Entenda a função da Organização Internacional do Trabalho e saiba mais sobre o trabalho escravo no Brasil. Vamos revisar mais este conteúdo para o Enem?
A OIT, ou Organização Internacional do Trabalho, foi criada de modo a promover a discussão dos direitos trabalhistas no mundo.
OIT: Organização Internacional do Trabalho
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma organização que atualmente encontra-se vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU). A fundação da Organização internacional do Trabalho ocorreu no ano de 1919, juntamente com a Liga das Nações, no âmbito do Tratado de Versalhes, e recebeu o Nobel da Paz por suas ações no ano de 1969.
A OIT foi criada com o intuito de fomentar questões relacionadas aos direitos trabalhistas e monitorar a forma com que as nações aplicam estes direitos na realidade de suas populações.
Além disso, outras funções delegadas à OIT eram combater formas exploradoras de empregabilidade e também, por consequência, o trabalho escravo.
A Organização Internacional do Trabalho é conhecida por trabalhar com um sistema diferente das demais, considerado mais democrático. Sua organização interna é feita através do sistema tripartite, dividindo-se em três grupos de participação, sendo eles: os trabalhadores, os empregadores e os governos de Estado.
Este sistema funciona de forma mais democrática, pois nele todas as classes são ouvidas, não somente aquelas que estão em um nível superior e de mais poder e influência.
Objetivos da OIT
No ano de 1994, os objetivos da organização internacional do Trabalho foram ampliados. É neste ano que as questões relacionadas aos direitos humanos, com enfoque principal na igualdade social, foram agregadas às funções da OIT.
Em 1998 a Organização Internacional do Trabalho promoveu uma convenção intitulada de “Declaração dos Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho”, que ganhou grande destaque devido aos importantes objetivos traçados para lutar contra as más condições trabalhistas. Os objetivos criados nesta convenção foram os seguintes:
Liberdade sindical e de negociação coletiva;
Fim do Trabalho forçado ou escravo;
Abolição do trabalho infantil;
Eliminação de toda forma de discriminação no espaço de trabalho.
A partir desta convenção a Organização Internacional do Trabalho passou a promover suas ações a partir da fundamentação no conceito de Trabalho Decente.
O conceito de Trabalho Decente
O Trabalho Decente, segundo a OIT, seria fundamentado pelas oportunidades iguais de trabalho para homens e mulheres, com boa e equivalente remuneração, com liberdade, segurança e igualdade, e que garanta as condições de vida mínimas.
Trabalho escravo no Brasil
Apesar da abolição da escravatura já ter acontecido há muito tempo e existirem leis que definem os direitos trabalhistas, o trabalho escravo no Brasil ainda se faz presente. Este tipo de trabalho se caracteriza pelas condições de trabalho degradantes e pela privação de liberdade.
O trabalho escravo no Brasil está relacionado em maior parte aos serviços prestados nas indústrias, nas atividades agrícolas e também nos trabalhos domésticos. Segundo dados do Ministério Público do Trabalho, de 1995 até hoje, mais de 53 mil trabalhadores foram resgatados de situações de trabalho exploratório no país.
A Convenção nº 182 da OIT que proíbe o trabalho infantil no mundo foi implementada no Brasil por meio do Decreto de nº 3.597 no de 2000. Mesmo com a implementação da convenção através de decreto, o trabalho infantil ainda acontece no país, principalmente no trabalho agrícola e de mineração.
O Código Penal brasileiro, através do Artigo 149, institui pena de dois a oito anos de prisão para aqueles responsáveis por aliciar alguém à condição de trabalho escravo no Brasil. Segundo a lei, trabalho escravo é aquele onde há condições degradantes de trabalho e jornadas exaustivas, com riscos para a saúde e vida do trabalhador.
No ano de 2017, a OIT citou o Brasil como um país que deixou de ser referência no combate à escravidão, além de declarar preocupação com as condições de trabalho aqui.
Isto aconteceu devido a divulgação do Ministério do Trabalho da implementação de um decreto responsável por modificar a definição de trabalho escravo, além de deixar como responsabilidade do ministro do trabalho a inclusão de empresas na lista de empresas negligenciadoras das questões trabalhistas.
