Treine para o Enem com nosso simulado de Português sobre tipos de sujeito! São 10 questões para você estudar e no final você confere seu número de acertos e o tempo que demorou para responder!
A análise sintática de orações pode parecer algo complicado, mas na verdade pode ajudar muito na interpretação de texto. Um bom começo de qualquer análise é saber reconhecer o sujeito de uma oração, e temos uma aula em vídeo para lhe ajudar com isso:
Parabéns a quem assistiu ao vídeo. Agora você está mais preparado para fazer o simulado e treinar seus conhecimentos, e assim entender melhor ainda o tema.
Tipos de sujeito – Simulado de Português
Sumário do Quiz
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(FUVEST SP/2019)
1 Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira, 2 falsidade ou mistificação. Tomo de empréstimo a formulação 3 de Hans Blumenberg do mito político como um processo 4 contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma 5 necessidade prática de uma sociedade em determinado 6 período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em 7 suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter 8 validade factual, mas também não pode ser percebido como 9 mentira (do contrário, não seria mito). O mito político confere 10 um sentido às circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao 11 fazê-los ver sua condição presente como parte de uma história 12 em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo em que 13 vivem.
ENGELKE, Antonio. O anjo redentor.
Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24.Sobre o sujeito da oração “em que vivem” (Ref. 12-13), é correto afirmar:
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UEL PR/2018)
Leia os poemas a seguir, de Carlos Drummond de Andrade.
Sentimental
Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.
Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!
– Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!
Eu estava sonhando…
E há em todas as consciências um cartaz amarelo:
“Neste país é proibido sonhar”.
Poema do jornal
O fato ainda não acabou de acontecer
e já a mão nervosa do repórter
o transforma em notícia.
O marido está matando a mulher.
A mulher ensanguentada grita.
Ladrões arrombam o cofre.
A polícia dissolve o meeting.
A pena escreve.
Vem da sala de linotipos a doce música mecânica.
Poesia
Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma
poesia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2013. p. 35; 41; 45).Acerca das funções exercidas pelos termos de “Poema do jornal”, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UEFS BA/2018)
Leia o conto “A cartomante”, de Lima Barreto (1881-1922).
Não havia dúvida que naqueles atrasos e atrapalhações de sua vida, alguma influência misteriosa preponderava. Era ele tentar qualquer coisa, logo tudo mudava. Esteve quase para arranjar-se na Saúde Pública; mas, assim que obteve um bom “pistolão1”, toda a política mudou. Se jogava no bicho, era sempre o grupo seguinte ou o anterior que dava. Tudo parecia mostrar-lhe que ele não devia ir para adiante. Se não fossem as costuras da mulher, não sabia bem como poderia ter vivido até ali. Há cinco anos que não recebia vintém de seu trabalho. Uma nota de dois mil-réis, se alcançava ter na algibeira por vezes, era obtida com auxílio de não sabia quantas humilhações, apelando para a generosidade dos amigos.
Queria fugir, fugir para bem longe, onde a sua miséria atual não tivesse o realce da prosperidade passada; mas, como fugir?
Onde havia de buscar dinheiro que o transportasse, a ele, a mulher e aos filhos? Viver assim era terrível! Preso à sua vergonha como a uma calceta2, sem que nenhum código e juiz tivessem condenado, que martírio!
A certeza, porém, de que todas as suas infelicidades vinham de uma influência misteriosa, deu-lhe mais alento. Se era “coisa feita”, havia de haver por força quem a desfizesse. Acordou mais alegre e se não falou à mulher alegremente era porque ela já havia saído. Pobre de sua mulher! Avelhantada precocemente, trabalhando que nem uma moura, doente, entretanto a sua fragilidade transformava-se em energia para manter o casal.
Ela saía, virava a cidade, trazia costuras, recebia dinheiro, e aquele angustioso lar ia se arrastando, graças aos esforços da esposa.
Bem! As coisas iam mudar! Ele iria a uma cartomante e havia de descobrir o que e quem atrasavam a sua vida.
