Você sabe como o sexo biológico é determinado em seres humanos? Sabe quais são as características sexuais primárias e secundárias? Não? Então, estude as características sexuais humanas com este post de biologia para o Enem!
Primeiramente, é importante ressaltar que falar de características sexuais humanas quase sempre é um tabu. Infelizmente, um assunto que deveria ser encarado com simplicidade e normalidade é muitas vezes tratado sob lentes bastante preconceituosas.
Todavia, o sexo e a sexualidade fazem parte da vida dos seres humanos. Não somente como a única maneira de nos reproduzirmos, mas também como um ato carregado de funções sociais.
Os seres humanos, assim como outros animais, têm relações sexuais por prazer. Muitas vezes, o sexo é utilizado para expressar carinho e afeto. Assim como a expressão da sexualidade é comumente associada à nossa identidade na sociedade.
Nesta aula de Biologia para o Enem, iremos revisar as características biológicas do sexo. Contudo, é importante frisar que há uma série de questões sociais e lutas identitárias extremamente importantes relacionadas a este assunto.
Reprodução sexuada no ser humano
Além disso, é necessário lembrar que os seres humanos são animais extremamente complexos. Por isso, a reprodução assexuada não é uma opção. Para que nós, seres humanos, consigamos perpetuar a nossa espécie é necessário que realizemos reprodução sexuada.
O aparelho genital feminino
Confira com a professora de biologia Juliana Evelyn Santos, do Canal do Curso Enem Gratuito, as características e funções do órgão genital feminino:
Para que ocorra uma reprodução sexuada, é necessário que haja mistura de material genético de dois indivíduos. Para isso, os seres humanos, assim como os demais animais, produzem células especiais chamadas de gametas.
Lembre-se de que os gametas femininos são chamados de óvulos (no caso da espécie humana, ovócito secundário) e os masculinos são os espermatozoides.
Os seres humanos possuem órgãos especiais que produzem os gametas. São as chamadas gônadas. As gônadas masculinas são os testículos, enquanto que as femininas são os ovários.
Além das gônadas, os seres humanos apresentam outros órgãos sexuais que irão possibilitar o encontro desses gametas. Além disso, esses órgãos vão possibilitar, também, a gestação do embrião formado na fecundação.
Cromossomos sexuais humanos
Os seres humanos, assim como os demais mamíferos, têm seus sexos determinados geneticamente. Sendo assim, nosso sexo biológico é determinado no momento em que ocorre a fecundação. Ou seja, durante a união do óvulo com o espermatozoide.
Veja o aparelho reprodutor masculino
Confira com a professora Juliana as características do órgão sexual masculino:
Para que você entenda melhor a determinação sexual nos seres humanos, é necessário que você revise os cromossomos humanos. Vou te ajudar:
Uma rápida revisão:
Antes de tudo, lembre que os seres humanos possuem 46 cromossomos (“pedaços” de DNA). Eles formam 23 pares de cromossomos homólogos (com tamanho e formato semelhante e ainda possuem genes para as mesmas características).
Esses cromossomos contém toda a nossa informação genética. Além disso, eles compõem o que chamamos de genótipo.
Desses 46 cromossomos, 44 são chamados de cromossomos autossomos. Os cromossomos autossomos são os cromossomos que não têm ligação com a determinação do nosso sexo. Eles estão ligados às mais diferentes funções do nosso organismo.
Por outro lado, os 2 cromossomos restantes são chamados de cromossomos sexuais. Nestes cromossomos, estão as informações genéticas que irão determinar o sexo biológico de um ser humano.
Esses cromossomos sexuais formam o que chamamos de par sexual. Existem dois tipos de cromossomos sexuais na espécie humana: o cromossomo X e o cromossomo Y.
As mulheres possuem dois cromossomos X, sendo seu par sexual chamado de XX. Já os homens, possuem um cromossomo X e um cromossomo Y. Sendo assim, o par sexual masculino é XY.
Na primeira imagem, há a fotografia de um cariótipo humano masculino, onde os cromossomos humanos estão organizados em pares de homólogos. Os cromossomos sexuais, X e Y estão no fim do cariótipo. Na imagem é possível observar que o cromossomo Y é menor que o X. Na segunda fotografia, há o cariótipo feminino. Por isso, no fim do cariótipo há dois cromossomos X, que correspondem ao par sexual feminino.
