Weber é um dos três autores imprescindíveis para se dar bem na prova de Sociologia. Estude com o Curso Enem Gratuito!
Max Weber formulou conceitos e modelos teóricos que ajudaram na compreensão de diversos aspectos das sociedades modernas nas áreas de política, ciência, economia e religião.
Neste post vamos aprender algumas de suas teorias sobre ação social, poder, dominação e racionalização, além de falar do seu livro mais conhecido: “A ética protestante e o espírito do capitalismo”.
Ação social
Weber acredita que a função da Sociologia é entender as ações sociais dos indivíduos. Para ele, ação social é aquela conduta humana que tem como referência a conduta das outras pessoas. Weber divide a ação social em quatro:
Ação social racional com relação a fins: é uma ação puramente racional, na qual o indivíduo calcula o melhor meio para chegar ao fim pretendido.
Ação social racional com relação a valores: é uma ação racionalmente pensada, mas que não se orienta por determinada finalidade, mas sim por valores morais, religiosos, políticos, etc.
Ação social afetiva: é uma ação não racional, guiada por sentimentos como raiva, vingança, paixão, medo, etc.
Ação social tradicional: também é uma ação não racional, guiada pelos costumes, levada a cabo porque “sempre foi assim”.
Poder e dominação
Max Weber define o poder como a probabilidade de impor a própria vontade, dentro de uma relação social. Neste sentido, o Estado é explicado como a instituição que mantêm o monopólio legítimo da força para a manutenção da ordem vigente.
E por dominação, Weber entende a probabilidade de encontrar obediência a ordens dentro de determinado grupo de pessoas. De acordo com Weber, há três tipos puros de dominação legítima: de caráter racional, tradicional e carismática.
A dominação racional é baseada em leis gerais racionalmente instituídas e respeitadas por todos os membros da sociedade. Obedece-se à ordem impessoal objetiva em virtude da legalidade formal de suas disposições. A dominação racional / legal pode assumir formas muito diversas, mas o tipo ideal se dá dentro da administração burocrática. Max Weber defende que o surgimento da burocracia foi uma condição histórica para o Estado moderno ocidental, a administração de massas e o desenvolvimento do capitalismo.
A dominação tradicional é baseada na crença cotidiana das tradições, vigentes desde sempre, e na legitimidade daqueles que exercem a autoridade em virtude dessas tradições.
A dominação carismática é baseada na veneração de alguma virtude extraordinária de uma liderança, considerada um herói ou santo, por exemplo.
O processo de racionalização
Um dos fenômenos que mais chama atenção de Max Weber é a racionalização no mundo moderno. Para Weber, esse inexorável processo racionalização impactou em todos os âmbitos das sociedades ocidentais, como na política, direito, economia, cultura e até religião.
Para Weber, o processo de racionalização característico das sociedades ocidentais é o fator determinante para o surgimento do capitalismo. Apenas nas sociedades modernas foi possível a organização racional do trabalho, que não se encontra em nenhuma outra parte, por mais desenvolvido que tenha sido o comércio em qualquer sociedade anterior.
Isso quer dizer que as tradições e crenças que orientavam as relações sociais nas antigas sociedades foram paulatinamente sendo substituídas pela ciência. Weber se referiu a esse fenômeno como “desencantamento do mundo”, no qual o sujeito moderno deixou de lado os costumes, crenças e tradições na explicação do mundo.
A ética protestante o espírito do capitalismo
No seu livro mais famoso, Max Weber investiga a relação existente entre a conduta econômica capitalista e uma nova cultura trazida pelas reformas protestantes.
Para o autor, a religião católica era um obstáculo para o pleno desenvolvimento de uma economia de mercado, já que o catolicismo pregava a pobreza e a caridade como virtude, ao mesmo tempo em que condenava a usura, o lucro e o acúmulo de riquezas. Já a ideologia calvinista, se opôs a certos dogmas católicos, pregando o trabalho como vocação e principal meio caminho para a salvação na terra.
Na ética protestante, a rotina do trabalho não permite que as pessoas cometam pecados nem que gastem seu dinheiro com os prazeres mundanos. Dessa forma, a ideologia calvinista favoreceu o trabalho e o acúmulo de capital, e foi um terreno fértil para o desenvolvimento das empresas capitalistas.
Videoaula
Exercícios
1 – (ENEM, 2015) A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo.
WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).
Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de desencantamento do mundo evidencia o(a)
a) progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo.
b) extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo.
c) emancipação como consequência do processo de racionalização da vida.
d) afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade.
e) fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência.
