Diabetes Mellitus: o que é, diagnóstico e tratamento

Diabetes Mellitus é uma doença crônica metabólica, caracterizada pela hiperglicemia sanguínea. Pode ser classificada em tipo 1 e tipo 2. Vamos entender mais sobre essa doença na aula de hoje?

A Diabetes Mellitus se enquadra na classificação de doença metabólica e crônica não transmissível. Ela é caracterizada pela hiperglicemia sanguínea, popularmente chamado de “açúcar no sangue”.

Uma condição frequente de hiperglicemia sanguínea no organismo, pode ser muito danosa. Ela afeta diversos tecidos do corpo, como o coração, rins e nervos. Esse quadro de hiperglicemia está relacionado também a uma maior chance de desenvolvimento de neuropatias e doenças cardiovasculares.

Hoje em dia é possível reverter a realidade de pessoas pré-diabéticas com a realização de exercícios físicos diários. Então se liga no artigo e vamos aprender mais sobre como combater a diabete mellitus

diabetes mellitus Uma vida saudável com exercícios físicos pode ajudar a evitar a diabetes mellitus

Diabetes mellitus e os mecanismos hormonais

Existem dois tipos de Diabetes Mellitus que precisamos compreender. Geralmente chamados de diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2. Então para entender cada um dos casos, relembre o mecanismo hormonal de absorção ou liberação de insulina pelas células.

Quando ingerimos carboidratos, logo eles são convertidos em glicose no nosso corpo. Dessa maneira eles passam pela corrente sanguínea antes de serem absorvidos pela célula. E assim eles estão prontos para formarem estoques de energia.

Em nosso corpo existem dois hormônios que modulam esse processo: a insulina e o glucagon. Em conclusão ambos são produzidos pelo pâncreas.

Como acontece a absorção de insulina?

Então após as refeições, temos a glicose circulando no nosso sangue. A partir disso, o pâncreas produz insulina, que fará a glicose ser absorvida pela célula. Portanto a glicose é armazenada como forma de energia nos tecidos musculares: hepático e adiposo.

E assim na membrana das células, existe um receptor de insulina. Com o qual ela se conecta e abre passagem para a glicose.

Porém o glucagon faz o processo contrário. Por sua vez em períodos de jejum ou exercício físico, o corpo necessita da glicose circulando no sangue. Então o glucagon faz com que os estoques de energia dos tecidos voltem para a corrente sanguínea.

Portanto o problema acontece quando esse processo tão comum realizado em nosso corpo pela insulina, não acontece em pessoas diabéticas.

Diabetes Mellitus tipo 1

Os casos de diabetes tipo 1 correspondem de 5% a 10% dos casos totais. Esse quadro também é denominado de insulina dependente. Geralmente se manifesta desde a infância. Portanto, o portador nesse caso não produz ou produz muito pouco de insulina.

Então a glicose acaba circulando na corrente sanguínea sem conseguir ser armazenada pelos tecidos, uma vez que a insulina não é suficiente. Logo, o portador apresenta um quadro frequente de hiperglicemia sanguínea. Nesse caso, o indivíduo precisará de aplicações de insulina diariamente, que farão o papel desejado. Entretanto a quantidade de insulina aplicada ou a frequência depende do quadro do paciente.

Algumas vezes a necessidade de insulina é tão grande, que alguns indivíduos precisam de aplicações a cada hora. Tudo isso é determinado através de prescrição médica, pois as doses não são iguais em todos os períodos do dia.

Diabetes Mellitus tipo 2

Já na diabetes tipo 2, é possível identificar a doença geralmente devido ao estilo de vida do indivíduo ou por fatores genéticos. Esse tipo corresponde de 90% a 95% dos casos. Geralmente ele se manifesta pela resistência que os receptores de insulina apresentam, que logo mais podem acarretar em disfunções no pâncreas.

Para conseguir ter diabetes tipo 2 é possível que ela se desenvolve com um estilo de vida não saudável. Ou seja, com dietas inadequadas e sedentarismo. Dessa maneira os receptores de insulina acabam criando uma resistência. Então elas impedem que a glicose seja captada e armazenada.

Logo, com essa resistência dos receptores, a glicose continua em circulação. Assim, o pâncreas entende que precisa produzir ainda mais insulina. Então isso sobrecarrega a função do órgão e isso acarreta a disfunções.

Como acontece o diagnóstico

O diagnóstico da diabetes mellitus é feito através de exames de sangue. Um deles é chamado de Hemoglobina Glicada. Esse exame é um dos mais precisos, pois a glicose tem a capacidade de se ligar à hemoglobina, e essa ligação, chamada de glicação, é irreversível.

Medindo a hemoglobina glicada, consegue-se estimar a glicemia. Quando mais glicose, mais glicação. Uma hemácia dura aproximadamente 120 dias, portando, com esse exame, teremos um reflexo da glicemia dos últimos 2-3 meses, sendo portanto, um dos mais confiáveis.

Outro exame realizado com bastante frequência é a glicemia em jejum. Ele é mais simples, porém só reflete a glicose sanguínea presente na hora do exame.

Observe os valores que podem ser apresentados no exame de glicemia em jejum:

  • Normal: 99 ou abaixo;

  • Pré-diabetes: 100-125;

  • Diabetes: 126 ou mais.

