Segunda Geração do Modernismo: principais autores e obras

A Segunda Geração do Modernismo foi marcada pela consolidação dos ideais do movimento apresentado na Semana de Arte Moderna de 1922. Liberdade, Ousadia, e Maturidade são as características dos principais autores. Confira no resumo Enem.

A primeira geração modernista talvez seja a mais famosa, em virtude do grande rompimento que significou. No entanto, as obras e os autores da Segunda Geração do Modernismo consolidaram o movimento e se consagraram na história da literatura brasileira.

A Segunda Geração do Modernismo

A Segunda Geração do Modernismo foi marcada pela consolidação dos ideais do movimento modernista apresentados na Semana de Arte Moderna 1922. Na Geração de 30, destacam-se obras de poetas como Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima e Murilo Mendes. Na prosa, tivemos autores como José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e Jorge Amado.

A prosa modernista tomaria nesse momento os rumos do Regionalismo Neorrealista, especialmente no Nordeste. A denúncia social a que se dedicou o Neorrealismo faz aparecer uma prosa genuinamente brasileira, com tipos humanos muito característicos.

Além disso, alguns autores, como Érico Veríssimo, optaram pela análise psicológica, influência de Freud e da psicanálise, que surgira na virada do século e influenciaria muitos escritos, mais nitidamente em nossa terceira geração.

Na poesia alguns autores se afastaram das experimentações e tendências a primeira geração e retomaram formas e temas tradicionais. Alguns poetas, como Vinícius de Moraes, revisitariam o Soneto, mas foi comum também o uso de versos livres e brancos.

Por outro lado, o segundo tempo modernista, sem dúvida, multifacetado, já encontra certa transformação implantada: a linguagem coloquial e os temas folclóricos brasileiros, anteriormente desprezados, tinham sido gradualmente absorvidos.

Contexto histórico do Modernismo

A segunda fase do modernismo no Brasil surgiu num contexto conturbado. Após a crise de 1929 em Nova York, (depressão econômica) muitos países estavam mergulhados numa crise econômica, social e política, gerando tensões nos governos ao redor do mundo, inclusive no Brasil.

Isso fez surgir diversos governos totalitários e ditatoriais na Europa, e o Fascismo e o Nazismo impregnaram parte continente, fatos que levariam ao início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Além do aumento do desemprego, a falência de fábricas, a fome e miséria, no Brasil a Revolução de 30 representou um golpe de Estado. O presidente da República Washington Luís foi deposto, impedindo assim a posse do presidente eleito Júlio Prestes.

Foi o início da Era Vargas. Com a chegada de Getúlio ao poder, a ditadura no país também se aproximava com o Estado Novo (1937-1945).

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Os Operários, 1933, pintura de Tarsila do Amaral.

Principais autores

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Drummond foi, sem dúvida, um dos maiores representantes da Segunda Geração, sendo o precursor da poesia de 30, com a publicação de “Alguma Poesia”, em 1930. Neste livro, o leitor encontra poemas que ainda guardam laços com a primeira geração e, sobretudo, que estão relacionados à produção de Oswald de Andrade (poeta da primeira geração).

O poema-piada, o uso da ironia, observação do cotidiano pelo humor e pela crítica social e política, como exemplos podem ser citados o “Poema de sete faces”, “No meio do caminho”, “Balada do Amor através das Idades”, “Confidência de Itabirano”, “Poesia”, “Quadrilha”.

Resumo sobre Drummond

Veja com a professora Camila Zuchetto Branbilla, professora de Literatura do canal do Curso Gratuito, uma síntese sobre a vida e a obra de Carlos Drummond. Ele é o autor preferido das provas do Enen. É o que mais cai de Literatura Brasileira.

Entendeu, agora, por que motivos Carlos Drummond de Andrade é chamado de “o poeta maior”? Está tudo explicado pra você neste resumo acima com a professora Camila.

Manuel Bandeira (1986-1986)

É preciso considerar se Manuel Bandeira, com o seu livro “Libertinagem”(1930), fechou a produção de uma primeira fase modernista ou abriu a segunda geração. Libertinagem é o primeiro livro efetivamente modernista de Manuel Bandeira (que antes exercia com maestria a forma fixa) e nele aparecem os temas do cotidiano, o bom humor, a infância e a célebre “Poética”, lida por Ronald de Carvalho na segunda noite da Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo.

