Revise os principais pontos do início do Modernismo no Brasil, incluindo a Semana de Arte Moderna e os artistas e intelectuais envolvidos nesse evento. Trata-se de um dos conteúdos mais recorrentes nas provas de Linguagens do Enem.
Nesta aula de Literatura para o Enem você vai fazer uma revisão do conteúdo sobre o início do Modernismo no Brasil. Para tanto, além do panorama artístico da época, vamos revisar também o seu contexto histórico. Sendo a Semana de Arte Moderna o marco inicial do Modernismo brasileiro, esse evento será um dos principais assuntos abordados ao longo do texto.
O Brasil passava por profundas modificações sociais, políticas e econômicas no início do século XX. Entretanto, no terreno artístico não caminhava com a mesma velocidade.
É certo que o Simbolismo e as obras do Pré-Modernismo conferiram à literatura nacional novas perspectivas e roupagens. Todavia, o conservadorismo ainda caracterizava as artes brasileira. Assim, os pintores ligados ao século passado e o Parnasianismo de Olavo Bilac e seus contemporâneos ainda eram muito admirados. Nesse sentido, pode-se dizer que a arte brasileira era conservadora e indiferente às rupturas que a Europa e os Estados Unidos imprimiam à arte no início do século XX.
Por outro lado, havia um número significativo de jovens artistas brasileiros em contato com as mudanças que ocorriam na arte estrangeira, as chamadas vanguardas europeias. Paralelamente a isso, eram influenciados pelo nacionalismo, já presente na nossa arte desde o final do século anterior (com os temas mais associados ao Romantismo).
O início do Modernismo
A primeira exposição de arte não acadêmica realizada no Brasil foi feita por um estrangeiro, Lasar Segall, em 1913, nas cidades de São Paulo e Campinas. Entretanto, apesar do pioneirismo de Segall, suas mostras não causaram grande repercussão, provavelmente por ter sido muito prematura para a arte brasileira.
A exposição de Anita Malfatti
A exposição de Anita Malfatti parece ter sido o estopim para a reunião desses artistas ansiosos por mudanças. Posteriormente, o encontro de alguns dos principais futuros líderes modernistas com a arte de Brecheret, recém voltado da Europa, também teve grande importância no surgimento do chamado movimento de arte modernista.
Como se vê na obra acima, a brasilidade seria uma das características fundamentais presentes na produção das artes plásticas, da literatura, da música e de outras esferas artísticas.
A Semana de Arte Moderna
Em 1922, possivelmente através de uma sugestão de Di Cavalcanti, aSemana de Arte Moderna seria realizada. Trata-se do ponto de início do Modernismo brasileiro e de um evento cujos desdobramentos mudariam as artes brasileiras desse momento em diante.
Reunindo diversas atividades, como leituras de poemas, espetáculos de dança e de teatro e exposição de artes plásticas, o evento iria sacudir a São Paulo dos anos 1920. Ao mesmo tempo que conferiu uma nova dimensão às artes brasileiras, a Semana de Arte Moderna também polemizou e escandalizou. Adeptos das tradições acadêmicas e do conservadorismo manifestaram sua repulsa, indignação e aversão ao evento. Teceram críticas ácidas e nada amistosas às atividades artísticas desenvolvidas na Semana.
A Semana de Arte Moderna buscava que a arte brasileira estivesse tão atualizada quanto a internacional, nada devendo àquela em qualidade. Ao mesmo tempo, esse evento prezava que as artes brasileiras conservassem as características nacionais, rompendo com as tradições importadas sobretudo da Europa.
Mesmo não tendo a repercussão que posteriormente foi atribuída a ela, o evento foi bastante significativo por reunir artistas talentosos e com sede de renovações. Logo após sua realização, importantes artistas que dela participaram partiam para a Europa, enquanto outros nomes fundamentais dessa fase de nosso Modernismo chegavam do referido continente.
É o caso de Lasar Segall, que vinha fixar-se no Brasil, trazendo grandes contribuições às artes brasileiras. Também é o caso de Tarsila do Amaral, uma das pioneiras em concretizar os ideais da Semana de Arte Moderna, aliando a brasilidade a elementos das vanguardas europeias.
