Tecido Conjuntivo no corpo humano: características e funções

O tecido conjuntivo é muito abundante em nosso organismo. Podemos encontrá-lo na pele, dando suporte à epiderme e compondo os ossos, sangue e cartilagens. Veja no resumo de Biologia.

Os tecidos conjuntivos desempenham diversas funções em nosso corpo, transportando substâncias, ajudando na sustentação e no armazenamento de energia. Você conhece os principais tipos, suas características e funções?

Ainda não? Então acompanhe esta aula de Biologia para o Enem e revise mais este conteúdo de histologia! Os tecidos conjuntivos encontram-se em várias regiões do nosso organismo e apresentam diferentes características, dependendo da sua localização e função.

Introdução ao Tecido Conjuntivo – Confira agora coma professora Claudia Aguar, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo especial de Biologia, apresentando as características e funções do Tecido Conjuntivo.

Tecidos conjuntivos

Porém, há uma característica em comum entre todos os tipos de tecidos conjuntivos: a grande quantidade de material (matriz) extracelular. Além disso, nos tecidos epiteliais encontramos diferentes tipos celulares, com funções específicas.

Os tecidos conjuntivos têm diferentes origens embrionárias. A maior parte é formada a partir da mesoderme, folheto embrionário que se encontra entre a ectoderme e a endoderme. Porém, o tecido conjuntivo encontrado na pele é originário da ectoderme, assim como os outros tecidos que a formam (como o tecido epitelial) e seus anexos.

Como temos vários tipos de tecidos conjuntivos, vamos estudar detalhadamente as características e funções de cada um deles. Vamos lá?

tecidos conjuntivos joelho

Tecido conjuntivo propriamente dito

O tecido conjuntivo propriamente dito compõe a segunda camada da pele (de fora para dentro), que chamamos de derme. Sendo assim, encontra-se distribuído por toda a cobertura do nosso corpo, sendo um tecido de grande extensão.

Além da pele, encontramos também o TCPD em regiões internas do organismo, onde protege órgão internos e preenche espaços entre eles. No TCPD encontramos vários tipos de células.

Entre elas, podemos citar os fibroblastos, responsáveis por produzirem proteínas e glicídios e as células adiposas, que armazenam gordura. Há ainda células de defesa, como os plasmócitos (que fabricam anticorpos), os macrófagos (que fagocitam patógenos) e mastócitos (que produzem histamina e heparina – vasodilatadora e anticoagulante).

Como todo tecido conjuntivo, no TCPD encontramos grande quantidade de material extracelular. A matriz desse tecido é formada por uma espécie de gel composto de mucopolissacarídeos e proteínas ligadas a carboidratos. Essas estruturas são responsáveis por dar firmeza e elasticidade ao tecido.

Na matriz, encontramos três tipos de fibras:

– Colágenas, famosas no combate ao envelhecimento, são fibras resistentes à tração, mantendo a firmeza da pele.

– Elásticas, responsáveis pela elasticidade da pele. São feitas de elastina, uma proteína que cede à tração, mas é capaz de voltar ao seu formato original.

– Reticulares, formam uma rede de sustentação. São compostas por glicoproteínas.

A partir da quantidade de fibras presentes na matriz desse tecido conjuntivo, podemos classificá-lo em dois subtipos:

– TCPD Denso: com grande quantidade de fibras. É um tecido muito firme e resistente. Encontramos esse tecido nos tendões, ligando os músculos entre eles ou aos ossos.

tecido conjuntivo denso
Figura 2: Fotomicrografia produzida a partir de microscópio óptico de Tecido conjuntivo Denso colorido artificialmente. As manchas roxas são as células presentes no tecido, como os fibroblastos. Em rosa, vemos a matriz extracelular. Note a grande quantidade de matriz presente nesse tecido. Fonte da imagem: http://mol.icb.usp.br/index.php/4-14-tecido-conjuntivo/

– TCPD frouxo: com pequena quantidade de fibras. É um tecido bem menos denso que o anterior. É ele que se encontra na derme e preenchendo os espaços entre os órgãos internos.