Ao contrário dos cromossomos autossomos, os cromossomos sexuais diferem um do outro. O cromossomo Y é menor que o cromossomo X e possui genes exclusivos do sexo masculino. Sendo assim, há regiões do cromossomo X que não possuem correspondência no cromossomo Y.
Determinação sexual humana
A determinação sexual humana é genética e determinada pelo tipo de cromossomo que o embrião recebe dos gametas. Isso porque quando as células germinativas presentes nas gônadas humanas sofrem meiose, o nosso conjunto de cromossomos é dividido ao meio. Em seguida, ocorre a separação dos cromossomos homólogos.
Sendo assim, os dois cromossomos sexuais, que formam o chamado par sexual, são separados. Ao fim da meiose, temos 4 células, sendo que cada uma delas contém 23 cromossomos, 22 autossomos e um sexual.
Como as mulheres possuem apenas cromossomos X em seus pares sexuais, elas produzirão óvulos contendo 22 cromossomos autossomos e um cromossomo X.
Já os homens possuem em seus pares sexuais um cromossomo X e um cromossomo Y. Assim, 50% dos seus espermatozoides terão 22 cromossomos autossomos e um cromossomo Y. Os outros 50% terão 22 cromossomos autossomos e um cromossomo X.
Dessa maneira, para que se forme um embrião:
Feminino: devem se unir um óvulo contendo um cromossomo X e um espermatozoide contendo também o cromossomo X.
Masculino: deve se juntar um óvulo contendo um cromossomo X a um espermatozoide contendo um cromossomo Y.
Características sexuais primárias
As características sexuais primárias são aquelas que podemos observar em uma criança ao nascer. Elas correspondem às diferenças entre as gônadas e a genitália masculina e feminina.
Sendo assim, essa diferenciação é estimulada pelas características genéticas contidas nos cromossomos sexuais.
Por volta da 4ª semana de desenvolvimento no útero da mãe, o embrião desenvolve uma estrutura genital indiferenciada. Ou seja, no início da vida, as genitálias de embriões masculinos e femininos são iguais.
No topo do esquema está representada a genitália primordial humana, presente em embriões humanos tanto do sexo feminino quanto do masculino durante as primeiras semanas de vida. Após algumas semanas, ocorre a diferenciação que formará a genitália masculina e a genitália feminina.
Contudo, após um curto período, um gene presente no cromossomo Y, chamado gene SRY, estimula a diferenciação dessa gônada primordial em testículos nos embriões/fetos masculinos. Tal processo de diferenciação finaliza entre a 7ª e a 10ª semana de gestação.
Todavia, apesar de estarem diferenciados, os testículos não estão em sua posição final. Eles se formam no interior da região pélvica do embrião e só completam sua migração para o saco escrotal por volta do 7º mês de gestação.
Já nos embriões femininos, um gene presente no cromossomo X (que se encontra em dose dupla, uma vez que os embriões femininos têm dois cromossomos X) irá estimular o desenvolvimento dos ovários e do restante dos órgãos genitais.
Mesmo que estes genes não estivessem presentes, a ausência do gene SRY já seria o suficiente para a diferenciação das gônadas primordiais em gônadas femininas.
Características sexuais secundárias
As caraterísticas sexuais secundárias estão ligadas ao dimorfismo sexual humano. Ou seja, às características que diferenciam corpos masculinos e femininos adultos.
Essas características começam a aparecer a partir da puberdade. Durante esse período, que geralmente ocorre por volta dos doze anos de idade, várias mudanças irão ocorrer. Uma delas é um estirão de crescimento somático, onde ocorrerá um crescimento acelerado do organismo. As crianças, nessa fase, crescem em média 13 centímetro por ano.
Ação hormonal nas características sexuais humanas
No início da puberdade, glândula hipófise (glândula endócrina localizada na base do cérebro), passa a produzir dois hormônios: FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante).
Estes hormônios irão estimular as gônadas que, em seguida, produzirão outros hormônios.
No caso das gônadas masculinas, os testículos, haverá a produção de testosterona. Já as gônadas femininas, os ovários, passarão a produzir estrógeno e progesterona.
