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O Brasil perdeu cerca de 15% da faixa de areia em praias nos últimos 30 anos

Estudo revela impactos da erosão costeira e alerta para riscos ambientais, sociais e econômicos que ameaçam comunidades litorâneas no Brasil.


Você já parou pra pensar que as praias que a gente tanto ama podem estar com os dias contados? Um novo estudo do MapBiomas mostra que o Brasil, com seus quase 7.500 km de costa, perdeu cerca de 15% de suas praias e dunas nos últimos 30 anos. Isso é o equivalente a uma área de 69 mil hectares (a cada 100 metros de praia, 15 já desapareceram), e mostra que a gente tá diante de um problema sério, que afeta não só a natureza, mas a vida de todo mundo que mora perto do mar.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores do MapBiomas, um coletivo de universidades, ONGs e empresas de tecnologia, analisaram minuciosamente imagens de satélite tiradas entre 1985 e 2021. É um trabalho super detalhado, que dá uma base científica sólida pra gente entender o que está acontecendo. É importante não confundir esse dado com a perda de recursos hídricos, que também foi levantada pelo MapBiomas. O foco aqui é a areia, o que nos faz pensar: para onde ela está indo?

O papel das praias e dunas no equilíbrio natural

A gente vê praias e dunas como um lugar para relaxar, mas elas têm um papel muito mais importante. Elas funcionam como um “amortecedor” natural, protegendo a costa da força das ondas. É como se fossem uma barreira de segurança para o litoral, protegendo tanto a faixa de areia quanto outros ecossistemas, como os manguezais.

A análise do MapBiomas mostrou algo curioso: enquanto as praias encolheram, a área de manguezais cresceu 4%. Parece uma boa notícia, né? Mas os especialistas alertam que pode ser um sinal de desequilíbrio. A destruição das dunas e o avanço das cidades podem estar mudando o jeito como a água e a terra interagem, criando espaços para os manguezais se expandirem em lugares onde não deveriam. Ou seja, não é um “ganho” de verdade, mas sim uma mudança forçada, que mostra a fragilidade do nosso litoral.

Por que a areia está sumindo?

A erosão costeira é um processo natural, que acontece quando a perda de areia é maior do que a reposição. O problema é que a gente está acelerando esse processo.

Causas naturais e a mão humana

O aumento do nível do mar, por causa das mudanças climáticas, já é um fator que intensifica a erosão. Em 2023, por exemplo, o litoral brasileiro foi o mais afetado pela elevação dos oceanos, segundo a Organização Meteorológica Mundial.

Mas as ações humanas têm um papel gigante nessa história. A pressão do mercado imobiliário e o avanço das construções nas praias são os principais vilões, responsáveis por 11% da perda total. A gente constrói em cima de dunas, impermeabiliza o solo e impede que a natureza faça seu trabalho de repor a areia.

Outras atividades também contribuem: a silvicultura (plantio de árvores para madeira e celulose), a agropecuária e até a retirada de areia para a construção civil. Tudo isso desequilibra o balanço de sedimentos e faz a linha da costa recuar ainda mais.

Obras de engenharia: a solução que pode virar um problema

Para tentar conter o mar, muitas cidades investem em obras como espigões e paredões. A ideia é proteger uma área, mas o que acontece é que essas estruturas podem causar erosão acelerada em praias vizinhas. É como se a gente estivesse numa “corrida armamentista” contra a natureza, onde a solução de um município vira o problema do outro. A longo prazo, essas intervenções acabam diminuindo ou até fazendo a praia desaparecer.

Onde a areia some, os problemas aparecem

A erosão costeira não é só um problema ambiental. Ela tem impactos sérios na economia e na vida das pessoas.

  • Impacto Ambiental: Perda de biodiversidade, destruição de habitats como manguezais e restingas, e aumento de inundações em áreas urbanas.
  • Impacto Econômico: Destruição de casas, estradas e outras infraestruturas. Obras de contenção, como a de Balneário Camboriú, custam milhões e nem sempre resolvem o problema de vez. Além disso, a perda das praias afeta o turismo, uma das principais fontes de renda para muitas cidades.
  • Impacto Social: O avanço do mar ameaça comunidades inteiras, e as populações mais vulneráveis são as que mais sofrem. Projeções da Climate Central mostram que, até 2100, quase 100 milhões de pessoas em todo o mundo podem ser afetadas por inundações anuais. No Brasil, esse número pode chegar a 2,1 milhões. E a perda de espaço na praia também diminui a qualidade de vida de quem mora perto.

Tem solução?

Em Balneário Camboriú (SC), a praia encolheu 70 metros. (Foto: Reprodução)

Uma das técnicas mais usadas para recuperar praias é a “engorda”, que consiste em alargar a faixa de areia artificialmente, usando material do fundo do mar. Casos como o de Balneário Camboriú (SC) e Ponta Negra (Natal) são exemplos disso. É uma solução que protege a infraestrutura, mas é cara, pode ter impactos ambientais e não é permanente, precisando de manutenção constante.

Especialistas defendem que a solução vai além da engenharia. O caminho é o planejamento territorial e a gestão costeira integrada. A gente precisa de políticas públicas que protejam as dunas e manguezais e evitem a ocupação de áreas de risco. A tecnologia, com o uso de modelagens matemáticas, ajuda a criar projetos mais duradouros e eficientes. Além disso, a participação de todos é crucial: iniciativas de “ciência cidadã”, onde as pessoas ajudam a monitorar a erosão, são um ótimo exemplo de como a conscientização pode fazer a diferença.

Por que esse tema é importante para o Enem?

Se você está se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio, o tema da erosão costeira é um prato cheio. Ele é interdisciplinar, ou seja, conecta várias matérias que caem na prova, como Geografia, Biologia e a Redação.

  • Geografia: Você pode ser cobrado sobre os processos naturais e as ações humanas que mudam a paisagem do litoral.
  • Biologia: O tema se encaixa nas discussões sobre a importância dos ecossistemas costeiros (manguezais, restingas) e sobre os impactos das mudanças climáticas.
  • Redação: A erosão é um tema-problema perfeito, que te permite mostrar sua capacidade de argumentação e propor soluções. Você pode discutir a urgência de conciliar o desenvolvimento econômico (turismo, especulação imobiliária) com a preservação ambiental, mostrando uma visão completa e integrada do problema.

Entender a erosão costeira não como um problema isolado, mas como um reflexo de uma série de ações humanas e naturais, é o tipo de raciocínio complexo que o Enem valoriza. É a sua chance de mostrar que consegue conectar os pontos e pensar de forma crítica sobre os desafios do nosso tempo.

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Autor(a) Luana Santos

Sobre o(a) autor(a):

Luana Santos - Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, é redatora com foco em educação, produção de conteúdo para o Enem e vestibulares. Atualmente, integra a equipe da Rede Enem, onde cria materiais informativos e inspiradores para ajudar estudantes a alcançarem seus objetivos acadêmicos. Ama café, livros e uma boa conversa sobre educação.  

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