Saiu, foi à venda e consultou o jornal. Havia muitos videntes, espíritas, teósofos anunciados; mas simpatizou com uma cartomante, cujo anúncio dizia assim: “Madame Dadá, sonâmbula, extralúcida, deita as cartas e desfaz toda espécie de feitiçaria, principalmente a africana. Rua etc.”.
Não quis procurar outra; era aquela, pois já adquirira a convicção de que aquela sua vida vinha sendo trabalhada pela mandinga de algum preto-mina3, a soldo do seu cunhado Castrioto, que jamais vira com bons olhos o seu casamento com a irmã.
Arranjou, com o primeiro conhecido que encontrou, o dinheiro necessário, e correu depressa para a casa de Madame Dadá.
O mistério ia desfazer-se e o malefício ser cortado. A abastança voltaria à casa; compraria um terno para o Zezé, umas botinas para Alice, a filha mais moça; e aquela cruciante vida de cinco anos havia de lhe ficar na memória como passageiro pesadelo.
Pelo caminho tudo lhe sorria. Era o sol muito claro e doce, um sol de junho; eram as fisionomias risonhas dos transeuntes; e o mundo, que até ali lhe aparecia mau e turvo, repentinamente lhe surgia claro e doce.
Entrou, esperou um pouco, com o coração a lhe saltar do peito.
O consulente saiu e ele foi afinal à presença da pitonisa4. Era sua mulher.
(Contos completos, 2010.)
1 pistolão: recomendação de pessoa influente; indivíduo que faz essa recomendação.
2 calceta: argola de ferro que, fixada no tornozelo do prisioneiro, ligava-se à sua cintura por meio de corrente de ferro.
3 preto-mina: indivíduo dos pretos-minas (povo que habita a região do Grand Popo, no Sudoeste da África).
4 pitonisa: profetisa.
Em “Onde havia de buscar dinheiro que o transportasse, a ele, a mulher e aos filhos?” (3º parágrafo), o termo sublinhado refere-se ao substantivo “dinheiro” e exerce a função sintática de
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UFRGS/2018)
01 – Temos sorte de viver no Brasil – dizia 02 meu pai, depois da guerra. – Na Europa 03 mataram milhões de judeus.
04 Contava as experiências que os médicos 05 nazistas faziam com os prisioneiros. 06 Decepavam-lhes as cabeças, faziam-nas 07 encolher – à maneira, li depois, dos índios 08 Jivaros. Amputavam pernas e braços. 09 Realizavam estranhos transplantes: uniam a 10 metade superior de um homem …….. metade 11 inferior de uma mulher, ou aos quartos 12 traseiros de um bode. Felizmente morriam 13 essas atrozes quimeras; expiravam como 14 seres humanos, não eram obrigadas a viver 15 como aberrações. (…….. essa altura eu tinha 16 os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava 17 que a descrição das maldades nazistas me 18 deixava comovido.)
19 Em 1948 foi proclamado o Estado de 20 Israel. Meu pai abriu uma garrafa de vinho – 21 o melhor vinho do armazém –, brindamos ao 22 acontecimento. E não saíamos de perto do 23 rádio, acompanhando …….. notícias da guerra 24 no Oriente Médio. Meu pai estava 25 entusiasmado com o novo Estado: em Israel, 26 explicava, vivem judeus de todo o mundo, 27 judeus brancos da Europa, judeus pretos da 28 África, judeus da Índia, isto sem falar nos 29 beduínos com seus camelos: tipos muito 30 esquisitos, Guedali.
31 Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias.
32 Por que não ir para Israel? Num país de 33 gente tão estranha – e, ainda por cima, em 34 guerra – eu certamente não chamaria a 35 atenção. Ainda menos como combatente, 36 entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu 37 me via correndo pelas ruelas de uma aldeia, 38 empunhando um revólver trinta e oito, 39 atirando sem cessar; eu me via caindo, 40 varado de balas. Aquela, sim, era a morte que 41 eu almejava, morte heroica, esplêndida 42 justificativa para uma vida miserável, de 43 monstro encurralado. E, caso não morresse, 44 poderia viver depois num kibutz . Eu, que 45 conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria 46 muito a fazer ali. Trabalhador dedicado, os 47 membros do kibutz terminariam por me 48 aceitar; numa nova sociedade há lugar para 49 todos, mesmo os de patas de cavalo.
Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no
jardim . 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001.Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir, sobre os sujeitos de algumas formas verbais do texto.
( ) O sujeito da forma verbal mataram (Ref. 02) é milhões de judeus (Ref. 03).
( ) O sujeito da forma verbal Amputavam (Ref. 08) é os médicos nazistas (Refs. 04-05).
( ) O sujeito da forma verbal morriam (Ref. 12) é essas atrozes quimeras (Ref. 13).
( ) O sujeito da locução verbal foi proclamado (Ref. 19) é o Estado de Israel (Ref. 19).
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(UNEMAT MT/2018)
VELHAS PIADAS PROVOCAM DEBATE SOBRE RACISMO ENTRE DESCENDENTES DE ASIÁTICOS
Quando tinha onze anos, o cineasta Leonardo Hwan voltava da escola com um amigo em São Paulo, quando um homem de cerca de trinta anos se aproximou, deu um susto nos garotos e gritou que eles deveriam “voltar para o país deles”.
“Nunca esqueci. Fiquei muito assustado”, diz Leonardo, 27, que é brasileiro e descendente de tawaineses. Hoje ele conta essa história para explicar porque fazer a piada do “pastel de flango” ou gritar “abre o olho, japonês” para descendentes de asiáticos é ofensivo. E ele tem que explicar diversas vezes.
“É racista, é xenófobo. Não é ‘apenas uma piada’. Você está fazendo o mesmo que o cara: está dizendo que a pessoa não pertence, que ela é estrangeira, que não é bem-vinda”, diz Leonardo. Ele critica uma postagem do prefeito de São Paulo, João Doria, que escreveu a legenda “acelela” em vez de “acelera” (seu slogan) em uma foto durante uma visita à China […].
“Quando você diz ‘acelela’, está tirando sarro não dos chineses de lá, mas dos imigrantes daqui, para quem a questão da língua e da adaptação é uma dificuldade real, e para descendentes que lutam há anos para serem aceitos”, afirma Leonardo.
[…]
Disponível em: https://estilo.uol.com.br/comportamento/noticias/bbc/2017
/08/04/velhaspiadas- provocam-debate-sobre-racismo-entre-descendentes-
deasiaticos. htm Acesso em: ago. 2017.No texto, em “É racista, é xenófobo”, o referente que funciona como sujeito é:
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(Mackenzie SP/2018)
01 Carta do escritor Graciliano Ramos ao pintor Cândido Portinari
02 Rio – 18 – Fevereiro – 1946
03 Caríssimo Portinari:
04 A sua carta chegou muito atrasada, e receio que esta resposta 05 já não o ache fixando na tela a nossa pobre gente da roça. Não há 06 trabalho mais digno, penso eu. Dizem que somos pessimistas e 07 exibimos deformações; contudo as deformações e miséria existem 08 fora da arte e são cultivadas pelos que nos censuram.
09 O que às vezes pergunto a mim mesmo, com angústica, Portinari, 10 é isto: se elas desaparecessem, poderíamos continuar a trabalhar? 11 Desejamos realmente que elas desapareçam ou seremos também 12 uns exploradores, tão perversos como os outros, quando expomos 13 desgraças? Dos quadros que você mostrou quando almocei no Cosme 14 Velho pela última vez, o que mais me comoveu foi aquela mãe com 15 a criança morta. Saí de sua casa com um pensamento horrível: 16 numa sociedade sem classes e sem miséria seria possível fazer-se 17 aquilo? Numa vida tranquila e feliz que espécie de arte surgiria? 18 Chego a pensar que faríamos cromos, anjinhos cor-de-rosa, e isto 19 me horroriza.
20 Felizmente a dor existirá sempre, a nossa velha amiga, nada a 21 suprimirá. E seríamos ingratos se desejássemos a supressão dela, 22 não lhe parece? Veja como os nossos ricaços em geral são burros.
23 Julgo naturalmente que seria bom enforcá-los, mas se isto nos 24 trouxesse tranquilidade e felicidade, eu ficaria bem desgostoso, 25 porque não nascemos para tal sensaboria. O meu desejo é que, 26 eliminados os ricos de qualquer modo e os sofrimentos causados 27 por eles, venham novos sofrimentos, pois sem isto não temos arte.
