Saiba mais sobre o Condoreirismo e outras características fundamentais do Romantismo brasileiro de terceira geração
O Romantismo é uma escola que está na formação da literatura nacional. No apogeu de seu desenvolvimento, associou o seu nacionalismo ao abolicionismo e à uma visão mais realista da sociedade da época. Nesta aula você vai ver o contexto de surgimento da terceira geração do Romantismo, suas características, principais obras e autores.
Contexto histórico
A terceira geração do Romantismo acontece por volta de 1870 a 1880, período marcado pela frente abolicionista, da qual participaram muitos autores importantes. Também é lembrado pelo atrito entre o republicanismo e a monarquia vigente. Escritores como Tobias Barreto, Rui Barbosa, Sílvio Romero e Capistrano de Abreu – influenciados por pensadores como Auguste Comte e Charles Darwin – fizeram frente à monarquia e ao escravismo, cuja crise resultou na chegada de imigrantes europeus.
A terceira geração romântica reage ao isolamento e individualismo da segunda geração e à ideologia étnica da primeira geração. Só para lembrar, a primeira geração romântica, foi aquela que quis representar o povo brasileiro como resultado da união de duas etnias: o branco europeu e o índio, sem considerar o negro – parcela mais populosa inclusive – no projeto nacionalista brasileiro. O que era de se supor numa sociedade tão escravocrata, que foi uma das últimas a proclamar a abolição.
A disputa entre os autores de gerações distintas era pública, e ocorreu por meio de cartas pulicadas em jornais e revistas, como a que envolveu Franklin Távora e José de Alencar. Távora acusava Alencar de não retratar verdadeiramente o povo brasileiro em livros como “O Gaúcho” e “Iracema”, uma vez que deixava os negros de lado. As acusações entre os autores de cada geração revelam a aspiração por uma representação mais realista da vida e do cotidiano brasileiro.
Assim sendo, a terceira geração do Romantismo lembra a primeira geração pelo nacionalismo, mas se distancia por substituir o tom patriota-ufanista, por uma pauta crítico-social específica, em oposição ao governo. Tobias Barreto e Silvio Romero estiveram entre os primeiros autores a sugerir a mudanças desse tipo no movimento romântico.
Joaquim Nabuco, Deputado pelo Partido Liberal, também integrou a lista com “O Abolicionismo”, de 1883, onde teoriza a defesa da abolição. Outros autores importantes no período foram Rui Barbosa, Américo Campos e Luiz Gama. No campo da poesia notabilizou-se também Sousândrade, autor de “O Guesa Errante”.
Os esforços pela abolição, porém, já vinham ocorrendo, como a Lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico negreiro. À época, foi decisiva também a aprovação da, da Lei do Ventre Livre, 1871, que determinava que todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data seriam livres.
Características da terceira geração do Romantismo
A chamada Geração Condoreira, por ter como ícone a figura do Condor – pássaros que costuma formar ninho em lugares muito altos – também é chamada de geração “hugoana”, por ter como maior influência o francês Victor Hugo. A vasta obra do francês Victor Hugo abrange teatro, romance e inúmeros poemas, que possuem um acentuado apelo sentimental e social.
A sua obra, portanto, possui o traço característico desse momento do Romantismo: o lirismo engajado e grandiloquente em prol da liberdade e da justiça social. Essa geração, como um todo, assume o ícone do poeta como um guia altivo – como o condor – que eleva o espírito e o olhar da sociedade por meio de sua visão e lirismo. Apesar de um tanto prepotente, esse conceito afasta-se do isolamento e individualismo da segunda geração para uma poesia mais social.
Autores e obras da terceira geração romântica
Destaca-se nessa geração, sobretudo, o poeta Castro Alves, jovem formado em direito, que foi um forte defensor do abolicionismo e do republicanismo, recebendo inclusive a alcunha de “o poeta dos escravos”. A sua de maior expressão são os poemas de “Espumas Flutuantes”, publicado em 1970. O poeta ainda colaborou em diversos período e jornais da época. Castro Alves publicou seus primeiros poemas contra a escravidão a partir de 1863 com “as Primaveras”.