2 – (ENEM, 2015) O impulso para o ganho, a perseguição do lucro, do dinheiro, da maior quantidade possível de dinheiro não tem, em si mesma, nada que ver com o capitalismo. Tal impulso existe e sempre existiu. Pode-se dizer que tem sido comum a toda sorte e condição humanas em todos os tempos e em todos os países, sempre que se tenha apresentada a possibilidade objetiva para tanto. O capitalismo, porém, identifica-se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente, capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade, uma empresa individual que não tirasse vantagem das oportunidades de obter lucros estaria condenada à extinção.
(WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001 (adaptado).
O capitalismo moderno, segundo Max Weber, apresenta como característica fundamental a
a) competitividade decorrente da acumulação de capital.
b) implementação da flexibilidade produtiva e comercial.
c) ação calculada e planejada para obter rentabilidade.
d) socialização das condições de produção.
e) mercantilização da força de trabalho.
Gabarito:
1 – D
2 – C
Simulado de Max Weber
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UFT TO/2009)
“(…) não se pode sequer aceitar uma tese tola ou doutrinária segundo a qual o ‘espírito do capitalismo’ (sempre no sentido provisório que aqui usamos) somente teria surgido como conseqüência de determinadas influências da Reforma, ou que, o Capitalismo, como sistema econômico, seria um produto da Reforma. Já o fato de algumas formas importantes do sistema comercial capitalista serem notoriamente anteriores à Reforma, seria o bastante para sustar essa argumentação”
(WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo.
7 ed. São Paulo: Pioneira, 1992, p. 61).
Considere as afirmações abaixo:
I. O surgimento do capitalismo não deve estar atrelado à Reforma Protestante;
II. A Reforma protestante está na origem do sistema capitalista;
III. Não se deve procurar o espírito do capitalismo na Reforma Protestante, ocorrida no século XVI, pois mudanças econômicas são anteriores a ela.
IV. Sem a Reforma Protestante, o capitalismo não se projetaria como um moderno sistema de produção, já que o capitalismo condenava o lucro a base desse sistema.
A partir da afirmação de Weber, marque a alternativa CORRETA:
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UEG GO/2009)
Enquadrar as pessoas em determinada classe social é sempre um processo arbitrário, no Brasil e em qualquer país. Alguns pesquisadores usam como critério apenas a renda. Outros levam em conta fatores como patrimônio, ocupação ou nível de escolaridade. Em sua pesquisa, a FGV definiu como classe média as famílias com renda mensal entre R$ 1.065 e R$ 4.591.
Esse universo de 100 milhões de brasileiros é formado sobretudo pelos ex-pobres que acabam de pôr o pé na classe média. Alguns estudiosos chamam esse segmento de classe média baixa, outros falam em classe C. Para muitos, é difícil classificá-los. O certo é que melhoraram de vida. Anos atrás, não tinham conta em banco, consumiam apenas o essencial e seu principal objetivo na vida era chegar ao fim do mês com as contas pagas. Hoje, estão comprando o primeiro carro zero, construindo um cômodo a mais na casa, se vestem melhor. “Nossa maneira de olhar a classe média é meio americana”, diz o economista Marcelo Neri, coordenador da pesquisa e diretor do Centro de Políticas Sociais da FGV. “A classe média tradicional brasileira sempre comparou seu poder aquisitivo ao dos países desenvolvidos”.
ÉPOCA, São Paulo, 11 ago. 2008. p. 94-95.
De acordo com as teorias sociológicas de Max Weber e Karl Marx, a análise apresentada no texto acima relaciona a posição social com qual conceito?
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UCB DF/2016)
O termo capital era usado, em latim, como adjetivo. Na expressão pars capitalis debiti, por exemplo, significava “a parte principal de um débito”. Com o tempo, a palavra passou a ser sinônimo de “conjunto de bens em comércio ou na produção”. No século 17, começou a ser usada como substantivo e sinônimo de “riqueza, valor; um cabedal, a maior expressão da riqueza do homem”.
COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral.
Vol. 2. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2013, com adaptações.
Quanto ao modo de produção capitalista, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UCB DF/2016)
Há autores que afirmam que um dos motivos de a América Anglo-Saxônica (Estados Unidos e Canadá) ter se desenvolvido mais que a América Latina seria em razão do protestantismo.
VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição.
Ensino médio. Vol. 3. São Paulo: Ática, 2013, com adaptações.
Considerando a relação entre capitalismo e protestantismo, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(UEG GO/2016)
Leia o texto a seguir.
