Veja a essência da Filosofia de Platão e o Mundo das Ideias, e também conheça a Alegoria da Caverna. Ele foi pupilo de Sócrates, e cai muito no Enem.
Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre o mundo das ideias e de Platão, esse grego barbudo de ombros largos é um dos principais filósofos da antiguidade.
Quem foi Platão
Ele foi aluno de Sócrates. Acredita-se que que Platão conheceu seu mestre por volta dos 30 anos de idade. Aliás, grande parte dos escritos deixados por Platão são os diálogos socráticos, isto é, uma espécie de contos no qual Sócrates é a personagem principal porta-voz das ideias de Platão.
O nome Platão foi dado à Arístocles ainda em sua juventude por causa de seus atributos físicos. A palavra correspondente em grego, Platon, significa ombros largos, característica marcante desse barbudo.
Em razão disso, é um pouco complicado separar as teorias genuínas de Platão daquilo que tenha sido pensado por Sócrates. Todavia, é fácil enxergar a importância e a influência de Sócrates na vida e nas obras de Platão.
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Existe aí um modo característico de se filosofar que de Sócrates a Platão influenciou o desenvolvimento de ideias pioneiras nos campos da epistemologia, metafisica, ética, estética e política.
Uma dessas ideias revolucionárias é justamente a ideia de um “Mundo de Ideias”! Parece confuso, né? Para que você entenda os motivos que levaram Platão a desenvolver essa “parada” de Mundo das Ideias, devemos antes falar um pouquinho do pensamento pré-socrático.
Platão criou a teoria das almas que dividia as pessoas conforme sua proximidade com o mundo das ideias.
Os pré-Socráticos
Dentre as várias ideias que surgiram na Grécia na tentativa de explicar o mundo e seu funcionamento, duas delas foram imprescindíveis para que Platão desenvolvesse essa parada de Mundo das Ideias.
Os autores dessas ideias foram Heráclito e Parmênides. Filósofos de correntes de pensamento diferentes que tentavam explicar o mundo a partir de pontos de vistas antagônicos.
Heráclito de Éfeso considerado o pai da dialética. Recebeu a alcunha de “Obscuro”.
Na vulgata filosófica, Heráclito é o pensador do panta rei “tudo flui” e do fogo, que seria o elemento do qual deriva tudo o que nos circunda. Sintetizando a ideia de um mundo em movimento perpétuo.
Heráclito
O Heráclito, vulgo Skoteinós, algo como “O Obscuro” em grego antigo, era um cara que entendia o mundo de maneira mais caótica. Muitos o consideravam contraditório pelo fato de suas ideias parecerem muitas vezes sem sentido.
Heráclito falou sobre um mundo que é contínuo pois, está sempre em constante movimento. Esse movimento era importante de maneira tal que coisa nenhuma é idêntica tampouco imutável, ao contrário, transforma-se.
Deixa-me exemplificar as ideias desse nosso filósofo obscuro. Pense em quando você olha para a chama de uma vela. Parece meio óbvio que a chama ardendo é sempre igual, embora tremule e crepite, parece sempre a mesma. Mas não é. Na realidade, o que estamos vendo é um processo de transformação!
A vela está numa constante transformação: a cera da vela é transformada em fogo, o fogo em fumaça e a fumaça em ar. Louco, né? Tudo isso acontecendo num mesmo instante em um eterno caos de transformações.
É nesse caos de transformações que Heráclito desenvolve suas ideias. Isso vai de encontro ao que pensa a outra personagem desse post, nosso querido Parmênides. Ele dizia que o ser é imutável, infinito e imóvel, assim ele não se transforma mas permanece sempre idêntico a si mesmo.
Parmênides
É importante entender que nas ideias de Parmênides a aparência sensível do mundo não existe. Isto é, as coisas irão sempre parecer em movimento, mas isso não passa de ilusão.
Parmênides foi um filósofo grego natural de Eleia. O único trabalho conhecido de Parménides é um poema, sobre a natureza, que sobreviveu apenas na forma de fragmentos.
Vamos olhar uma vela de novo para entender melhor. É possível perceber a luz vinda da vela e em decorrência disso a escuridão. Para Parmênides a escuridão não passa de uma negação da luz, uma não-luz. Sabendo disso já dá para você olhar aquela famosa citação “O Ser é e o Não-Ser Não é” além do tom de obviedade!
Platão analisou que enquanto a unidade de Parmênides é idêntica e imutável, a de Heráclito está entre dois polos. Isto é, mesmo que o “Ser e o Não-Ser” sejam parte e coabitem o mesmo, não podem ser descartados como simples ilusões.
Platão se utiliza da dialética como técnica de aquisição de uma nova ideia, uma síntese a partir de duas ideias opostas. Nesse caso Heráclito e Parmênides.
A partir dessas ideias, Platão elaborou uma teoria metafísica dualista, ou seja, ele dividiu o mundo em duas categorias: o Mundo das Ideias e das Formas e o mundo sensível.
Mundo das ideias e mundo sensível
Esse tal de Mundo das Ideias é o local onde estaria a essência de tudo, sejam conceitos ou coisas. No Mundo das Ideias encontramos as Ideias fixas e imutáveis (olha o Parmênides aqui) que geram essencialmente cada coisa que existe seja ela ser ou objeto.
Ora, o tal do Mundo Sensível, em oposição ao Mundo das Ideias, é a realidade do dia a dia, esse cotidiano que vive se transformando (olha o Heráclito aqui) e que experienciamos através de nossos sentidos (daí o nome sensível).