Participou também de uma sociedade abolicionista com Fagundes Varella e Rui Barbosa. Em 1866 termina o drama Gonzaga ou a Revolução de Minas, que estreou no mesmo ano e foi representado na Bahia e em São Paulo. O seu poema mais famoso, O Navio Negreiro, foi escrito em 1868. Seus escritos póstumos incluem A Cachoeira de Paulo Afonso, de 1876, Os Escravos, 1883, e os Hinos do Equador, publicados só em 1921. Acompanhe um trecho de “O Navio Negreiro”:
“São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus…
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe… bem longe vêm…
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N’alma — lágrimas e fel…
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.”
(Trecho do canto V de “O Navio Negreiro”, Castro Alves)
Perceba que o poeta observa com perplexidade o sofrimento e a condição do escravo no navio. O poema é cheio de reticências e expressões exclamativas, que ressaltam a emoção do eu lírico diante das cenas repulsivas. Apelando a Deus e à Natureza, ele os questiona sobre a injustiça e a indiferença frente à escravidão, denunciando a barbárie e o desequilíbrio ético da sociedade escravagista.
Outra característica fundamental da terceira geração do Romantismo, que a distancia da segunda é o erotismo. Nessa terceira geração, o amor é menos idealizado e, portanto, as expressões corporais são mais evidentes, e o sofrimento amoroso desdobra-se num gesto mais sensual, como se observa nesse poema de Castro Alves:
Amar e Ser Amado
Amar e ser amado! Com que anelo
Com quanto ardor este adorado sonho
Acalentei em meu delírio ardente
Por essas doces noites de desvelo!
Ser amado por ti, o teu alento
A bafejar-me a abrasadora frente!
Em teus olhos mirar meu pensamento,
Sentir em mim tu’alma, ter só vida
P’ra tão puro e celeste sentimento
Ver nossas vidas quais dois mansos rios,
Juntos, juntos perderem-se no oceano,
Beijar teus lábios em delírio insano
Nossas almas unidas, nosso alento,
Confundido também, amante, amado
Como um anjo feliz… que pensamento!?
Além dessas expressões, na medida do lirismo amoroso da época, perceba também como a natureza e o sentimentalismo estão presentes.
Videoaula
Exercícios sobre a terceira geração do Romantismo
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(FACESG – Faculdade Cesgranrio RJ/2019)
Crítica: ‘O crime do Cais do Valongo’ é literatura da melhor qualidade
Segundo romance de Eliana Alves Cruz reafirma autora como voz poderosa e contundente
1 O início de “O crime do Cais do Valongo”, 2 segundo romance de Eliana Alves Cruz, autora do 3 premiado “Água de barrela”, é um clássico das tramas 4 policiais. Nos tempos de Dom João VI, o corpo de um 5 próspero negociante da região do Valongo é achado 6 em uma ruela carioca. A partir daí, a história se 7 desenvolve, pistas vão sendo deixadas e a narrativa, 8 habilmente construída, circula naquela encruzilhada 9 entre a História e a ficção que pode nos fazer cair 10 na tentação de enquadrar o livro como um romance 11 histórico-policial. Acontece que “O crime do Cais do 12 Valongo” é muito mais do que isso.
13 Narrado a partir das vozes de dois personagens, 14 o livreiro mestiço Nuno Alcântara Moutinho e a 15 moçambicana escravizada Muana Lomué, o romance 16 apresenta um relato poderoso, cheio de sutilezas. 17 É o cotidiano de um Rio marcado pelo horror da 18 escravidão e, ao mesmo tempo, pela potência da 19 cultura das ruas e da incessante reconstrução de 20 sociabilidades produzidas pelas descendentes de 21 africanas e africanos sequestrados do lado de lá do 22 Atlântico.
