A história de D. Pedro II e o Segundo Reinado no Brasil

Entenda o contexto político-social que levou ao fim do Segundo Reinado no Brasil. Dom Pedro II se esfraquece, e os militares proclamam a República.

O Segundo Reinado no Brasil começa em 1840 com um golpe de Estado: o golpe da maioridade, que antecipa (sem alteração da Constituição), a maioridade de Dom Pedro II, que aos 14 anos chega ao trono. Sim, não estranhe não. Aos 14 anos ele assume o controle do país.

O Golpe da Maioridade e o Segundo Reinado

Agora vamos lembrar que ele chegou ao trono através de um projeto político de um partido, o partido anteriormente chamado de progressista e agora de liberal. Os liberais, quando chegam ao poder, tendo Dom Pedro II no trono, imaginaram que conseguiriam limitar o poder do imperador.

E eles tinham um projeto pra isso: implementar o parlamentarismo no Brasil, fazendo com que o rei reinasse mas não governasse. O rei acabou tomando a devida precaução em relação a isso: destituiu o governo liberal e convocou novas eleições com maioria conservadora eleita no parlamento.

Mas para isso, as eleições ficaram conhecidas por suas fraudes e por sua violência, foram as chamadas eleições do cacete. Essas eleições, que levam os conservadores a serem maioria no Congresso e depois resultam num ministério conservador, vão acabar provocando reações das elites liberais de São Paulo e Minas Gerais.

Em São Paulo, o movimento é mais forte em Sorocaba. Em Minas Gerais, em Barbacena. Mas são movimentos de caráter especificamente políticos, porque não vão alcançar grande adesão popular, serão facilmente reprimidos pelas tropas imperiais.

As Revoltas no Reinado de Dom Pedro II

Depois disso, nós temos ainda um momento bastante agitado no início do Segundo Reinado. Nós vamos ter ainda o momento que Dom Pedro II começa a pacificar revoltas. Ainda em 1840, vai ser pacificada a Cabanagem no Pará, que vai resultar em 30 mil mortos.

Em 1841, acontece a pacificação da Balaiada no Maranhão. E nós temos ainda, até 1845, ocorrendo no Rio Grande do Sul, a Revolução Farroupilha, que vai ser pacificada através de um contrato de paz. Pacificado esse momento conturbado na História do Brasil, Dom Pedro II vai tentar dar uma resposta com o objetivo de evitar novas revoltas com tendências liberais.

E ele acabou instituindo no Brasil o parlamentarismo em 1847. Mas era um parlamentarismo fake, que ficou conhecido como parlamentarismo às avessas. E por que ele era considerado “´às avessas”? Porque não funcionava como o parlamentarismo britânico. Lá no Reino Unido, o que acontecia e que acontece até hoje: o povo elegia o parlamento e o parlamento escolhia o primeiro ministro, que por sua vez escolhia o ministério.

O Poder Moderador do Imperador

Aqui no Brasil era diferente: através do voto censitário, se elegia o parlamento; mas não era o parlamento que elegia o primeiro ministro (a peça principal do poder executivo), era o próprio imperador quem o nomeava! O imperador, através do seu poder moderador, também podia anular decisões do próprio poder legislativo. Poderia, por exemplo, convocar eleições na hora que bem entendesse. Então não havia no Brasil a supremacia do parlamento.

Para compor o novo governo logo após a criação do parlamentarismo às avessas em 1847, nós vamos ter novas eleições para a composição de um novo parlamento. Dessa vez, os liberais mais uma vez saem do poder para dar lugar aos conservadores. Mas os liberais não vão aceitar isso, e vão acabar reagindo principalmente em Pernambuco: é a chamada Revolução Praeira, que vai se estender até 1850.

Os liberais defendiam a liberdade da imprensa, o regime liberal, o voto universal, fim da escravidão e medidas de caráter socialista (socializar meios de produção). Defendiam a reforma agrária, queriam atacar o poder latifundiário da família Cavalcanti (em Pernambuco).

