Orações coordenadas: o que são, exemplos e exercícios

Estude a diferença entre orações subordinadas e orações coordenadas. Revise Português para mandar bem na prova de línguas do Enem!

Orações coordenadas, como o nome já diz, são aquelas orações que possuem dependência sintática entre si. Ainda não está claro? Vamos relembrar alguns conceitos básicos de análise sintática que vai fazer sentido.

Diferença entre frase e oração

Antes de tudo, você precisa saber a diferença entre frase e oração. Frase é toda construção que faz sentido, tendo verbo ou não. Por isso, existem as frases nominais – sem verbo, como: “Fogo!” e as frases verbais ou orações – com verbo: “Maria foi ao supermercado”.

Desse modo, a análise sintática baseia-se no estudo de verbos, seus termos obrigatórios e acessórios, ou seja, no estudo de orações. O primeiro termo obrigatório a ser estudado é o sujeito.

Sujeito

Sujeito da oração é aquele termo que concorda em número e pessoa com o verbo. Por exemplo:

  • Ana é importante na empresa.

O que é importante na empresa? Ana. Ou seja, “Ana” concorda com o verbo na terceira pessoa do singular.

  • Ser discreto é importante.

O que é importante na empresa? Ser discreto. Isto é, a oração concorda com o verbo na terceira pessoa do singular.

Assim, a posição de sujeito pode ser ocupada por um termo “Ana” ou por uma oração “Ser discreto”. Quando uma oração ocupa posição sintática – no caso sujeito – dentro de outra oração, existe uma relação de subordinação, dependência.

Objeto direto e indireto

O mesmo ocorre com outras funções sintáticas obrigatórias e acessórias. Observe:

  • Aprendi a matéria em três dias.

Nesse caso, “a matéria” está complementando o sentido do verbo, que é transitivo direto: quem aprende, aprende algo. Logo, ele exerce a função sintática obrigatória de objeto direto (sem preposição).

  • Aprendi a andar em poucos meses.

A mesma função de objeto direto pode ser ocupada pela oração “a andar”. Isso também ocorreria com o objeto indireto (com preposição):

  • Gosto de chocolate.
  • Gosto de caminhar até o trabalho.

Nesse caso, o objeto é indireto devido à preposição “de”: quem gosta, gosta de algo. Logo, o verbo gostar é transitivo indireto.

  • Nosso desejo era inatingível.

Já nesse exemplo, o verbo “era” é o verbo “ser” conjugado, ou seja, um verbo de ligação que apenas une uma característica ao verbo.

Complemento nominal

A mesma função sintática obrigatória de predicativo pode ser ocupada por uma oração:

  • Nosso desejo era que ele desistisse.

Finalmente, a última função obrigatória que veremos é a de complemento nominal. Ela ocorre apenas quando o objeto ou predicativo precisam de complemento.

Isso é mais comum com substantivos abstratos, ou seja, aqueles que não podem ser atingidos pelos cinco sentidos, apenas de forma conceitual. Por exemplo:

  • Tenho medo de altura.

O verbo ter precisa do complemento verbal medo, pois quem tem, tem algo. Contudo, o próprio objeto medo também não tem sentido completo, pois é um substantivo abstrato: não podemos ver, tocar, ouvir, sentir o gosto ou cheirar o medo, ele é um conceito. Logo, o objeto utiliza o complemento nominal “de altura”.

  • Tenho medo de fazer a prova.

O mesmo ocorre com a oração “de fazer a prova”: quem tem medo, tem medo de algo.

Assim, fica claro que quando uma oração ocupa uma função sintática obrigatória para outra oração, existe uma relação de dependência entre elas, ou seja, de subordinação.

Funções acessórias

Vamos observar agora as funções acessórias, como o adjunto adverbial. A principal função do advérbio é estabelecer a circunstância de uma ação, ou seja, quando, como, onde, para que, com que instrumento ela aconteceu.

  • Vi você ontem.
  • Vi você quando cheguei ao centro.

Observe que tanto “ontem” quanto “quando cheguei ao centro” estabelecem o momento em que a ação “vi” ocorreu. Logo, ambas exercem a função sintática de adjunto adverbial de tempo. Isso faz com que exista subordinação ou dependência entre a oração principal “Vi você” e a oração subordinada “quando cheguei ao centro”.

Geralmente, as orações subordinadas adverbiais vêm acompanhadas de conectivos ou conjunções subordinativas. Vale a pena conhecê-las para tornar a sua análise mais rápida em um exercício. No exemplo, a conjunção subordinativa é “quando”.

  • Ele é o homem que me seguiu.

Finalmente, chegamos à última relação de subordinação: a oração subordinada adjetiva. Ela recebe esse nome, pois caracteriza o termo anterior a ela. Ou seja, o que caracteriza “o homem” é a ação de seguir. Logo, existe dependência sintática entre a oração principal “ele é o homem” e a oração subordinada “que me seguiu”.

Isso encerra a exposição de orações subordinadas. Mas e as coordenadas?

Orações coordenadas

As orações coordenadas são aquelas que não possuem dependência sintática, por exemplo:

  • Fui ao supermercado, mas não comprei nada.

A primeira oração está completa, pois possui:

  • Sujeito oculto “eu” que concorda com o verbo “fui”;
  • Verbo intransitivo “fui”, pois não precisa de complemento verbal (objeto);
  • Adjunto adverbial de lugar “ao supermercado”;

Observe que nenhuma oração exerce uma função sintática para a oração principal. A segunda oração também está completa e não exerce nenhuma função sintática para a primeira:

  • Sujeito oculto “eu” que concorda com o verbo “comprei”;
  • Objeto direto “nada” que complementa o verbo transitivo direto “comprei”. Afinal, quem compra, compra algo;
  • Adjunto adverbial de negação “não”.

Isso indica que as duas orações não possuem dependência sintática, isto é, não exercem funções sintáticas uma para a outra. Logo, elas são coordenadas, possuindo apenas uma relação semântica (de significado) estabelecida pela conjunção adverbial coordenativa “mas”. Assim, conhecer as conjunções ou conectivos coordenativos também pode te poupar tempo de análise.

Videoaula

Para complementar seus estudos, assista à seguinte videoaula:

Exercícios

Para praticar, tente fazer esses exercícios sobre orações coordenadas!

1) No período: “Era tal a serenidade da tarde, que se percebia o sino de uma freguesia distante, dobrando a finados.”, a segunda oração é:

a) subordinada adverbial causal

b) subordinada adverbial consecutiva

c) subordinada adverbial concessiva

d) subordinada adverbial comparativa

e) subordinada adverbial subjetiva

Resposta B

2) No período “Embora lhe desaprovassem a forma, justificavam-lhe a essência”, podemos afirmar que ocorre uma oração:

a) coordenada explicativa

b) coordenada adversativa

c) subordinada adverbial conformativa

d) subordinada adverbial concessiva

e) subordinada integrante

Resposta D

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