A Segunda Revolução Industrial promoveu inovações na ciência e na tecnologia e alterou a dinâmica do trabalho no mundo. Acompanhar as transformações no mundo do trabalho nos séculos XIX e XX em mais uma aula de História!
Chamamos de Revolução Industrial este grande processo que teve início na Inglaterra do século XVIII e que se caracterizou por modificar profundamente as bases da economia capitalista. Na era industrial, o trabalho artesanal entra em declínio perdendo espaço para a produção fabril.
Nesse tipo de produção, o ser humano atua mais como uma ferramenta do que um criador ou artista na produção de bens. Na revolução industrial também houve aceleramento da produção e distribuição de bens de consumo.
O processo de industrialização teve algumas ondas – que são determinadas pelo desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias. Costuma-se separar a história da revolução industrial por séculos: a primeira de 1750 até 1850, a segunda de 1850 até 1950 e a terceira de 1950 até os dias de hoje. Enquanto a primeira é caracterizada pela aplicação do motor a vapor e a última da internet, robótica e da biotecnologia, na segunda etapa tecnologias específicas marcaram e pautaram as relações entre os diferentes grupos humanos.
Como foi a Segunda Revolução Industrial
A partir de meados do século XIX, o motor a explosão e a eletricidade trouxeram inúmeras novidades tecnológicas. Entre elas estavam a aceleração do transporte de pessoas, matérias primas e produtos, a invenção do telégrafo e a substituição gradual do gás por energia elétrica na iluminação das cidades.
Na química, a síntese da amônia possibilitou a ampliação da produção de alimentos e a fotografia revolucionou a maneira de se fazer pesquisas e artes. O carvão continuou importante como fonte de energia neste período da história. Apesar desse combustível continuar relevante em cada onda tecnológica, o petróleo começou a ganhar importância no século XIX. O aço e outros minérios nesta época foram cada vez mais procurados na fabricação de veículos, armas e outras máquinas. No mesmo ritmo, foi multiplicado o número de operários e fábricas.
Todas essas novas demandas somaram-se ao fato da burguesia inglesa já não mais deter o monopólio industrial (que se estendeu pela Europa e nos Estados Unidos). Por isso, as disputas por recursos tornaram-se cada vez mais internacionais e violentas. Para a América Latina, o século XIX foi o momento das independências e da gradual substituição do trabalho escravo pelo assalariado. Contudo, a economia se manteve ruralizada.
Divisão Internacional do Trabalho no século XIX
Neste período, o sonho do libertador Simon Bolívar de construir uma “pátria grande” para garantir as independências e desenvolver as nações de língua espanhola na América do Sul fracassou. Isto ocorreu em parte pelas elites agrárias não quererem arriscar terem seus poderes diminuídos.
Outro motivo foram as ações promovidas pelos Estados Unidos e pela Inglaterra, pois não viam com bons olhos a construção de uma extensa nação. Para esses dois países era preferível que a América Latina continuasse sendo fornecedora de matérias-primas e representando um grande mercado consumidor de bens industrializados importados.
A Europa continental ainda se mantinha forte economicamente, mas a emancipação das nações americanas, era um fato que não podia se podia ignorar. Os estadunidenses, por meio da Doutrina Monroe e da crença no Destino Manifesto, defendiam a expulsão das nações europeias do continente americano para evitar possíveis disputas territoriais.
A Inglaterra e outras nações já industrializadas tinham muito interesse no fim do pacto colonial mantido pela Espanha na América. Rompendo o monopólio poderiam conquistar a burguesia latina com seus produtos. Até mesmo a substituição da mão de obra escrava pela assalariada passava pelos interesses capitalistas ingleses. Isso era importante para que os países latinos não tivessem uma mão de obra mais barata que a praticada na Inglaterra.
Isso se mostrou evidente com o caso da Tarifa Alves Branco, quando o Brasil aumentou os impostos sobre as importações como forma de proteger a economia nacional. A Inglaterra reagiu atacando navios negreiros que traziam escravizados para cá. Dessa forma, obrigou o Brasil a assinar a Lei Eusébio de Queirós, que criminalizava a transferência de africanos escravizados para as terras brasileiras.