Vinícius de Moraes (1913-1980)

Outro grande destaque da poesia de 30, Vinícius de Moraes foi compositor, diplomata, dramaturgo e poeta. Publicou em 1933 seu primeiro livro de poemas “Caminho para a Distância” e, em 1936, seu longo poema “Ariana, a mulher”. Os temas do cotidiano, o sentimentalismo amoroso, o espiritualismo e o humor pueril marcariam toda a sua obra.

A partir da década de 50 seria uma figura icônica na música brasileira, influenciando gerações como um dos fundadores da Bossa Nova.

Para ver mais sobre os principais autores da geração de 30, veja esta videoaula:
Outros destaques na poesia

Além dos autores já citados, alguns outros merecem ser lembrados na poesia da Segunda Geração do Modernismo.

Cecília Meireles (1901-1964) teve forte influência da psicanálise e da temática social. Da autora, destacam-se as obras: “Batuque, samba e Macumba” (1933), “A Festa das Letras” (1937) e “Viagem” (1939).

Outro destaque da Geração de 30 foi Mário Quintana (1906-1994), poeta das coisas simples: nele facilmente encontra-se o humor e o poema-piada. Desse período vale lembrar seu livro de sonetos intitulado “A Rua dos Cataventos”, publicado em 1940.

Murilo Mendes (1901-1975), autor presente também na revista “Antropofagia”, criada na primeira fase modernista, teve maior destaque na segunda geração modernista. De sua obra poética merecem destaque: “Poemas” (1930), “Bumba-Meu-Poeta” (1930), “Poesia em Pânico” (1938) e “O Visionário” (1941).

A prosa da Segunda Geração do Modernismo

Nessa fase, o grande foco da prosa de ficção foram os romances regionalistas e urbanos. Preocupados com os problemas sociais, os autores aproximaram a prosa da linguagem coloquial e regional. Assim, ela mostrou a realidade de diversos locais do país, ora no campo, ora na cidade.

O marco inicial desta fase é a publicação do romance regionalista “A Bagaceira” (1928), de José Américo de Almeida (1887-1980). Nessa obra, ele relata o tema da seca e da vida de retirantes. Outra obra a ser destacada é o romance “O Quinze” (1930), de Rachel de Queiroz (1910-2003), que aborda uma das maiores secas que assolou o Nordeste em 1915.

Merece menção também José Lins do Rego (1901-1957) autor do romance “Menino de Engenho (1932)”, narrativa ambientada nos engenhos nordestinos, cuja temática explora o ciclo de açúcar no Brasil.

Graciliano Ramos (1892-1953)

Nascido em Alagoas, já adulto trabalhou como jornalista no Rio de Janeiro, além de ter ocupado alguns cargos públicos no nordeste e no Rio. Atuou politicamente, especialmente pelo Partido Comunista Brasileiro, tendo sido algumas vezes preso por sua militância.

Destacou-se na prosa regionalista com seu romance “Vidas Secas” (1938). Nele, aborda diversos aspectos do sertanejo e problemas como a seca do Nordeste, a fome e a miséria dos retirantes. A dureza do espaço espelha a dos personagens, moldados nessa mesma severidade.

Jorge Amado (1912-2001)

Sua biografia assemelha-se à de Graciliano Ramos. Baiano, viveu no Rio de Janeiro, tendo exercido a profissão de jornalista e sido preso algumas vezes por sua militância política, também pelo Partido Comunista Brasileiro.

Foi um autor importante no desenvolvimento da prosa regionalista e urbana, com seus romances “O País do Carnaval” (1931), em que relata a vida de um intelectual brasileiro e suas considerações sobre o Carnaval e o tema da mestiçagem;

“Cacau” (1933), sobre a vida e exploração dos trabalhadores; e, enfim, “Capitães de Areia” (1937), romance urbano que retrata a vida de meninos abandonados em Salvador.

Conheça melhor a prosa da Segunda Geração Modernista assistindo à videoaula abaixo!

Exercícios

Agora, resolva alguns exercícios sobre a Segunda Geração do Modernismo e veja como esse assunto cai nas provas e no Enem!

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Sobre o(a) autor(a):

Renato Luís de Castro é graduado em Letras/Francês pela Unesp-Araraquara, e mestrado em Estudos Literários também na Unesp, atualmente concluindo Licenciatura pela UFSC.

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