23 Há quem possa ver no romance influência do 24 realismo fantástico. Parece-me limitado ler o livro a 25 partir dessa referência. O que a autora faz é dominar 26 com maestria os códigos de percepção de mundo 27 dos subalternizados, entendendo a ancestralidade, 28 o corpo mítico como modelador de condutas e os 29 procedimentos de ligação entre o visível e o invisível, 30 expressos em toda a sorte de mandingas, como 31 componentes da sofisticada cosmogonia e dos 32 modos de invenção da vida dos povos saídos das 33 Áfricas. A tragédia da diáspora, afinal, também é um 34 empreendimento inventivo de rara potência.
35 Outro mérito poderoso do livro reside na 36 apresentação de uma África pouquíssimo vista nas 37 nossas letras: aquela da parte oriental do continente. 38 A unidade portuguesa já é uma ficção. Minhotos, 39 trasmontanos, beirões, alentejanos, algarvios, 40 estremenhos, ribatejanos, açorianos e madeirenses 41 — que normalmente não se encontrariam nem 42 em Portugal — aqui se encontram e redefinem 43 dinamicamente suas culturas, entre violências tantas 44 e afetos vários, no contato conflituoso e/ou negociado 45 com negros que não se viam como africanos, mas 46 como membros de sua aldeia: mandingas, bijagós, 47 fantes, achantis, gãs, jalofos, fons, guns, baribas, 48 gurúnsis, quetos, ondos, ijebus, oiós, ibadãs, benins, 49 hauçás ibos, ijós, calabaris, teques, bamuns, ijexás, 50 anzicos, congos, andongos, songos, pendes, lenjes, 51 ovimbundos, nupês, ovambos, macuas, mangajas, e 52 outros tantos.
53 Não se imagine, todavia, que o livro caia no 54 didatismo rasteiro que prende a narrativa com âncoras 55 pesadas. A história é fluente, extremamente bem 56 contada, mescla figuras reais — como o Intendente 57 Geral e a cantora lírica Joaquina Lapinha — com 58 inventadas, mergulha nas notícias da “Gazeta do Rio 59 de Janeiro” e transforma a cidade em personagem 60 fundamental da trama.
61 A cidade cindida pela Pedra do Sal, que tentou 62 afastar da Corte o horror do comércio negreiro feito 63 pelas bandas do Valongo, é também a cidade cerzida 64 por aqueles que tiveram a sua humanidade negada 65 pela coisificação e o sequestro.
66 Um livro escrito por uma autora negra, com 67 protagonistas negros e contado a partir dos saberes 68 afro-cariocas, já seria importante em um país em que 69 o mercado editorial reproduz nossa desigualdade 70 gritante. Além disso, “O crime do Cais do Valongo” 71 é literatura da melhor qualidade e firma Eliana 72 Alves Cruz como uma voz poderosa e contundente 73 da literatura brasileira. Como diz em certo trecho a 74 protagonista Muana, “uma mulher do meu povoado 75 jamais poderia deixar seus antepassados de lado”. A 76 literatura de Eliana faz exatamente isso.
SIMAS, L.A. Crítica: ‘O crime do
Cais do Valongo’ é literatura da
melhor qualidade. O Globo, Rio
de Janeiro, 2 jun. 2018. Disponível
em: https://oglobo.com/cultura/
livros/critica-crime-do- -cais-do-
valongo-literatura-da-melhor-
qualidade-22739683>. Acesso
em: 23 jul. 2018. Adaptado.O cenário da narrativa de “O crime do cais do Valongo” é o Brasil da época do primeiro império, na vigência da escravatura. No percurso literário brasileiro, a estética literária que claramente levantou a voz contra essa prática foi o Romantismo.