28 E adeus, meu grande Portinari. Muitos abraços para você e para 29 Maria.
Graciliano
sensaboria: contratempo, monotonia
Assinale a alternativa correta.
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(EsPCEX/2018)
Política pública de saneamento básico: as bases do saneamento como direito de cidadania e os debates sobre novos modelos de gestão
Ana Lucia Britto
Professora Associada do PROURB-FAU-UFRJ
Pesquisadora do INCT Observatório das Metrópoles
A Assembleia Geral da ONU reconheceu em 2010 que o acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é indispensável para o pleno gozo do direito à vida. É preciso, para tanto, fazê-lo de modo financeiramente acessível e com qualidade para todos, sem discriminação. Também obriga os Estados a eliminarem progressivamente as desigualdades na distribuição de água e esgoto entre populações das zonas rurais ou urbanas, ricas ou pobres.
No Brasil, dados do Ministério das Cidades indicam que cerca de 35 milhões de brasileiros não são atendidos com abastecimento de água potável, mais da metade da população não tem acesso à coleta de esgoto, e apenas 39% de todo o esgoto gerado são tratados. Aproximadamente 70% da população que compõe o déficit de acesso ao abastecimento de água possuem renda domiciliar mensal de até ½ salário mínimo por morador, ou seja, apresentam baixa capacidade de pagamento, o que coloca em pauta o tema do saneamento financeiramente acessível.
Desde 2007, quando foi criado o Ministério das Cidades, identificam-se avanços importantes na busca de diminuir o déficit já crônico em saneamento e pode-se caminhar alguns passos em direção à garantia do acesso a esses serviços como direito social. Nesse sentido destacamos as Conferências das Cidades e a criação da Secretaria de Saneamento e do Conselho Nacional das Cidades, que deram à política urbana uma base de participação e controle social.
Houve também, até 2014, uma progressiva ampliação de recursos para o setor, sobretudo a partir do PAC 1 e PAC 2; a instituição de um marco regulatório (Lei 11.445/2007 e seu decreto de regulamentação) e de um Plano Nacional para o setor, o PLANSAB, construído com amplo debate popular, legitimado pelos Conselhos Nacionais das Cidades, de Saúde e de Meio Ambiente, e aprovado por decreto presidencial em novembro de 2013.
Esse marco legal e institucional traz aspectos essenciais para que a gestão dos serviços seja pautada por uma visão de saneamento como direito de cidadania: a) articulação da política de saneamento com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde; e b) a transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios participativos institucionalizados.
A Lei 11.445/2007 reforça a necessidade de planejamento para o saneamento, por meio da obrigatoriedade de planos municipais de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, drenagem e manejo de águas pluviais, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Esses planos são obrigatórios para que possam ser estabelecidos contratos de delegação da prestação de serviços e para que possam ser acessados recursos do governo federal (OGU, FGTS e FAT), com prazo final para sua elaboração terminando em 2017. A Lei reforça também a participação e o controle social, através de diferentes mecanismos como: audiências públicas, definição de conselho municipal responsável pelo acompanhamento e fiscalização da política de saneamento, sendo que a definição desse conselho também é condição para que possam ser acessados recursos do governo federal.
O marco legal introduz também a obrigatoriedade da regulação da prestação dos serviços de saneamento, visando à garantia do cumprimento das condições e metas estabelecidas nos contratos, à prevenção e à repressão ao abuso do poder econômico, reconhecendo que os serviços de saneamento são prestados em caráter de monopólio, o que significa que os usuários estão submetidos às atividades de um único prestador.
FONTE: adaptado de http://www.
assemae.org.br/artigos/item/1762-sane-
amento-basico-como-direito-de-cidadania“ Desde 2007, quando foi criado o Ministério das Cidades, identificam-se avanços importantes na busca de diminuir o déficit já crônico em saneamento”.
