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Quais presidentes do Brasil já foram presos ou impeachmados?

Conheça os presidentes do Brasil que sofreram impeachment ou foram presos e entenda como o país lida com crises políticas.


A história política do Brasil é marcada por altos e baixos — e, entre eles, alguns momentos bem dramáticos. Em diferentes épocas, presidentes brasileiros foram impedidos de continuar no cargo ou até presos, por motivos que vão de manobras políticas até crimes investigados pela Justiça.

Neste conteúdo, vamos relembrar os principais casos de impeachment e prisão de presidentes na nossa história republicana. Entender essas situações ajuda a perceber como o Brasil foi moldando suas instituições, como o poder é disputado e fiscalizado — e até onde vai a força da lei num país ainda em construção democrática.

Instabilidade e responsabilização: uma marca da República

Impeachments, prisões, golpes… A política brasileira já passou por tudo isso. E, em muitos momentos, a punição a um presidente foi menos sobre a lei e mais sobre disputas de poder. Mas há também uma trajetória clara: aos poucos, o país foi trocando os “acertos nos bastidores” por processos legais mais estruturados.

Nos anos 1950, por exemplo, Carlos Luz e Café Filho foram tirados do poder em meio a um movimento para garantir a posse de Juscelino Kubitschek. Já os impeachments de Fernando Collor (1992) e Dilma Rousseff (2016) aconteceram dentro das regras da Constituição, mesmo com todo o embate político envolvido.

O mesmo vale para as prisões. Washington Luís, Juscelino Kubitschek e Artur Bernardes foram presos em contextos autoritários e turbulentos. Já Lula, Temer e o próprio Collor (anos depois de seu impeachment) foram investigados e presos por decisões judiciais, em processos ligados à corrupção.

O que é, afinal, o impeachment?

O impeachment é um processo que mistura política e lei. Ele serve para tirar do cargo autoridades que, segundo a acusação, cometeram “crimes de responsabilidade” — ou seja, violaram as regras da administração pública, como mexer no orçamento sem autorização ou atacar instituições.

Não é o mesmo que uma prisão por crime comum (como roubo ou homicídio). O impeachment é julgado por órgãos políticos (Câmara e Senado), e não pela Justiça comum. Mesmo assim, segue etapas bem definidas:

  1. Qualquer cidadão pode apresentar a denúncia à Câmara dos Deputados.
  2. Se a denúncia for aceita, uma comissão analisa o caso.
  3. Se a maioria dos deputados (2/3) votar a favor, o processo vai para o Senado.
  4. O Senado decide se abre o julgamento. Com maioria simples, o presidente já é afastado por até 180 dias.
  5. Na votação final, são necessários 2/3 dos senadores para confirmar o impeachment. Se aprovado, o presidente perde o cargo e pode ficar inelegível por 8 anos.

Apesar de ser um mecanismo legal, o impeachment no Brasil sempre acontece em meio a disputas políticas e grande pressão da sociedade — como ficou claro nos protestos dos “Caras Pintadas”, em 1992, ou nas manifestações de 2015 e 2016.

Impeachments que marcaram a história

Fernando Collor (1992)

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(Foto: Folhapress)

Primeiro presidente eleito pelo voto direto após a ditadura, Collor caiu por denúncias de corrupção, num escândalo que envolvia seu tesoureiro de campanha, PC Farias. O processo ganhou força com protestos estudantis e terminou com a perda dos direitos políticos, mesmo após sua renúncia.

Dilma Rousseff (2016)

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(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Acusada de violar regras fiscais com as chamadas “pedaladas fiscais”, Dilma teve o mandato cassado num processo que dividiu o país. Embora tenha perdido o cargo, seus direitos políticos foram mantidos, o que alimentou o debate: foi crime de responsabilidade ou golpe parlamentar?

Carlos Luz e Café Filho (1955)

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Café Filho. (Foto: Reprodução)
Carlos Luz. (Foto: Reprodução)

Pouco lembrados, os dois presidentes foram afastados em meio a uma crise para garantir a posse de JK. Na prática, foram manobras políticas com cara de impeachment. A diferença é que envolveram diretamente o Exército e mostraram como a instabilidade dominava o país na época.

Prisões de presidentes

Capa do jornal “O Globo” sobre a prisão de Washington Luís, em 1930. (Foto: Memória O Globo)

O Brasil também já teve presidentes presos. Em alguns casos, o motivo era claramente político; em outros, resultado de processos judiciais mais estruturados.

  • Washington Luís (1930): deposto e preso na Revolução de 1930.
  • Artur Bernardes (1932): preso por apoiar um levante contra Getúlio Vargas.
  • Juscelino Kubitschek (1968): cassado e preso na ditadura, por sua oposição ao regime.
  • Lula (2018-2019): preso na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro; depois solto por decisão do STF.
  • Michel Temer (2019): preso preventivamente por envolvimento em esquemas investigados na Lava Jato.
  • Fernando Collor (2025): preso após condenação definitiva por corrupção.

Esses casos mostram como a responsabilização de presidentes mudou com o tempo. Hoje, é mais comum que prisões aconteçam por meio de processos judiciais formais, e não por perseguição política pura e simples. Isso mostra um certo avanço: ninguém está acima da lei, pelo menos em teoria.

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Autor(a) Luana Santos

Sobre o(a) autor(a):

Luana Santos - Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, é redatora com foco em educação, produção de conteúdo para o Enem e vestibulares. Atualmente, integra a equipe da Rede Enem, onde cria materiais informativos e inspiradores para ajudar estudantes a alcançarem seus objetivos acadêmicos. Ama café, livros e uma boa conversa sobre educação.  

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