economia (pau-brasil, açúcar, café…), agora voltava-se para a indústria.
A industrialização instaurada por Vargas foi pautada em um nacionalismo econômico, baseado em uma política de forte controle estatal na economia: nacionalista, estatizante e industrializante.
Vargas criou empresas estatais do setor de base, como a mineradora Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
No campo da cultura, criou-se um órgão do Estado para controlar a política cultural do país, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Esse órgão foi o responsável pela censura prévia da imprensa, com o objetivo de instituir uma cultura voltada para o trabalho e eliminando focos considerados subversivos. Nesse contexto, Vargas promove uma forte censura aos chamados “sambas de vadiagem”.
O DIP promove, também, uma agenda cultural, que atua em duas direções: 1) a meta de criar na população um sentimento ufanista exagerado e 2) gerar entretenimento, afastando a população dos interesses políticos.
O DIP, através do rádio, vai também encucar nas massas a adesão ao projeto de governo e identificação com a figura de Vargas, por meio do programa A Hora do Brasil.Getúlio Vargas era também um orador que silenciava multidões em comícios ao vivo ou em pronunciamentos pelo rádio. Na imagem, Vargas em pronunciamento radiofônico ao país. Setembro de 1942. Fonte: https://bit.ly/2KBB6nJ
No campo da política externa, temos o envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Apesar de ter simpatia pelo fascismo, Vargas se associa ao governo dos EUA, fazendo com que o Brasil lutasse contra as então denominadas Potências do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). Em troca desse apoio aos países “Aliados na Segunda Guerra”, o governo dos EUA financia a fundação da Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN.
O Brasil entra oficialmente na guerra em 1942, inicialmente cedendo o território e apoio logístico na Região Nordeste para a instalação de bases norte-americanas para dar suporte à guerra na África e na Europa. As tropas do Brasil somente vão ao combate a partir de 1944, com os homens da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que combate o Eixo principalmente na Itália.
No Brasil, principalmente na região Sul, os imigrantes e descendentes de alemães passam a ser vistos com grande desconfiança, e ocorre a nacionalização do ensino.
No dia 13 de setembro de 1943, o governo de Vargas, através de 5 decretos, cria 5 territórios de segurança nacional, sendo um dos mais importantes o território do Iguaçu. Há, nessa época também, um grande impulso ao desenvolvimento da economia da borracha. O mundo estava em plena Segunda Guerra Mundial, e a borracha era muito valorizada.
A Guerra termina em agosto de 1945 com a vitória dos Aliados. Os Pracinhas brasileiros voltam na condição de heróis. Mas, a vitória traz um problema para Getúlio: os oficiais das Forças Armadas que foram para o combate voltam questionando o longo reinado de Getúlio e reclamando por eleições.
A situação política fica insustentável para Getúlio seguir como ditador e o país volta à democracia com o pleito entre dois candidatos militares: o marechal Eurico Gaspar Dutra, e o brigadeiro Eduardo Gomes. Getúlio passa a faixa presidencial para Dutra, o vencedor. E, logo depois, Vargas retorna para o interior do Rio Grande do Sul, para a fazenda na cidade de São Borja. Era o fim da Era Vargas de 1930 a 1945.
Getúlio retorna como Presidente eleito em 1950, numa composição politica entre o PSD (Partido Social Democrático) e o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), e assume no início de 1951. O Brasil, porém, já era outro, com novas regras democráticas para o debate político. Getúlio enfrenta uma oposição ferrada do partido UDN (União Democrática Nacional), liderado na voz contundente do jornalista Carlos Lacerda.
O Atentado da rua Toneleros: a ruína para Vargas
Com o tempo Getúlio vai ficando isolado no cenário político, acusado diariamente pela máquina de propaganda da UDN. Na metade de 1954 praticamente apenas o então governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitscheck oferecia o apoio amplo a Getúlio. No dia 5 de agosto um atentado a tiros contra Carlos Lacerda deixa um oficial da Aeronáutica morto. Era o Major Vaz, que atuava na segurança de Lacerda.
Getúlio é acusado de estar por trás do atentado. Isso nunca foi provado. No entando, toda a arquitetura do crime foi desenhada e planejada por Gregório Fortunado, segurança pessoal de Vargas, e apelidado de “Anjo Negro”, pois estava sempre proteger Getúlio. O clima político deteriora-se para Getúlio, que comete suicídio em 24 de agosto de 1954.
Resumo sobre a Era Vargas
Veja agora com o professor Felipe um resumo completo sobre a Era Vargas, no período que antecede ao Estado Novo.
Viu só como Getúlio Vargas é o grande personagem da História da República no Brasil? Ele teve mil faces. Acertos e erros. E, como resultante, realizou a transição do país agrário para a vida urbana e o projeto de modernização pela educação.
Simulado sobre o Período do Estado Novo
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E aí, como foi o seu desempenho no Simulado sobre o Período do Estado Novo? Se você não acertou pelo menos sete questões logo “de primeira” é porque precisa estudar mais um pouco. Veja uma aula mais profunda sobre o Estado Novo.