Assim, os hormônios masculinos e femininos produzidos nessa fase irão estimular o desenvolvimento de diferentes características sexuais secundárias. Veja:
Características sexuais masculinas
Nos meninos, a principal característica sexual secundária que surge na puberdade é o início da produção de espermatozoides. Além disso, podemos observar outras características listadas a seguir:
– Surgimento de pelos na região da genitália e das axilas;
– Aumento da massa muscular e dos testísculos;
– Aumento dos testículos;
– Alterações no timbre da voz;
– Crescimento da barba.
Características sexuais femininas
Nas meninas, a característica mais marcante da puberdade é a menarca. A menarca é a primeira menstruação (sangramento vaginal que caracteriza o fim de um ciclo menstrual). Além disso, os hormônios que começam a ser produzidos em grande quantidade na puberdade irão produzir as seguintes características:
– Desenvolvimento das mamas;
– Alargamento dos quadris;
– Deposição de gordura nas nádegas e coxas;
– Surgimento de pelos na região pubiana e nas axilas.
Resumo da reprodução sexuada:
Exercícios sobre a Reprodução nos seres humanos
Questão 01 – (UNESP SP/2020) Comportamento do casal pode definir sexo do bebê, dizem pesquisadores
Muitas pessoas sonham não só com o nascimento de um bebê, mas com o sexo dele. Não é possível escolher se você vai gerar uma menina ou um menino, mas alguns pesquisadores sugerem que alguns fatores, como fazer sexo exatamente no dia da ovulação, ou a frequência das relações sexuais, aumentariam a chance de ter uma criança de determinado sexo.
(Ivonete Lucirio. https://universa.uol.com.br, 06.08.2012. Adaptado.)
A notícia traz hipóteses ainda em discussão entre especialistas, mas o que o conhecimento biológico tem como certo é que, na espécie humana, o sexo da prole é definido no momento da fecundação e depende da constituição cromossômica do
a) espermatozoide, que é definida na meiose I da gametogênese do pai e a mãe não tem participação na determinação do sexo da prole.
b) óvulo, que é definida na meiose II da gametogênese da mãe e o pai não tem participação na determinação do sexo da prole.
c) espermatozoide, que é definida na meiose II da gametogênese do pai e a mãe não tem participação na determinação do sexo da prole.
d) óvulo e do espermatozoide, que são definidas na meiose II da gametogênese de ambos os genitores e o pai e a mãe participam, conjuntamente, da determinação do sexo da prole.
e) óvulo, que é definida na meiose I da gametogênese da mãe e o pai não tem participação na determinação do sexo da prole.
2) (UECE-2002.1) Os hormônios responsáveis pela maior massa muscular nos homens e pela maior gordura e tecido adiposo nas mulheres são, respectivamente:
A) Luteinizante e Prolactina.
B) Testosterona e Estrógeno.
C) Ocitocina e Progesterona.
D) Aldosterona e Folículo Estimulante.
3) (FUVEST) No início do desenvolvimento, todo embrião humano tem estruturas que podem se diferenciar tanto no sistema reprodutor masculino quanto no feminino. Um gene do cromossomo Y, denominado SRY (sigla de sex-determining region Y), induz a formação dos testículos. Hormônios produzidos pelos testículos atuam no embrião, induzindo a diferenciação das outras estruturas do sistema reprodutor masculino e, portanto, o fenótipo masculino. Suponha que um óvulo tenha sido fecundado por um espermatozoide portador de um cromossomo Y com uma mutação que inativa completamente o gene SRY. Com base nas informações contidas no parágrafo anterior, pode-se prever que o zigoto:
a) será inviável e não se desenvolverá em um novo indivíduo.
b) se desenvolverá em um indivíduo cromossômica (XY) e fenotipicamente do sexo masculino, normal e fértil.
c) se desenvolverá em um indivíduo cromossômica (XY) e fenotipicamente do sexo masculino, mas sem testículos.
d) se desenvolverá em um indivíduo cromossomicamente do sexo masculino (XY), mas com fenótipo feminino.
e) se desenvolverá em um indivíduo cromossômica (XX) e fenotipicamente do sexo feminino.
Gabarito: 1. A; 2. B; 3.C
Simulado geral de biologia
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