 Dom Pedro II vem com uma nova estratégia: é a chamada política de conciliação, que se consolida em 1853, quando ele vai criar o “gabinete da conciliação”. Era uma política de alternância entre conservadores e liberais. E por 15 anos, o Brasil consegue desfrutar de certa estabilidade política.

A Economia nos tempos de D. Pedro II

Confira no resumo gratuito do professor Felipe como andavam as contas externas e a economia interna do Brasil durante o Reinado de Dom Pedro II.

Excelente o resumo do professor Felipe sobre os aspectos econômicos. Veja a transcrição dos principais trechos do vídeo:

Depois do pau-brasil, do açúcar e do ouro, o Brasil vai ter o café como principal produto de exportação. O produto cultivado aqui chegou a abastecer mais de um terço do café consumido no mundo inteiro no século XIX. Sua entrada neste território ocorreu no período regencial, mas foi no segundo reinado que ele se destacou em relação às outras culturas.

 As principais lavouras de café do país encontravam-se em Minas Gerias, São Paulo e Rio de Janeiro, com destaque para a região do Vale do Paraíba, em São Paulo. A mão de obra escravizada foi direcionada para este setor, mas com a opção pela abolição gradual por parte do Estado brasileiro no fim do Segundo Reinado, essa realidade foi se modificando.

 Essa mudança ocorreu pela adoção de políticas de proibição do tráfico negreiro e incentivo à imigração de Europeus para o Brasil, com o intuito de substituírem gradualmente a mão de obra escravizada e embranquecer a população brasileira. Paralelo a isso, a produção foi se expandindo para o oeste paulista.

 O café chegou a representar mais da metade das nossas exportações, tendo como principais mercados consumidores os EUA e a Europa. Devido a essa economia, foi instalada uma ampla malha ferroviária na região sudeste que serviu ao transporte do produto, assim como de pessoas e ferramentas para as lavouras. Além disso, o sistema de comunicações também se modernizou, com o desenvolvimento do telégrafo.

 Entre as décadas de 1850 e 1870, houve um período de surto industrial no Brasil, cujos investimentos vieram, em certa parte, dos lucros obtidos com a produção de café. Consequentemente, vários locais sofreram urbanização, como em São Paulo, onde se instalaram grandes palacetes dos chamados barões do café, bem como um aparato de modernidade em prol do conforto dessas famílias ricas.

 O algodão já era relevante para a nossa economia desde o período colonial, sendo cultivado principalmente no Nordeste. Porém, ele tem seu momento na década de 1860, tendo em vista que seus maiores produtores eram da região sul dos EUA e estavam passando perrengues com a Guerra de Secessão. Com isso, a Europa passou a importar algodão brasileiro até 1870. A Era Mauá (1850-1870) foi um momento de pico no desenvolvimento industrial que foi interrompido em seguida. Entenda como isso refletiu na nossa economia.

A Proclamação da República e o fim do Segundo Reinado

Veja agora com a professora Ana Peron o capítulo final de Dom Pedro II no Brasil. Os militares que voltam da Guerra do Paraguai sentem-se fortalecidos e começam a agregar apoio político junto aos descontentes com o Imperador. Os círculos vão se ampliando.

Há uma contestação das oligarquias também com o final da escravidão e a necessidade de se contratar trabalhadores assalariados. Os militares derrubam o Imperador em 15 de novembro de 1889. Veja:

Gostou da aula da professora Ana? Então, chegou a hora de ver o que você aprendeu de verdade.

Responda agora ao Simulado:

O Fim do Segundo Reinado no Brasil

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Mandou bem nas questões do Simulado? Se você acertou menos de sete questões sobre o Fim do Segundo Reinado no Brasil é porque precisa estudar um pouco mais. Veja aqui uma aula gratuita sobre o Fim do Segundo Reinado.

Entenda a dimensão de Dom Pedro Segundo para a História do Brasil.

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