O seguinte trecho de um poema romântico aborda esse tema:
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(PUCCamp SP/2019)
Em fins da década de 1780, navios negreiros haviam cruzado o Atlântico aos milhares, transportando milhões de escravos para plantations do Novo Mundo e ajudando a criar uma nova e pujante economia capitalista atlântica. De repente, em 1788-9, todos eles foram chamados de volta para casa por assim dizer, por abolicionistas, que tomaram consciência de que o que se passava nesses navios era moralmente indefensável e que a violência do tráfico devia ser conhecida em seus portos de origem, em Londres, Liverpool, Bristol – na Inglaterra; em Boston, Nova York e Filadélfia – nos Estados Unidos.
(REDIKER, Marcus. O Navio negreiro: uma história humana.
São Paulo, 2011, p. 314)A existência de navios negreiros, uma das marcas trágicas da escravidão, deduz-se destas imagens de um célebre poema de Castro Alves:
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(PUCCamp SP/2018)
Além de Castro Alves, que se destacou no período romântico
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(PUCCamp SP/2017)
As colônias que se formaram na América portuguesa tiveram, desde o século XVI, o caráter de sociedades escravistas. Com o passar do tempo, consolidaram-se em todas elas algumas práticas relacionadas à escravidão que ajudaram a cimentar a unidade e a própria identidade dos colonos luso-brasileiros. Dentre essas práticas, ressalta-se a combinação entre um avultado tráfico negreiro gerido a partir dos portos brasileiros e altas taxas de alforria.
(BERBEL, Márcia; MARQUESE, Rafael e PARRON, Tâmis.
Escravidão e política. Brasil e Cuba, c. 1790-1850.
São Paulo: Hucitec/Fapesp. 2010. p. 178-179)As práticas escravistas encontraram fortes opositores entre artistas e intelectuais do século XIX, entre eles Castro Alves, cuja poesia de cunho abolicionista manifestou-se por meio de uma linguagem
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(ESCS DF/2015)
O livro e a América
Talhado para as grandezas,
Pra crescer, criar, subir,
O Novo Mundo nos músculos
Sente a seiva do porvir.
— Estatuário de colossos —
Cansado doutros esboços
Disse um dia Jeová:
“Vai, Colombo, abre a cortina
Da minha eterna oficina…”
“Tira a América de lá”.
(…)
Por uma fatalidade
Dessas que descem de além,
O sec’lo que viu Colombo
Viu Guttenberg também.
Quando no tosco estaleiro
Da Alemanha o velho obreiro
A ave da imprensa gerou…
O Genovês salta os mares…
Busca um ninho entre os palmares
E a pátria da imprensa achou…Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto
As almas buscam beber…
Oh! Bendito o que semeia
Livros… livros à mão cheia…
E manda o povo pensar!
O livro caindo n’alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar.
Castro Alves. Espumas flutuantes.
Cotia: Ateliê Editorial, 2005, p. 75.No fragmento do poema O livro e a América, de Castro Alves, a América é apresentada como espaço de
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UEPA/2015)
(…)
Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!
Meu Deus! meu Deus! Mas que bandeira é esta
Que impudente na gávea tripudia?!…
Silêncio!…Musa chora, chora tanto,
Que o pavilhão se lave no teu pranto!…A escravidão no Brasil representou uma cruel forma de degradação social e moral, marcada, principalmente, pela exploração da mão de obra negra trazida do continente africano. Castro Alves, ao registrar a escravidão, produziu imagens de grande valor estético, como a que se verifica na metáfora “manto impuro de bacante fria”, na qual ele:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(PUC GO/2014)
O Livro e a América
Talhado para as grandezas,
P’ra crescer, criar, subir,
O Novo Mundo nos músculos
Sente a seiva do porvir.
– Estatuário de colossos –
Cansado doutros esboços
Disse um dia Jeová:
“Vai, Colombo, abre a cortina
“Da minha eterna oficina…
“Tira a América de lá.”Molhado inda do dilúvio,
Qual Tritão descomunal,
O continente desperta
No concerto universal.