Apesar de ainda possuir uma legislação que contemple de forma mínima as questões relacionadas ao trabalho escravo, o Brasil ainda precisa melhorar e muito a fiscalização das condições de trabalho. Para tirar esta conclusão, podemos nos basear na quantidade de pessoas que se encontram em situação de trabalho degradante e no posicionamento da OIT em relação ao trabalho no país.
Resumo sobre a Organização Internacional do Trabalho
Aprofunde seus conhecimentos nesse assunto com a videoaula a seguir, em que o professor Raphael Carrieri, de Geografia, faz um resumo sobre a Organização Internacional do Trabalho.
Exercícios sobre a OIT e o trabalho escravo
Para terminar, resolva os exercícios a seguir e veja como estão seus conhecimentos sobre a OIT, seus objetivos e o combate ao trabalho escravo no Brasil e no mundo.
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(USF SP/2019)
A escravidão no Brasil foi abolida com a Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel em 1888. Apesar de passados 130 anos, o problema do trabalho escravo no Brasil está longe de ser solucionado. Em 1995, o governo federal brasileiro reconheceu a existência do trabalho escravo contemporâneo perante a Organização Internacional do Trabalho. Segundo dados do Ministério Público do Trabalho, entre 1995 e 2016 foram libertos cerca de 52 mil trabalhadores em situação análoga à escravidão no Brasil. Desses, quase 70% em atividades na zona rural.
O trabalho análogo à escravidão não é meramente um descumprimento das leis trabalhistas, ele fere diretamente o direito de dignidade humana. Segundo a Organização Internacional do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, configuram o trabalho escravo na atualidade:
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(PUCCamp SP/2018)
Na programação das TVs há uma grande variedade de notícias e reportagens como a que segue:
Um total de 40 milhões de pessoas no mundo ainda são vítimas da escravidão, enquanto outras 152 milhões de crianças são obrigadas a trabalhar. Dados divulgados pela ONU e pela Organização Internacional do Trabalho revelam que a escravidão moderna é ainda uma realidade. O levantamento aponta que mulheres e meninas são desproporcionalmente afetadas. Elas representam 71% das pessoas em situação de escravidão, quase 29 milhões.
Sobre a presença da escravidão na segunda década do século XXI, é correto afirmar que a situação
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UNITAU SP/2018)
O trabalho escravo ainda é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil. A sua existência foi assumida pelo governo federal perante o país e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1995, o que fez com que se tornasse uma das primeiras nações do mundo a reconhecer oficialmente a escravidão contemporânea em seu território. Daquele ano até 2016 mais de 50 mil trabalhadores foram libertados de situações análogas a de escravidão, em atividades econômicas nas zonas rural e urbana.
Adaptado de Carta Capital, 04/05/2016.
Sobre o trabalho escravo contemporâneo, aponte a afirmativa INCORRETA.
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(ESCS DF/2015)
Dados inéditos da fundação internacional Walk Free revelam que cerca de 35,8 milhões de pessoas são mantidas em situação de escravidão no mundo. Segundo essa fundação, no Brasil há aproximadamente 220 mil pessoas em trabalho escravo. Em 2013, pela primeira vez, o número de pessoas resgatadas de situações de escravidão no setor urbano foi maior que no setor rural no país.
A respeito da escravidão contemporânea tratada nesse texto, assinale a opção correta no que se refere ao caso brasileiro.
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(PUCCamp SP/2017)
O trabalho escravo ainda é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil. A sua existência foi assumida pelo governo federal em 1995 e, desde esta data até 2016, mais de 50 mil trabalhadores foram libertados de situações análogas à de escravidão em diferentes atividades econômicas. Considere o gráfico e as afirmações abaixo.
Escravos libertados entre 2003 e 2014 por atividade (em %)
I. De modo geral, o trabalho escravo no Brasil é exercido por homens, migrantes, analfabetos ou semianalfabetos.
II. Muitos dos trabalhadores resgatados da situação análoga à escravidão exercem atividades em áreas rurais distantes do seu local de origem.
III. Devido ao forte controle exercido por órgãos de fiscalização, não foram constatados tipos de trabalho escravo nas áreas urbanas.