Fatores que aumentam as chances da diabetes

Como vimos, o diabetes tipo 2 acontece geralmente por reflexo do estilo de vida do indivíduo. Portanto, há fatores de risco que devem ser considerados, podendo eles ter ou não relação com o estilo de vida. São eles:

  • Índice de massa corporal > 25

  • >45 anos

  • Obesidade central

  • Histórico familiar

  • Hipertensão arterial (>140/90mmHg)

  • Colesterol HDL <40mg/dl ou triglicerídeos >150mg/dl

  • Histórico de diabetes gestacional

  • Doença cardiovascular

Exercícios físicos no combate ao diabetes mellitus

O exercício físico melhora o perfil glicêmico do indivíduo. Dessa maneira ele acaba por impedir a diabetes ou seu avanço no quadro de diabetes tipo 2.

A prática de exercícios físicos de maneira regular melhora a tolerância do corpo à glicose. Principalmente aumenta a sensibilidade da insulina pelos receptores, otimizando o processo de captação de glicose. Então manter uma vida ativa, é possível dessa maneira melhorar o controle glicêmico.

Durante o exercício físico a liberação de glucagon aumenta. Dessa forma ele faz com que a glicose se encontre disponível no sangue. Então as demandas energéticas aumentam durante a prática de exercício. Ou seja, fazem com que o funcionamento de todo o sistema de captação e liberação de glicose fique otimizado.

Como os exercícios físicos auxiliam na saúde

O American College of Sports Medicine (ACSM), é responsável por apresentar diretrizes relacionadas à prática de exercícios físicos. Sejam os exercícios aplicados em condições normais ou em populações especiais.

Em relação à diabetes, o ACSM apresenta que a prática de exercícios físicos aeróbios deve ser realizada todos os dias. É importante lembrar que a hemoglobina glicada também possui uma diminuição com a prática de exercícios físicos. Ou seja, o treinamento de força junto com o aeróbio também se mostra benéfico no controle glicêmico.

Cuidados a serem tomados

Alguns cuidados também precisam ser tomados durante a prática de exercícios por um diabético, ficando sob a responsabilidade de um profissional de educação física capacitado e do próprio indivíduo.

Nos casos de diabetes tipo 1, é recomendado ingerir mais carboidratos. Junto com a redução das doses de insulina. Nesses casos, é importante que aconteça um monitoramento de glicemia.

Uma das consequências da diabetes é a perda da sensibilidade nas extremidades do corpo. Portanto chamada de neuropatia periférica, atingindo geralmente os pés. Então é necessário extremo cuidado para não sobrecarregar os pés. Assim é possível evitar lesões, pois os portadores de diabetes podem não sentir.

Videoaula

Para complementar o conteúdo, assista o vídeo a seguir sobre insulina e diabetes, pelo Dr. Dráuzio Varella e responda as questões propostas.

Exercícios

1) (ENEM – 2012)

diabetes mellitusA condição física apresentada pelo personagem da tirinha é um fator de risco que pode desencadear doenças como

A) Anemia

B) Beribéri

C) Diabetes

D) Escorbuto

E) Fenilcetonúria

2) (UERJ – 2019)

O diabetes mellitus é uma síndrome metabólica que interfere na produção do hormônio insulina, alterando os níveis de glicose no sangue. Admita que os gráficos a seguir apresentam as taxas de glicose e de insulina presentes no sangue de três indivíduos.

Identifique o gráfico que corresponde ao indivíduo com diabetes mellitus, justificando sua resposta com base nas taxas de glicose e insulina.

Em seguida, nomeie o órgão responsável pela produção de insulina e aponte a função exercida por sua porção exócrina.

3) (Faculdade Pequeno Príncipe PR – 2019)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de adultos com diabetes tipo 2 quadruplicou nas últimas quatro décadas, passando de 108 milhões de pessoas em 1980 para 422 milhões atualmente. No Brasil, a porcentagem de pessoas com a doença passou de 5% para 8,1% no mesmo período. Em 2014, foram 71.700 mortes causadas no país pela doença. O Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou na quinta-feira a cirurgia metabólica, também conhecida como cirurgia bariátrica ou de redução de estômago, para o tratamento do diabetes tipo 2 (DM2). De acordo com a Resolução nº 2.172/2017, são elegíveis à intervenção de pacientes com índice de massa corpórea (IMC) entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2 (o que inclui pessoas com sobrepeso e obesidade grau I), que não tenham conseguido controlar a doença com medicamentos.

A utilização da cirurgia bariátrica para tratamento dos diabéticos tipos 2 e com sobrepeso ou obesidade tipo 1 tem como um dos objetivos

A) inibir a ação endócrina do tecido adiposo que com a obesidade passa a liberar adipocinas e consequentemente promover um hiperinsulinismo e hipoglicemia.

B) diminuir a resistência da ação da insulina e aumentar a liberação de glucagon, hormônio que desencadeia a hipoglicemia e glicogênese.

C) liberar maior quantidade de hormônios corticoides para acelerar os mecanismos de estresse e promover um rápido emagrecimento.

D) aumentar a resistência a ação da insulina evitando que as células recebam mais glicose e consequentemente evitando a formação de gorduras.

E) reduzir a resistência a ação da insulina e consequentemente evitar a hiperglicemia.

GABARITO

1 – C

2 – Resposta: Gráfico III, pois a produção de insulina é muito baixa e a taxa de glicose de mantém alta.

Órgão: pâncreas.

Função: liberação ou produção de enzimas digestivas / suco pancreático.

3 – E

Sobre o(a) autor(a):

O texto foi escrito pela professora Milena Boeng, bacharela em Educação Física pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e pós-graduanda em Musculação e Condicionamento Físico.

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