As expressões sublinhadas acima desempenham, respectivamente, as funções sintáticas de
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(EsPCEX/2018)
Política pública de saneamento básico: as bases do saneamento como direito de cidadania e os debates sobre novos modelos de gestão
Ana Lucia Britto
Professora Associada do PROURB-FAU-UFRJ
Pesquisadora do INCT Observatório das Metrópoles
A Assembleia Geral da ONU reconheceu em 2010 que o acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é indispensável para o pleno gozo do direito à vida. É preciso, para tanto, fazê-lo de modo financeiramente acessível e com qualidade para todos, sem discriminação. Também obriga os Estados a eliminarem progressivamente as desigualdades na distribuição de água e esgoto entre populações das zonas rurais ou urbanas, ricas ou pobres.
No Brasil, dados do Ministério das Cidades indicam que cerca de 35 milhões de brasileiros não são atendidos com abastecimento de água potável, mais da metade da população não tem acesso à coleta de esgoto, e apenas 39% de todo o esgoto gerado são tratados. Aproximadamente 70% da população que compõe o déficit de acesso ao abastecimento de água possuem renda domiciliar mensal de até ½ salário mínimo por morador, ou seja, apresentam baixa capacidade de pagamento, o que coloca em pauta o tema do saneamento financeiramente acessível.
Desde 2007, quando foi criado o Ministério das Cidades, identificam-se avanços importantes na busca de diminuir o déficit já crônico em saneamento e pode-se caminhar alguns passos em direção à garantia do acesso a esses serviços como direito social. Nesse sentido destacamos as Conferências das Cidades e a criação da Secretaria de Saneamento e do Conselho Nacional das Cidades, que deram à política urbana uma base de participação e controle social.
Houve também, até 2014, uma progressiva ampliação de recursos para o setor, sobretudo a partir do PAC 1 e PAC 2; a instituição de um marco regulatório (Lei 11.445/2007 e seu decreto de regulamentação) e de um Plano Nacional para o setor, o PLANSAB, construído com amplo debate popular, legitimado pelos Conselhos Nacionais das Cidades, de Saúde e de Meio Ambiente, e aprovado por decreto presidencial em novembro de 2013.
Esse marco legal e institucional traz aspectos essenciais para que a gestão dos serviços seja pautada por uma visão de saneamento como direito de cidadania: a) articulação da política de saneamento com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde; e b) a transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios participativos institucionalizados.
A Lei 11.445/2007 reforça a necessidade de planejamento para o saneamento, por meio da obrigatoriedade de planos municipais de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, drenagem e manejo de águas pluviais, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Esses planos são obrigatórios para que possam ser estabelecidos contratos de delegação da prestação de serviços e para que possam ser acessados recursos do governo federal (OGU, FGTS e FAT), com prazo final para sua elaboração terminando em 2017. A Lei reforça também a participação e o controle social, através de diferentes mecanismos como: audiências públicas, definição de conselho municipal responsável pelo acompanhamento e fiscalização da política de saneamento, sendo que a definição desse conselho também é condição para que possam ser acessados recursos do governo federal.
O marco legal introduz também a obrigatoriedade da regulação da prestação dos serviços de saneamento, visando à garantia do cumprimento das condições e metas estabelecidas nos contratos, à prevenção e à repressão ao abuso do poder econômico, reconhecendo que os serviços de saneamento são prestados em caráter de monopólio, o que significa que os usuários estão submetidos às atividades de um único prestador.
FONTE: adaptado de http://www.
assemae.org.br/artigos/item/1762-sane-
amento-basico-como-direito-de-cidadania“Nesse sentido destacamos as Conferências das Cidades e a criação da Secretaria de Saneamento e do Conselho Nacional das Cidades, que deram à política urbana uma base de participação e controle social”.
No fragmento, o pronome relativo exerce a função sintática de
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UEG GO/2018)
Dificuldades para a busca da verdade
1 Em nossa sociedade, é muito difícil despertar nas pessoas o desejo de buscar a verdade. Pode 2 parecer paradoxal que assim seja, pois parecemos viver numa sociedade que acredita nas ciências, que 3 luta por escolas, que recebe durante 24 horas diárias informações vindas de jornais, rádios e televisões, 4 que possui editoras, livrarias, bibliotecas, museus, salas de cinema e de teatro, vídeos, fotografias e 5 computadores.