tecido conjuntivo frouxo
Figura 3: Fotomicrografia produzida a partir de microscópio óptico da superfície da bexiga colorida artificialmente. Na extremidade da direita, vemos o tecido epitelial de transição, característico desse órgão. Predominando na imagem, vemos o TCPD frouxo. Note que, assim como o denso, há grande quantidade de material extracelular. Porém, a matriz desse tecido é menos definida que a do anterior, pois contém menos fibras. Fonte da imagem: http://mol.icb.usp.br/index.php/4-32-tecido-conjuntivo/

Tecido conjuntivo adiposo

O tecido conjuntivo adiposo é um tecido onde predominam as células adiposas (adipócitos). No interior dessas células há uma organela responsável pelo armazenamento de lipídeos.

tecido conjuntivo adiposo
Figura 4: Fotomicrografia produzida a partir de microscópio óptico de tecido adiposo colorido artificialmente. Note que neste tecido as células são globosas. Isso porque em seu interior há uma grande bolsa membranosa que reserva lipídeos. Essa bola ocupa a maior parte do volume celular, deixando o restante do citoplasma confinado na periferia da célula. Fonte da imagem: http://mol.icb.usp.br/index.php/5-2-tecido-adiposo/

Esse tecido é encontrado na hipoderme, ou tela subcutânea, a terceira camada (de fora para dentro) da pele. Também podemos encontrar tecido conjuntivo adiposo preenchendo espaços entre os órgãos internos.

Como armazena gordura, sua principal função é a reserva de energia. Porém, esse tecido conjuntivo também é responsável por realizar a proteção térmica, uma vez que a gordura dificulta a perda de calor para o ambiente. Além disso, em algumas regiões, o TC adiposo pode ajudar a proteger contra choques mecânicos (como ao cair de bunda no chão).

Tecido conjuntivo cartilaginoso

O tecido conjuntivo cartilaginoso é também conhecido por cartilagem. Nesse tecido encontramos células chamadas de condroblastos, responsáveis pela produção das fibras colágenas e da matriz extracelular. Quando essas células se tornam adultas sofrem uma redução de volume. Sendo assim, ficam alojadas em cavidades na matriz um pouco maiores que elas e passam a ser chamadas de condrócitos.

Figura 4: Fotomicrografia produzida a partir de microscópio óptico de uma parte de um brônquio (via aérea) colorido artificialmente. Note que no tecido cartilaginoso podemos observar grande quantidade de material extracelular, característico dos tecidos conjuntivos. Além disso, você pode observar também que as células estão alojadas em cavidades ligeiramente maiores que elas. Fonte da imagem: http://mol.icb.usp.br/index.php/6-3-tecido-cartilaginoso/

Na matriz extracelular encontramos grande quantidade de fibras, fazendo com que seja um tecido bastante resistente. Porém, a maior parte das cartilagens possuem um certo grau de elasticidade.

Outra característica importante das cartilagens é o fato de não apresentarem vasos sanguíneos ou nervos, semelhante ao que acontece no tecido epitelial. Por tal motivo, os TC cartilaginosos precisam ser nutridos pelos tecidos vizinhos.

Encontramos o tecido cartilaginoso entre articulações móveis e semimóveis, protegendo as extremidades dos ossos e evitando seu desgaste. Além disso, cartilagens um pouco mais firmes são encontradas dando sustentação a estruturas como as orelhas e a ponta do nariz. Também temos órgãos internos que possuem muita cartilagem em sua composição, como a traqueia, a laringe e a epiglote.

Tecido conjuntivo ósseo

O tecido conjuntivo ósseo é o tecido que compõe nossos ossos. É um tecido de sustentação, com uma matriz muito forte e rígida. A resistência da matriz óssea é conferida pelas fibras colágenas ali presentes, assim como pelo fato de esse material ser impregnado com depósitos de sais minerais como o fósforo, o magnésio e especialmente o cálcio.

O tecido ósseo, ao contrário do que você talvez esteja imaginando e do que sua aparência nos leve a pensar, é um tecido vivo em constante alteração. Sendo assim, esse tecido possui vasos sanguíneos permeando suas células, a fim de abastecê-las com nutrientes e oxigênio. Esses vasos sanguíneos encontram-se em canais especiais na matriz óssea, chamados de canais de Havers.