As divisões do movimento Modernista
A partir de 1924, começam a surgir as divisões do Movimento Modernista, principalmente a partir do Pau-brasil (Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, entre outros membros) e do Verde-amarelo (Menotti del Picchia e Plínio Salgado, como alguns dos representantes). A valorização do caráter nacional era importante para as duas correntes.
No entanto, o movimento Pau-brasil não abria mão da atualização da arte brasileira, tomando como parâmetro as produções internacionais. Já o grupo do Verde-amarelo era mais apegado às tradições e cauteloso em relação aos movimentos vanguardistas estrangeiros. Divergências políticas, ideológicas e sociais profundas acabariam por afastar cada vez mais essas duas correntes do Modernismo brasileiro.
Outros grupos foram instituídos e acabaram por polarizar ainda mais a discussão modernista brasileira. A Antropofagia, inspirada no quadro Abaporu de Tarsila do Amaral e liderada por Oswald de Andrade e Raul Bopp. Trata-se de um grupo cujos objetivos buscavam o rompimento com a arte e a história anteriores ao movimento.
Seu propósito era “devorar” as culturas estrangeiras, assimilando delas o que fosse considerado importante pelo grupo brasileiro. Outro importante grupo é o Grupo da Anta, o qual reafirmava a cultura brasileira, afastando-se das influências estrangeiras e, posteriormente, desdobrando-se no Integralismo.
Modernismo e a identidade nacional
Convém lembrar que o Modernismo brasileiro surgiu com a intenção de ser um movimento de vanguarda, numa época em que na Europa estava havendo um refluxo e uma tendência contrária, a de volta à ordem. A Europa procurava romper com o peso da arte passada, das tradições e do academicismo. A arte abstrata passava a ser extremamente valorizada no continente europeu.
Já no Brasil o Modernismo assumia mais a função de promover uma atualização da arte brasileira. Uma arte, na visão dos modernistas, capaz de ajudar na consolidação da identidade nacional, a qual não abria mão do figurativismo.
As vanguardas europeias tinham caráter universal. O Modernismo brasileiro, por sua vez, buscava expressar as particularidades nacionais, assimilando para isso aquilo que lhe interessava nas propostas de arte moderna que chegavam do velho continente.
Por ser um período artístico e literário amplo, e a fim de melhor agrupar artistas e obras segundo características comuns, o Modernismo brasileiro está dividido em três fases ou gerações.
A primeira fase data da Semana da Arte Moderna (1922) e se estende até o ano de 1930. Já a segunda geração está compreendida no período de 1930 a 1945. Finalmente, a terceira fase modernista começa em 1945 e se estende até o final da década de 1970. Entretanto, o seu ano final é um ponto que divide críticos e estudiosos do assunto, sendo um ponto de divergências.
Videoaula sobre a Semana de Arte Moderna
Para entender melhor a Semana de Arte Moderna no contexto do início do Modernismo, assista à videoaula a seguir, com a professora Camila!
Questões sobre o início do modernismo brasileiro
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(PUC Campinas SP/2022)
Os inovadores, na fase de afirmação, que se costuma chamar “heroica”, não podiam ver o Brasil que não fosse ou a São Paulo arlequinal, espaço da modernidade, ou o território mítico de Macunaíma e da Antropofagia […].
No segmento acima, o crítico e historiador Alfredo Bosi considera que o Modernismo de 22:
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(Unesp SP/2021)
Leia o trecho do romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
Sei que estou contando errado, pelos altos. Desemendo. Mas não é por disfarçar, não pense. De grave, na lei do comum, disse ao senhor quase tudo. Não crio receio. O senhor é homem de pensar o dos outros como sendo o seu, não é criatura de pôr denúncia. E meus feitos já revogaram, prescrição dita. Tenho meu respeito firmado. Agora, sou anta empoçada, ninguém me caça. Da vida pouco me resta — só o deo-gratias; e o troco. Bobeia. Na feira de São João Branco, um homem andava falando: — “A pátria não pode nada com a velhice…” Discordo. A pátria é dos velhos, mais. Era um homem maluco, os dedos cheios de anéis velhos sem valor, as pedras retiradas — ele dizia: aqueles todos anéis davam até choque elétrico… Não. Eu estou contando assim, porque é o meu jeito de contar. Guerras e batalhas? Isso é como jogo de baralho, verte, reverte. Os revoltosos depois passaram por aqui, soldados de Prestes, vinham de Goiás, reclamavam posse de todos os animais de sela. Sei que deram fogo, na barra do Urucuia, em São Romão, aonde aportou um vapor do Governo, cheio de tropas da Bahia. Muitos anos adiante, um roceiro vai lavrar um pau, encontra balas cravadas. O que vale, são outras coisas. A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim é que eu conto. […] Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe.