6 Ora, é justamente essa enorme quantidade de veículos e formas de informação que acaba tornando 7 tão difícil a busca da verdade, pois todo mundo acredita que está recebendo, de modos variados e 8 diferentes, informações científicas, filosóficas, políticas, artísticas e que tais informações são verdadeiras, 9 sobretudo porque tal quantidade informativa ultrapassa a experiência vivida pelas pessoas, que, por isso, 10 não têm meios para avaliar o que recebem.
11 Bastaria, no entanto, que uma mesma pessoa, durante uma semana, lesse de manhã quatro jornais 12 diferentes e ouvisse três noticiários de rádio diferentes; à tarde, frequentasse duas escolas diferentes, onde 13 os mesmos cursos estariam sendo ministrados; e, à noite, visse os noticiários de quatro canais diferentes 14 de televisão, para que, comparando todas as informações recebidas, descobrisse que elas “não batem” 15 umas com as outras, que há vários “mundos” e várias “sociedades” diferentes, dependendo da fonte de 16 informação.
17 Uma experiência como essa criaria perplexidade, dúvida e incerteza. Mas as pessoas não fazem ou não 18 podem fazer tal experiência e por isso não percebem que, em lugar de receber informações, estão 19 sendo desinformadas. E, sobretudo, como há outras pessoas (o jornalista, o radialista, o professor, o 20 médico, o policial, o repórter) dizendo a elas o que devem saber, o que podem saber, o que podem e 21 devem fazer ou sentir, confiando na palavra desses “emissores de mensagens”, as pessoas se sentem 22 seguras e confiantes, e não há incerteza porque há ignorância.
CHAUÍ, Marilena. Convite
à Filosofia. 13. ed. 2003.
São Paulo: Ática. p. 90.No trecho “é justamente essa enorme quantidade de veículos e formas de informação que acaba tornando tão difícil a busca da verdade” (Refs. 6-7), o constituinte “essa enorme quantidade de veículos e formas de informação” exerce a função sintática de
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UEFS BA/2018)
Leia o texto de Edward Said.
Poucas figuras na história da música – e apenas um punhado de intérpretes – chegaram a gozar, fora do mundo musical, de uma reputação tão rica e tão complexa quanto a de Glenn Gould, o pianista, compositor e intelectual canadense que morreu de um infarto em 1982, aos 51 anos. Esse número reduzido certamente tem a ver com a lacuna cada vez maior entre o mundo da própria música clássica (deixando-se de lado a indústria musical) e o ambiente cultural mais amplo, uma lacuna pronunciada que contrasta com as relações razoavelmente próximas que ligam o mundo da literatura ao da pintura, do cinema, da fotografia e da dança. O intelectual ou literato contemporâneo não tem grande experiência na arte musical, raras vezes toca um instrumento ou estudou solfejo e teoria e, a não ser por comprar e colecionar gravações de alguns nomes como Karajan 1 ou Callas 2, não costuma ser efetivamente versado na prática musical – quer se trate de relacionar execução, interpretação e estilo, quer se trate de diferenciar as características harmônicas e rítmicas de Mozart, Berg 3 e Messiaen 4. É provável que essa lacuna seja resultado de muitos fatores, entre os quais o recuo da música nos currículos humanísticos, o declínio da interpretação amadora (aulas de violino e piano já foram parte rotineira da formação) diante de padrões proibitivos e profissionais, e o difícil acesso ao mundo da música contemporânea.
No entanto, Gould parece ter conquistado na imaginação geral um lugar em que ainda permanece, mais de duas décadas após sua morte.
(Estilo tardio, 2009. Adaptado.)
1 Herbert von Karajan: um dos mais conhecidos regentes do século XX.
2 Maria Callas: uma das mais conhecidas cantoras líricas do século XX.
3 Alban Berg: importante compositor clássico do século XX.
4 Olivier Messiaen: importante compositor clássico do século XX.
“No entanto, Gould parece ter conquistado na imaginação geral um lugar em que ainda permanece, mais de duas décadas após sua morte” (2º parágrafo)
O sujeito do verbo sublinhado é:
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