Na alegoria da Caverna de Platão, ele nos convida a imaginar uma caverna na qual tudo lá dentro não passam de ilusões.
Para Platão o mundo sensível é uma realidade “fake”. A realidade não passa de uma ilusão e, como toda fakenews, nos leva ao erro. Portanto, por percebemos o mundo com nossos sentidos, enxergamos as aparências das coisas do mundo e não sua essência. Essa essência aí estaria em outro mundo, o das Ideias.
O mundo das Ideias está relacionado com a chamada teoria da alma. Num livro chamado a Republica, Platão vai afirmar que as pessoas possuem corpo e alma.
O corpo, como você sabe, é uma parada que se transforma (espera só a puberdade que você vai ver), mas a alma é imutável. (Ah! Agora ficou ainda mais fácil entender a inspiração dialética de Heráclito e Parmênides).
Podemos ver essa teoria de Platão ao longo de todas as suas obras. Essa ideia é pioneira no estabelecimento do conceito de idealismo pois, quando Platão criou seu Mundo das Ideias passamos a nos questionar a respeito da verdadeira essência em sua forma ideal, o que seria a verdade absoluta e imutável.
Por fim, segundo nosso camarada Platão, o que conhecemos por meio de nossos sentidos seriam apenas ilusões, por conseguinte, são apenas imitações da verdade. O verdadeiro conhecimento se encontra no Mundo das Ideais.
Videoaula sobre Platão
Saiba mais sobre Platão e o mito da caverna na videoaula do prof. Alan no nosso canal:
Simulado de Platão
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(IFSP/2015)
“A instituição da escravidão”, segundo Platão, “é necessária porquanto os trabalhos materiais, servis, são incompatíveis com a condição de um homem livre em geral”. A escravidão na Grécia Antiga, assim como em Roma, deve ser caracterizada por
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UEPA/2015)
Platão:
A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiarlhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente.
(Citado por: CHATELET, F. História das Idéias Políticas.
Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17)
Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à:
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UEA AM/2014)
O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros personagens. Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele gostaria de recorrer para definir o que é um sofista.
Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa longa exposição ou empregar o método interrogativo?
Estrangeiro: – Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo; com um interlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.
(Platão. O sofista, 1970. Adaptado.)
É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(ENEM/2014)
SANZIO, R. Detalhe do afresco A Escola de Atenas. Disponível em: http://fil.cfh.ufsc.br. Acesso em: 20 mar. 2013.
No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(ENEM/2012)
Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo:
Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UEL PR/2010)
No pensamento ético-político de Platão, a organização no Estado Ideal reflete a justiça concebida como a disposição das faculdades da alma que faz com que cada uma delas cumpra a função que lhe é própria. No Livro V de A República, Platão apresentou o Estado Ideal como governo dos melhores selecionados. Para garantir que a raça dos guardiões se mantivesse pura, o filósofo escreveu:
É preciso que os homens superiores se encontrem com as mulheres superiores o maior número de vezes possível, e inversamente, os inferiores com as inferiores, e que se crie a descendência daqueles, e a destes não, se queremos que o rebanho se eleve às alturas.
(Adaptado de: PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993, p.227-228.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento ético-político de Platão é correto afirmar:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UEG GO/2009)
Para Platão, a polis é o modelo de vida em grupo. É na República que o autor apresenta os vários grupos que compõem a sociedade. De acordo com suas idéias, o grupo que deve governar a polis é o dos:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UNESP SP/2007)
Platão, na sociedade idealizada em sua obra República, reconheceu que a divisão do trabalho traz maiores benefícios à sociedade e propicia um harmonioso intercâmbio de serviços. Para o filósofo grego, sendo os homens diferentes por natureza, cabe a cada um estar no lugar em que melhor expresse sua habilidade. (…) O também grego e filósofo Aristóteles apregoava que, nos Estados mais bem-governados, a nenhum cidadão poderia ser permitido o exercício de atividades ligadas às artes manuais, pois isso o impedia de dedicar mais tempo à sua obrigação para com o Estado.
(Paulo Sérgio do Carmo, A ideologia do trabalho. Adaptado.)
A partir das idéias de Platão e Aristóteles, pode-se concluir que há a defesa
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(Fac. Cultura Inglesa SP/2015)
Procurei demonstrar-lhe que ele parecia sábio sem o ser. […] Então, pus-me a considerar, de mim para mim, que eu sou mais sábio do que esse homem, pois que, ao contrário, nenhum de nós sabe nada de belo e de bom, mas aquele homem acredita saber alguma coisa, sem sabê-la, enquanto eu, como não sei nada, também estou certo de não saber. Parece, pois, que eu seja mais sábio do que ele, nisso – ainda que seja pouca coisa: não acredito saber aquilo que não sei.
(Platão. Apologia de Sócrates, 1969.)
A Apologia de Sócrates trata da resposta de Sócrates aos seus acusadores no tribunal da cidade de Atenas. No excerto, Sócrates, referindo-se ao diálogo que teve com um indivíduo que se considerava sábio, definiu a filosofia como
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(FPS PE/2015)
As reflexões sobre democracia acompanham a vida histórica da sociedade ocidental, com divergências e confrontos marcados pela época vivida. Na Grécia Antiga, a democracia:
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Sobre o(a) autor(a):
Os textos e exemplos acima foram preparados pelo professor Ernani Silva para o Blog do Enem. Ernani é formado em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista. Ministra aulas de Filosofia em escolas da Grande Florianópolis. Facebook: https://www.facebook.com/ErnaniJrSilva
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