IV. A pecuária e a plantação de cana-de-açúcar estão entre as atividades com maior número de trabalhadores resgatados.
Está correto o que se afirma APENAS em
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UFRR/2017)
Leia atentamente o texto e observe a figura acima sobre o combate ao trabalho escravo no Brasil:
Segundo os dados apresentados pelo Ministério do Trabalho, entre os trabalhadores resgatados desde 1995, 955 são homens, 83% tem entre 18 e 44 anos de idade, 33% são analfabetos e 39% chegaram até a quarta série.
A maioria dos trabalhadores libertados são migrantes provenientes do Maranhão (23,6%), Bahia (9,4), Pará (8,9%), Minas Gerais (8,9%), Tocantins (5,6%), Piauí (5,5%) e Mato Grosso (5,5).
Entre 2003 e 2014, o trabalho escravo foi verificado, em sua maioria, em atividades como pecuária (29%), no plantio de cana de açúcar (25%) e em outras lavouras (19%).
Considerando as informações do texto e do mapa, assinale a alternativa CORRETA:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UFJF MG/2017)
O mapa representa a distribuição de trabalhadores encontrados sob condições análogas à escravidão entre 1995 e 2015 no Brasil. Observa-se que as maiores concentrações deste tipo de superexploração da força de trabalho estão localizadas em tradicionais áreas agrícolas do país.
De acordo com o mapa, qual região do país concentra o maior número de libertações de trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão?
De acordo com o mapa, qual região do país concentra o maior número de libertações de trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão?
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(Faculdade Baiana de Direito BA/2016)
Para compreender bem essa questão da produtividade do trabalhador brasileiro e a “percepção” de que ele não gosta de trabalhar, é necessário distinguir o que é produtividade do trabalho e jornada do trabalho. Do ponto de vista do que estamos estudando, a preguiça do trabalhador brasileiro, é importante constatar que, no tocante à média diária de horas de trabalho por trabalhador, a praticada no Brasil é a das mais altas do mundo, e não das menores, como costumam dizer.
No Brasil ainda se valoriza muito o trabalho, mas não sua remuneração. Por isso é muito comum você encontrar por aí, em qualquer esquina, em qualquer bar, em sua casa ou na varanda do vizinho, gente que, mesmo se sentindo bem no trabalho que faz, não se vê valorizado e estimulado em fazer algo a mais, porque entende que trabalha muito para ganhar pouco. Daí aquele famoso “ganho pouco, mas a gente se diverte!”, como se fosse uma compensação.
AGOSTINI, João Carlos. Brasileiro, sim senhor! Uma reflexão
sobre nossa identidade. São Paulo: Moderna, 2012, p.. 92-93. Adaptado.
A discussão sobre a produtividade do trabalhador brasileiro remonta à construção de algumas concepções científicas cujas justificativas se buscam na formação da sociedade brasileira e suas relações sociais.
Com referência a essas concepções, pode-se afirmar que
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(FATEC SP/2015)
O trabalho análogo à escravidão não se restringe apenas à situação em que o trabalhador não tenha se candidatado espontaneamente ao emprego, mas também quando ele é ludibriado com falsas promessas de ganho e quando é coagido a trabalhar.
No Brasil, nos últimos anos, podemos afirmar corretamente que esse tipo de trabalho incide, em maior escala, na exploração de
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(Faculdade São Francisco de Barreiras BA/2019)
Estima-se que, atualmente, 160 mil brasileiros trabalhem e vivam no país em condições semelhantes às de escravidão – ou seja, estão submetidos a trabalhos forçados, servidão por meio de dívidas, jornadas exaustivas e circunstâncias degradantes. Comparada aos milhões de africanos trazidos para o país para trabalhar como escravos, a cifra atual poderia indicar alguma melhora, mas abrigar 160 mil pessoas escravizadas é um escândalo humano de proporções épicas.
THOMAS, Jennifer Ann. Escravos no século XXI. Veja. São Paulo:
Abril, e. 2581, a. 51, n. 19, 9 mai. 2018, p. 80-87. Adaptado.
Considerando-se o texto e os conhecimentos sobre o trabalho escravo no Brasil e suas implicações, é correto afirmar:
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Sobre o(a) autor(a):
Este texto foi elaborado pelo geógrafo e professor de Geografia Marcelo de Araújo para o Curso Enem Gratuito. Marcelo é formado em Geografia (licenciatura) pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Atualmente trabalha como autônomo. https://www.facebook.com/mdearaujo22
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