Mudanças nos territórios comerciais
Ingleses, franceses, portugueses, belgas, holandeses e alemães passaram então a disputar o controle por territórios em outros dois grandes continentes: África e Ásia. Porém, as justificativas para invadir, ocupar e explorar estes territórios tinha novos tons.
A religião cristã e o Darwinismo Social defendiam a “moralização” e o controle desses povos pelos europeus. Estes, por sua vez, assumiam-se como as nações mais avançadas do mundo. Então, essa ideia foi utilizada para justificar a invasão de territórios de povos acusados de serem “inferiores”.
Na verdade, a “missão civilizadora” europeia se resumia na prática de extração de recursos daqueles territórios, explorando ao máximo a mão de obra das populações locais. Além disso, os europeus obrigavam essas colônias a comprarem seus produtos industrializados. Este processo imperialista explica parte do subdesenvolvimento atual de muitas nações africanas e asiáticas, assim como o fato de muitos desses lugares terem o inglês ou francês como idioma oficial.
Consequências da Segunda Revolução Industrial
Apesar da ampliação de bens de consumo e do aumento na expectativa de vida, grande parte do resultado de todo esse processo imperialista do século XIX foi catastrófico para o século XX.
A desigualdade entre nações foi aprofundada, o meio ambiente foi destruído como nunca havia sido antes, e a disputa por mercados e territórios ocasionou duas guerras mundiais que abalaram o mundo.
Na Europa Ocidental e nos EUA, homens e mulheres viviam aquecidos, alimentados e podiam escolher entre diferentes peças de roupa olhando fotografias em catálogos ou ir ao cinema. Ao mesmo tempo, negros, indígenas e asiáticos trabalhavam nas piores condições existentes naquele momento enquanto eram obrigados a viver separados dos brancos. As transformações da segunda revolução industrial botaram em xeque a teoria positivista de progresso histórico.
Videoaula sobre a Segunda Revolução Industrial
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(FATEC SP/2019)
Leia o texto.
Muitas invenções e descobertas dessa fase foram fruto de pesquisas científicas sistemáticas realizadas em laboratórios de universidades ou de indústrias. Os empresários passaram a investir no trabalho dos cientistas, buscando inventos que gerassem lucros.
A indústria química, por exemplo, beneficiou-se dessa aproximação, o que resultou na produção de fibras sintéticas, inseticidas, celuloide […], borracha vulcanizada […], corantes artificiais, adubos, explosivos […], entre outros.
DOMINGUES, Joelza Esther. História em
Documento. Imagem e texto. 8. 2ªed.
São Paulo: FTD, 2013. p.192.
O texto descreve a relação entre ciência e indústria característica da
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UEL PR/2019)
Leia o texto a seguir,
Uma ínfima minoria, já excepcionalmente munida de poderes, de propriedades e de privilégios considerados implícitos, detém de ofício esse direito. Quanto ao resto da humanidade, para “merecer” viver, deve mostrar-se “útil” à sociedade, pelo menos àquela parte que a administra e a domina: a economia, mais do que nunca confundida com o comércio, ou seja, a economia de mercado. “Útil”, aqui, significa quase “rentável”, isto é, lucrativo ao lucro.
FORRESTER, V. O Horror econô-
mico. São Paulo: UNESP, 1997. p.13.
Com base nos conhecimentos históricos sobre a economia mundial e nas considerações de Viviane Forrester, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(FATEC SP/2018)
Segundo o sociólogo e filósofo alemão Herbert Marcuse (1898–1979), a sociedade de massas tem o consumo como seu ideal de vida, limitando seus horizontes e aspirações à posse de bens materiais, como automóveis e eletroeletrônicos.