A matriz óssea é produzida por células jovens que recebem o nome de osteoblastos. Essas células se alojam em pequenas cavidades que se comunicam com outras lacunas através de estreitos canais.  Quando ficam maduros, os osteoblastos passam a receber o nome de osteócitos. Além dos osteócitos e osteoblastos encontramos também os osteoclastos, responsáveis pela desconstrução e remodelamento do tecido.

tecido conjuntivo osseo
Figura 5: Fotomicrografia produzida a partir de microscópio óptico de uma parte de um osso colorido artificialmente.

Tecido conjuntivo hematopoiético

O tecido conjuntivo hematopoiético é o tecido responsável pela produção dos elementos figurados (células sanguíneas e plaquetas) que encontramos no sangue.

De acordo com a região onde encontramos esse tecido, ele receberá nomes diferentes:

– Tecido hematopoiético mieloide, também chamado de medula óssea vermelha. Esse tecido se encontra no interior de alguns ossos longos ou chatos. Possui células-tronco capazes de se transformarem nas células sanguíneas.

– Tecido conjuntivo hematopoiético linfático ou linfoide: encontrado nos linfonodos, no timo e no baço. Nesse tecido, os linfócitos (células brancas) produzidos na medula óssea, amadurecem e multiplicam-se. A partir dessas regiões, eles passam a circular em nosso sangue ou por entre as células de outros tecidos, combatendo antígenos.

Tecido conjuntivo sanguíneo

O tecido sanguíneo é um tipo especial de tecido conjuntivo em que a matriz extracelular é líquida. Essa matriz é chamada de plasma, que compõe pouco mais de 50% do volume do sangue. Esse material extracelular é formado de várias substâncias, que variam de acordo com vários fatores, entre eles o estado nutricional do indivíduo. Nele encontramos proteínas, açúcares, lipídios, hormônios, anticorpos, sais minerais e gases dissolvidos.

Circulando dentro dessa matriz líquida, encontramos diferentes tipos de estruturas, chamadas de elementos figurados. Veja:

– Hemácias: As hemácias, também chamadas de glóbulos vermelhos ou eritrócitos, são os elementos mais abundantes do sangue. São células achatadas e anucleadas, em cujo interior encontramos a proteína hemoglobina. A hemoglobina é responsável por transportar os gases respiratórios e dar a cor vermelha ao sangue.

– Leucócitos: Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, são células de defesa. São bem menos frequentes que as hemácias, compondo cerca de 1% do volume sanguíneo. São responsáveis pela defesa do organismo contra patógenos.

– Plaquetas: As plaquetas não são células, mas sim fragmentos citoplasmáticos de células presentes na medula óssea vermelha. São estruturas fundamentais na coagulação sanguínea, parando os sangramentos ao se aglomerarem formando coágulos para reparar danos nos vasos sanguíneos.

tecido conjuntivo sanguineo
Figura 6: Fotomicrografia produzida a partir de microscópio óptico de um esfregaço colorido artificialmente. As células menores arroxeadas são as hemácias. Note que as hemácias não possuem núcleo. Já a célula central, que apresenta um núcleo roxo escuro  lobado (com reentrâncias) é um leucócito. Fonte da imagem: http://mol.icb.usp.br/index.php/10-10-sangue-e-hemocitopoese/

Todos os tecidos do corpo humano

Agora que você já revisou todos os tipos de tecidos conjuntivos, veja esta aula da professora Claudia, do canal do Curso Enem Gratuito, com todos os tecidos do corpo humano.

Exercícios de Tecidos do Corpo Humano – Tecido Conjuntivo

Para finalizar sua revisão, faça os exercícios sobre os tecidos conjuntivos que selecionei para você:

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Sobre o(a) autor(a):

Juliana Evelyn dos Santos é bióloga formada pela Universidade Federal de Santa Catarina e cursa o Doutorado em Educação na mesma instituição. Ministra aulas de Ciências e Biologia em escolas da Grande Florianópolis desde 2007 e é coordenadora pedagógica do Blog do Enem e do Curso Enem Gratuito.

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