(Grande sertão: veredas, 2015.)
O evento histórico mencionado no texto está relacionado:
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(FPS PE/2020)
Em princípios do século XX, o Brasil presenciou a concretização da Semana de Arte Moderna. Este evento, até hoje uma das principais referências para a história da Literatura nacional, ganhou preponderância incontestável. Isso devido:
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(Uncisal AL/2020)
Pobre Alimária
o cavalo e a carroça
estavam atravancados no trilho
e como o motorneiro se impacientasse
porque levava os advogados para os escritórios
desatravancaram o veículo
e o animal disparou
mas o lesto carroceiro
trepou na boleia
e castigou o fugitivo atrelado
com um grandioso chicote
ANDRADE, Oswald de. Pau-brasil. Rio de Janeiro: Globo, 1995 (adaptado).
Publicado por Oswald de Andrade, no livro Pau-brasil, em 1925, o poema Pobre Alimária é um dos mais emblemáticos do movimento modernista brasileiro. Nele, o poeta trata de aspectos do contexto histórico e social do Brasil daquela época, por meio da:
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(UCB DF/2019)
Pneumotórax
1 Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
4 Mandou chamar o médico:
– Diga trinta e três.
– Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
7 – Respire.
– O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o
pulmão direito infiltrado.
10 – Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
11 – Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
No poema, e sobretudo em “A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.” (verso 11), observam-se características recorrentes na poesia do primeiro tempo modernista, entre as quais é correto citar a presença de:
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(Uncisal AL/2020)
No livro Pau-brasil, um dos marcos da poesia modernista brasileira, Oswald de Andrade inseriu o seguinte poema, que trata do patrimônio linguístico brasileiro e de sua importância para a identidade nacional.
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
ANDRADE, Oswald de. Obras completas/Pau-brasil. São Paulo: Globo, 1990.
Os contrastes entre as pronúncias de palavras elencados por Oswald de Andrade em seu poema evidenciam:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UECE/2019)
O Bicho
Manuel Bandeira
01 Vi ontem um bicho
02 Na imundície do pátio
03 Catando comida entre os detritos.
04 Quando achava alguma coisa,
05 Não examinava nem cheirava:
06 Engolia com voracidade.
07 O bicho não era um cão,
08 Não era um gato,
09 Não era um rato.
10 O bicho, meu Deus, era um homem.
BANDEIRA, M. Poesias completas. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.
A característica da temática e do estilo próprios da escrita literária de Manuel Bandeira que NÃO está presente no poema O Bicho é:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UCB DF/2019)
Hípica
1 Saltos records
Cavalos da Penha
Correm jóqueis de Higienópolis
4 Os magnatas
As meninas
E a orquestra toca
7 Chá
8 Na sala cocktails
ANDRADE, Oswald de. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
Com base na obra de Oswald de Andrade, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UNITAU SP/2018)
Sobre o livro Libertinagem, de Manuel Bandeira, assinale a alternativa INCORRETA.
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(Fac. Baiana de Direito BA/2018)
O Último Poema
Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
BANDEIRA, Manuel. O Último Poema. Disponível em: http://www.revista-bula.com>. Acesso em: set. 2017.
O eu lírico, nesses versos que constituem uma metapoesia, expressa o desejo de que seu “último poema” fosse:
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Sobre o(a) autor(a):
Texto produzido pelo Professor João Paulo Prilla para o Curso Enem Gratuito. JP é licenciado em Letras- Português, Inglês e respectivas Literaturas (2010) pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões e mestrando em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina. Ministra aulas de Literatura, Língua Portuguesa e Redação em escolas da Grande Florianópolis desde 2011.
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