Podemos afirmar corretamente que a sociedade de massas surgiu
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UNIFOR CE/2018)
O Taylorismo, ou Administração Científica, foi desenvolvido por Frederick Winslow Taylor no final do século XIX e início do século XX, nos Estados Unidos. Trata-se de um sistema de organização do trabalho em meio à segunda revolução industrial com o aço substituindo o ferro, e a energia elétrica e o petróleo sendo usados para substituir o vapor. Tal sistema se fundamenta em quatro princípios básicos, EXCETO:
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(UNIC MT/2018)
A Inglaterra, os Estados Unidos e a França iniciaram, já na primeira metade do século XIX, sua Segunda Revolução Industrial, época em que o Brasil dava os primeiros passos para ingressar na Primeira, com cerca de um século de atraso.
A inserção do Brasil na Segunda Revolução Industrial, também com cerca de 100 anos de atraso, pode ser dividida em dois períodos.
Sobre o primeiro período dessa inserção, é correto afirmar:
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(Disponível em: <http://cmapspublic2.
ihmc.us/rid=1PZQNHNNF-L7R632-
2M31/capitalismo%204.jpg>.
Acesso em: 2 maio 2017.)
(Disponível em: <http://www.sohistoria.
com.br/resumos/revolucaoindustrial_clip_
image001.jpg>. Acesso em: 2 maio 2017.)
Com base nos conhecimentos relacionados aos recursos naturais e à questão industrial, considere as afirmativas a seguir.
I. A Primeira Revolução Industrial difundiu-se pela Europa e Estados Unidos com a implantação de teares a vapor para a produção têxtil, iniciando a utilização do petróleo como fonte de energia.
II. A Segunda Revolução Industrial utilizou o mineral renovável grafeno, explorado em larga escala na Itália, na produção de energia mecânica para o funcionamento da indústria de base.
III. A Terceira Revolução Industrial desenvolveu-se com profundas transformações no campo tecnológico com a utilização da sílica, um recurso mineral não renovável, na produção de cabos de fibra ótica.
IV. A Quarta Revolução Industrial tem como uma de suas marcas a obsolescência programada, que vem sendo combatida por órgãos e defensores do meio ambiente visando atenuar os impactos relacionados aos recursos naturais.
Assinale a alternativa correta.
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UDESC SC/2017)
Sobre os processos de industrialização é correto afirmar que:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UECE/2017)
Observe o que diz o historiador Luiz Koshiba: “Entre 1840 e 1880, uma vigorosa corrida rumo à industrialização havia tomado conta da Europa e se estendido também aos EUA e ao Japão. […] Com a emergência de novas potências industrialmente mais bem equipadas, a concorrência foi acirrada e acabou resultando em concentrações e centralizações de capital, o que gerou empresas de grande porte, com poder suficiente para monopolizar segmentos inteiros do mercado. […] Os grandes grupos empresariais capazes de monopolizar ramos inteiros da economia precisavam de fornecimentos estáveis e baratos de matériasprimas. […] Em pouco tempo, os países capitalistas centrais repartiram entre si os territórios e os mercados da África e da Ásia.”.
KOSHIBA, Luiz. História: Origens, estruturas e processos.
São Paulo: Atual, 2000, p. 382-3.
O trecho acima narra fatos relativos ao período
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UCB DF/2017)
No seio da civilização europeia, em um período caracterizado por grandes tecnologias e pelos Estados nacionais, está a origem da civilização ocidental, que se consolidou com a Revolução Industrial e a Revolução Francesa, ambas no século 18.
BRANCO, A. L.; LUCCI, E. A.; MENDONÇA,
C. Território e sociedade no mundo globalizado.
Volume 3. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
Quanto aos principais aspectos da civilização ocidental após o século 18, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UNIFOR CE/2016)
A Segunda Revolução Industrial, ocorrida no século XIX, determinou mudanças significativas em relação à Primeira Revolução Industrial, ocorrida em meados do século XVIII. Foram mudanças tecnológicas, organizacionais e sociais que reorganizaram as forças políticas e econômicas internacionais.
Sobre este acontecimento histórico, pode-se afirmar que, do ponto de vista
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Sobre o(a) autor(a):
Os textos acima foram preparados pelo professor Angelo Antônio de Aguiar. Angelo é graduado em história pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestrando em ensino de história na mesma instituição e dá aulas de história na Grande Florianópolis desde 2016.
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