O desenvolvimento do racionalismo econômico é parcialmente dependente da técnica e do direito racionais, mas é ao mesmo tempo determinado pela habilidade e disposição do homem em adotar certos tipos de conduta racional prática […]. As forças mágicas e religiosas e as ideias éticas de dever nelas baseadas têm estado sempre, no passado, entre as mais importantes influências formativas de conduta.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo.
São Paulo: Pioneira, 1981. p. 09.
Uma das mais conhecidas explicações sobre a origem do capitalismo é a do sociólogo alemão Max Weber, que postula a afinidade entre a ética religiosa e as práticas capitalistas. Essa relação se mostra claramente na ética do
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UNIUBE MG/2016)
Leia com atenção:
Lembra-te que o dinheiro é procriador por natureza e fértil. O dinheiro pode gerar dinheiro, e seus rebentos podem gerar ainda mais, e assim por diante. Cinco xelins investidos são seis, reinvestidos são sete xelins e três pence, e assim por diante, até se tornarem cem libras esterlinas. Quanto mais dinheiro houver, mais produzirá ao ser investido, de sorte que os lucros crescem cada vez mais rápido.
(Benjamin Franklin [1736] Apud WEBER, Max. A ética protestante e o espírito
do capitalismo. SP: Companhia das Letras, 2004, p. 43)
As palavras de Benjamin Franklin, no século XVIII, evidenciam uma característica particular da infl uência da religião protestante na colonização inglesa. Essa infl uência foi analisada pelo sociólogo alemão Max Weber como uma importante contribuição para o desenvolvimento de algumas economias capitalistas modernas. A relação entre o protestantismo e a ação colonizadora inglesa na América foi marcada, principalmente, pelo(a):
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UEL PR/2015)
Leia o texto a seguir.
Lembra-te de que tempo é dinheiro; aquele que pode ganhar dez xelins por dia por seu trabalho e vai passear, ou fica vadiando metade do dia, embora não despenda mais do que seis pence durante seu divertimento ou vadiação, não deve computar apenas essa despesa; gastou, na realidade, ou melhor, jogou fora, cinco xelins a mais.
(WEBER, M. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.
São Paulo: Pioneira; Brasília: UNB, 1981, p.29.)
O conselho de Benjamin Franklin é analisado por Max Weber (1864-1920) na obra A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.
Com base nessa obra, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a compreensão weberiana sobre o sentido da conduta do indivíduo na formação do capitalismo moderno ocidental.
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(FUVEST SP/1997)
“(em) Massachussetts o espírito do capitalismo estava presente antes do ‘desenvolvimento capitalista’ …neste caso, a relação causal é, certamente, a inversa daquela sugerida pelo ponto de vista materialista”.
[Max Weber, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo]
A afirmação:
Correto
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UNIOESTE PR/2007)
O início da era moderna na Europa foi caracterizado não apenas pela transição do feudalismo para o capitalismo, mas também por mudanças nos planos intelectual e cultural. A respeito disto, considere as seguintes afirmações:
I. O centro da Terra não é o centro do Universo, mas tão-somente da gravidade e da esfera lunar. Este e outros postulados do astrônomo Nicolau Copérnico contestaram o sistema ptolomaico e causaram forte reação nos meios eclesiásticos.
II. Um significativo exemplo de crítica ao clero, durante o Renascimento, é a obra de François Rabelais, Gargantua e Pantagruel.
III. O desenvolvimento da perspectiva matemática na pintura e a plena consciência de autonomia do artista são características do Renascimento Cultural, momento em que ocorre, segundo a maioria dos historiadores, uma drástica ruptura em relação ao período medieval, conhecido como “Idade das Trevas”.
IV. Segundo Max Weber, o calvinismo foi uma das fontes principais do espírito capitalista porque se difundiu a crença da necessidade de um maior “alheamento do mundo”.
V. “O papa não quer, nem pode, perdoar alguma pena, exceto aquelas que ele tenha imposto por sua própria vontade”. Esta e outras teses, publicadas por Martin Luther em 1517, na cidade de Wittemberg, estabeleceram acesa polêmica teológica sobre a infabilidade do papa e dos concílios.
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas:
Correto
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Incorreto
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UEG GO/2009)
Os autores clássicos das Ciências Sociais, Émile Durkheim e Max Weber, definem como objeto de estudo da Sociologia, respectivamente:
Correto
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Sobre o(a) autor(a):
Luiz Antonio é formado em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em Sociologia também pela UnB. Atualmente é doutorando em Sociologia da Universidade de São Paulo (USP).
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