Veja quais são os 4 Fusos Horários do Brasil

Atualmente, o globo terrestre é dividido em 24 fusos horários demarcados pelos meridianos e adaptados em cada país. Entenda como os fusos funcionam!

Para entender o que são fusos horários do Brasil é importante relembrar e compreender as coordenadas geográficas. As coordenadas geográficas são uma rede de linhas imaginárias denominadas paralelos e meridianos, traçadas sobre o globo e que tem como finalidade permitir a localização de qualquer ponto na superfície terrestre.

Paralelos e meridianos

O paralelo máximo é a linha do Equador, que divide a Terra em duas porções iguais: o hemisfério norte e o hemisfério sul. Sobre cada um desses hemisférios, podemos traçar infinitas linhas paralelas ao Equador.

Essas linhas são identificadas por sua distância em relação ao Equador, medida em graus. Essa distância é o que chamamos de latitude, que pode variar de 0º a 90º, tanto para norte quanto para sul.

Já os meridianos são todas as semicircunferências traçadas de forma a ligar os dois polos da Terra. Todos os meridianos têm o mesmo tamanho e qualquer um deles pode ser utilizado para se dividir o planeta em duas porções iguais: hemisfério ocidental (a oeste) e hemisfério oriental (a leste). Seu ponto central e de referência é chamado Meridiano de Greenwich.

Resumo de latitude e longitude

Para facilitar a sua compreensão sobre como se organizam os quatro fusos horários no Brasil, faça uma pausa agora aqui para ver o resumo do professor Eduardo sobre latitude e longitude:

Como você aprendeu agora no vídeo, os meridianos podem ser identificados por sua distância, medida também em graus, em relação ao meridiano de Greenwich. Essa distância é o que chamamos de longitude e varia de 0º a 180º, tanto para leste quanto para oeste.

Como funcionam os fusos horários

Devido ao seu movimento de rotação (movimento da Terra ao redor de um eixo imaginário, que a atravessa de um polo a outro, no sentido Oeste para Leste), a Terra apresenta dias e noites. Como resultado, diversos pontos da superfície terrestre apresentam diferenças de horários.

A determinação da hora parte do princípio de que a Terra é uma circunferência perfeita, medindo 360º, e de que a rotação terrestre dura 24 horas. Com isso, conclui-se que esse é o tempo necessário para que todos os meridianos que “cruzam” o planeta passem, num determinado momento, frente ao Sol.

Fusos horários


Dividindo-se os 360 graus da esfera terrestre pelas 24 horas de duração do movimento de rotação, resultam 15 graus. Portanto, a cada 15 graus que a Terra gira, passa-se uma hora – e cada uma dessas 24 faixas recebe o nome de fuso horário.

No interior dessas faixas, por convenção, passou a vigorar um mesmo horário. Essa padronização do tempo ocorreu no século 19, num momento em que o Reino Unido era a principal potência econômica e militar do planeta. Por isso, o meridiano que passava no observatório de Greenwich, então nos arredores de Londres (hoje, dentro da cidade), foi considerado o meridiano zero.

A hora de Greenwich tornou-se a hora universal, no sentido de que é em relação a ela que se determinam os horários em outros pontos do globo terrestre. A leste de Greenwich, as horas aumentam a cada faixa de 15º, variando entre 0 e 12. Ao contrário, a oeste de Greenwich, as horas diminuem, em idêntica variação.

O horário de Greenwich também é chamado de GMT, ou seja, Greenwich Mean Time (mean significando “média”).

Os quatro fusos horários do Brasil

Para ajudar você a compreender como o Brasil tem quatro fusos horários, acompanhe esta introdução com o professor Raphael Carrieri.

O Brasil, como sabemos, é um país de dimensões continentais e, por isso, possui muitas variações ao longo de seu território. Uma delas é referente aos fusos horários, a demarcação oficial das horas nas diferentes partes do espaço geográfico nacional.

O problema é que, com as diferentes mudanças ao longo do tempo, muitos ficam na dúvida: afinal, quais são os fusos horários atuais do Brasil?

Hoje em dia, o Brasil possui quatro fusos horários, mas não foi sempre assim. Inicialmente, apenas um único fuso cobria todo o território nacional, o que mudou em 1913, quando o decreto de lei nº 2.784 – sancionado pelo então presidente Hermes da Fonseca – determinou quatro fusos horários.

Foi uma solução para organizar melhor a distribuição dos horários com base no Meridiano de Greenwich, criado algumas décadas antes.

A configuração dos fusos horários foi a seguinte:

  • 1º Fuso: 2 horas atrasado em relação ao Meridiano de Greenwich. Envolvia apenas algumas ilhas vulcânicas e a Zona Econômica Especial do Brasil no Oceano Atlântico.
  • 2º Fuso: 3 horas de atraso em relação a Greenwich. Envolvia as regiões Sudeste, Norte, Sul, além de metade do Pará, Amapá, Tocantins, Goiás e a capital, Brasília.
  • 3º Fuso: 4 horas de atraso em relação a Greenwich. Envolvia a metade oeste do estado do Pará, além de Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e a maior parte do Amazonas.
  • 4º Fuso: 5 horas de atraso em relação a Greenwich. Envolvia uma pequena parte oeste do Amazonas e o estado do Acre.

Essa configuração nos fusos horários do Brasil permaneceu inalterada por 95 anos. Isto é, até o ano de 2008 – isso se não considerarmos as mudanças territoriais e políticas dos estados do país.

Fuso horário do Pará

Em 2008, o 4º fuso foi excluído depois da aprovação de uma proposta feita pelo Senado. Além disso, o estado do Pará não permaneceu mais dividido em dois horários, passando a estar totalmente integrado ao 2º fuso horário do país. No entanto, essa foi uma proposta polêmica, principalmente em relação à população do Acre.

Boa parte da população era favorável ao novo horário. O principal motivo era porque, no horário de verão – que não é adotado na região –, a diferença de tempo em relação ao horário oficial de Brasília aumentava para 3 horas. Os que eram contrários à modificação argumentavam, entre outras coisas, que o tempo deveria seguir o ciclo natural do dia e não a questões políticas.

Por isso, em 2010 fez-se um plebiscito para que a população escolhesse a melhor opção. Após uma disputa ligeiramente apertada, com 56,8% da população do Acre e do oeste do Amazonas, houve o retorno do fuso horário antigo, duas horas atrasado em relação a Brasília. Por isso, o projeto de 2008 foi totalmente derrubado e retornou-se para as configurações de 1913.

Mas, esqueceram-se de um detalhe: o oeste do Pará, que também participaria da mudança, não participou do plebiscito! Por isso, a então presidenta Dilma Rousseff vetou a alteração.

Em 2013 o projeto foi novamente enviado para a presidente. Então, apenas as áreas consultadas no plebiscito tiveram seus fusos alterados, permanecendo o estado do Pará totalmente integrado em um horário só.

Exercícios sobre fusos horários

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Sobre o(a) autor(a):

Priscila é formada em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina.

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