Dos oceanos em tropa
Um – traz-lhe as artes da Europa,
Outro – as bagas de Ceilão…
E os Andes petrificados,
Como braços levantados,
Lhe apontam para a amplidão.Olhando em torno então brada:
“Tudo marcha!… Ó grande Deus!
As cataratas – p’ra terra,
As estrelas – para os céus
Lá, do pólo sobre as plagas,
O seu rebanho de vagas
Vai o mar apascentar…
Eu quero marchar com os ventos,
Com os mundos… co’os firmamentos!!!”
E Deus responde – “Marchar!”[…]
(ALVES, Castro. Melhores poemas de Castro Alves.
São Paulo: Global, 2003. p. 15-16.)Castro Alves, o poeta condoreiro e da liberdade, abraçou a abolição da escravatura e a crença num futuro progressista da América; buscou inspiração e foi influenciado pelo poeta francês Victor Hugo (que dedicou sua poesia às causas sociais); tornou-se o poeta dos escravos e, sem o subjetivismo dos ultra-românticos, construiu uma poesia com traços realistas, vigorosa, retumbante, de voos altos e expressiva. Sobre o texto, fragmento do poema “ O livro e a América”, de Castro Alves, marque a alternativa falsa:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UEPA/2014)
A poesia social de Castro Alves, por meio da denúncia da situação dos escravos, muitas vezes comunica a ânsia de liberdade. Marque a alternativa em que os versos demonstrem este tom denunciante de sua linguagem literária.
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UCS RS/2015)
Leia o excerto abaixo, da autoria de Castro Alves.
Mocidade e morte
[…] Morrer… quando este mundo é um paraíso,
E a alma um cisne de douradas plumas:
Não! O seio da amante é um lago virgem…
Quero boiar à tona das espumas.
Vem! formosa mulher – camélia pálida,
Que banharam de pranto as alvoradas.Minh’alma é a borboleta, que espaneja
O pó das asas lúcidas, douradas… […]
Fonte: ALVES, Antônio Frederico de Castro. Mocidade e Morte. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_
action=&co_obra=86840>. Acesso em: 13 fev. 15.A respeito do trecho lido, é correto afirmar que
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(PUC GO/2014)
[…]
Eu sei que ao longe na praça.
Ferve a onda popular,
Que às vezes é pelourinho,
Mas poucas vezes – altar.
Que zombam do bardo atento,
Curvo aos murmúrios do vento
Nas florestas do existir,
Que babam fel e ironia.
Sobre o ovo da utopia
Que guarda a ave do porvir.Eu sei que o ódio, o egoísmo,
A hipocrisia, a ambição,
Almas escuras de grutas,
Onde não desce um clarão,
Peitos surdos às conquistas,
Olhos fechados às vistas,
Vistas fechadas à luz,
Do poeta solitário
Lançam pedras ao calvário,
Lançam blasfêmias à cruz.
[…]
(ALVES, Castro. Melhores poemas de Castro Alves.
São Paulo: Global, 2003. p. 111.)O texto é um fragmento do poema “Adeus, Meu Canto” que elucida bem o Condoreirismo de Castro Alves, cuja poesia social e libertária reflete as lutas internas da segunda metade do reinado de D. Pedro II e tem como marca o estilo vibrante, em que predominam comparações, metáforas, antíteses, hipérboles, apóstrofes, e um forte apelo social. O poeta se realiza como condutor do povo, capaz de predizer o futuro através de seus textos poéticos e parece conviver no meio dos problemas sociais. Sobre esse poema condoreiro, com base no fragmento lido, marque a alternativa correta:
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Sobre o(a) autor(a):
Renato Luís de Castro é graduado em Letras/Francês pela Unesp-Araraquara, e mestrado em Estudos Literários também na Unesp, atualmente concluindo Licenciatura pela UFSC.